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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO STA

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0 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UFF

FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS

DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO – STA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

PAMELLA BARBOSA DA FONSECA

A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PARA O CRESCIMENTO DAS MICRO E PEQUENAS

EMPRESAS NO BRASIL

NITERÓI 2022

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1 PAMELLA BARBOSA DA FONSECA

A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PARA O CRESCIMENTO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO BRASIL

Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Administração, da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do Grau de Bacharel.

Orientador: Prof. FRANCISCO JOSÉ BATISTA DE SOUSA, Ph.D.

Niterói 2022

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3 PAMELLA BARBOSA DA FONSECA

A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PARA O CRESCIMENTO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO BRASIL

Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Administração, da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do Grau de Bacharel.

_______________________________________________________

Prof. Dr. FRANCISCO JOSÉ BATISTA DE SOUSA. – Orientador Universidade Federal Fluminense

__________________________________________________________

Prof. Dr. Maurício de Souza Leão Universidade Federal Fluminense

__________________________________________________________

Prof. Dr. Américo da Costa Ramos Filho Universidade Federal Fluminense

Niterói 2022

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4 Aos meus pais, Carlos José e Michelle, que me apoiaram em toda minha caminhada acadêmica até o presente momento. A minha avó Zenir, que sempre procurou de todas as formas facilitar a minha jornada acadêmica. Ao meu avô Pedro, saudades eternas!

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5 AGRADECIMENTOS

Dedico este trabalho primeiramente a Deus, por ter me dado força e determinação para que eu chegasse até aqui, ajudando-me a superar cada dificuldade. A Ele toda honra e Glória.

À minha família, pela torcida e confiança que depositaram em mim.

À Universidade Federal Fluminense, onde tive a oportunidade de realizar o sonho de cursar um Ensino Superior.

Ao professor Francisco José Batista de Sousa por me orientar com toda dedicação e paciência para que este trabalho fosse concluído com êxito

A todos os professores que fizeram parte da minha caminhada ao longo do curso.

Às empreendedoras do Colmeia, que colaboraram grandemente para o desenvolvimento desde trabalho.

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6 RESUMO

O presente estudo visa analisar o quanto o planejamento estratégico é utilizado em micro e pequenas empresas e como esses empreendedores lidam com esse assunto, tendo como objetivo mostrar tanto a importância, quanto os benefícios que a utilização dessa ferramenta pode trazer para esses negócios, apontando também os danos que a falta da aplicação da mesma pode causar. A pesquisa foi realizada por meio de estudos bibliográficos e de campo onde, para a realização deste último, contou-se com a colaboração de mulheres empreendedoras do Coletivo Colmeia, integrantes do projeto Escolas de Startups de Maricá, realizado pela UFF em parceria com a Codemar e a FEC. A fim de obter dados a respeito do assunto, utilizou-se de questionários, levantamento de dados, mapeamentos de competências e vídeos. Após a análise dos dados obtidos, conclui-se que, entre diversos fatores, havia a necessidade de adaptar as etapas do Planejamento Estratégico à realidade dos pequenos empresários, visto que os mesmos possuem diversas limitações. Como resultado, elaborou-se um plano de negócios simplificado, que pudesse ser utilizado e compreendido facilmente, possibilitando e facilitando assim, a utilização do planejamento estratégico pelos micro e pequenos empresários, aumentando as possiblidades dos mesmos crescerem e se desenvolverem no mundo dos negócios.

Palavras-chaves: Planejamento; Planejamento Estratégico; Micro e pequenas empresas.

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7 LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 Desenvolvimento do planejamento tático Figura 2 Níveis de decisões e tipos de planejamento Figura 3 Tipos básicos de Estratégias segundo Oliveira.

Figura 4 Fases do Planejamento Estratégico

Figura 5 Ranking (em mil) das 10 atividades que mais registraram novos empreendimentos nos cinco primeiros meses de 2021

Figura 6 Ranking (em mil) das 10 atividades que mais registraram fechamento nos cinco primeiros meses de 2021

Figura 7 Você sabe para que serve o Planejamento Estratégico?

Figura 8 Há algum tipo de planejamento definido para sua empresa? Se sim, para qual prazo ele foi projetado?

Figura 9 Sua empresa possui uma missão (razão de existir) bem estabelecida?

Figura 10 Há alguma definição de objetivos e metas a alcançar?

Figura 11 Há algum tipo de análise ou acompanhamento de dados do ambiente interno?

Figura 12 Há algum tipo de análise ou acompanhamento de dados do ambiente externo?

Figura 13 Você possui consciência das forças e fraquezas que sua empresa possui no ambiente interno?

Figura 14 Você possui consciência das oportunidades e ameaças que sua empresa possui no ambiente externo?

Figura 15 Você costuma estar atento às mudanças de mercado que podem ocorrer em seu setor de atuação?

Figura 16 Você faz algum tipo de análise em relação ao macroambiente?

Figura 17 Qual a maior dificuldade na hora de elaborar um planejamento estratégico?

Figura 18 Faixa etária das mulheres entrevistadas Figura 19 Escolaridade das mulheres entrevistadas

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8 LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Valor Adicionado das Micro e Pequenas Empresas no Total das Atividades Consideradas 2014 a 2017 - em %

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9 LISTA DE ABREVIATURAS

MPE Micro e Pequenas Empresas MEI Microempreendedor Individual PME Pequenas e Médias Empresas

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas UFF Universidade Federal Fluminense

Codemar Companhia de Desenvolvimento de Maricá FEC Fundação Euclides Cunha

ESM Escolas de Startups de Maricá

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10 SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 11

1.2 OBJETIVO GERAL ... 13

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 13

2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 15

2.1 Planejamento ... 15

2.2 Estratégia ... 20

2.3 Planejamento Estratégico ... 25

2.4 Micro e Pequenas empresas no Brasil ... 30

2.5 A aplicação do planejamento estratégico nas micro e pequenas empresas ... 33

2.6 As particularidades da aplicação do Planejamento estratégico nas micro e pequenas empresas ... 35

3 METODOLOGIA DE PESQUISA ... 37

3.1 Estudo de Campo ... 39

4 ESTUDOS ... 42

4.1 Cenário das micro e pequenas empresas do Brasil... 42

4.2 Estudo de Campo ... 43

4.2.1 Questionário ... 44

4.2.2 Levantamento de Dados da Colmeia ... 51

4.2.3 Mapeamento de Competências ... 53

4.2.4 Vídeos ... 54

5 PROBLEMATIZAÇÃO ... 56

5.1 Elaboração do Plano de Negócios Simplificado ... 57

6 CONCLUSÃO ... 60

REFERÊNCIAS ... 62

APÊNDICES ... 64

ANEXOS ... 70

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11 1 INTRODUÇÃO

No Brasil, há um grande número de micro e pequenas empresas que surgem todos os anos, gerando muitos empregos e representando quase 1/3 do PIB brasileiro (SEBRAE,2020). Durante a Pandemia do Covid-19, esse número que já era alto cresceu ainda mais, pelo fato de muitas pessoas terem perdido o emprego e terem que se refazer para conseguirem alguma renda. Um levantamento feito pelo SEBRAE mostra que com o agravamento da pandemia mais de 1 milhão de micro e pequenas empresas (MPE‟s) foram abertas no Brasil entre janeiro e abril de 2021.

Porém, apesar da alta taxa de natalidade de MPE‟s, o número de mortalidade também é muito alto. A mesma pesquisa mostra que nos mesmos cinco primeiros meses de 2021, 316,8 mil MPE‟s foram fechadas no país, o que corresponde a aproximadamente 31% do total de empreendimentos fechados ao longo de todo o ano passado.

Infelizmente esse é o retrato de grande parte dessas empresas, que acabam fechando antes de completar cinco anos de funcionamento. Esse alto número de fechamento acontece por diversos motivos, dos quais pode-se citar a falta de experiência, falta de conhecimento, taxas de juros muito altas, falta de capital, falta de controle financeiro e falta de planejamento. Esse último é um dos fatores que mais afeta as micro e pequenas empresas, principalmente a ausência do Planejamento Estratégico, que está relacionado ao longo prazo, visto que a maioria dessas empresas não conseguem chegar nem a cinco anos de funcionamento.

Não ter um Planejamento Estratégico bem definido revela a falta de vários fatores importantes para que uma empresa possa analisar a situação na qual se encontra. Dentro disso, pode-se citar a falta da definição de objetivos e metas que a empresa deseja atingir, a falta da análise do ambiente externo e interno, entre outros, o que faz com que a caminhada do empreendedor seja ainda mais difícil e arriscada.

Pelo fato de não ser uma ferramenta muito divulgada em meio às micro e pequenas empresas, muitos empreendedores acabam por não utilizá-la. Isso também se deve ao fato de que grande parte das pessoas que abrem um negócio, visam, inicialmente, somente o retorno a curto prazo como por exemplo, o retorno financeiro, sem analisar o que pode ocorrer com seu negócio e com o ambiente em que o mesmo está inserido, após alguns anos de funcionamento.

Além disso, há também o fato de o Planejamento Estratégico ser uma ferramenta muito mais utilizada em grandes empresas, fazendo com que sua estruturação e suas ferramentas sejam elaboradas para serem utilizadas por organizações que possuem grande volume de dados disponíveis e recursos, tanto humano quanto financeiros para investir na aplicação do mesmo. Tudo isso faz com

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12 que o Planejamento Estratégico seja visto pelos micro e pequenos empreendedores como algo difícil de ser elaborado (SOUZA;QUALHARINE,2007).

A grande questão, é que sem um planejamento definido a empresa acaba ficando sem saber onde irá chegar, estando sempre despreparada para as ameaças que possam surgir, deixando-a muito frágil diante de um mercado cada vez mais competitivo, imprevisível e exposta às mais variadas ameaças.

Isso traz à tona a necessidade que essas micro e pequenas empresas possuem de ter um planejamento a longo prazo e, para que isso seja possível, é necessário que haja uma simplificação nas etapas de elaboração do Planejamento Estratégico, visto que essas empresas possuem diversas limitações técnicas e financeiras. Dessa forma, a ferramenta se tornará acessível aos pequenos empreendedores fazendo com que seja possível conciliar a gestão estratégica com o dia-dia do pequeno empresário.

Tendo acesso de forma simplificada a essa ferramenta, o empreendedor terá a chance de conhecer melhor todos os aspectos do seu negócio, podendo estabelecer objetivos e metas e analisar seus pontos fortes e fracos, além das ameaças e oportunidades que rodeiam a empresa, podendo assim, saber no que ele deve investir seus recursos e em quais pontos é preciso ter cautela. Como resultado, o planejamento estratégico traz mais segurança aos pequenos empreendedores, visto que, ao longo de sua elaboração, os mesmo irão adquirir autoconhecimento a respeito do próprio negócio, o que facilitará as tomadas de decisão.

A partir disso, este estudo foca em mostrar os inúmeros benefícios que a construção de um bom Planejamento Estratégico pode trazer aos micro e pequenos empreendedores, mostrando também as Ferramentas de apoio que podem ser utilizadas para a elaboração do mesmo, como por exemplo, a Matriz SWOT. .

O assunto será tratado especificamente para a aplicação nas MPE‟s, visto que essas são as empresas que possuem menos informações a respeito do assunto, além de grandes dificuldades na hora da aplicação do mesmo.

Sendo assim, a presente pesquisa possui como questão-problema averiguar quais são as maiores barreiras que impedem que o Planejamento Estratégico seja amplamente utilizado entre os micro e pequenos empreendedores.

Para a realização desse estudo, contou-se com a participação de mulheres empreendedoras do coletivo Colmeia, integrantes do projeto da Escola de Startups de Maricá, realizado pela Universidade Federal Fluminense (UFF) em parceria com a Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar) e a Fundação Euclides Cunha (FEC), possuindo sede no município de Maricá alcançando, também, mulheres de Niterói e São Gonçalo. As mesmas colaboraram com esta pesquisa através de questionários e gravação de vídeos que pudessem expor da forma mais

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13 detalhada possível a forma como cada uma delas lida com o Planejamento Estratégico, buscando analisar as maiores dificuldade que as impedem de utilizá-lo.

Levando em consideração todos esses fatores, essa pesquisa possui a intenção de colaborar, não só com as empreendedoras que participaram das pesquisas, mas com todos os micro e pequenos empresários, procurando esclarecer da forma mais detalhada possível as utilidades do Planejamento Estratégico, mostrando o quanto isso pode ajudá-los.

Sendo assim, a fim de atingir o fim desejado o presente estudo foi estruturado da seguinte forma: Introdução, Referencial Teórico, Metodologia de Pesquisa, Estudos, Problematização e Conclusão. Ao final há também as referências, apêndices e anexos utilizados ao longo desse estudo.

Como resultado dessa pesquisa elaborou-se, junto ao projeto da UFF na Escola de Startups de Maricá, um modelo de Plano de negócios simplificado, que possa ser facilmente compreendido e preenchido e que ofereça aos micro e pequenos empreendedores uma análise geral do seu negócio, de forma a esclarecer para os mesmos quais as oportunidades para alavancar sua empresa e em quais pontos ele deve melhorar.

Dessa forma, esse trabalho visa, por mais que de forma simples, tentar facilitar a caminhada dos empreendedores, fazendo com que os mesmos tenham o Planejamento Estratégico como um aliado e não como algo caro e impossível de ser feito, colaborando assim, para o desenvolvimento e crescimento de seus negócios, buscando, também, amenizar o alto índice de mortalidade dessas empresas.

1.2 OBJETIVO GERAL

O presente estudo possui como Objetivo Geral, explicitar a importância da aplicação e utilização do Planejamento Estratégico para o crescimento das micro e pequenas empresas do Brasil, analisando em qual proporção essa ferramenta é utilizada em empresas desse porte, buscando averiguar quais são as maiores barreiras e dificuldades que impedem grande parte dos micro e pequenos empreendedores de se beneficiarem com tal recurso.

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Esta pesquisa possui como Objetivos Específicos os seguintes fatores:

 Destacar a importância das MPE‟s na economia brasileira.

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 Esclarecer o conceito e a utilização do Planejamento Estratégico.

 Mostrar como a aplicação do Planejamento Estratégico pode favorecer uma micro e pequena empresa.

 Analisar em qual proporção essa ferramenta é utilizada por micro e pequenos empreendedores.

 Averiguar quais são as maiores dificuldade que impedem a utilização do Planejamento por grande parte desse público.

 Colaborar com o micro e pequeno empreendedor elaborando um Plano de ação simplificado que os permita se beneficiarem da utilização dessa ferramenta.

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15 2 REFERENCIAL TEÓRICO

Para que haja uma boa compreensão do estudo e seu contexto, definiu-se, por meio de diversas referências, cada termo importante para a construção do mesmo, conceituando-lhes da forma que foram utilizados neste trabalho.

Sendo assim, expõe-se como tratou-se, ao longo deste estudo, os seguintes termos:

 Planejamento;

 Estratégia;

 Planejamento Estratégico;

 Micro e pequenas empresas;

 A aplicação do planejamento estratégico nas micro e pequenas empresas e;

 As particularidades da aplicação do Planejamento Estratégico nas micro e pequenas empresas.

2.1 Planejamento

O planejamento é a fase inicial do ciclo PODC (planejar, organizar, dirigir e controlar) sendo umas das fases mais importantes, já que é ela que norteará todas as outras. Em meio às etapas do processo administrativo, a do planejamento é a que permite com que a empresa consiga definir um norte, visto que o objetivo do mesmo é traçar um percurso no qual organização deve percorrer para conseguir trilhar um caminho de sucesso, estabelecendo um plano a ser seguido bem definido contendo objetivos, metas e tarefas a curto, médio ou longo prazo, fazendo isso de forma coerente com os recursos e ferramentas disponíveis e levando em consideração dados relacionados ao ambiente interno e externo à empresa, analisando também os meios e as ações mais eficazes para atingir o fim desejado (OLIVEIRA,2007).

A elaboração do planejamento é uma das primeiras coisas que devem ser feitas na hora de abrir um negócio e que deve ser refeito de período em período, visando novas metas a serem conquistadas.

De acordo com Fonseca, Gonçalves e Souza (2019, p.05), o Planejamento no contexto empresarial é um processo que estabelecem objetivos e procedimentos a serem adotados pela empresa; procedimentos para realizar ações necessárias para alcançar o objetivo estabelecido.

O planejamento tem como principal objetivo analisar a situação atual na qual a empresa se encontra, conseguindo assim, delinear como a mesma deseja estar futuramente, analisando quais recursos serão necessários para conquistar isso.

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16 De acordo com Oliveira (2007, p.05):

O processo de planejar envolve, portanto, um modo de pensar, e um salutar modo de pensar que envolve indagações, e indagações envolvem questionamentos sobre o que fazer, como, quando, quanto, para quem, por que, por quem e onde.

As incertezas que rodeiam o futuro das empresas são muitos e ter um planejamento bem estruturado é uma das formas de amenizar essa situação, dando a possibilidade das empresas poderem analisar quais ameaças podem atingi-las e quais oportunidades podem ser aproveitadas.

Para Lacombe (2008, p.162):

O ato de planejar consiste em decidir antecipadamente o que fazer, de que maneira fazer, quando fazer e quem deve fazer, servindo como uma ponte entre o ponto no qual a empresa se encontra e aonde a mesma quer chegar, utilizando para isso os recursos de todas as naturezas que a empresa possui disponível, podendo ser financeiros, humanos, tecnológicos, insumos e informações.

Dessa forma, pode-se dizer que o ato de planejar é como se fosse uma antecipação do futuro a partir da análise da situação atual da empresa, onde define- se onde se quer chegar e quais tipos de atitudes e estratégias serão necessárias para que esse resultado seja atingido, além de determinar os recursos necessários para atingi-los (BATEMAN; SNELL,1998)

Além disso, a utilização do planejamento pode ampliar as chances de sucesso de uma empresa, podendo também reduzir o número de incertezas, entre outros pontos positivos, como ajudar no autoconhecimento da empresa, incluindo o conhecimento das competências e limitações da mesma, dessa forma a organização pode direcionar de forma mais eficiente seus recursos, evitando assim, a perda de tempo e de recursos disponíveis.

De acordo com Oliveira (2007, p.04) o planejamento é elaborado para que a empresa consiga alcançar a situação futura desejada, de modo mais eficiente, eficaz e efetivo, concentrando da melhor forma seus esforços e recursos.

Ainda de acordo com Oliveira (2007, p.05):

O propósito do planejamento pode ser definido como o desenvolvimento de processos, técnicas e atitudes administrativas, as quais proporcionam uma situação viável de avaliar as implicações futuras de decisões presentes em função dos objetivos empresariais que facilitarão a tomada de decisão no futuro de modo mais rápido, coerente, eficiente e eficaz.

Como o planejamento lida com a tentativa de antecipação do futuro ele é muito importante para a sobrevivência de uma empresa quando ambiente é extremamente instável e de muita competição e não ter um objetivo definido faz com que a organização fique à deriva, sem saber para onde está indo e onde irá chegar e

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17 nesse meio de incertezas, sem nenhum tipo de controle sobre o que vem pela frente, os resultados podem ser trágicos.

Segundo Maximiano (2000, p.175):

Para uma organização, o futuro torna-se incerto quando a insuficiência de informações sobre o comportamento da concorrência, dos consumidores, fornecedores, fontes de financiamentos e outros segmentos relevantes do ambiente, tornando-se ainda mais incerto quando há concorrentes buscando o mesmo objetivo: conquistar os mesmo clientes, desenvolver um produto para o mesmo mercado ou assegurar o controle de uma mesma fonte de matéria prima.

Por ser uma etapa bem complexa, o planejamento é dividido em 3 níveis:

Estratégico, Tático e Operacional, sendo feitos para longo, médio ou curto prazo, respectivamente, dependendo da necessidade de cada empresa e cada situação.

O Planejamento Estratégico é definido por Lacombe (2008, p.163) como um planejamento sistêmico das metas de longo prazo e dos meios disponíveis para alcança-las, ou seja, aos elementos estruturais mais importantes da empresa e à sua área de atuação, onde devem ser considerados todos os aspectos que rodeiam a empresa, seja eles relacionados tanto aos fatores internos da empresa, quanto aos fatores externos na qual a mesma está inserida, a fim de garantir bons resultados no crescimento da empresa a longo prazo.

Para isso, segundo este último autor, é necessário que inicialmente se faça um diagnóstico plausível da situação inicial da empresa, para que após seja definida qual posição a mesma deseja alcançar e em qual prazo, bem como a estratégia que viabilizará o acontecimento disso.

Após analisar a situação atual da empresa, faz-se necessário a criação de possíveis cenários que podem afetar ou ajudar a empresa a atingir essas metas. Um cenário seria uma espécie de previsão da situação geral do ambiente interno e externo de uma empresa, considerando o momento presente, para determinada época futura, feita normalmente com a intenção de formular um planejamento estratégico.

O cenário traçado deve ser bem abrangente, incluindo as funções da empresa, os produtos/ serviços que a mesma oferece, a forma como ela deseja relacionar-se com os clientes, funcionários, fornecedores, acionistas, etc. Após a definição desses fatores, une-se isto, também, com a analise do ambiente externo. A junção de todos esses dados permite que a empresa consiga elaborar um planejamento estratégico, descrevendo o que deve ser feito para que a empresa consiga chegar onde deseja.

Vale ressaltar que o Planejamento Estratégico, apesar de se desdobrar por toda a organização, é efetuado com uma visão mais sistêmica da empresa, onde as metas e os objetivos não são extremamente detalhados, possuindo uma natureza

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18 indicativa, sem entrar em detalhes, pois essa função cabe ao planejamento tático e operacional, onde os objetivos traçados nessa etapa são desdobrados e colocados em prática.

Dessa forma conclui-se que o nível estratégico do planejamento é a fase onde ocorrem as tomadas de decisões sobre os objetivos de longo prazo, onde os mesmos envolvem a organização ao todo.

É importante destacar também que o planejamento precisa ser frequentemente revisto, para checar se a empresa está indo em direção aos objetivos, traçados, visto que podem ocorrer diversas mudanças de cenários, tanto no ambiente interno, quanto no ambiente externo.

Ainda segundo Lacombe (2008, p.164):

O Planejamento Estratégico deve evitar a miopia da empresa, ou seja, que os administradores suponham que os produtos, clientes, mercados ou tecnologias de hoje continuem sendo os de amanhã.

Já em relação ao Planejamento Tático, Oliveira (2008, p.18,19) o define como o nível do planejamento que trabalha com a decomposição dos objetivos, estratégias e políticas estabelecidos no Planejamento Estratégico, otimizando determinada área de resultado, e não a empresa como um todo.

Dessa forma, o planejamento tático é desenvolvido pelos níveis organizacionais intermediários da empresa, tendo como principal finalidade, utilizar da maneira mais eficiente possível os recursos disponíveis na empresa para o atingimento dos objetivos previamente fixados, segundo uma estratégia previamente determinada (Figura 1).

Sendo assim, pode-se concluir que o planejamento tático que constrói um ambiente adequado para que as ações estabelecidas no planejamento estratégico sejam realizadas da melhor maneira possível, obtendo resultados satisfatórios.

Sendo assim, ela atinge o nível departamental das empresas, podendo envolver até mesmo um único processo de ponta a ponta.

Além disso, pode-se destacar que o nível tático foca no médio prazo e desdobra os amplos objetivos e planos estratégicos, tornando-os mais específicos e relevantes para cada departamento definido dentro de uma organização, focalizando as principais ações que cada um deles deve empreender para realizar sua parte no alcance dos objetivos determinados no planejamento estratégico.

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19 Figura 1- Desenvolvimento do planejamento tático.

Fonte: Oliveira (2007, p.18), adaptado pelo autor.

Já o último nível de planejamento, o operacional, é definido segundo Oliveira (2008, p.19) como a formalização, principalmente através de documentos escritos, das metodologias de desenvolvimento e implantação estabelecidas nos níveis de planejamento anteriores, fazendo com que nessa etapa sejam elaborados os planos operacionais, que correspondem a um conjunto de parte homogêneas do planejamento tático.

Oliveira (2008, p.19) também ressalta que os planejamentos operacionais devem conter os seguintes detalhes:

• Os recursos necessários para seu desenvolvimento e implantação;

• Os procedimentos básicos a serem adotados;

• Os resultados finais esperados;

• Os prazos estabelecidos; e

• Os responsáveis por sua execução e implantação.

Com isso, pode-se concluir que o planejamento operacional é onde ocorre a ramificação do nível tático, identificando-se os procedimentos e processos específicos requeridos no dia a dia na área operacional da organização, possuindo como foco o curto prazo e as atividades rotineiras, onde os objetivos são bem definidos e detalhados.

Somando tudo isso, têm-se três níveis de decisão na etapa do planejamento, como pode-se observar na Figura 2.

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20 Figura 2- Níveis de decisões e tipos de planejamento

Fonte: Oliveira (2007, p.15), adaptado pelo autor.

Dessa forma, pode-se dizer o que o nível de planejamento estratégico possui uma visão a longo prazo, afetando a empresa como um todo, enquanto o nível de planejamento tático possui uma visão a médio prazo, destrinchando os objetivos estabelecidos nos planos estratégicos e dirigindo-os para os departamentos da empresa; e o planejamento operacional, que é feito a curto prazo, destrincha por sua vez os planos elaborados no nível tático, pondo-os em pratica nas tarefas do dia a dia da empresa.

Sendo assim então, conclui-se que o planejamento é de extrema importância para qualquer organização, pois a utilização do mesmo aumenta a probabilidade de crescimento da empresa, reduzindo os níveis de incertezas envolvidas no processo decisório.

2.2 Estratégia

O vocábulo Estratégia e suas utilidades surgiram inicialmente no meio das guerras, onde ser estratégico era relacionado á arte de fazer guerra de um militar, caracterizando as habilidades gerenciais de administração, oratória, liderança e poder. Em um ambiente extremamente agressivo onde todos queriam vencer, era necessário ter um caminho a trilhar bem definido para que a vitória fosse conquistada. Somente anos depois esse termo passou a ser utilizado no campo empresarial, visto que as empresas vivem num mundo competitivo onde é necessário definir cada passo para que seja possível atingir os objetivos traçados pela mesma.

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21 De acordo com Chiavenato e Sapiro (2004, p. 27):

A guerra foi o cenário em que nasceu o conceito de estratégia, como é usualmente entendido. A experiência militar em situações de guerra serviu de base para as novas ideias. A adaptação da terminologia militar para os negócios das organizações começou após a Revolução industrial em meados do século XIX e teve sua época de ouro no decorrer do século XX, quando as organizações começaram a utilizar conceitos militares de estratégia em suas operações comerciais.

Com o passar dos anos o termo estratégia ganhou diversas definições, não havendo especificamente uma errada ou uma correta, e sim, diversas abordagens do mesmo assunto, onde cabe à empresa escolher qual delas irá se aplicar melhor de acordo com a situação na qual se encontra. De acordo com Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000, p. 21), ainda não há “uma definição simples de estratégia, mas, existem hoje, algumas áreas gerais de concordância a respeito da natureza da estratégia”

De acordo com Chiavenato (1983, p.250), a estratégia pode ser definida como

“a mobilização de todos os recursos da empresa no âmbito global visando atingir objetivos a longo prazo''.

Atualmente esse termo tem feito cada vez mais parte do ambiente empresarial. Com o mercado cada vez mais competitivo é necessário que a organização possua boas estratégias para conseguir melhorar cada vez mais seu posicionamento perante o mercado no qual atua, estratégias essas que podem ser competitiva, corporativa, etc. Ou seja, a estratégia é basicamente um conjunto de ações relacionadas ao ambiente que rodeia a empresa.

De acordo com Fonseca, Gonçalves e Souza (2019, p.07):

A estratégia dentro de uma empresa é a grande responsável pelo seu sucesso ou por seu fracasso, por esse motivo, deve sempre ser praticada e desenvolvida, para que novas formas de negócios e novas oportunidades possam ser pensadas com o objetivo de aumentar os rendimentos da corporação.

Além disso, a estratégia permeia todo o planejamento a longo prazo de uma organização, pois é ela quem irá apontar qual caminho deve-se seguir para atingir um fim desejado. Somando-se a isso, a aplicabilidade da estratégia no meio empresarial veio para trazer à tona a importância de analisar não somente o ambiente interno, mas também o ambiente externo da organização, onde questiona- se quais pontos são a favor e quais pontos ameaçam o sucesso da empresa, fazendo com que a mesma consiga trabalhar da melhor forma possível todos os recursos e oportunidades disponíveis.

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22 Segundo Bateman e Snell (1998, p. 124):

A estratégia que uma organização implementa é uma tentativa de equilibrar habilidades e recursos da organização com as oportunidades encontradas no ambiente externo, isto é, cada organização tem certos pontos fortes e certos pontos fracos.

É importante ressaltar também que a estratégia de uma empresa não deve ser inflexível, pois ao longo do caminho pode ser que seja necessário fazer alguns ajustes, para que a organização não desvie do objetivo final previamente fixado.

De acordo com Fonseca, Gonçalves e Souza (2019, p.07):

A estratégia não é um plano rígido, devendo ter flexibilidade para considerar os ajustes que precisam ser feitos, ao longo do caminho. Acima de tudo, é uma oportunidade de aprendizado para toda a empresa.

Sendo assim a estratégia seria a definição de um ponto de partida, onde seria escolhido o melhor caminho que a empresa deve trilhar para conseguir tirar o máximo de proveito de todos os pontos fracos e fortes, oportunidades e ameaças, fazendo com que a organização saiba quais atitudes tomar em relação ao seu ambiente externo e também interno, podendo ser adaptado de acordo com as necessidades, não sendo algo rígido, pois a estratégia feita inicialmente pode sofrer alterações ao longo da trajetória da organização, já que as variações organizacionais estarão sempre presentes e como o ambiente interno e externo então mudando frequentemente, isso faz necessário que haja feedbacks permanentes em relação a estratégia inicial adotada. Essa flexibilidade é muito importante para que a empresa consiga atingir seus objetivos com sucesso.

De acordo com Oliveira (2007, p.184) há diversos tipos de estratégias, que devem ser escolhidas de acordo com o objetivo que deseja-se atingir.As estratégias podem ser estabelecidas de acordo com a situação da empresa, podendo estar voltada à sobrevivência, manutenção, crescimento ou desenvolvimento; podendo também ser combinada, de forma que aproveite todas as oportunidades possíveis, e utilizando a estratégia certa no momento certo.

Oliveira ( 2008, p.183 à 193) define essas estratégias da seguinte forma:

Estratégia de sobrevivência: São adotadas somente em casos extremos, quando não há nenhuma outra alternativa, ou seja, quando o ambiente e a empresa apresentam perspectivas caóticas, como altos índices de pontos fracos internos e grandes ameaças externas. Qualquer outra situação, que não seja essa descrita, que a empresa decida utilizar esse método, pode provocar consequências desastrosas. Nesse caso a empresa precisa parar os investimentos e reduzir, ao máximo possível as despesas, havendo assim a redução de custos e desinvestimentos. Esse tipo de estratégia não costuma ser utilizada por longos

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23 períodos, pois dessa forma as chances da organização ser engolida pelo mercado e seus concorrentes são muito grandes.

Estratégia de Manutenção: Nesse caso, a empresa encontra-se em meio a um ambiente com muitas ameaças, porém, ela possui um ponto a favor de si mesma, que são uma série de pontos fortes, como disponibilidade financeira, recursos humanos, tecnologia etc, que deverão ser usufruídos ao máximo, a fim de minimizar os impactos causados pelas ameaças que a rodeiam, podendo assim, minimizar seus pontos fracos, bem como maximizar os pontos fracos da concorrência e evitar ou minimizar a ação de seus pontos fortes. Essa estratégia pode se apresentar de três formas diferentes, dependendo do objetivo que deseja ser alcançado, podendo ser de estabilidade, quando o fator que está em mais ameaça é o financeiro; de nicho, quando a empresa dedica-se a um único produto, ou único mercado, ou única tecnologia, ou único negócio, e não há interesse em desviar seus recursos para outras atuações; e de especialização, que ocorre quando a empresa procura conquistar ou manter liderança no mercado através da concentração dos esforços de expansão numa única ou em poucas atividades da relação produtos versus mercados. Sendo assim, pode-se dizer que a estratégia de manutenção é aderida quando a empresa está enfrentando ou espera encontrar dificuldades, e a partir dessa situação prefere tomar uma atitude defensiva diante das ameaças.

Estratégia de crescimento: Ocorre quando o ambiente está proporcionando diversas situações favoráveis para o crescimento da empresa, porém a mesma possui a predominância de pontos fracos. Nesse caso, apesar dos pontos fracos, a empresa pode transformar essas situações favoráveis em oportunidades para alavancar seu negócio, podendo, por exemplo, lançar novos produtos e serviços, aumentar o volume de vendas etc. Essa estratégia pode se apresentar de quatro formas diferentes, podendo ser de inovação, que é quando a empresa procura antecipar-se a seus concorrentes através de frequentes desenvolvimentos e lançamentos de novos produtos e serviços; de internacionalização, que ocorre quando a empresa estende suas atividades para fora do país de origem; de Joint Venture, que ocorre quando deseja-se entrar em um novo mercado, onde duas empresas trabalham em conjunto para produzir um produto; e a de expansão, que é a que precisa de mais atenção, caso seja utilizada, pois se a mesma não for bem planejada, pode fazer com que a empresa seja absorvida pelo Governo ou por outras empresas nacionais ou multinacionais.

Estratégia de Desenvolvimento: Nesse caso, a empresa diante de um cruzamento de pontos fortes e de oportunidades, favorecendo o desenvolvimento e crescimento da empresa, podendo ser tanto em relação à procura de novos mercados, quanto à conquista de novos clientes, ou até mesmo à utilização de novas tecnologias. Nesse caso a empresa costuma a aparecer como multidivisionada em empreendimentos diversos e assume, frequentemente, a forma de conglomerado dirigido a partir de uma empresa holding. Essa estratégia pode se

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24 apresentar de cinco formas diferentes, podendo ser de mercado que acontece quando a organização procura aumentar suas vendas, levando seus produtos e serviços a novos mercados; de produtos ou serviços, que ocorre quando a empresa também procura aumentar o volume de vendas, porém para seus mercados atuais, fazendo isso mediante o desenvolvimento de seus produtos e/ou serviços;

financeiro, que ocorre quando há duas empresas de um mesmo grupo empresarial, podendo ser autônomas e até mesmo concorrentes, onde uma apresenta poucos recursos financeiros e grandes oportunidades no mercado e a outra, o inverso (ponto forte em recursos financeiros e poucas oportunidades mercadológicas).

Nesse caso essas duas empresas se juntam, tornando-se uma só organização que passa a ter tanto ponto forte em recursos financeiros quanto oportunidades no mercado. Outra forma que a estratégia de desenvolvimento pode surgir seria como desenvolvimento de capacidades e de estabilidades. A primeira ocorre quando uma empresa com ponto fraco em tecnologia e alto índice de oportunidades usufruídas e/ou potenciais, e outra empresa com ponto forte em tecnologia, mas com baixo nível de oportunidades no mercado se juntam; e a segunda e última ocorre quando há uma fusão entre empresas que procuram tornar suas evoluções uniformes, principalmente, quando isso se refere ao fator mercadológico.

Com esses vários tipos de estratégias disponíveis, basta escolher qual delas melhor se encaixa com a necessidade da empresa, de acordo com a situação na qual a mesma se encontra no momento da análise.

A figura 3 traz mostra como esses tipos de relacionam-se.

Figura 3 – Tipos básicos de Estratégias segundo Oliveira.

Fonte: Oliveira (2007, p.192), adaptado pelo autor ( 2022).

EXTERNO

Predominância de Pontos Fracos Predominância de Pontos Fortes INTERNO

Diagnóstico

Redução de custos

Desinvestimento

Liquidação de negócio Postura estratégica

de sobrevivência

Postura estratégica de manutenção

Estabilidade

Nicho

Especialização Postura estratégica

de crescimento

Postura estratégica de desenvolvimento

• Inovaçao

• Internacionalização

• Joint venture

• Expansão

• De mercado

• De produtos

• Financeiro

• De capacidades

• De estabilidade

• Diversificação:

- Horizontal - Vertical - Concêntrica - Conglomerada - Interna - Mista Predominância

de Ameaças

Predominância de Oportunidades

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25 Com isso, pode-se dizer que a formulação de uma boa estratégia possui grande impacto no resultado de uma empresa, já que a elaboração da mesma permite que a organização analise melhor seus pontos fracos e fortes, a fim de ter consciência da situação que a mesma encontra-se no mercado, utilizando isso para defende-se das ameaças e para aproveitar da melhor forma possível as oportunidades que podem favorecer o desenvolvimento da empresa.

2.3 Planejamento Estratégico

O Planejamento Estratégico é uma ferramenta de gestão utilizada para a elaboração de objetivos e metas a longo prazo, listando os objetivos que devem ser atingidos, fazendo isso partir da análise minuciosa de todos os fatores que podem afetar a empresa, seja no ambiente interno (área de produção, finanças, administrativa, etc) ou externo (mão de obra, concorrentes, clientes, etc), analisando também o macro ambiente (leis, tecnologia, economia, política, etc) no qual a organização está inserida.

Segundo Maximiano (2000, p.203), o Planejamento Estratégico consiste em definir objetivos para a relação com o ambiente, levando em conta os desafios e as oportunidades internos e externos.

O Planejamento Estratégico envolve a tomada de decisões sobre os objetivos e estratégias de longo prazo. Os Planos estratégicos têm uma orientação externa forte e envolvem as partes principais da organização (BATEMAN;SNELL,1998)

Com isso, para elaborar-se um bom Planejamento Estratégico, inicialmente faz-se necessário que haja uma coleta de dados contendo informações sobre diversos fatores da empresa, além de um estudo sobre suas forças, fraquezas, oportunidades e ameaças. O Planejamento possui como objetivo, após analisar a situação atual da empresa, construir um plano de ação que será utilizado como base para que a empresa consiga atingir seus objetivos a longo prazo, aproveitando todas as oportunidades que surjam ao longo da sua caminhada.

De acordo com Calcagnotto (1995, p.69):

O processo de planejamento estratégico é composto por um conjunto de decisões e ações que resultam na formulação e implementação de estratégias desenhadas para atingir os objetivos de uma organização. Não é somente uma posição escolhida no mercado, mas uma maneira definitiva de ser percebido pelos membros desse mercado.

Ao elaborar-se um planejamento estratégico, é preciso ter a consciência de que o mercado e todos os outros fatores que afetam a empresa estão em constante mudança. Após fazer uma análise da situação atual, a empresa precisa ter ciência

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26 de que daqui há alguns anos muitos fatores a impactarão de forma diferente. Para que isso não resulte em prejuízos e para que a empresa consiga construir um planejamento estratégico que a traga segurança diante aos possíveis obstáculos que venham surgir ao longo do caminho, faz-se necessário elaborar a cenarização de possíveis situações futuras, analisando como lidar com cada uma delas da forma mais plausível possível.

Segundo Fonseca, Gonçalves e Souza (2019, p.8):

A ferramenta tem em sua essência, ajudar no processo decisório e dar rumo aos objetivos de uma organização. A estratégia de uma empresa tem como objetivo obter vantagem competitiva, uma vez que a empresa à tem, torna- se capaz de gerar maior valor econômico do que empresas rivais. Porém é necessário ter em mente que os mercados, as pessoas e as necessidades mudam a cada dia.

Além disso, o Planejamento estratégico é fundamental na hora de direcionar os objetivos e metas para todas as instâncias administrativas, indo de cima para baixo, permeando toda a empresa e destrinchando-se nos planejamentos a médio e curto prazo, que se estendem por toda a organização, direcionando qual a função de cada setor e quais tarefas os colaboradores devem exercer para que todos consigam alcançar o fim desejado.

De acordo com Souza e Qualharini ( 2007, p.04):

Planejamento Estratégico considera percepções organizacionais dedicadas à visão sistêmica da empresa, onde devem ser priorizadas inicialmente as decisões de maior abrangência e influência nos objetivos e metas empresariais. É importante fundamentar as decisões de forma a atingir desde a estrutura organizacional da empresa até atingir os processos produtivos, administrativos ou prestação de serviços.

O planejamento estratégico também proporciona uma visão a longo prazo dos objetivos da empresa, que bem formulado é fundamental para o crescimento da mesma, seja ela grande ou pequena, pois é a partir dele que a organização consegue verificar a melhor forma de lidar com os desafios e oportunidades do ambiente externo, e com as forças e fraquezas do ambiente interno. Além disso, o planejamento faz com que a empresa consiga criar um diferencial competitivo, ajudando-a também a direcionar seus recursos para o que é realmente necessário e importante para atingir seus objetivos.

Segundo Rasmussen (1990, p.57) “a atividade do planejamento estratégico estimula o desenvolvimento e o crescimento da organização no cumprimento dos objetivos estratégicos estabelecidos pelo mesmo”

Para a elaboração de um bom Planejamento Estratégico, há algumas definições e análises que devem ser feitas minuciosamente, onde se faz necessário

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27 o estabelecimento da missão, visão e valores da empresa; traçar os objetivos e metas que a organização deseja alcançar; a análise ambiental interna e externa;

análise do macro ambiente, entro outros.

De acordo com Oliveira (2007, p.42), a elaboração e implementação do Planejamento Estratégico consiste em quatro fases básicas: Diagnóstico Estratégico, Missão da empresa, Instrumentos prescritivos e quantitativos e, por último, a fase de Controle e avaliação, como mostra a Figura 4.

Figura 4 – Fases do Planejamento Estratégico

Fonte: Oliveira (2007), adaptador pelo autor.

Oliveira (2007, p. 42 a 55) define cada uma dessas etapas da seguinte forma:

Diagnóstico Estratégico: Consiste em analisar a situação atual da empresa, subdividindo-se em algumas etapas. A primeira delas é a definição da visão da empresa, que representa como a empresa deseja ser em um futuro próximo ou distante. Seriam como os principais responsáveis para a empresa conseguir enxergar dentro de um período de tempo mais longo em uma abordagem mais ampla. A segunda etapa refere-se à identificação dos valores da empresa, que representam o conjunto dos princípios, crenças e questões éticas fundamentais da mesma, fornecendo sustentação a todas as suas principais decisões. A disseminação dos valores de uma empresa possui elevada influência na qualidade do desenvolvimento e também na operacionalização do planejamento estratégico. A terceira etapa é a análise externa, onde verificam-se as ameaças e oportunidades que podem afetar a empresa de forma positiva ou negativa, analisando-se vários fatores, como os fornecedores, os clientes, a concorrência, a mão de obra, entre outros. A quarta e última etapa é análise interna, onde verifica-se os pontos fracos e fortes da empresa, fazendo isso através da análise de alguns fatores como o aspecto organizacional, financeiro, Pessoal, de produção, de marketing, entre outros.

(29)

28 Missão da Empresa: consiste em elaborar a missão da empresa e definir o posicionamento estratégico da mesma. Essa fase também se decompõe em algumas etapas, na qual a primeira consiste em descrever a missão da organização, estabelecendo sua razão de ser e também o seu posicionamento estratégico, enfatizando o motivo central pelo qual a empresa existe, ou seja, quem a empresa atende, correspondendo a um horizonte dentro do qual a empresa atua ou poderá atuar. A segunda etapa refere-se ao estabelecimento dos propósitos da empresa, que relaciona-se ao setor de atuação no qual a empresa já atua ou está analisando a possibilidade de entrada, armazenando todos os dados possíveis sobre a situação atual e sobre seus propósitos futuros. A terceira etapa é a elaboração dos possíveis cenários que possam afetar a empresa futuramente, de forma positiva ou negativa, servindo como uma base de preparação para possíveis situações que possam ocorrer a longo prazo, fazendo isso utilizando dados e informações registrados pela empresa. A quarta etapa seria o estabelecimento da postura estratégica da empresa, que é forma como a organização se posiciona diante de seu ambiente, analisando qual é a melhor postura que uma empresa deve ter para atingir seus propósitos de forma coerente com sua missão e respeitando sua situação interna e externa atual, estabelecida no diagnóstico estratégico. A quinta e última etapa consiste no estabelecimento das macro estratégias, que são as grandes ações que a empresa deverá adotar para melhor interagir e gerar vantagens competitivas no ambiente; e as macro políticas, que correspondem à grandes orientações que servirão como base de sustentação para as decisões que a empresa precisará tomar para melhor interagir com o ambiente.

Instrumentos prescritivos e quantitativos: Nesta etapa definem-se primeiramente os instrumentos prescritivos, que deve ser feito para que a empresa direcione-se ao alcance dos propósitos de forma coerente com o que foi definido das fases anteriores (missão, macro estratégias, etc). Para isso, é necessário que haja a definição dos objetivos e metas da empresa, além de analisar quais são os desafios que exigem um esforço extra da mesma. Após a definição desses fatores, identifica- se também as estratégias e políticas da empresa, e com base nisso, ocorre o estabelecimento dos projetos e planos de ação. Por ultimo, há a descrição dos elementos quantitativos, que consiste em, basicamente, realizar o planejamento orçamentário para que seja viável o desenvolvimento dos planos de ação, projetos e atividades previstas.

Avaliação e controle: A etapa de avaliação e controle é a última etapa da elaboração do Planejamento Estratégico, sendo indispensável para assegurar que os objetivos e metas estejam sendo realizados corretamente, utilizando as estratégias definidas e projetos estabelecidos para alcançar da melhor possível a posição que a empresa deseja ocupar.

É importante ressaltar que essas etapas fazem parte de um ciclo contínuo, pois o planejamento estratégico deve ser flexível, visto que o ambiente interno e externo mudam frequentemente, podendo causar alterações em alguma das

(30)

29 definições necessárias para a elaboração do mesmo, alterações essas cujas necessidades serão verificadas na etapa de controle.

Como a elaboração do Planejamento Estratégico é algo bem complexo, essa técnica conta com diversas ferramentas de apoio como, por exemplo, a análise SWOT ou FOFA em português, que permite identificar com mais clareza as forças e fraquezas do ambiente interno e oportunidades e ameaças do ambiente externo, analisando o cenário no qual a empresa se encontra para que, a partir disso, elabore-se o planejamento estratégico traçando as estratégias que tenham mais chances de sucessos, correndo menos riscos e aproveitando melhor as oportunidades oferecidas pelo ambiente que rodeia a organização.

Com a utilização dessa ferramenta a empresa terá como resultado uma base de informações que poderão ser trabalhadas, fazendo com que as forças e oportunidades sejam aproveitadas de forma mais eficiente possível, evitando a má utilização dos recursos disponíveis e perdas financeiras, de clientes e também de materiais, alavancando o crescimento da mesma. Além disso, sabendo-se quais são as fraquezas e ameaças, a empresa consegue manter um alerta sobre esses fatores, o que ajuda na tomada de decisão e evita a perda de tempo e recursos.

Tudo isso traz como resultado a melhoraria da competitividade e da produtividade da empresa e evita com que a mesma esteja despreparada na hora de enfrentar os possíveis desafios que surgirão ao longo do tempo, conseguindo superar essas barreiras com maior eficiência.

De acordo com Farias e Lima (2020, p.03):

A matriz SWOT ou FOFA é utilizada pelas organizações para avaliar e entender os ambientes interno e externo da empresa, com isso, é possível a empresa se auto conhecer, compreender o que torna sua estrutura bem- sucedida, e que a mantém em um bom posicionamento diante das empresas concorrentes.

Apesar de a Matriz SWOT ser uma ferramenta utilizada na maioria das vezes por grandes empresas, a mesma também pode ser aplicada em micro e pequenas empresas como forma de adquirir autoconhecimento pelos empreendedores.

A partir disso, pode-se concluir que o planejamento estratégico possui diversos objetivos, como aumentar a competitividade de uma empresa, diminuir os riscos na hora da tomada de decisão, possibilitar a integração de decisões isoladas em um único plano, colaborar com o fortalecimento dos pontos fortes e eliminação ou diminuição dos pontos fracos de uma organização, entre muitos outros.

Sendo assim, essa ferramenta é de grande importância para o desenvolvimento de uma empresa, pois é a partir de elaboração do mesmo que a organização consegue identificar onde ela está posicionada no mercado e definir aonde quer chegar. Essa ferramenta proporciona uma reunião e organização de diversos dados importantes sobre a empresa e, ao cruzar os mesmos corretamente,

(31)

30 obtêm-se informações valiosas para que os objetivos e metas traçadas sejam atingidos da melhor maneira possível. Com essas informações é possível elaborar um plano de ação, que funciona como uma espécie de trilha que será utilizada pela empresa, apontando como aproveitar da melhor forma as oportunidades e em quais ameaças deve-se ficar atento, além de trazer também a possibilidade de elaborar possíveis cenários que futuramente poderão afetar negativa ou positivamente a empresa.

2.4 Micro e Pequenas empresas no Brasil

As micro e pequenas empresas são de enorme importância para a economia brasileira, principalmente no cenário no qual o país encontra-se nos últimos anos, onde há cada vez menos vagas de emprego, com a economia decrescendo a cada dia mais. Isso tornou-se ainda mais evidente no período de pandemia, onde muitas pessoas perderam o emprego e ficaram sem nenhuma fonte de renda, o que resultou em um alto índice de natalidade de micro e pequenas empresas.

De acordo com Farias e Lima (2020, pg.38), as micro e pequenas empresas podem ser definidas, na prática, como instituições financeiras oficiais, órgãos representativos do setor, e ainda através do faturamento anual, do número de pessoas ocupadas.

No Brasil, há um grande número de micro e pequenas empresas que surgem todos os anos, gerando muitos empregos e representando quase 30% do PIB brasileiro (SEBRAE, 2020), gerando diversos empregos de carteira assinada por todo o país, fazendo com que as mesmas tenham um importante papel econômico.

A mesma pesquisa também mostrou que dentre os setores das MPE‟s, os mais representativos foram os de serviços e comércios (Tabela 1), atividades essas que possuem menos economias de escala, possibilitando que as MPE‟s sejam mais competitivas.

Tabela 1 - Valor Adicionado das Micro e Pequenas Empresas no Total das Atividades Consideradas 2014 a 2017 - em %

%VALOR ADICIONADO DAS MPEs NO VALOR ADICIONADO DA

ECONOMIA

2014 2015 2016 2017

Total 28,60% 29,40% 30,00% 29,50%

Comércio 10,10% 10,20% 10,20% 10,30%

Construção 3,00% 3,20% 3,20% 2,60%

Extrativa Mineral 0,80% 0,50% 0,20% 0,60%

Transformação 3,10% 3,10% 3,30% 3,30%

Serviços 11,60% 12,40% 13,10% 12,70%

Fonte: DataSebrae (2022)- Participação MPE na Economia Brasileira e Produtividade- NA -2020

(32)

31 Durante a Pandemia de Covid-19, esse número que já era alto cresceu ainda mais, pelo fato de muitas pessoas terem perdido o emprego e terem que se refazer para conseguirem ter alguma renda. Um levantamento feito pelo SEBRAE mostra que com o agravamento da pandemia mais de 1 milhão de micro e pequenas empresas (MPE‟s) foram abertas no Brasil entre janeiro e abril de2021, como mostra a Figura 5.

Figura 5 Ranking (em mil) das 10 atividades que mais registraram novos empreendimentos nos cinco primeiros meses de 2021

Fonte: SEBRAE, com gráfico elaborado por Economia/G1 (2021), adaptado pelo autor.

De acordo com Fonseca, Gonçalves e Souza (2019, p.08):

As MPEs ocupam papel de destaque no cenário econômico mundial.

Caracterizam-se pela criação de novos postos de trabalho contribuindo para o desenvolvimento regional. Em virtude disso, as MPE são consideradas elementos importantes para o crescimento da economia e geração de emprego, transformando políticas de inovação em instrumentos de estímulo à competitividade.

(33)

32 O aumento cada vez maior da quantidade de micro e pequenas empresas no Brasil tornou necessária a elaboração de uma lei para tirá-las das ilegalidades e também ajudar a desenvolvê-las, trazendo mais facilidade no acesso ao mercado, desburocratização e facilidade na obtenção de crédito, surgindo também, junto a isso a figura do Microempreendedor Individual (MEI) que é o responsável pelo negócio, trabalhando por conta própria. A partir disso, em 2006 foi criada a Lei Complementar n°.123/2006, dando origem também à Lei Geral, conhecida como Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, que veio com o objetivo de proteger os pequenos negócios, fazendo com que os mesmos sigam a constituição e continuem fornecendo emprego e renda, além de fornecer um tratamento para esse setor de acordo com suas especificidades, aumentando sua competitividade e suas chances de sobrevivência e crescimento no mercado, incentivando também a redução da informalidade. Entre o ano de 2006 e o ano de 2018 houve várias alterações na lei, na qual uma das mais importantes foi a criação da figura do Microempreendedor Individual, com base na Lei Complementar n°.128/2008.

A lei Complementar n ° 123/2006 define e diferença entre a microempresa, empresa de pequeno porte e microempreendedor, tendo como critério a renda bruta.

Junto a isso, o SEBRAE define esses termos da seguinte forma:

Microempresa: sociedade empresária, sociedade simples, empresa individual de responsabilidade limitada, devidamente registrada nos órgãos competentes, que aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$360.000,00.

Empresa de pequeno porte: sociedade empresária, sociedade simples, empresa individual de responsabilidade limitada, devidamente registrada nos órgãos competentes, que aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$360.000,00 e igual ou inferior a R$4.800.000,00.

Microempreendedor: Pessoa que trabalha por conta própria e se legaliza como pequeno empresário optante pelo Simples Nacional, que tenha auferido receita bruta, no ano-calendário anterior, de até R$ 81.000,00, podendo possuir um único empregado e sendo proibido de ser sócio ou titular de outra empresa.

Apesar da alta taxa de natalidade de MPE‟s, o número de mortalidade também é muito alto. A mesma pesquisa mostra que nos mesmos cinco primeiros meses de 2021, 316,8 mil MPE‟s foram fechadas no país, o que corresponde a aproximadamente 31% do total de empreendimentos fechados ao longo de todo o ano passado, como mostra a Figura 6.

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33 Figura 6- Ranking (em mil) das 10 atividades que mais registraram fechamento nos cinco primeiros meses de 2021

Fonte: SEBRAE, com gráfico elaborado por Economia/G1 (2021), adaptado pelo autor.

Há diversos fatores que causam esse fechamento prematuro das micro e pequenas e infelizmente, independente da pandemia, esse é o retrato de grande parte desses negócios, que acabam fechando antes de completar cinco anos de funcionamento (SEBRAE,2021). Isso ocorre por diversos motivos, como falta de planejamento, despesas excessivas, falta de experiência, fatores econômicos, falta de capital, vendas insuficientes, entre outros fatores que podem levar uma empresa a encerrar suas atividades.

2.5 A aplicação do planejamento estratégico nas micro e pequenas empresas

O Planejamento Estratégico é uma técnica administrativa que possibilita fazer um mapeamento da situação na qual a empresa se encontra diante ao mercado em

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34 que atua, destacando as oportunidades e ameaças, pontos fortes e fracos da mesma a partir da análise do ambiente interno e externo da organização. Através disso, estabelece-se o propósito de direção que a empresa deverá seguir para aproveitar as oportunidades e evitar riscos.

Diante de todas as dificuldades enfrentadas pelas micro e pequenas empresas, torna-se fundamental a elaboração de um planejamento estratégico para garantir a sobrevivência das mesmas. Em um ambiente totalmente instável, onde os juros aumentam cada vez mais, assim como a concorrência, a empresa que possui um bom planejamento está a um passo à frente das outras, podendo aproveitar de maneiras mais eficiente as oportunidades que possam surgir e também, defender-se das possíveis ameaças que possam afetar a empresa futuramente.

Porém, mesmo com todos esses benefícios, a maioria das micro e pequenas empresas ainda não colocam em uso essa ferramenta.

Segundo Souza e Qualharini (2007, p.9)

A grande maioria das organizações de pequeno porte tende a ignorar a necessidade e os benefícios de apoiarem seus processos decisórios no respaldo do Planejamento Estratégico essencialmente por julgarem-se incapazes de absorver mais esta atividade. Outros fatores colaboram ainda para esta atitude, tais como: a falta de recursos para contratar profissionais adequados ou qualificar seus profissionais e o corpo de gestão para esta e outras funções, igualmente importantes. Pode-se citar ainda, o excesso de atividades e a centralização de poder como causas dessa resistência, até certo ponto natural, porém comprometedora para a viabilidade e sustentabilidade do modelo de negócio.

Esse fato é um dos que colaboram para a alta taxa de mortalidade dessas empresas, que ocorrem por diversos motivos e um deles é pela falta de planejamento, onde não há a definição de objetivos, metas e não há uma análise no ambiente externo e nem interno. Pelo fato de não ser uma ferramenta muito difundida entre os pequenos empreendedores, muitos a considera algo difícil de ser feito e, como consequência, o negócio acaba encontrando-se despreparado para qualquer situação adversa que possa ocorrer.

A utilização do planejamento estratégico traz para as empresas resultados importantes e significativos, entretanto, grande parte das MPE‟s não adotam o uso desta ferramenta, o que resulta em uma má utilização dos recursos disponíveis, perda de materiais, de clientes, de tempo e também perdas financeiras (FARIAS;

LIMA, 2020).

Em um ambiente cada vez mais competitivo e imprevisível, o Planejamento Estratégico torna-se essencial para que essas empresas tenham consciência das ameaças e oportunidades que as rodeiam, podendo assim utilizar esses dados para atingir seus objetivos da forma mais eficiente possível.

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