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2.2 – Aspectos positivos e usos convencionais da CMC

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A CMC já está na vida de muitas pessoas. Ela se mostra como mais um dentre os milhares de fatos que vieram modificar o dia a dia de todos. Apesar de toda dinâmica alucinante dos tempo atuais, em que as pessoas vivem ocupadas com seu trabalho, seus problemas, sua vida, percebendo-se num grande individualismo, nunca o relacionamento interpessoal foi tão visado.

A tecnologia que se desenvolveu para auxiliar e facilitar a vida das pessoas, está cada vez mais presente, inclusive nas relações interpessoais. A Internet, segundo BALLONE (2001), veio para este propósito, e pode ser caracterizada através de seu caráter de tecnologia social.

As pessoas que entram na Rede são seres sociais e encontram ali um lugar onde satisfazer a necessidade de socialização, própria dos seres humanos. Isso acaba determinando a Rede como um espaço social.

Na visão de LÉVY (2000), ocorre que a questão tomou um enfoque diversificado: a preocupação atual refere-se ao fim dos espaços públicos, pois no aspecto da comunicação e da interação social, o diálogo interpessoal, presencial cedeu lugar à comunicação virtual em

chats e na Internet, ou de correspondências via e-mail.

No processo evolutivo, observa-se que a comunicação transpõe barreiras espaciais e até mesmo temporais, quando comparamos, por exemplo, uma comunicação através de cartas, telefone, fax ou pela Internet. Sem dúvida, a dinâmica do fluxo de informações de um computador em Rede é muito maior que nas outras hipóteses. Neste contexto, os indivíduos se conhecem através do computador e percebem que os limites do tempo e distância não mais se mostram como empecilhos para que pessoas de culturas e lugares diferentes se encontrem.

Neste contexto, os indivíduos se conhecem através do computador e percebem que os limites do tempo e distância não mais se mostram como empecilhos para que pessoas de culturas e lugares diferentes se encontrem.

De acordo com LANZARIM (2000), no mundo da CMC, o internauta pode ser quem ele quiser. Ele tem a liberdade de criar uma personagem com características completamente adversas à sua, ou seja, pode colocar a máscara que quiser.

A autora coloca que, estar no mundo, implica possuir máscaras: de filiação, classe social, raça etc; essas se sobrepõem, se enlaçam, se combinam e vão compondo o mosaico da existência. E apesar, do ser humano possuir uma atração pelas novidades, buscando sempre

estar em contato com vivências jamais experimentadas, ele sempre retorna a valores e costumes enraizados pela sociedade.

A sociedade capitalista oferece a todos os mesmos ideais de sucesso, de beleza e de consumo, porém dá a poucos condições materiais de concretizá- los. Resta aos humanos partir em busca da satisfação de seus anseios e desejos, no sonho.

Virtualmente, não existem pessoas feias. Basta ser simpático, que nossa imaginação já transforma o outro em bonito, agradável, sensual. A sensualidade está nas palavras, não nas atitudes reais.

Todas as mulheres são bonitas e todos os homens são carinhosos e sensuais, porque isto é o que buscamos no outro (NUNES, 2000). É por essa imagem que acontece a paixão. Apaixona-se pelo que o outro "aparenta ser", não pelo que é.

E, através da comunicação virtual, é muito mais fácil preservar o ‘eu’, mostrar apenas o que se decide mostrar. Apenas o convívio desmascara. E aí, quando as máscaras caem, é que se conhece a verdadeira pessoa e podem acontecer as desilusões.

O fato de as pessoas não se exporem visualmente facilita ainda mais a abertura das emoções. Ao contrário dos encontros pessoais, em que a espontaneidade conta muito, nas mensagens via Internet a pessoa pode repensar suas palavras, usar citações de poesias ou elaborar o texto para surtir maior efeito.

Por outro lado, na concepção de LOPES (2004), a ausência do corpo na relação é acompanhada, muitas vezes, por uma ausência de responsabilidade sobre a interação com o outro e tornando as relações via CMC mais voláteis do que aquelas que ocorrem ao vivo.

Para o autor, a relação interpessoal na Internet é real: ocorre de fato, tem impacto nas pessoas envolvidas e provoca emoções. Evidentemente, há diferenças quanto ao modo como ocorre e se desenvolve em comparação a uma relação que acontece ao vivo, mas as semelhanças são muitas. Pode-se pensar talvez que o que mantém a expectativa em relação ao outro, a imagem que se faz dele, os afetos, os laços sociais etc, tanto dentro como fora da Internet, é o fato de ainda estar lidando com pessoas.

A diferença fundamental com os encontros reais é que é possível manter a imagem por mais tempo. Por outro lado, os encontros virtuais são muitas vezes tão intensos e podem ser tão ricos, que depois de alguns dias de contato, entra-se geralmente numa intimidade que a maioria das pessoas não se permite nos contatos pessoais.

De acordo com CAMPOS (2004), há dois tipos de relacionamento:

(...) os relacionamentos virtuais (ou seja, pessoas que se apaixonam sem nunca se conhecer, muitas vezes morando a longas distâncias e que trocam correspondências amorosas), e relacionamentos que têm como início ou ponto de partida a Internet (as pessoas se conhecem através dela, como poderiam ter se conhecido em um bar ou livraria), mas que caminharam para um relacionamento presencial, com encontros face a face. Os relacionamentos virtuais também podem tornar-se namoros convencionais, mas o percurso que essas duas formas de relacionamento assume pode ser bem diferente. (p.187).

Quando um usuário mantém uma relação interpessoal, através da Internet, por meio de qualquer de seus recursos, está participando deste espaço social por meio de uma relação que conserva os mesmos objetivos das relações interpessoais com presença concreta; portanto, a Internet surge como um veículo que pode propiciar o estabelecimento de vínculos interpessoais duradouros, profundos, onde pode se colocar em jogo uma importante carga afetiva.

A diferença fundamental com os encontros reais está justamente na possibilidade de manter a imagem por mais tempo. Por outro lado, os encontros virtuais são muitas ve zes tão intensos que depois de alguns dias de contato, entra-se geralmente numa intimidade que a maioria das pessoas não se permite nos contatos presenciais.

Por este motivo, de acordo com TERÊNCIO; SOARES (2003), as atividades exercidas na CMC não devem ser encaradas apenas como diversão, pois segundo ANDERSON (2000), as pessoas ficam envolvidas e vivem uma parte importante da vida nesses contextos. São fenômenos psicológicos que envolvem a manifestação de diferentes facetas da personalidade para cada papel criado no mundo virtual, como o potencial de serem instrumentos para o crescimento psicológico.

Essas fantasias, as outras formas de ser, de sentir a sexualidade e a vida podem ser consideradas, portanto, como sendo os outros “habitantes” de nossa subjetividade, amordaçados pela auto-censura, pelas normas sociais e pelos ideais identificatórios modelizantes oferecidos pela cultura. É por esse motivo que as salas de bate-papo são bastante disputadas.

Esta imagem poderá estar desvinculada da realidade do organismo. Isto é possível, graças à acorporeidade e a consciente intencionalidade na adoção da personagem, mesmo que as escolhas realizadas sejam determinadas por forças inconscientes.

Desta forma, a Rede exerce fascínio sobre as pessoas porque instaura uma nova forma de reação do sujeito com todas as suas fantasias. É o meio pelo qual pode-se exercer a

imaginação, onde é possível brincar com a possibilidade de ter um corpo, liberto das determinações. A acorporeidade possibilita a criação, inclusive, de uma imagem corporal para cada personagem e poderá refletir os ideais identificatórios, oferecidos pela cultura.

Para CAMPOS (2004)

Existem muitas pessoas tímidas ou frágeis, que utilizam a Internet como último recurso para atrair alguém, ansiando profundamente por um outro que lhe supra a falta de uma companhia. Muitas dessas pessoas encontram-se fragilizadas, carentes de afeto, e quando um sedutor ou sedutora virtual aparece em suas salas, criam muitas expectativas sobre esse relacionamento, apostando todas as suas fichas numa relação em que os envolvidos mal se conhecem (p.187-8).

Alguns estudiosos, inclusive citados no item anterior, têm denunciado as novas tecnologias como as principais responsáveis pelo isolamento e solidão em que vivem os sujeitos neste início de milênio.

Contrários a esta posição, colocam-se LANZARIM (2000) e CAMPOS (2000) que, em pesquisas diferentes, argumentam a utilização das tecnologias de comunicação por pessoas que buscam contato presencial.

Neste contato, os usuários acabam passando por um estado de enamoramento, mas, segundo NUNES (2000) a paixão virtual é um estado em que a pessoa concentra suas energias, numa fantasia. Apaixona-se pelo sentimento, pela felicidade, pelo sonho, muito mais do que pela pessoa real.

Na paixão virtual, segundo NUNES (2000), não se vêem os defeitos ou os problemas referentes ao ser amado; vê-se, apenas, o estado de graça, o prazer. Principalmente nesses casos de paixão virtual, as pessoas apaixonam-se mais por si mesmas, pela sua capacidade de seduzir e de se envolver, do que pelo outro.

Não estando em contato direto com o amado, a paixão que acontece é apenas um reflexo: "eu me apaixono por estar apaixonado", "eu me apaixono por uma sensação" em oposição a "eu me apaixono por uma pessoa".

Continuando com NUNES (2000), a sensação principal que leva a esse sentimento de paixão virtual é o desejo da aceitação. Ama-se aqueles que nos aceitam e nos tratam bem. Ama-se a sensação de ser bem tratado. Não importa a idade, a aparência física, os defeitos ou dificuldades que o outro tenha na vida cotidiana: só o que importa são os momentos de prazer quando se está em contato, seja através de mensagens ou de chat.

E essas paixões, por existirem apenas no mundo da fantasia, tornam-se, às vezes, ainda mais fortes que nas relações reais, uma vez que só se vê no outro e só se mostra o que se quer.

Por ser, então, uma modalidade de comunicação, sem os problemas normalmente decorrentes do envolvimento físico direto, onde diversas barreiras são difíceis de transpor, os

chats permitem o estreitamento do relacionamento interpessoal, servindo até como uma

espécie de ajuda psicológica no campo emocional.

Sendo assim, as novas tecnologias da comunicação não excluem nem concorrem com as formas genuínas de contato humano. RIVA (2001) revela que o sucesso da Internet está criando um novo espaço psicossocial, que é um chão fértil para relacionamentos sociais.

Entretanto, a solidão, o individualismo e a precariedade dos laços fraternos são questões inerentes a uma sociedade atual. Porém, a interação que se estabelece entre as personagens do mundo virtual, dificilmente conseguem ser transpostos para a realidade presencial.

Como foi visto, esse contexto é formado por um grupo de usuários que se engajam numa CMC num longo período de tempo. E, estabelecida a rotina para visitar um local (sala de Chat, ou newsgroup), forma-se um senso de comunidade entre os usuários, com suas regras; a CMC deixa o mundo físico para trás, formando uma reunião de pessoas, vivendo numa sociedade baseada no texto.

A troca de palavras permite um significado psicológico, enquanto os laços íntimos são rapidamente formados entre os usuários online. Não obstante, é certo que o espaço social oferecido pela Internet é um lugar propício para o estabelecimento de vínculos interpessoais.

Deste modo, a formação de tais grupos cria um suporte que responde a uma necessidade das pessoas (expressão de sentimentos e opiniões mais acessíveis no visual), interpessoalmente empobrecidas na vida real. Existem circunstâncias, nas quais o contato social está limitado; é mais provável, neste caso, que os indivíduos utilizem a Internet como uma alternativa para desenvolver contatos sociais.

SILVA (2004) conta que, em recente pesquisa realizada pela Universidade de Alberta, no Canadá, foi demonstrado que as pessoas que não utilizam a Internet para se comunicar com outras, apresentam um índice maior de problemas psicológicos do que entre os usuários habituais da Rede. Entre esses últimos, encontram-se aqueles que têm na net uma grande aliada contra o isolamento, inserindo-os num universo de contatos imediatos e solidários, e proporcionando- lhes uma oportunidade de relacionamento social que, de outro modo, não seria possível.

Segundo a pesquisa, às pessoas mais introvertidas, o ano nimato permitido pela Rede também vem facilitar o estabelecimento de novas relações, dentro do limite de exposição que julgar mais confortável. Assim, pode-se pensar em atribuir ao computador um caráter terapêutico, enquanto promotor de ineração entre os indivíduos que, por razões pessoais, sociais ou culturais encontram-se afastadas do convívio com outras pessoas.

Pode-se dizer, também, segundo BALLONE (2001), que as pessoas com patologias de menor gravidade, sem complicações ou aquelas que tenham sido classificadas apenas como tímidas, não desenvolverão obrigatoriamente um TAI (Transtorno de Adicção à Internet), mesmo que utilizem a Internet assiduamente para poder estabelecer vínculos interpessoais sem que apareçam os sintomas de ansiedade.

Não obstante, é certo que o espaço social oferecido pela Internet é um lugar propício para o estabelecimento de vínculos interpessoais.

Deste modo, a formação de tais grupos cria um suporte que responde a uma necessidade das pessoas: expressão de sentimentos e opiniões mais acessíveis no visual, interpessoalmente empobrecidas na vida real. Existem circunstâncias, onde o contato social está limitado; nesse sentido, é mais provável então, que os indivíduos utilizem a Internet como uma alternativa para desenvolver contatos sociais.

Para NICOLACI-DA-COSTA (2000), a Web está aumentando a quantidade de contatos profissionais e tornando as comunicações mais velozes e confiáveis no ambiente de trabalho e fora dele.

A partir da colocação da autora, verifica-se que a Internet possibilita um horário mais flexível de trabalho e economia de tempo e dinheiro para a realização de procedimentos profissionais e particulares, tais como operações bancárias e reuniões a distância. Assim, há uma utilização mais inteligente do tempo, deixando para o homem as tarefas mais nobres (pensar, criar, organizar), considerando, igualmente, a maior velocidade de criação e a facilidade de acesso à informação, o que auxilia na diminuição de preconceitos, facilita a comunicação entre pessoas de culturas diferentes pelo grande poder de troca, favorece à construção de um mundo melhor.

Espera-se das ciências humanas e sociais que continuem se debruçando sobre questões relativas ao homem e à Internet. As mudanças que a interação com a CMC estão trazendo e ainda trarão dependem do uso que se faz destes recursos eletrônicos. Cabe ao próprio homem refletir sobre o modo como deve aproveitar tal tecnologia de modo que ela não seja rotulada como ‘vilã’ de problemas que ele pode vir a enfrentar. Às pessoas cabe direcionar o uso da Internet de modo a acrescentar qualidade na vida de todos que a utilizam.

CONCLUSÕES

Após finalizar um trabalho que trata de assuntos relativamente novos, fica a sensação de ter deixado mais questionamentos do que respostas. Isto, talvez, ocorra pela abrangência e importância em falar sobre o comportamento do ser humano.

Através deste estudo, pode-se conhecer um pouco da dinâmica da CMC, alguns pontos positivos e algumas limitações que influenciam no comportamento de seus usuários. De acordo com os dados de cada capítulo, verificou-se que os serviços prestados na Internet como forma de interação social, ou seja, bate-papos virtuais, news group, e-mails, estão sendo cada vez mais procurados por pessoas de idades variadas, mas com preva lência de jovens da classe B e de bom nível sociocultural (Ensino Médio completo a Ensino Superior).

Tamanha atração de pessoas pela Internet justifica-se por envolver um grande número de pessoas em grupos virtuais que fornecem estímulos múltiplos aos usuários. Seja pela facilidade e oportunidade de conhecer pessoas, ou mesmo pelo sentimento de pertencer a um grupo, de ser “ouvido” em suas dificuldades e, também, por estar ajudando.

Juntamente com o crescimento do número de internautas, aumenta também a quantidade de pesquisas abordando o assunto. Entretanto, durante a construção deste trabalho, percebeu-se que o material existente ainda é escasso e, em sua maioria, fala sobre o lado patológico do uso exacerbado da Rede. Daí surge uma necessidade: ampliar a quantidade de estudos, nesta área, que é ainda tão vasta em questionamentos.

Empreender novos trabalhos sobre esse território expressivo que é a Internet, do qual surge um novo modo de existir, será vital para que possíveis formas de pensar e discutir as transformações decorrentes, que estão acontecendo dentro e fora das pessoas, sejam construídas. No intuito de contribuir para a edificação dessa apreensão, apresentam-se algumas considerações a respeito do tema proposto, resultante do desenvolvimento e do trajeto percorrido ao longo do trabalho.

Analisando as possíveis repercussões da Era da Informática no devir da cultura contemporânea, LÉVY (1993) afirma:

Uma coisa é certa: vivemos hoje em uma destas épocas limítrofes na qual toda a antiga ordem das representações e dos saberes oscila para dar lugar a imaginários, modos de conhecimento e estilos de regulação social ainda pouco estabilizados. Vivemos um destes raros momentos em que, a partir de uma nova configuração técnica, quer dizer, de uma nova relação com o cosmos, um novo estilo de humanidade é inventado (p.17).

Apesar deste trabalho ser bibliográfico, ele se baseou em estudos realizados junto aos usuários da CMC. Entretanto, sentiu-se ainda a necessidade de uma confirmação agregada à pesquisa de campo.

No início desta pesquisa, foi dito que um de seus objetivos era pensar a respeito dos efeitos gerados pela propagação da CMC nos perfil dos internautas. E os achados baseados nos autores pesquisados, pode-se considerar significativos. Assim, foi visto que uma das funções agregadas à Internet é de construir um novo campo de possibilidades interpessoais determinando, assim, um novo campo social. Os indivíduos que ingressam, neste meio, não são apenas processadores de informação, mas são também seres socia is e necessitam da CMC como um complemento de suas relações.

Os estudos sobre comportamento iniciaram-se dentro de laboratórios e foram se adaptando à realidade das pessoas, passando a serem analisados dentro do contexto da sociedade. Atualmente, há a necessidade de se continuar a estudar o comportamento humano, aprofundar pesquisas sobre a identidade do indivíduo que vem se transformando na entrada do século XXI. A CMC propõe novos desafios, diferentes dos fornecidos pela comunicação habitual que exige a presença física do outro e isso causa modificações no que se refere ao campo das relações humanas. O que no século XIX foi chamado de “Crise da Subjetividade Privatizada”, durante a Revolução Industrial, e fez emergir o estudo do indivíduo, atualmente é chamada de “Crise de Identidade”, como efeito da “Revolução da Internet”. E a crise de identidade pela qual o ser humano está passando no início desse milênio, a Psicologia, responsável pelo estudo do comportamento, também acaba repensando muitas de suas teorias para poder compreender esse homem que surge com necessidades diferentes.

Entretanto, o surgimento de novas correntes de pensamento sempre fez parte do desenvolvimento das ciências. Segundo o primeiro capítulo, o comportamento humano era estudado em laboratórios fechados. A Psicologia foi se desenvolvendo e concluiu que o

homem não poderia ser estudado isoladamente da sociedade, pois ela é responsável pela modificação do comportamento humano, assim como este homem transforma a sociedade.

A Psicologia Social, investigou que o indivíduo como um ser social, inserido em grupos, conforme a proximidade social (família, trabalho, escola). Atualmente através do desenvolvimento dos meios de comunicação, a Internet surge como mais uma possibilidade de interação social, formação de grupos e até a possibilidade para o indivíduo “multiplicar” sua identidade. Isso é recebido como fato novo, pois antes era considerada apenas a possibilidade de um comportamento psicopatológico, denominado “personalidade múltipla”.

Esse trabalho buscou, de forma modesta, porém séria, trazer a contribuição da Psicologia para o meio da Comunicação Social, pois considera-se a interdisciplinaridade útil para a ciência como um todo.

Uma das contribuições da abordagem psicológica para a ciência da Comunicação, consistiu em resgatar, como foco de estudo, as identidades sociais definidas pelos grupos sociais e perdidas pela comunicação tecnológica (CMC).

Um outro achado deste estudo interdisciplinar evidenciou as contribuições que a ciência da Comunicação vem trazendo para a Psicologia e vice-versa. Assim, o objetivo proposto de estudar as contribuições da Psicologia à ciência da Comunicação, foi superado

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