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Processo organizativo do Conselho Federal de Serviço Social e dos

Conforme visto anteriormente, o final da década de 40 foi importante para a profissão, especialmente em relação à prática do Serviço Social, pois a partir desse momento ela passou a receber uma nova influência, não mais européia, (principalmente a influência franco-belga), a qual tinha sido a base de formação das primeiras Assistentes Sociais do País no passado. Agora, a influência vinha do continente americano, mais precisamente a norte-americana, mediante o estreitamento das relações diplomáticas com os Estados Unidos, somado, é claro, aos interesses políticos e econômicos que esse País tinha para com a nação brasileira. Desta feita, além da institucionalização da profissão e posterior alargamento do espaço profissional, fez-se necessário um (re) ordenamento na base de recrutamento dos agentes profissionais, não sendo mais oriundos da alta burguesia, mas sim das pequenas camadas da burguesia, visto que os movimentos leigos já não mais atendiam às novas demandas profissionais.

No pós-guerra de 1945, o aparato burocrático do Estado demanda um número crescente de Assistentes Sociais diante das expressões da questão social. Esse foi um aspecto que fez demandar das instituições, que eram aparelhos ideológicos da classe burguesa, um maior número de profissionais qualificados para intervir na realidade social. Ainda, é importante registrar a preocupação dos

profissionais de Serviço Social com sua organização, pelo fato de que as associações profissionais foram importantíssimas, devido à profissionalização e ao fortalecimento do Serviço Social. Segundo Vieira (1969, p.351), "No Brasil, as associações de Assistentes Sociais são de três categorias: 1) Associação de Classe; 2) os Conselhos; e 3) as Associações Sócio-culturais”.

Mediante isso, surgiram Associações Profissionais de Assistentes Sociais (APAS) e/ou Sindicatos que, "[...] têm por finalidade promover a elevação do 'status' da profissão e defender seus interesses. No Brasil, a criação, a organização e o funcionamento dessas associações são regulamentadas por lei e fiscalizados pelo Ministério do Trabalho". (Vieira, 1969, p.351). A Associação Brasileira de Assistentes Sociais (ABA) teve sua criação em 1946, após o 1º Congresso Pan-Americano de Serviço Social, realizado no Chile, o qual agrupou, inicialmente, somente aquelas formadas por Escolas de Serviço Social pertencentes à ABESS (Associação Brasileira de Escolas de Serviço Social).

Tomando como base Vieira (1969, p.353):

A ABAS foi no Brasil o primeiro organismo a se interessar pelo 'Aperfeiçoamento e garantia do nível da profissão estudo e defesa de seus interesses do ponto-de-vista ético; possui seções regionais em vários Estados e cooperou ativamente com a ABESS para o reconhecimento do ensino do Serviço Social em nível superior e pela organização do primeiro sindicato de assistentes sociais.

Outro marco importante, na organização profissional dos Assistentes Sociais, foi a elaboração do 1º Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais um ano após a criação da ABAS. Esta instituição foi responsável pela elaboração deste Código como também pela criação do Conselho de Ética Profissional, ambos aprovados em Assembléia Geral, no dia 29 de setembro de 1947.

A promulgação do aludido Código, seguida da instalação do Conselho, como era de se esperar, foi recebida com os mais francos aplausos pela classe, por isso que os Assistentes Sociais, por dever de ofício diríamos, apreciam e valorizam devidamente as associações de caráter profissional.

Coube ao Conselho de Ética, após sua instalação, a função de zelar pela observância do Código de Ética e pela dignidade da profissão, além de julgar acusações formuladas contra o Assistente Social. As suas ações são estendidas a todos os filiados da ABAS e, caso o Assistente Social não seja filiado a ABAS e assuma ou pratique ato que prejudique a classe, em sendo a denúncia apresentada comprovada, o Conselho de Ética Profissional solicitará à Diretoria da ABAS as providências necessárias para sanar a irregularidade. E, apesar da função de "polícia" da profissão, o Conselho de Ética tinha, segundo Ferreira (1948, p.39), "predominantemente o caráter de instrumento educativo, cabendo ao Conselho oferecer soluções a conjunturas inéditas e não previstas no Código, e, sobretudo, aconselhar a classe”.

Vieira (1969, p.352) ainda enfatiza que:

[...] associações são criadas com aprovação do governo. Os assistentes sociais são livres para pertencer ou não a uma APAS ou a um sindicato, porém para poder exercer a profissão, deve, obrigatoriamente, ser registrado no Conselho da sua região.

No início da década de 50, foi sancionada a Lei n° 1889, de 13 de junho de 1953, que dispunha sobre o ensino superior do Serviço Social, sendo esta regulamentada pelo decreto n° 35.311, de 08 de abril de 1954. Os Assistentes Sociais, através de seus organismos de classe, empenharam-se para o reconhecimento oficial da profissão, ocorrido sob a vigência da Lei n°3.252, de 27 de agosto de 1957. Ainda, enfatizamos que a devida Lei que regulamentava a profissão só foi sancionada no dia 15 de maio de 1962, sob a forma de decreto n° 994, criando também o Conselho Federal de Assistentes Sociais (CFAS) e os Conselhos Regionais de Assistentes Sociais (CRAS).

De acordo com Vieira (1969:352),

Os 'colégios' ou 'conselhos' são organismos encarregados de orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão, elaborar o Código de Ética, zelar pela sua aplicação e impor as sansões prescritas por este código; mantém o registro dos assistentes sociais e expedem as respectivas carteiras profissionais. O Conselho serve ainda de órgão consultivo do governo em matéria do Serviço Social.

Do exposto, percebe-se a conquista alcançada pelo Serviço Social no final da década de 50 e início da década de 60, no sentido de que foi oficializado, através da Lei de Regulamentação da Profissão, o exercício profissional do Assistente Social. Portanto, torna-se uma profissão oficialmente reconhecida perante o Governo brasileiro. Não obstante, a categoria profissional conquista seu espaço estrutural, cuja competência desse Conselho Regional, dentre outras coisas, é de fiscalizar o exercício profissional da categoria. E um marco importantíssimo foi a criação de um dia específico para o profissional, que é o dia 15 de maio como sendo o Dia Nacional do Assistente Social.

Segundo Iamamoto & Carvalho (1996, p.345-6):

É na década de 1960 que se observa a existência de um meio profissional em franca expansão. No decorrer desses anos, a profissão sofrerá suas mais acentuadas transformações 'modernizando-se' tanto o agente como o corpo teórico, métodos e técnicas por eles utilizados. Há também, um significativo alargamento das funções exercidas por Assistentes Sociais, em direção a tarefas, por exemplo, de coordenação e planejamento, que evidenciam uma evolução no status técnico da profissão.

Em 1975, o Código de Ética do Assistente Social ainda permanecia com as mesmas bases teórico-filosóficas dos códigos anteriores. Reproduzia, pois, os mesmos postulados tradicionais abstratos, quais sejam, justiça social, bem comum,

autodeterminação, subsidiariedade e participação da pessoa humana. Frise-se que este Código excluiu duas referências presentes no Código de 1965, a democracia e o pluralismo, mas expressou elementos do personalismo, incorporados à vertente fenomenológica.

No final da década de 70, a aproximação do Serviço Social com os movimentos sociais, devido ao seu trabalho desenvolvido nas comunidades, propiciou a desmistificação da neutralidade profissional, visto que esta servia aos interesses da classe dominante e que não dava conta das questões impostas pela realidade brasileira. Contudo, a tomada de consciência desses profissionais proporcionou sua reorganização, a partir da percepção de que era necessário buscarem saídas coletivas e não individuais para resolverem as questões que se apresentavam para a categoria. Estes profissionais passaram, então, a apoiar os movimentos sociais e, principalmente, o movimento dos trabalhadores na defesa de seus direitos enquanto classe. Isso culminou com a reformulação do Código de Ética Profissional de 1986, que rompia com os interesses da burguesia e passou a defender os interesses da classe subalterna.

O Código de Ética de 1986, com a reformulação ocorrida, reafirma sua dimensão política de uma prática profissional e avança eticamente através de sua crítica nos valores universais, que eram ignorados até então pelos Códigos anteriores. A categoria profissional assume um compromisso com a classe trabalhadora, voltando-se para a defesa dos direitos sociais e da cidadania, passando a questionar a ordem dominante. Desta forma, a nova legislação assegurou à fiscalização possibilidades mais concretas de intervenção na atuação profissional, especificando as competências e atribuições do Assistente Social. Além disso, ressaltou, juntamente com o Código de Ética, a Lei de Regulamentação do Assistente Social, o Estatuto do conjunto Conselho Federal de Serviço Social e Conselhos Regionais - CFESS/CRESS, o Código Processual de Ética, os Regulamentos internos dos CRESS’S, o Código Eleitoral e as Resoluções do CFESS, que servem como disciplinadoras no exercício profissional.

Logo, esse conjunto de instrumentos normatizadores constitui a base estruturante do CFESS/CRESS, que é a fiscalização do exercício profissional do

Assistente Social. E, a partir dessa base legal, surge à Política Nacional de Fiscalização (PNF) em consonância com o projeto profissional e com os anseios democráticos dos Assistentes Sociais, articulando as dimensões políticas, normativas e formativas.

Em meados de 90, o Serviço Social experimentou no Brasil um processo de desenvolvimento teórico-crítico e reflexivo, que passa a ser reconhecido academicamente e legitimado socialmente. Assim sendo, materializa-se um projeto societário, democrático e compromissado com os interesses históricos da classe trabalhadora, como também contribui para a formação de um profissional competente teórica, técnica e politicamente no agir profissional. Complementando isso, as aprovações da Lei de Regulamentação da Profissão (Lei 8.662) e o atual Código de Ética dos Assistentes Sociais, ambos em 1993, serviram como o amadurecimento das reflexões iniciadas nas décadas de 70 e 80, que se expressou no código de 1986. Essa construção se deu coletivamente entre os Assistentes Sociais.

O projeto profissional do Assistente Social, por sua vez, é um projeto coletivo, que apresenta a auto-imagem da profissão, elegendo valores que o legitimam socialmente, como a sua função social, os seus objetivos profissionais, os seus conhecimentos teóricos, os saberes interventivos, as normas e as práticas que se materializam nas ações cotidianas. Assim, se percebe a direção social entrelaçada à valoração ética na liberdade, que nos possibilita um olhar reflexivo no exercício profissional.

O projeto ético-político é um projeto heterogêneo, que busca elementos políticos, econômicos, sociais e culturais para contribuir no exercício profissional do Assistente Social, que tem sua base existencial nos princípios éticos fundamentais do Código de Ética do Assistente Social, são eles:

I. Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas políticas a ela inerentes - autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais;

II. Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do autoritarismo;

III. Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de toda sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis sociais e políticos das classes trabalhadoras;

IV. Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da participação política e da riqueza socialmente produzida;

V. Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais, bem como sua gestão democrática;

VI. Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e à discussão das diferenças;

VII. Garantia do pluralismo, através do respeito às correntes profissionais democráticas existentes e suas expressões teóricas, e compromisso com o constante aprimoramento intelectual;

VIII. Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação, exploração de classe, etnia e gênero;

IX. Articulação com os movimentos de outras categorias profissionais que partilhem dos princípios deste Código e com a luta geral dos/as trabalhadores/as;

X. Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional; XI. Exercício do Serviço Social sem ser discriminado/a, nem discriminar, por questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, idade e condição física (Código de Ética do (a) Assistente Social de 1993)

Com a aprovação da Lei nº 8.662 de 1993, que dispõe sobre a profissão de Assistente Social, assegura à fiscalização profissional possibilidades normatizadas de intervenção no agir profissional, pois define as competências e atribuições privativas do Assistente Social. Segundo o seu artigo 5º, constituem atribuições privativas do Assistente Social:

I - coordenar, elaborar, executar, supervisionar e avaliar estudos, pesquisas, planos,

programas e projetos na área de Serviço Social;

II - planejar, organizar e administrar programas e projetos em Unidade de Serviço Social;

III - assessoria e consultoria e órgãos da Administração Pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades, em matéria de Serviço Social;

IV - realizar vistorias, perícias técnicas, laudos periciais, informações e pareceres sobre a matéria de Serviço Social;

V - assumir, no magistério de Serviço Social tanto a nível de graduação como pósgraduação, disciplinas e funções que exijam conhecimentos próprios e adquiridos em curso de formação regular; VI - treinamento, avaliação e supervisão direta de estagiários de Serviço Social;

VII - dirigir e coordenar Unidades de Ensino e Cursos de Serviço Social, de graduação e pós-graduação;

VIII - dirigir e coordenar associações, núcleos, centros de estudo e de pesquisa em

Serviço Social;

IX - elaborar provas, presidir e compor bancas de exames e comissões julgadoras de concursos ou outras formas de seleção para Assistentes Sociais, ou onde sejam aferidos conhecimentos inerentes ao Serviço Social;

X - coordenar seminários, encontros, congressos e eventos assemelhados sobre assuntos de Serviço Social;

XI - fiscalizar o exercício profissional através dos Conselhos Federal e Regionais;

XII - dirigir serviços técnicos de Serviço Social em entidades públicas ou privadas;

XIII - ocupar cargos e funções de direção e fiscalização da gestão financeira em órgãos e entidades representativas da categoria profissional (http://www.cfess.org.br/legislacao).

A lei 8.662, de 07 de junho de 1993, veio para regulamentar a profissão de Assistentes Sociais, além de regulamentar os Conselhos Federal e Regional de Assistentes Sociais. A primeira mudança foi a troca de nomenclatura dos Conselhos, que antes eram denominados pela categoria profissional, quais sejam, Conselho Federal de Assistentes Sociais (CFAS) e Conselho Regional de Assistentes Sociais (CRAS). Depois, com a regulamentação, passaram a ser denominados pela profissão, são eles: Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) e Conselho Regional de Serviço Social (CRESS). Além dessa mudança, a lei teve o intuito de normalizar e regulamentar os Conselhos de modo a fortalecer sua atuação no combate às irregularidades nas empresas durante as visitas de fiscalização25.

Além do Código de Ética e da Lei de Regulamentação do Assistente Social, vale ressaltar a importância de outros instrumentos normativos para a efetivação da fiscalização no exercício profissional, são eles: o Código Processual de Ética, o Código Eleitoral, os Regimentos Internos dos Conselhos Regionais, o Estatuto do Conselho Federal de Serviço Social e os Conselhos Regionais – CFESS/CRESS. A

25 http://www.cfess.org.br/legislacao

partir desse conjunto de normas legais, que permeiam a atuação do Assistente Social em seu cotidiano profissional, o CFESS/CRESS (re) dimensiona a concepção de fiscalização para a Política Nacional de Fiscalização (PNF), compreendendo a importância da articulação das dimensões políticas, de forma e normativas, passando a ter um caráter ético organizativo e mobilizador, em defesa dos espaços sócio-ocupacionais e dos direitos sociais.

Após o XXXV Encontro Nacional CFESS/CRESS, realizado na cidade de Belém - PA, em 1997, foi aprovada a Política Nacional de Fiscalização (PNF), que passou a vigorar com a Resolução CFESS Nº 382/99, dispondo das normas gerais para o exercício da fiscalização profissional. Passado o tempo, o Conjunto CFESS/CRESS, sentindo a necessidade de revisão e atualização desta Resolução, fez uma reformulação nas normas gerais para o exercício da fiscalização profissional e atualização da Política Nacional de Fiscalização, com base na Resolução CFESS Nº 512/2007.

A Política Nacional de Fiscalização (PNF) foi resultado de um processo histórico, no conjunto CFESS/CRESS, da necessidade do aprimoramento das ações de orientação e fiscalização. E o resultado disso foi a (re) criação de espaços sócio- ocupacionais influenciados pelas transformações societárias e pelos efeitos da ofensiva do capital, que impulsionou a (des) regulamentação, a flexibilização e a precarização da formação e do exercício profissional do Assistente Social, requerendo respostas técnicas-políticas diante das demandas postas ao Serviço Social, no âmbito das políticas sociais.

Por tudo isso, fez-se necessário o aprofundamento de novas bases normativo-jurídicas, na direção da defesa e do fortalecimento da profissão. Tais bases sustentam-se nos desdobramentos das competências e atribuições do Assistente Social, que se configuram nos espaços sócio-ocupacionais, relacionando os valores e princípios ético-políticos paramentados no Código de Ética, na Lei de Regulamentação do Assistente Social e nas Resoluções do CFESS, com efeito político e regulatório.

Outrossim, com o avanço na qualificação do exercício profissional quanto ao direcionamento do Projeto Ético-Político do Assistente Social, houve a necessidade de se articular às expressões da questão social, das condições e das relações de trabalho do Assistente Social, bem com às respostas normatizadas do conjunto CFESS/CRESS. Com isso, potencializam-se as estratégias que asseguram a dimensão política e pedagógica, concretizando os princípios éticos no campo democrático.

É nessa perspectiva de afirmação do Projeto Ético-Político do Assistente Social, portanto, que se fez necessária a incorporação consciente e crítica do cotidiano profissional a partir da PNF, com a composição, nos Conselhos Regionais de Serviço Social (CRESS’S), dos membros da Comissão de Orientação e Fiscalização (COFI), para avançar na defesa e valorização da profissão. A Comissão de Orientação e Fiscalização (COFI), por sua vez, tem a competência de executar a Política Nacional de Fiscalização (PNF), avaliando a existência de fragilidades na utilização da legislação profissional do Assistente Social e no encaminhamento de procedimentos normatizadores e administrativos para a qualidade ética, política e técnica no exercício profissional.

Por conseguinte, a Política Nacional de Fiscalização (PNF) tem como pano de fundo a prevenção, a orientação e a fiscalização do exercício profissional do Assistente Social. Está, pois, organizada em eixos, diretrizes e objetivos, que se desdobram nas seguintes dimensões:

I. Dimensão afirmativa de princípios e compromissos conquistados - Expressa a concretização de estratégias para o fortalecimento do projeto ético-político profissional e da organização política da categoria em defesa dos direitos, das políticas públicas e da democracia e, conseqüentemente, a luta por condições de trabalho condignas e qualidade dos serviços profissionais prestados;

II. Dimensão político-pedagógica - Compreende a adoção de procedimentos técnico-políticos de orientação e politização dos assistentes sociais, usuários, instituições e sociedade em geral, acerca dos princípios e compromissos ético-políticos do Serviço Social, na perspectiva da prevenção contra a violação da legislação profissional.

III. Dimensão normativa e disciplinadora - Abrange ações que possibilitem, a partir da

aproximação das particularidades sócio-institucionais, instituir bases e parâmetros normativo – jurídicos reguladores do exercício profissional, coibindo, apurando e aplicando penalidades previstas no Código de Ética Profissional, em situações que indiquem violação da legislação profissional (http://www.cfess.org.br/arquivos/pnf.pdf).

Desta feita, as dimensões da Política Nacional de Fiscalização (PNF) permitem uma maturidade teórica, ética, política e técnica no exercício profissional do Assistente Social. Busca-se, pois, a consolidação do projeto ético-político nos espaços sócio-ocupacionais, que tem como desafio se posicionar criticamente às expressões da questão social que reitera a desigualdade social, de modo a refletir as condições ética-política, técnica-operativa e teórica-metodológica.

CAPÍTULO 2

SERVIÇO SOCIAL EM ALAGOAS: CONTEXTO E ORGANIZAÇÃO DA CATEGORIA

“Um sofrimento é sempre uma advertência, pior para quem não sabe compreendê-la. Quando a natureza puxa a corda, é porque caminhamos ao contrário; quando ela nos castiga, é que o perigo está perto. Ai, então, de quem não reflete”.

Eliphas Levi