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Aspetos a ter em consideração na determinação de parâmetros bioquímicos e

respetivos valores de referência.  

 

A) Aspetos a ter em consideração na determinação da Pressão arterial

Os valores de pressão arterial encontram-se definidos segundo as guidelines atuais propostas pela European Society of Hypertension e pela European Society of Cardiology estando classificadas na tabela seguinte:  

O farmacêutico deve sempre interpretar os resultados assim como o motivo provável. Se o farmacêutico se aperceber que o utente está ansioso, ou que efetuou esforço físico ou ingeriu café 30 minutos antes da medição deve dialogar com o utente, não o alarmando, uma vez que o resultado da medição pode dever-se aos motivos referidos anteriormente. Contudo, em todos os resultados o farmacêutico deve efetuar um acompanhamento do utente e aconselhar medidas não farmacológicas com a promoção de um estilo de vida saudável reduzindo o consumo de sal, álcool e café, e aumentando o consumo de frutas e vegetais. Deve reduzir o peso quando em excesso, parar de fumar e praticar exercício físico regular como as caminhadas e natação.

Perante medicação farmacológica deve descrevê-la informando o utente de todas as particularidades da medicação e incentivar à sua adesão. Por fim deve promover o controlo regular através das medições de pressão arterial, assim como o registo dos valores, se possível no mesmo cartão. Assim, nas consultas médicas, este profissional de saúde pode verificar o controlo da doença e a eficácia da terapêutica.

B) Aspetos a ter em consideração na determinação da glicose capilar e respetivos valores de referência

A determinação da glicemia deve ser procedida do registo desse valor num cartão de registo dos parâmetros. Face ao resultado, o farmacêutico deve relembrar medidas importantes para o controlo, o tratamento e para prevenção da doença, entre eles, a adoção de um estilo de vida saudável através de uma alimentação saudável, prática de exercício físico. Adicionalmente, deve

Categoria Sistólica Diastólica

Ótima <120 e <80

Normal 120-129 e/ou 80-84

Normal alta 130-139 e/ou 85-89

Hipertenção Grau 1 140-159 e/ou 90-99

Hipertensão Grau 2 160-179 e/ou 100-109

Hipertensão Grau 3 ≥ 180 e/ou ≥ 110

incentivar a adesão à terapêutica e ao controlo dos valores da glicemia pelas medições regulares e visitas frequentes ao médico prevenindo eventuais complicações inerentes a esta patologia.

Por outro lado, o farmacêutico deve ter em atenção e informar o utente, que um valor elevado e isolado, não é sinónimo da doença, pelo que somente o médico efetua o diagnóstico propriamente dito. Contudo, a glicemia capilar pode ser classificada de acordo com a tabela seguinte: Glicose em jejum (mg/dL) Glicose pós-prandial (mg/dL) Indivíduo Saudável < 110 < 140

Indivíduo Diabético > 125 > 200 Quando associado a sintomas clássicos de hiperglicemia Tolerância Diminuída à Glicose 110-125 140-199

Assim, na autovigilância, o farmacêutico deve ajudar o utente a interpretar o valor obtido durante a medição reforçando novamente todas as medidas referidas anteriormente. Além disso deve informar o utente das complicações associadas à Diabetes pelo que durante a prestação destes serviços de saúde tem a obrigação de identificar a presença destas, como a hipoglicemia, redução de sensibilidade, alterações visuais, incentivando o cuidado dos pés para evitar o surgimento do pé diabético, entre outros.

C) Aspetos a ter em consideração na determinação do colesterol e triglicerídeos e respetivos valores de referência

O colesterol pode ser obtido pela dieta pela ingestão de produtos animais como carne, ovos e produtos lácteos ou ser produzido no corpo, nomeadamente no fígado. O seu controlo é obtido pela visualização de valores correspondentes ao colesterol total, às proteínas de elevada densidade (LDL), às proteínas de baixa densidade (HDL) e ao valor dos triglicerídeos, uma vez que estes refletem um processo fisiológico dinâmico. Apenas o colesterol total não permite visualizar o controlo do colesterol, uma vez que a sua elevação pode dever-se ao aumento do LDL e/ou do HDL, sendo este parâmetro útil, apenas quando conjugado com o valor de HDL, por exemplo.

A hipercolesterolemia é assintomática, silenciosa e instala-se ao longo dos anos, pelo que a sintomatologia surge quando a doença esclerótica já detém um período evolucional, por vezes fatal. Por outro lado, os triglicerídeos podem ser produzidos endogenamente ou ser ingeridos por uma dieta rica em gorduras, açúcar e álcool. Os níveis elevados de triglicerídeos, denominado de hipertrigliceridemia, juntamente com o aumento do LDL são considerados os mair importantes fatores de risco no desenvolvimento de doenças arterioscleróticas.

Nível de colesterol total (mg/dL) Nível de Triglicerídeos (mg/dL)

Desejável < 200 mg/dl < 150 mg/dl

Limite 200-239 mg/dl 150-199 mg/dl

Elevado > 240 mg/dl ≥ 200 mg/dl

O farmacêutico deve tomar um papel ativo na avaliação das medidas não farmacológicas, nomeadamente numa alimentação cuidada e na monitorização da terapêutica quando aplicável, esclarecendo qualquer dúvida que o utente possa deter. Como a HTA, a diabetes, a obesidade, o tabagismo e o sedentarismo aumentam a propensão para esta patologia, o farmacêutico durante o aconselhamento também prestar informações sobre estes fatores de risco.

Portanto, para reduzir os níveis de colesterol e triglicerídeos, o farmacêutico pode incentivar algumas estratégias como a redução da quantidade de gordura saturada da dieta, o aumento do consumo de frutas, legumes, peixe, carne magra, leite magro e promoção da hidratação pela ingestão de 1,5 L de água por dia. Adicionalmente, o utente deve ingerir hidratos de carbono de absorção rápida, moderar o consumo de álcool e refrigerantes e cessar o consumo de tabaco. Portanto, deve incentivar a uma alimentação cuidada, equilibrada e completa. Pode promover a prática de exercício físico entre 5 a 7 vezes por semana, por um período entre 30 a 60 minutos.

Estas são algumas das medidas que promovi durante o aconselhamento destes parâmetros fisiológicos e bioquímicos.