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3. Enquadramento da Prática Profissional

3.3 A Escola: o palco do desenrolar do sonho

3.3.2. Professores orientadores de estágio: condutores essenciais do

Segundo Rodrigues (2013, p.93), PO de estágio é um termo familiar e que entendido como a identificação de alguém que terá à sua responsabilidade o acompanhamento, orientação e avaliação do processo de estágio pedagógico dos que, terminando a sua formação académica, querem ingressar na carreira docente. Por seu lado, o PC é uma designação menos familiar e pouco popularizada. No entanto, representa a atualmente utilizada para nomear aqueles que cumprem uma tarefa muito semelhante ou, no mínimo, análoga à anteriormente relatada sendo o elemento acolhedor e integrador no próprio contexto escolar.

Alarcão e Tavares (2003) consideram que a supervisão pedagógica é o processo pelo qual um professor com mais experiência norteia outro professor no seu desenvolvimento humano e profissional. Neste processo, o papel do PC deve ser no sentido de conduzir os estudantes estagiários, de forma gradual, a passar de uma participação periférica para uma participação mais interna, mais

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ativa e mais autónoma (Batista et al., 2012). Assim, no início do EP conheci o meu PC, com o qual nunca tinha tido nenhum contacto, mas que desde logo percebi que se tratava de uma pessoa competente, disposta a ajudar-nos em qualquer situação, com experiência, rigorosa e que prezava trabalhar sempre num clima positivo.

De acordo com as normas orientadoras (ver nota de rodapé nº/1), o PC tem a função de “apoiar e orientar os EE, nas atividades do projeto de formação desenvolvidas na Escola, promovendo a sua integração na comunidade escolar” (p.6). E assim foi, ao longo do ano integrou-me nas atividades que estavam a seu cargo e na comunidade escolar, tendo sido o ponto de comunicação entre nós e a escola. Semanalmente, todas as terças- feiras, o NE e o PC reuniam para refletir sobre as aulas e as atividades desenvolvidas e planeávamos atividades futuras. Assumiu desta forma, como afirma Ferreira (2013, p. 122), a função de “um mapa, que entre um ponto de

partida e um destino, te mostra os possíveis caminhos. E a escolha será sempre tua. Influenciada para bem, mas tua”. O PC foi para mim, um facilitador

da minha aprendizagem, uma vez que através dos seus conhecimentos e das suas críticas construtivas, me fez evoluir, tanto a nível pessoal como profissional e também ter consciência das características da minha atuação enquanto docente e da responsabilidade das decisões tomadas. Os processos de orientação têm mais probabilidades de sucesso se o EE estiver em sintonia com o PC (Ingersoll & Smith, 2004), o que na realidade acontecia. Neste sentido, (Lave & Wenger, 1991; Wenger, 1998) afirma que os EE, numa primeira instância, incorporam a história, valores, hábitos e práticas de uma escola, através de uma participação periférica nas atividades, para depois assumirem responsabilidades centrais na mesma. Neste primeiro ano de prática, o EE assumiu quase todas as tarefas do PC, desde a condução do processo de E/A até aos papéis e funções na comunidade educativa, que não foi constituída apenas pelos alunos da sua turma, mas também por outros elementos, nomeadamente, outros professores, outros alunos, auxiliares de educação, pais e Enc. Edu.. É ao contactar com estes agentes, que os EE conhecem os contornos da profissão, tornando-se paulatinamente um membro cada vez mais ativo dessa comunidade (Batista & Queirós, 2013).

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Relativamente ao PO, desde cedo tive uma primeira impressão positiva, por se ter mostrado muito prestável, acessível e simpático. As minhas expectativas iniciais acerca do seu papel para a minha formação profissional foram ao encontro da realidade. Foi uma pessoa que me orientou, me aconselhou e, sem dúvida, contribuiu, de uma forma muito significante, para a minha formação profissional e pessoal. As aulas observadas foram momentos de grande aprendizagem, uma vez que, no final, procedeu-se a uma reflexão sobre a prática, onde foram debatidos vários temas resultantes das dificuldades dos EE, nomeadamente, os métodos de gestão e o controlo da turma, a estruturação e a organização dos objetivos de ensino e a escolha das situações de aprendizagem. Estas reflexões foram importantes, uma vez que promoveram o desenvolvimento do espírito crítico de cada uma de nós. Ao longo do ano e às 2ªs feiras, o PO esteve sempre disponível e promoveu várias reuniões de NE para, em conjunto com outros núcleos, tratar da realização do projeto de investigação-ação e da elaboração do relatório de estágio. É de realçar a sua disponibilidade, o seu empenho e o seu cuidado demonstrado ao longo deste ano. Todas as intervenções, as interações e as atitudes, em conjunto e em separado do PC e do PO, foram no sentido de autonomizar, de promover, de fomentar e de proporcionar ao EE um ambiente de plena emancipação (Rodrigues, 2013). Bruner (1961) alega que a aquisição do conhecimento é menos importante do que a aquisição da capacidade para descobrir o conhecimento de forma autónoma. Assim, os professores devem promover uma aprendizagem pela descoberta por meio de atividades exploratórias por parte dos alunos. Nessa perspetiva, o meu PO utilizava este método de ensino pela descoberta guiada e raramente nos dava a solução final, realizava constantemente questões capazes de despertar a minha curiosidade, captar o interesse e assim, desenvolver o pensamento crítico sobre as várias situações. Na minha opinião, este foi um bom método de ensino, uma vez que me ajudou a ter uma aprendizagem mais baseada na compreensão e no significado em alternativa a um enfoque exclusivo na memorização. Mais importante influenciou-me a que, eu mesma utilizasse essas estratégias com os meus alunos durante a implementação do MED. Isto como meio de conseguir dar autonomia aos meus próprios alunos, para que

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também tivessem um maior compromisso com as atividades a par de uma boa aprendizagem dos conteúdos.

Ao PC e ao PO, agradeço por toda a disponibilidade, pelos conselhos dados, cada palavra dita no momento certo, e por me terem ajudado a concretizar um dos meus maiores sonhos, pois sem a sua ajuda nada disto seria possível!