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As dificuldades teórica-metodológica, técnica-operativa e ética-política

Para articular as dimensões teórico-metodológico, técnico-operativo e ético- político é entender que a matriz teórica que rege essas dimensões é a teoria crítica- reflexiva que busca uma base conceitual/teórica para embasar a compreensão da realidade. E a partir do contexto social, o assistente social adquire competência metodológica, ética e política para se inserir no cotidiano profissional.

Iamamoto (2004, p. 11-12),

Pensar o projeto profissional supõe articular essa dupla dimensão: a) de um lado, as condições macro-societárias que tecem o terreno sócio-histórico em que se exerce a profissão, seus limites e possibilidades que vão além da vontade do sujeito individual; b) e, de outro lado, as respostas de caráter ético-político e técnico-operativo apoiadas em fundamentos teóricos e metodológicos – de parte dos agentes profissionais a esse contexto. Elas traduzem como esses limites e possibilidades são apropriados, analisados e projetados pelos assistentes sociais. O exercício da profissão exige, portanto, um sujeito profissional que tem competência para propor, para negociar com a instituição os seus projetos, para defender o seu campo de trabalho, suas qualificações e atribuições profissionais. Requer ir além das rotinas institucionais para buscar apreender, no movimento da realidade, as tendências e possibilidades, ali presentes, passíveis de serem apropriadas pelo profissional, desenvolvidas e transformadas em projetos de trabalho.

Na perspectiva crítica-reflexiva, exige-se um profissional qualificado no plano ético-político, no plano do pensamento, da pesquisa, de modo a compreender o movimento da realidade alimentada pelo dinamismo das relações sociais.

Contudo, a presidente da COFI (gestão 2002 a 2005) ressalta,

Bom, além dos que já foram elencados, uma das dificuldades era a dificuldade financeira. A dificuldade financeira porque às vezes a gente queria que fosse fazer fiscalização no interior e o CRESS não tinha dinheiro por conta da inadimplência. Outra dificuldade é a

relação da quantidade de agentes fiscais à quantidade de profissionais. Quando eu entrei no CRESS, só existia um agente fiscal. Depois, nós fizemos concurso e admitimos três agentes fiscais, mas assim mesmo ainda não era o suficiente para isso, para dá conta desse todo, da categoria profissional. Mas, assim mesmo, com uma quantidade maior de fiscalização nós elaboramos uma sistematização e a sistematização mostra perfeitamente que a grande maioria da categoria ainda está numa perspectiva conservadora. Eu considero hoje que o Serviço Social vive um vazio profissional. Quer dizer, a gente rechaçou o conservadorismo, assume na formação acadêmica, enquanto profissional, a gente assume a perspectiva crítica, porém, a gente está (des) instrumentalizado, a gente está (des) capacitado para viver esse embate cotidiano contraditório. Isso ficou muito claro na sistematização que a gente fez e que está posta aí; foi enviado ao CFESS e o CFESS não nos deu nenhuma resposta e nem fez nenhum comentário a respeito, ao ponto de muitas vezes, quer dizer, o agente fiscal faz a fiscalização, preenche o formulário do CFESS, manda e arquiva. Quer dizer, ele reproduz um trabalho meramente técnico-burocrático e dá, é claro, algumas orientações no momento da fiscalização, mas não são orientações profundas, orientações que causem impacto. Então, para isso, a gente teria que pesquisar, sistematizar, planejar, acompanhar e avaliar o impacto disso aí na melhoria da qualidade da prática profissional. Em se tratando aqui de Alagoas, o que a gente percebe é que a identidade profissional está se esgarçando, ela está se esgarçando por essa falta de profundidade e do próprio esgarçamento da identidade profissional. Quer dizer, o profissional passa a não se reconhecer numa equipe, principalmente numa equipe interdisciplinar, numa equipe institucional e aí ele termina sendo tarefeiro, técnico-burocrático. Poucos pesquisam e poucos também lêem produções novas. E nós não temos instâncias de debates, de assessoria, tanto é que, geralmente, a categoria me procura para dá assessoria nos momentos dos desafios e dos embates profissionais. Quer dizer, eu penso que o CRESS, que a COFI não é o CRESS, a COFI é a comissão prioritária do CRESS, porém, ela é mediação. Quando o agente fiscal está realizando uma fiscalização, ele ainda está no campo da mediação. O objetivo dele seria, após isso aí, o material dele servir para ele elaborar os seus objetivos profissionais, que seriam no campo da melhoria da qualidade da prática profissional, na perspectiva de concretizar o projeto ético-político. E realizar, logicamente, as micro-mudanças dentro dos nossos limites. Eu não estou dizendo que o Serviço Social vai fazer a revolução e que o Serviço Social vai ser o bam bam bam das instituições, não é isso, mas ele tem a obrigação de realizar as micro-mudanças. E como disse Gramsci, “a revolução só se dará através do acúmulo de micro- mudanças” e nós teremos que realizar nossas micro-mudanças na nossa particularidade, que é a Assistência Social” (Relato da presidente da COFI, gestão 2002 a 2005).

O relato acima traz a preocupação com o esgarçamento da profissão que explana “a gente rechaçou o conservadorismo, assume na formação acadêmica,

enquanto profissional, a gente assume a perspectiva crítica, porém, a gente está (des) instrumentalizado, a gente está (des) capacitado para viver esse embate cotidiano contraditório” (Fala da presidente da COFI, gestão 2002 a 2005), afirmando que os agentes fiscais fazem as fiscalizações e depois arquivam os relatórios de fiscalização, limitando sua atuação ao serviço burocrático. Pensamos que as ações profissionais constituem-se de um arsenal de conhecimentos, informações, técnicas e habilidades que estão subjacentes às práticas do assistente social. Para tanto, as dimensões teórico-metodológicas, ética-política e técnicas- operativas é entender que a matéria-prima da intervenção do assistente social é composta por múltiplas determinações, heterogêneas e contraditórias, que se movimentam, se alteram e se transformam em outras e que nesse movimento o sujeito social se apresenta a todo momento.

Assim, para conhecer a realidade, o (a) assistente social precisa entender no ponto de vista político a estrutura de poder e as relações de forças, no ponto de vista ideológico os valores, interesses das classes, aspirações, consciência, identidade e representações, e no ponto de vista cultural as formas de organizativas, sistema de decisão, visão de mundo. Assim a ação profissional terá como fundamento a realidade desmistificada, imprimindo uma compreensão crítica, visando à superação. Outrossim, a COFI não compreendendo que se constitui como um espaço de mediação fragiliza o processo de fiscalização dos (as) agentes fiscais nos espaços sócio-ocupacionais, tornando-os profissionais técnico-burocráticos. É nesse sentido, que os agentes fiscais passam a exercer a função política, ética e pedagógica que preconiza a PNF.

Pontes (1995, p.81) conceitua que mediação,

É responsável pelas moventes relações que se operam no interior de cada complexo relativamente total das articulações dinâmicas e contraditórias entre estas várias estruturas sócio-históricas. Enfim, a esta categoria tributa-se a possibilidade de trabalhar na perspectiva de totalidade. Sem a captação do movimento e da estrutura ontológica das mediações através da razão, o método, que é dialético, se enrijece, perdendo, por conseguinte, a própria natureza dialética.

Ressaltamos, ainda, a importância do profissional de Serviço Social que intervém nas refrações da questão social, objetivando contribuir com o acesso aos direitos sociais, na perspectiva da cidadania emancipada, em todos os seus espaços sócio-ocupacionais, inclusive nas políticas públicas, é determinado historicamente, inserido na instância do estado, é político-pedagógico e institucionalizado na divisão social e técnica do trabalho. Entender que os momentos metodológicos perpassam o conhecimento sistematizado da realidade, captando seus movimentos contraditórios expressos nas desigualdades sociais, políticas, econômicas e culturais.

A presidente da COFI do CRESS/AL, da gestão de 2008 a 2011, expressa sua visão sobre as dificuldades técnico-operativas, ético-político e teórico- metodológico no exercício da fiscalização,

Enquanto instrumento técnico-operativo, eu não consegui visualizar gargalos para o funcionamento da COFI. Eu consegui identificar como um grande gargalo um entendimento teórico-metodológico de todos os membros da COFI de qual é o papel da COFI. Isso era nosso maior gargalo, era a nossa maior dificuldade para o exercício da fiscalização, porque era através dos encaminhamentos da COFI que a gente podia estar fortalecendo o papel tanto do Conselho Regional do Serviço Social e também consubstanciando as ações do Agente Fiscal. Entendo que a COFI não encerra, mas ela tem a possibilidade de nortear o papel do Conselho Regional de Serviço Social na aproximação desse Conselho com a categoria, porque existem diversas Comissões. Essas Comissões conseguem ter fala da categoria, consegue trazer quais são as principais dificuldades vivenciadas pela categoria, mas é a COFI que consegue trazer um maior número de demandas e de pontos de vista e soluções pelas situações vivenciadas. E a gente só vai conseguir avançar se a gente tiver o entendimento de que os procedimentos teóricos- metodológicos e éticos-políticos se eles forem não um conhecimento nivelado mas um conhecimento aproximado de todos os membros da COFI. É mais fácil a gente dar andamento da COFI se a gente tiver um entendimento ético-político e teórico-metodológico do profissional do Serviço Social. E, para isso, a gente vai precisar que todos os membros da COFI tenham esse entendimento. Volto a dizer, a gente ainda tem como grande gargalo o entendimento de que a COFI ela é o ambiente não só disciplinador, mas, sobretudo, um entendimento equivocado de que a COFI é um espaço coercitivo. É fundamental que a gente consiga avançar nesse sentido e a gente só vai conseguir avançar se a gente tiver, de fato, entendimento teórico- metodológico e ético-político da categoria, porque isso possibilita o fortalecimento do nosso projeto ético-político. E isso, com certeza, irá

possibilitar tanto o trabalho da COFI como o entendimento da categoria de qual é o papel do Conselho Regional de Serviço Social enquanto instrumento responsável pelo acompanhamento, pela orientação dos profissionais do Serviço Social” (Relato da presidente da COFI,gestão 2008 a 2011).

Há um entendimento do que a COFI representa para a categoria de assistentes sociais, mas o equívoco no entendimento que a COFI tem autonomia de executar a PNF realizar núcleos temáticos, capacitações de discussões do exercício profissional articulados com a ABEPSS.

Percebe-se que na fala acima, os problemas financeiros do CRESS/AL são problemas que limita a atuação do CRESS/AL na qualidade dos serviços prestados ao assistente social. Quanto a identidade profissional há um esgarçamento por falta de um aprofundamento teórico-metodológico, de uma articulação entre a realidade singular e sua totalidade, entendendo que esse aprofundamento se constrói por mediações através do processo de reflexão, de abstração da realidade. Na ausência dessa reflexão, o pensar e o agir não se articulam tampouco sai do plano de imediaticidade, tornando o fazer profissional técnico-burocrático. Portanto, as instâncias de debates, fórum entre a categoria são momentos de reflexão da prática.

Como mostra PNF (2007, p. 36 a 39),

Art. 11 – Compete à COFI:

I- Executar a Política Nacional de Fiscalização assegurando seus objetivos e diretrizes;

II- Realizar, quando possível, em conjunto com outras comissões, núcleos temáticos, núcleos regionais ou grupos de trabalhos do CRESS, discussões, seminários, reuniões e debates sobre temas específicos do Serviço Social, de forma a subsidiar a atuação dos profissionais e identificar questões e implicações ético-políticas no exercício profissional;

III- Atuar em situações que indiquem a violação da legislação profissional, com adoção de

procedimentos administrativos necessários;

IV- Fortalecer a articulação programática com a ABEPSS, ENESSO, Comissão Permanente de Ética, supervisores e professores das Unidades de Ensino para o aprofundamento de debates sobre estágio supervisionado e a ética profissional, visando garantir a qualidade na formação profissional;

V- Orientar, informar e esclarecer a população quanto às atividades do assistente social, suas competências a atribuições profissionais, bem como os direitos dos usuários em relação ao Serviço Social, utilizando-se dos instrumentos de publicização da profissão, produzidos pelo conjunto CFESS/CRESS;

VI- Orientar a categoria e a sociedade em geral sobre questões referentes à fiscalização profissional e exercício ilegal em casos de denúncia e outras atividades político-pedagógica, inclusive por meio de elaboração de Parecer.

VII- Dar encaminhamento às denúncias e queixas que não sejam de natureza ética, às declarações pessoais tomadas a termo, matérias veiculadas na mídia e proceder as devidas averiguações, determinando as providências cabíveis;

VIII- Determinar e orientar a realização de visitas de fiscalização, sejam de rotina, de identificação, de prevenção, de orientação e/ou de constatação de práticas de exercício ilegal ou com indícios de violação da legislação da profissão do assistente social;

IX- Discutir e avaliar os relatórios de visita de fiscalização, com vistas a adoção de providências cabíveis;

X- Convocar assistentes sociais para comparecerem à sede do CRESS, a fim de prestarem esclarecimentos e/ou serem orientados sobre fatos de que tenham conhecimento ou que estejam envolvidos, tomando suas declarações por termo;

XI- Convidar profissionais de outras áreas ou qualquer pessoa a comparecer na sede do CRESS, para prestar esclarecimentos sobre fatos de que tenham conhecimento e que envolvam o exercício da profissão do assistente social;

XII- Propor ao Conselho Pleno do CRESS representar, perante a autoridade policial ou judiciária, a ocorrência de exercício ilegal da profissão, desde que sejam suficientes os elementos de prova fornecidos ou colhidos, necessários à configuração, evidência e comprovação da prática contravencional;

XIII- Acionar todos os meios que visem averiguar a procedência de qualquer comunicado ou notícia que comprometa a imagem da profissão, que cheguem ao seu conhecimento;

XIV- Oferecer elementos sobre o exercício profissional para o encaminhamento de notificação extrajudicial para:[...].

XVI- Oferecer denúncia “ex-officio” à Comissão Permanente de Ética do CRESS, relatando fatos que possam ser caracterizados, em tese, como violadores do Código de Ética Profissional do Assistente Social, de que teve conhecimento por meio de visitas de fiscalização, da imprensa, de declarações e outros.

Parágrafo Único – A COFI deverá realizar anualmente o planejamento de atividades, orçando os recursos necessários ao pagamento de suas despesas, compatível com o orçamento geral do CRESS, garantindo a sua execução enquanto ação precípua (Instrumento para fiscalização do exercício profissional do assistente social, 2007).

A citação acima permite compreender que a COFI tem competência de realizar núcleos temáticos, seminários, debates, reuniões de formar a potencializar a

qualidade na atuação do assistente social nas instituições e com seus usuários. Como também, fiscalizar e orientar a categoria sobre a legislação profissional do assistente social.

Assim o CRESS, junto, a COFI tem a função de criar espaços para debates, discussões do exercício profissional, desencadeando um processo ação/reflexão/ação com a realidade e os sujeitos sociais envolvidos. O processo de mudança e de avanço do cotidiano profissional faz parte da essência da ação do assistente social, sua intervenção necessita ser diretamente ligada à reflexão ética e à análise crítica, que são ingredientes fundamentais do exercício profissional.

Por fim, as competências técnicas e política, necessárias para o avanço da profissão em suas diversas dimensões técnica, ético, política, intelectual e formativa, são alcançadas através do aprimoramento profissional, No entanto, o assistente social não pode esquecer o compromisso com o sujeito social que se expressa nas múltiplas determinações sociais, políticas, históricas e culturais. Para tanto, a PNF tem a função de fortalecer o projeto ético-político no cotidiano profissional, entendendo que a realidade é um espaço contraditório que podemos criar e recriar uma cultura política. Assim, PNF se constitui a materialização do projeto ético- político profissional, articulando com os sujeitos sociais na defesa dos interesses da classe trabalhada.

A intenção desse capítulo 3 foi refletir a PNF como um instrumento de politização na atuação do assistente social em seu cotidiano, trazendo as dimensões político-pedagógica, normatizadora e coercitivo/disciplinadora e a afirmação dos princípios contido no nosso projeto ético-político. É importante frisar que no exercício profissional do assistente social lança mão do acervo cultural, constrói o seu fazer, faz suas escolhas que implicam projetar resultados, meios de realização, porém sua ações não são pessoais e, sim públicas e sociais, de responsabilidade do indivíduo como profissional e da categoria como um todo, que tem um Código de Ética, um projeto ético profissional e uma Lei de regulamentação da profissão.

Dessa forma, a mediação permite articular as várias dimensões da profissão (teórico, político, ético, relacional e no campo metodológico as dimensões

investigativas, estratégica e avaliativa), concretizando as intencionalidades profissionais. Faz-se necessário, que a profissão como um todo participe de um debate coletivo e discuta os desafios profissionais frente as transformações societárias, permitindo sinalizar alternativas para suas ações no cotidiano.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo primordial deste trabalho teve como foco a reflexão sobrea Política Nacional de Fiscalização (PNF) do Conselho Federal de Serviço Social e dos Conselhos Regionais – conjunto CFESS/CRESS, servindo como instrumento para o fortalecimento do Projeto Ético-Político do Serviço Social, além de fornecer subsídios para a concretização dos objetivos profissionais do Assistente Social. Aliado à PNF, temos o Código de Ética do Assistente Social, onde se encontra expresso princípios que resguardam a dignidade humana e garantem ao cidadão a construção de uma sociedade justa e solidária, na medida em que o agir profissional do Assistente Social passa a ser pautado pela ética aliada ao conhecimento técnico, possibilitando o desenvolvimento social e político.

Nesse sentido, a dissertação teve como propósito a compreensão da Política Nacional de Fiscalização do conjunto CFESS/CRESS e a questão das dimensões ética-política, teórica-metodológica e técnica-operativa, expressa no projeto societário do Serviço Social. Visou, pois, a concretização dos objetivos profissionais, assim como a análise da visão do profissional em torno da PNF.

Nesse sentido, afirma a PNF (2007, p. 48):

[...]. Sobressai o desafio de consolidar o projeto ético-político, na contradição das determinações que incidem na atuação profissional em contextos específicos, na articulação entre formação e exercício profissional.

Outrossim, sabemos que a incompreensão das dimensões do Projeto Ético-Político como um todo leva a dicotomização da teoria/prática, o que gera uma limitação no exercício profissional do Assistente Social, o qual passa a ser mero executor de políticas sociais. Assim, uma vez que ele não atua sobre uma única

necessidade humana, nem tampouco se destina a todos os homens da sociedade, sua especificidade está no fato de atuar sobre as necessidades humanas de uma dada classe.

Desta feita, é premente que o Conselho Regional de Serviço Social de Alagoas (CRESS/AL) fique atento às possibilidades que a Política Nacional de Fiscalização (PNF) proporciona quanto ao entendimento das dimensões teórica- metodológica, ética-política e técnica-operativa, haja vista que o ingresso na relação teoria e prática depende dessa atenção. Deve-se, pois, almejar a construção de determinado conhecimento que resulte não só das respostas do Assistente Social às situações concretas, mas da análise dos acontecimentos e do pensamento crítico ao decidir-se por um tipo de intervenção. Assim, ficar atento, em razão da diversidade das questões com que nos defrontamos no cotidiano, é de mister importância.

Os eixos norteadores da dissertação compreenderam dois pontos, quais sejam, a identificação da capacidade que o profissional adquiriu na sua trajetória, seja na vida acadêmica seja na prática; e o emprego correto de estratégias de ação no âmbito de articulação da teoria/prática e no processo de intervenção profissional, no tocante à Política Nacional de Fiscalização e ao Projeto Ético-Político do Serviço Social. Para tanto, fizemos uso da abordagem qualitativa e empregamos a análise das falas para o tratamento, a sistematização e a interpretação dos dados.

Nossos estudos apontam, por sua vez, que a intervenção tem se dado de forma não clara na implementação da Política Nacional de Fiscalização (PNF), deixando-nos com a sensação de que não conseguimos dar respostas concretas às demandas sociais no exercício profissional. Em outras palavras, o caminho para a resolução desta equação passa pela compreensão crítica-reflexiva, na qual se insere uma intervenção profissional eficaz e consoante com a realidade.