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4. Realização da Prática Profissional

4.2 Área 2 Participação na Escola e Relação com a Comunidade

4.2.6 Sarau Desportivo: O envolvimento de toda a comunidade educativa

4.3.3.3 As unidades de ensino: Aplicação do Modelo de Educação

Como referido inicialmente, o presente estudo teve como referencial instrucional e pedagógico no ensino da EF o MED.

Durante a fase da diagnose no 1º Período, na UD de Futebol, as características do MED não foram postas em prática na sua totalidade. No entanto, as equipas originais constituídas na primeira UD do ano letivo persistiram, com a concordância dos alunos, ao longo do ano preservando o desenvolvimento de um ingrediente crucial no MED, a afiliação prolongada na mesma equipa. Na UD de Futebol os conteúdos foram transmitidos aos alunos essencialmente por ID. Esta utilização deveu-se ao facto dos estudantes- treinadores (ET) não serem suficientemente autónomos, necessitando na maioria das vezes, da minha constante intervenção, sendo por isso

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dependentes de feedbacks, daí tornar-se necessário explicar os exercícios para toda a turma. Contudo, também houve necessidade de introduzir a função de estatístico, oficial de mesa e árbitro, uma vez que no final da UD foi realizado o evento culminante.

Ao longo da intervenção, na primeira UD do 2º período de 14 de janeiro até ao dia 28 de janeiro (aulas 4 à 11 de Atletismo), foram intensificadas e aprofundadas as características do MED. Nomeadamente, a existência de características das tarefas e transições, em que as equipas tinham espaços específicos de treino, para o ensino de pares e diálogo entre as equipas. Procedeu-se também à introdução dos skill cards, fornecidos aos ET com a responsabilidade de partilhar e explicar os exercícios à equipa de modo a ficarem, pouco a pouco, mais autónomos, a interagirem mais uns com os outros e, assim, perceberem a importância da aprendizagem em grupo. Neste período, o tipo de instrução privilegiada e o suporte pedagógico facultados pela professora consistiam num misto de ID e descoberta guiada. Assim, facultava autonomia aos ET, porém, devido à sua baixa autonomia, houve necessidade de intervir perante toda a turma. Na estruturação da época, a par da explicação do formato competitivo das aulas foram entregues os manuais de capitão e de equipa, como suporte pedagógico. Este suporte foi um meio de os familiarizar com os conteúdos da modalidade, numa fase inicial, e também facilitaram o desenvolvimento de hábitos de rotina e de feedbacks, bem como a organização dos exercícios explicados nos skill cards. A avaliação diagnóstica também teve lugar nesta sessão, uma vez que através dela foi possível determinar o nível inicial dos alunos para possíveis ajustes, se necessário na UD e para ajudar a formar equipas equitativas. Na UD de Atletismo a competição foi realizada nas aulas de 50 minutos, em que os alunos desempenhavam sempre os diferentes papéis ao longo da competição, nomeadamente, juiz, estatístico e oficial de mesa, sendo que ao longo das provas o fairplay era sempre contabilizado para a pontuação da equipa. As aulas de 100 minutos foram destinadas à aprendizagem das tarefas motoras da modalidade.

Na segunda UD do 2º período, que decorreu entre 11 de fevereiro a 11 de março (aulas 5 a 16 de Andebol) foram introduzidas características adicionais do MED. Nomeadamente, as fichas de bonificações avaliando e pontuando os

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principais comportamentos e atitudes a ter para um bom trabalho em equipa (Anexo 3). Englobava igualmente na grelha de estatística um bónus para premiar os alunos que durante a aula demonstrassem determinados comportamentos positivos relacionados com cooperação, entreajuda, etc. Em adição, alterar a estrutura das atividades de modo a promover uma maior equidade na participação de todos os elementos da equipa, foi também uma característica do MED utilizada. O foco instrucional já foi menos diretivo, pois foi privilegiado o uso da descoberta guiada. Esta descoberta foi realizada através da utilização do método do questionamento permitindo, deste modo, envolver ainda mais os alunos no processo de E/A e melhorar a sua compreensão.

Paralelamente a isto, no período de 26 de fevereiro até 11 de março (aulas 11 a 16 de Andebol) houve uma intervenção nas aulas de cidadania, com o intuito de desenvolver nos ET a tomada de consciência acerca de atitudes de liderança menos positivas (através da observação de vídeos retratando determinadas interações entre os alunos). Neste período o tipo de instrução privilegiada e o suporte pedagógico facultados pela professora foi de supervisão das várias equipas, não descurando a descoberta guiada. Relativamente a esta UD, houve sempre competição em todas as aulas, intercalando o início das aulas com tarefas motoras. No final realizava-se jogo, sendo que, nestas competições, os alunos desempenhavam as diferentes funções, sendo acrescentado o papel de treinador e diferentes pontuações eram contabilizadas para além do fairplay, como por exemplo, as equipas marcavam pontos adicionais, através de comportamentos em relação à prática inclusiva, esforço, incentivo dos colegas, e engajamento nas tarefas de gestão.

Nas últimas aulas das diferentes UD, realizou-se o evento culminante em que os grandes propósitos foram celebrar a festividade, a união, a alegria e a afiliação e o reconhecimento do mérito e esforço dos alunos. Nestas aulas as atividades foram essencialmente lúdico-desportivas com a finalidade de promover os propósitos acima referidos. Tal como está definido no MED, nesta fase foram apresentadas as classificações finais e a consequente atribuição de prémios.

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Tal como referido anteriormente, no 3º período, as características do MED continuaram uma vez que estas são parte integrante do desenrolar do processo de ensino e aprendizagem e não apenas instrumentos usados exclusivamente na intervenção.

4.3.3.4 Instrumentos e procedimentos de recolha de dados