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As particularidades da aplicação do Planejamento estratégico nas micro e pequenas

mudanças radicais elas são as primeiras a serem afetadas e ter um planejamento estratégico faz com que elas consigam acompanhar essas mudanças, aumentando seu poder de competitividade e diminuindo as chances das mesmas fecharem as portas.

2.6 As particularidades da aplicação do Planejamento estratégico nas micro e pequenas empresas

O planejamento estratégico é de extrema importância para as micro e pequenas empresas, porém na maior parte das vezes quem costuma utilizar esta ferramenta são as grandes empresas, que além de possuírem uma gama de dados disponíveis, possuem também qualidade na estrutura, além profissionais qualificados para dar suporte, elaborar e monitorar o planejamento definido. Já as pequenas empresas não possuem tantos dados assim e nem toda essa estrutura, já que uma MPE costuma ter uma estrutura bem simples, havendo o fato também de que muitas vezes o mesmo profissional costuma ser o responsável por exercer, se não todas, a maioria das atividades da empresa.

Segundo Souza e Qualharini (2007, p.08):

Em geral, as grandes empresas possuem acesso facilitado a uma gama significativamente maior de informações e contam com áreas estruturadas e profissionais com atribuições específicas voltadas ao apoio, elaboração e monitoramento do Planejamento Estratégico. Nas pequenas empresas, na maioria dos casos, se direciona a atenção para o atendimento a uma série de eventos, que dizem respeito somente ao cotidiano, pois além do aspecto multifuncional verificado entre os seus profissionais, destaca-se ainda o fato do processo de gestão ficar a cargo dos sócios-proprietários.

36 Todos esses fatos fazem com que o planejamento estratégico tenha que ter uma formulação mais específica, precisando ser adaptado para atender as necessidades dessas empresas, ou seja, é necessário que haja uma simplificação das ferramentas estratégicas para que seja possível conciliar a gestão estratégica ao dia-dia e à realidade do pequeno empresário, respeitando às limitações técnicas e financeiras das MPE s, para que elas sejam eficientes não somente nas tarefas do dia a dia, mas também em suas decisões estratégicas.

Na visão de Terence e Filho (2007, p.37):

Para o segmento das pequenas organizações, onde as especificidades de gestão influenciam, dificultam ou mesmo inibem o processo, o fundamental é considerar estas características típicas no processo estratégico. Nota-se que a pequena empresa necessita de um processo de elaboração de estratégias que esteja integrada ao dia-a-dia da empresa e nas atividades dos dirigentes e funcionários.

A elaboração do planejamento estratégico na pequena empresa vai depender da realidade que a mesma se encontra e também de suas limitações e características. Após a análise do ambiente interno e externo, o pequeno empresário estará predisposto a elaborar as estratégias que se adequem da melhor forma ao diferenciado de gestão. Estas peculiaridades, se bem exploradas e administradas, podem ser consideradas uma vantagem competitiva para as mesmas.

A utilização dessa ferramenta traz para as empresas resultados importantes e significativos, entretanto a maioria das MPE s não adotam o uso desta ferramenta, o que acarreta em uma má utilização dos recursos disponíveis, perda de materiais, de clientes e também em perdas financeiras.

As adaptações em relação a essas especificidades são de grande importância para essas pequenas empresas que estão em fase de crescimento, pois tornam o planejamento estratégico algo mais fácil de ser elaborado e aplicado, podendo assim ajudar esses pequenos negócios, que são os que mais precisam deu um planejamento a longo prazo, pelo fato de estarem em seu estágio inicial.

37 3 METODOLOGIA DE PESQUISA

Em relação aos métodos utilizados nesta pesquisa, toma-se como base a taxonomia proposta por Vergara (1998), onde a classificação da pesquisa qualifica-se em dois aspectos: quanto aos fins e quanto aos meios.

Segundo Vergara (1998, p.44): “há várias taxonomias de tipos de pesquisa, dependendo dos critérios utilizados pelos autores, havendo, entre esses tipos, dois critérios básicos: Quanto aos fins e quanto aos meios”.

Em relação aos fins, uma pesquisa pode ser definida como exploratória, descritiva, explicativa, metodológica, aplicada e intervencionista.

Quanto aos meios, uma pesquisa pode definir-se como de campo, de laboratório, telematizada, documental, bibliográfica, experimental, ex post facto, participante, pesquisa-ação e estudo de caso.

No que tange aos fins, o presente estudo será considerado explicativo e aplicado.

 Considera-se explicativo porque o objetivo deste estudo é expor os fatores que acentuam a falta da utilização do planejamento das Micro e pequenas empresas, mostrando os motivos que fazem com que isso ocorra e, de acordo com Vergara (1998, p.45):

A investigação explicativa possui como objetivo tornar algo inteligível, justificando-lhes os motivos. Visa, portanto, esclarecer quais fatores contribuem, de alguma forma, para a ocorrência de determinado fenômeno.

 Considera-se aplicado pelo fato de possuir a finalidade de colaborar com as micro e pequenas empresas de forma a ajudá-las a resolver os problemas relacionados ao planejamento, não só explicitando os problemas e barreiras que provocam a baixa utilização desta ferramenta, mas também, propondo possíveis soluções e, segundo Vergara (1998, p.45):

A pesquisa aplicada é primordialmente motivada pela necessidade de resolver problemas concretos; mais imediatos, ou não, possuindo assim uma finalidade prática e deixando de ser uma pesquisa motivada basicamente pela curiosidade intelectual.

Quanto aos meios, a presente pesquisa pode ser classificada como estudo de caso, pesquisa de campo, telematizada, documental e bibliográfica.

 Um estudo de caso porque, para alcançar os objetivos de investigação dessa pesquisa, considerou-se uma comunidade com cerca de 2000 mulheres empreendedoras de Maricá, pertencentes ao coletivo Colmeia, fundado em 2018 por Thaisa Muniz, onde mulheres empreendedoras juntaram-se para

38 impulsionar seus negócios por meio de cursos fornecidos de forma gratuita relacionados a estratégia e empreendedorismo, juntamente com os cursos de capacitação, onde aprendem sobre marketing digital, organização, finanças e atendimento ao cliente, além da organização de feiras, conectando, fortalecendo e capacitando cada vez essas empreendedoras que atuam nas mais variadas áreas como fotografia, beleza, artesanato, advocacia, fisioterapia, psicologia, loja de roupa, confeitaria, etc.

De acordo com Vergara (1998,p.47)

Um estudo de caso é circunscrito a uma ou poucas unidades, entendidas essas como uma pessoa, uma família, um produto, uma empresa, um órgão público, uma comunidade ou mesmo um país. Tem caráter de profundidade e detalhamento.

 Um estudo de campo, pelo fato de ter sido realizada uma pesquisa feita através de um questionário, aplicado em um grupo de mulheres do Coletivo Colméia, integrantes da Escola de Startups de Maricá (ESM), cuja iniciativa é uma parceria realizada entre a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar), com apoio da Fundação Euclides Cunha (FEC), que possui como objetivo orientar essas pequenas empreendedoras, capacitando-as e oferecendo-lhes suporte para que as mesmas consigam se desenvolver da melhor forma possível.

O grupo estudado foi composto por trinta mulheres, consideradas como empreendedoras sêniors, ou seja, com faixa etária maior ou igual a 45 anos, onde o objetivo era explorar até onde vai o conhecimento dessas micro e pequenas empreendedoras em relação ao Planejamento Estratégico, por meio do qual questionou-se, por exemplo, se elas sabiam para que serve essa ferramenta, se utilizam, se possuíam alguma análise em relação ao mercado interno e externo, etc. Somado a isto, também analisou-se um levantamento de dados elaborado por Thaisa Muniz, fundadora do coletivo Colméia, além de um mapeamento de competências efetuado pelo projeto da UFF na Escolas de Startups de Maricá.

Segundo Vergara (1998, p.45,46):

Pesquisa de campo é uma investigação empírica realizada no local onde ocorre ou ocorreu um fenômeno ou que dispõe de elementos para explicá-lo. Incluido-se nessa definição as entrevistas, aplicação de questionários, testes e observação participante.

 A presente pesquisa classifica-se também como telematizada, visto que utilizou-se também de informações disponíveis na internet, como por exemplos, pesquisas e levantamentos disponibilizados no site do SEBRAE e do IBGE e, de acordo com Vergara (1998, p46) “uma pesquisa telematizada

39 busca informações em meios que combinam o uso de computador e de telecomunicações. Pesquisas na Internet são um exemplo”

 O estudo também pode ser considerado documental, pois foram estudados 26 vídeos feitos pelas próprias mulheres integrantes do coletivo Colméia e da Escola de Startups de Maricá, onde as mesmas falavam brevemente sobre sua história, os motivos que as fizeram abrir um empreendimento e quais eram seus objetivos futuros e, de acordo com Vergara (1998, p.46):

Uma investigação documental é a realizada em documentos conservados no interior de órgãos públicos e privados de qualquer natureza, ou com pessoas registros, anais, regulamentos, circulares, ofícios, memorandos, balancetes, comunicações informais, filmes, microfilmes, fotografias, vídeo-tape, informações em disquete, diários, cartas pessoais e outros.

 Além disso pesquisa também pode ser considerada como Bibliográfica, pois também houve um estudo desenvolvido tendo como base livros e artigos publicados por diversos autores, além de consultas a leis. A pesquisa bibliográfica pode ser definida como um estudo desenvolvido tendo como base materiais publicados em revistas, livros, jornais, redes eletrônicas, ou seja, um material que seja acessível ao público em geral, podendo servir como instrumental analítico para algum outro tipo de pesquisa, ou podendo esgotar-se em si mesma (VERGARA, 1998).

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