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Índice de Tabelas

4. Armazenamento de produtos farmacêuticos

4.4. Carros de medicação de urgência e carros de “paradas”

No hospital existem quatro carros de medicação de urgência (Fig. 21) que correspondem a outro tipo de armazenamento de medicamentos e PS, um em cada enfermaria e outro na unidade de imagem e raios-X. Cada carro de medicação de urgência é constituído por três gavetas: a primeira possui os medicamentos injetáveis num total de 48 medicamentos e 24 PS, na segunda existem 5 soluções intravenosas, 1 medicamento antisséptico e 11 PS e, por fim, a terceira gaveta é composta por 1

medicamento e 24 PS.

Por outro lado, os carros de “paradas” (Fig. 22) também contêm medicação de urgência, com a particularidade de possuírem um desfibrilador externo e medicação especializada para situações de paragem cardiorrespiratória. No HILE existem quatro carros de “paradas”, distribuídos pela enfermaria do terceiro piso, bloco operatório, UCI e urgências. Cada carro de “paradas” está dividido em 4 gavetas, sendo a primeira composta por 12 medicamentos e as restantes constituídas por 74 PS.

Os carros estão fechados com uma abraçadeira vermelha numerada e por isso, a abertura implica um registo do motivo pelo qual foi aberto, assim como a indicação do número da abraçadeira que a substitui. Obtêm-se, desta forma, um controlo restrito da utilização destes carros, sabendo as entradas e saídas dos PF, o que também facilita a reposição dos produtos. A reposição é efetuada segundo o sistema FIFO.

A revisão de todos os carros acontece a cada três meses através da verificação da lista de PF existentes em cada carro conferindo quais os que vão caducar nos três meses seguintes e as quantidades que são necessárias repor, segundo o FIFO. Assim, os PF que caduquem nesses três meses são substituídos por novos. No final, imprime-se a lista com todos os medicamentos e PS existentes nos carros com os respetivos lotes, caducidades e quantidades atualizados. Desta lista são realizadas três cópias: uma para ser colocada no interior do carro, outra para a enfermaria e a última encontra-se no serviço de farmácia. Uma nova revisão e atualização da lista é efetuada quando algum medicamento caduca durante os três meses antes da revisão, se se pretende modificar as quantidades existentes ou sempre que se utiliza o carro. Coloca-se uma cópia da lista atualizada no interior do carro, fecha-se o carro com uma nova abraçadeira vermelha e indica-se o novo número da abraçadeira.

Os medicamentos retirados dos carros que caducam dentro de três meses ou menos não são rejeitados até que se alcance a data de caducidade, desta forma, poderão ser reutilizados nas enfermarias ou reencaminhados novamente para o armazém. Após atingir essa data poderão ser rejeitados adequadamente ou devolvidos às indústrias farmacêuticas.

5. Farmacotecnia

Os serviços farmacêuticos do HILE têm o nível de acreditação 3 segundo o decreto 14/2006, de 20 de janeiro do Consell de la Generalitat Valenciana, Dirección General de Farmacia y Productos Sanitarios de la Agencia Valenciana de Salud, pelo que estão habilitados à preparação de fórmulas magistrais e preparados oficinais: FF tópicas, orais, retais e vaginais líquidas e orais, retais e vaginais sólidas.

As normas de correta elaboração e controlo de qualidade de fórmulas magistrais e preparados oficinais encontram-se descritas no decreto 175/2001 de 23 de fevereiro, onde são especificadas algumas das principais funções do farmacêutico neste campo [16]:

• Estabelecer uma metodologia para o controle adequado do processo de elaboração das fórmulas magistrais;

• Aprovar os procedimentos de limpeza e manutenção do local de preparação das fórmulas;

• Manter um controlo dos documentos respeitantes aos aparelhos de medição; • Desenvolver, atualizar e aprovar os procedimentos de elaboração e controlo de fórmulas magistrais;

• Validar a ficha técnica e o processo de elaboração; • Aceitar ou rejeitar as fórmulas ou preparados elaborados; • Selecionar e gerir as matérias-primas e o material usado.

Na farmácia do HILE existe um documento que inclui as normas internas de cada preparação com o intuito de garantir que a manipulação destas é realizada com um elevado nível de qualidade, o procedimento normalizado de trabalho (PNT). No laboratório da farmácia existem duas capas, ordenadas segundo o alfabeto (A-E e F-Z), que contêm todos os PNT das fórmulas magistrais que se fazem no hospital atualmente, e uma terceira capa que contém os PNT das fórmulas magistrais que já se fizeram no hospital, mas que de momento não se fazem. No PNT podem ser preenchidas as seguintes áreas: o nome da fórmula, a dose, a composição qualitativa e quantitativa, em que serviço se faz a preparação, o material, o modus operandi, a data da última atualização do documento, as condições especiais de conservação (se aplicáveis), o modo de administração, a embalagem, a caducidade, um exemplo da etiqueta que se coloca no produto acabado, a indicação terapêutica, algumas observações e a fonte bibliográfica para a sua elaboração (Anexo VI). Na etiqueta que se coloca no produto acabado estão indicadas as seguintes informações: o local de preparação, o serviço, o nome da preparação, a dose, a quantidade, o lote, a data de embalamento e o PV. Sempre que se aplique, na etiqueta indica-se também o local de aplicação, as condições especiais de conservação e as precauções especiais de utilização (Anexo VII).

Após a elaboração de uma fórmula magistral é necessário preencher uma ficha para que seja possível controlar o que foi usado do armazém, outra para registar a entrada do produto no armazém e uma ficha de registo onde é colocado o nome da preparação, a data da sua elaboração, o lote, a data de caducidade, quem elaborou e quem supervisiona. Há ainda uma outra ficha que deve ser preenchida para o paciente

onde se coloca o local onde foi preparada a fórmula magistral, o serviço, a data de atualização, o nome da preparação, a dose, a quantidade, a composição qualitativa e quantitativa, indicações, a via de administração e posologia, duração do tratamento, a conservação, o PV e precauções especiais. O produto preparado é entregue ao paciente no interior de uma bolsa transparente, etiquetada e com a folha de informação para o mesmo (Fig.23).

As fórmulas magistrais disponíveis e preparadas no HILE são as seguintes encontram-se descritas nas tabelas 1-4.

Tabela 1 - Fómulas Magistrais Tópicas preparadas no HILE.

Tabela 2 - Fórmulas Magistrais Orais preparadas no HILE. Orais

Cápsulas de bicarbonato 1g Ketamina 10mg/mL solução oral 125mL Cápsulas dexametasona 4mg Placebo celulosa (Avicel®) em cápsulas Jarabe Dexametasona 1mg/mL 100mL Suspensão aquosa de Bentonita a 7%

Jarabe Metadona 5mg/mL Fórmula Alitraq®

 

 

Tabela 3 - Fórmulas Magistrais Oftálmicas e Óticas preparadas no HILE. Oftálmicas e Óticas

Álcool com ácido bórico à saturação.

Gotas óticas a 5% 50mL Colírio Vancomicina 50mg/mL 10mL

Colírio Anfotericina B 1,5 mg/mL partindo de Ambisome 10 mL

Gluconato de Cálcio solução para irrigação ocular a 1% 500mL Colírio Anfotericina B 1,5 mg/mL

partindo de matéria-prima 10 mL

Gluconato de Cálcio solução ocular com Suplecal® 500mL

Colírio Ceftazidima 50 mg/mL Intravítrea de ceftazidima 20mg/mL Colírio de soro Autologo 20% 5mL Intravítrea de ceftazidima 10mg/mL 1mL

Tópicas

Óleo de vaselina 100mL Gluconato Cálcico em Gel 2,5% para Queimaduras 100g

Água sulfatada 250 mL Gluconato Cálcico em Gel 2,5% com Suplecal® 100g

Ciprofloxacino gel com hidroxipropilmetilcelulosa 100g

Hipossulfito sódico 2% solução aquosa 100mL

Colistina Sulfato 2% em creme tópico

100g Ketamina Gel tópico a 2% 100g

Eosina aquosa a 2% 100mL Solução sulfato de zinco a 0,1% 100mL Eosina alcoólica a 2% 100mL

Tabela 4 - Fórmulas Magistrais desinfetantes bucais preparadas no HILE. Desinfetantes bucais

Aftas solução adultos (sem antibiótico) 250mL

Cocktail mucosite com oraldine e sem mycostatin (IV) 250mL

Aftas solução adultos (com

antibiótico) 250mL Cocktail mucosite V 250mL

Cocktail mucosite sem oraldine (I)

250mL Fenol aquoso a 6% 100mL

Cocktail mucosite II 250mL Fenol 88% solução 100mL

Cocktail mucosite III 250mL

É necessário garantir uma adequada conservação das fórmulas magistrais, pelo que as que são fotossensíveis são colocadas em frascos de cor topázio ou dentro de bolsas azuis fotoprotetoras e as que devem ser refrigeradas são mantidas no frigorífico.

Uma outra função do farmacêutico, neste campo, é a de atualizar o índice, rever e desenvolver novos PNT, sempre que é necessário preparar uma nova fórmula magistral, para que todas as informações estejam constantemente atualizadas e concordantes com as normas correspondentes. Durante os nossos três meses de estágio ajudamos a farmacêutica do HILE a atualizar alguns PNT e introduzir e desenvolver novos com base em referências bibliográficas, tais como:

• Colírio de Anfotericina B 1,5 mg/mL (10 mL) partindo da matéria-prima; • Intravítrea de Vancomicina 10 mg/mL (1mL);

• Intravítrea de Ceftazidima 20 mg/mL; • Fórmula Alitraq®.