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Índice de Tabelas

2. Organização e gestão do serviço farmacêutico

2.1. Funções do serviço farmacêutico

O serviço farmacêutico hospitalar é um serviço clínico geral que funciona sob o sistema hierárquico do hospital. Segundo a Lei do medicamento, 29/2006, 26 de julho, “Garantias e uso racional do medicamento e produtos sanitários”, este serviço hospitalar deve possuir as seguintes funções [5-6]:

• Participar no processo multidisciplinar de seleção dos medicamentos e PS do hospital, segundo critérios de efetividade, segurança, qualidade e economia; • Assumir a responsabilidade da qualidade, cobertura das necessidades, armazenamento, conservação, distribuição e dispensa dos medicamentos e PS adquiridos;

• Elaborar fórmulas magistrais de acordo com os controlos de qualidade regulamentares, sempre que seja necessário ou seja conveniente, por razões de disponibilidade ou eficácia;

• Dispensar e controlar os medicamentos de uso hospitalar, prescritos aos pacientes em ambulatório;

• Implantar um sistema de informação sobre medicamentos, assim como um sistema de farmacovigilância intrahospitalar;

• Estabelecer um sistema racional de distribuição de medicamentos e PS que garanta a segurança, a rapidez e o controlo do processo assim como promova medidas que garantam a sua correta administração;

• Conservar e dispensar os produtos em fase de investigação clínica e zelar pelo cumprimento da legislação dos medicamentos com substâncias psicoativas ou qualquer outro medicamento que requeira um controlo especial;

• Realizar estudos relativos à utilização de medicamentos e PS no hospital; • Desenvolver programas de farmacocinética clínica;

• Participar em programas de garantia de qualidade assistencial do hospital, dos quais fazem parte as comissões do centro e, respectivamente, a Comisión de Farmacia y Terapéutica (CFyT);

• Desenvolver programas de investigação e participar em ensaios clínicos de novos fármacos, com a correspondente custódia e dispensa dos produtos de acordo com a norma vigente;

• Realizar atividades educativas sobre questões de competência dirigidas ao pessoal sanitário e aos pacientes;

• Efetuar todas as funções que influenciem um melhor uso e controlo dos medicamentos e PS, estabelecendo com os serviços clínicos os correspondentes protocolos de utilização assim como o seguimento terapêutico dos pacientes; • Colaborar com as estruturas de atenção primária e especializada no desenvolvimento das funções que lhes concede a Lei do medicamento 25/1990, de 20 de dezembro;

• Informar preceptivamente, de forma periódica, o gasto farmacêutico nos hospitais de rede pública;

• Garantir e assumir a responsabilidade técnica da aquisição, qualidade, correta conservação, cobertura das necessidades, custódia, preparação de fórmulas magistrais ou preparados oficinais e dispensa dos medicamentos e PS precisos para as atividades intrahospitalares e aqueles outros, para tratamentos extrahospitalarios, que requeiram uma particular vigilância, supervisão e controlo; • Participar e coordenar a gestão de compras de medicamentos e PS do hospital de forma a assegurar a eficiência do mesmo.

O cumprimento destas funções por parte do serviço farmacêutico e a sua cooperação com os restantes profissionais de saúde permite que os pacientes usufruam da melhor qualidade de serviço: adequada prescrição do medicamento, dispensa exata ao nível da administração, dose, posologia e duração do tratamento.

2.2. Organização do serviço farmacêutico

Os serviços farmacêuticos do HILE encontram-se localizados no subsolo por ser um local de melhor acessibilidade e facilidade para as comunicações externas ao hospital, como é o caso da receção de medicamentos e PS. Para além disso, a sua proximidade aos elevadores e montacargas possibilita a distribuição de medicamentos aos diferentes serviços do HILE assegurando as comunicações internas no hospital [7-8]. Relativamente ao espaço físico, este é constituído por um laboratório (Fig.1), uma sala de preparação e revisão de medicação unidose (Fig.2), uma zona de recepção de encomendas (Fig.3), uma unidade de preparação de fórmulas magistrais estéreis (UPE) (Fig.4) e uma unidade de preparação de fórmulas magistrais não estéreis (UPNE). Na zona central encontra-se o armazém de medicamentos e PS (Fig. 5 e 6) e o cofre de estupefacientes e psicotrópicos (Fig.7). Existem ainda quatro escritórios (Fig.8) para a farmacêutica responsável, administradora e técnicos de farmácia.

No laboratório estão armazenados os princípios ativos, excipientes e as fórmulas magistrais já preparadas. Encontra-se equipado com três frigoríficos (Fig.9) cujas temperaturas são controladas diariamente, e possui também uma máquina de reembalagem (Fig.10). Neste local realizam-se algumas fórmulas magistrais e efetuam- se todas as reembalagens necessárias ao serviço hospitalar.

A sala de preparação e revisão de medicamentos unidose possui todos os medicamentos que necessitam de ser dispensados em doses unitárias, devidamente identificados. A preparação e a revisão dos carros de medicação unidose (Fig. 11 e 12) ocorre nesta sala. Estes carros efetuam posteriormente a distribuição dos medicamentos de forma individualizada aos pacientes ingressados no HILE.

No que diz respeito à UPE, esta possui uma câmara de fluxo (Fig. 13) onde são realizadas as preparações de produtos estéreis, como as bombas infusoras de morfina e os colírios.

2.3. Gestão de recursos humanos

A garantia de qualidade e a correta preparação dos medicamentos depende dos recursos humanos existentes no serviço farmacêutico. Como tal, estes devem ser suficientemente qualificados para garantir a melhor organização, gestão e funcionamento

de todos os serviços. Cabe ao farmacêutico, o profissional de saúde com a melhor qualificação neste serviço, assegurar que todas as tarefas são executadas com o maior zelo e qualidade possível, e incentivar formações que contribuem para estes mesmos objetivos.

Assim, o serviço farmacêutico do HILE é composto por uma farmacêutica (especialista hospitalar), quatro técnicos de farmácia, um auxiliar administrativo e dois auxiliares de serviço (auxiliares operacionais). A ausência de um dos técnicos de farmácia pode ser colmatada por um quinto técnico de farmácia

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2.4. Gestão de recursos económicos

A gestão de medicamentos inclui diversas fases desde a sua seleção, aquisição, receção, armazenagem, distribuição e posterior administração do medicamento ao paciente. No que diz respeito aos serviços farmacêuticos hospitalares, estes têm a responsabilidade de gerir os medicamentos e outros PF garantindo o seu uso racional, a sua correta dispensa, as necessidades hospitalares e a correta gestão económica. Deve- se ter em conta a racionalização dos recursos económicos evitando o excesso de produtos em stock e deve-se garantir que os profissionais de saúde disponham de um conhecimento adequado de forma a minimizar perdas monetárias [3-4, 9].