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Assistência Judiciária no Estado de Goiás

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A) Órgãos de Administração Superior: I a Defensoria Pública-Geral do Estado

III. ACESSO À JUSTIÇA NO BRASIL E A ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA NO ESTADO DE GOIÁS

3.7. Assistência Judiciária no Estado de Goiás

Os serviços jurídicos deveriam ser prestados por advogados públicos, investidos nessa função através de concurso público de provas e títulos, sendo os responsáveis pela representação dos hipossuficientes, efetivando e conscientizando as pessoas carentes de seus direitos em vê-los restabelecidos.

A obrigação de oferecer mecanismos de acesso à justiça para as pessoas pobres é do Estado, buscando uma justiça igualitária, que outorgue a essas pessoas, efetivamente o direito à representação legal, de forma a garantir o pleno exercício da cidadania.

De acordo com a Constituição Federal Brasileira, em seu artigo 134, o órgão incumbido da orientação jurídica, integral e gratuita, a postulação judicial e extrajudicial de direitos coletivos e individuais dos necessitados, na forma do seu artigo 5, inciso, LXXIV, é a Defensoria Pública.

Pelo fato da não instalação da Defensoria Pública no Estado de Goiás, até o presente momento, a seguir tratar-se-á da forma que o estado tem procurado cumprir os ditames constitucionais do acesso à justiça das pessoas necessitadas.

3.7.1 Procuradoria Geral do Estado de Goiás- Aspectos Históricos

Criada pela Lei nº 5.550, de 11 de novembro de 1964, que transformou a Consultoria Geral do Estado em Procuradoria Geral do Estado, 15 dias antes do governador Mauro Borges ser deposto do regime militar.

A referida lei teve como principal destaque, a conferência de maiores atribuições ao novo órgão, sendo mais importante a exclusividade na representação judicial da unidade federativa.

O fortalecimento do órgão justificava pelo aumento da atuação estatal que reclamaria um órgão jurídico forte para a sua defesa judicial e extrajudicial, dos

interesses e direitos do Estado.

Nesse período, foram criadas algumas procuradorias especializadas: Procuradoria dos Negócios Administrativos; Procuradoria Fiscal e Procuradoria de Assistência Judiciária.

A Lei nº 6.588 de 12 de junho de 1967, da administração do Governador, Otávio Lage de Siqueira, disciplinou apenas a questão da indicação e nomeação do Procurador-Geral do Estado, ao deixar o provimento do cargo de livre escolha do Governador, desde que o escolhido fosse portador de curso de Direito.

Visando dar efetividade à Lei Federal nº 1.060/50, que trata das normas de concessão de assistência judiciária aos necessitados, o Artigo 7º, da Lei 5.550, de 11 de novembro de 1964, assim determinava:

Art. 7º - Como órgão de proteção e defesa judicial dos cidadãos que não tenham condições financeiras para autoria e defesa de seus direitos, compete à Procuradoria Geral do Estado a representação judicial, como autor ou réu, nos seguintes feitos:

I. ações de natureza cível com tentativa de conciliação e acordo; II. ações de natureza criminal;

III. ações relativas ao direito de família, alimentos, desquites, investigações de paternidade, busca e apreensão de menores, regularização de visitas a menores e registro de nascimento;

IV. ações de natureza administrativa em que não for parte o Estado de Goiás; V. reclamatórias trabalhistas, recebimento de queixas e tentativa de solução

amigável mediante acordo, e segmento de qualquer processo na justiça do WUDEDOKR´ 'LiULR2ILFLDOGR(VWDGRGH*RLiVGHGHQRYHPEURGH número 9.559, páginas 1 a 4)

Em 1975, durante o mandato do então Procurador-Geral do Estado, Osmar Xersis Cabral, nomeado pelo Governador, Irapuan Costa Júnior, a Procuradoria de Assistência Judiciária ganhou impulso com a instalação de uma extensão no Fórum, ao facilitar o atendimento ao público.

Visando ao aperfeiçoamento dos serviços de assistência judiciária e de defensoria dativa, em 07 de outubro de 1985, o então Governador do Estado de Goiás, Iris Rezende Machado, sancionou a Lei nº 9.785, de outubro de 1985.

Tratando sobre a organização da Procuradoria-Geral do Estado, a Lei Complementar nº 24, de 08 de junho de 1988, estabelece em seu Título IV, os Órgãos de Execução de Atividades Jurídicas e consta no seu Capítulo VII, o artigo 17, que fala da competência da Procuradoria de Assistência Judiciária (PAJ), ao estabelecer que a referida procuradoria deve prestar assistência aos legalmente necessitados, na área cível, criminal, trabalhista, sendo essa integrada por advogados, organizados em quadro de pessoal a ser instituído por lei.

3.7.2. Organograma da Procuradoria de Assistência Judiciária

A Procuradoria Geral do Estado de Goiás, como órgão indispensável à administração da justiça, ao trabalhar para o fortalecimento da democracia e afirmação do Estado Democrático de Direito, previstos na Constituição Federal, desempenha no Estado de Goiás a responsabilidade da prestação da assistência jurídica gratuita e integral aos necessitados.

Fonte: www.pgego.gov.br

A Lei nº 9.785, de 07 de outubro de 1985, regula a prestação dos serviços de assistência judiciária e de defensoria dativa e dá outras providências, o seu artigo 1º e 2º assim estabelecem:

Art. 1º - Os serviços de assistência judiciária ou defensoria dativa serão prestados, na forma da lei, pelos Procuradores do Estado e Advogados, nas comarcas de Goiânia e no interior do Estado, respectivamente, perante a Justiça civil, penal, ou de qualquer outra natureza.

Art. 2º - O patrocínio de assistência judiciária ou defensoria dativa ao necessitado, nas comarcas do interior, será exercido por advogado sem vínculo empregatício com o Estado.

§ 1º - Para os efeitos desta lei, considera-se:

a) assistente judiciário, o advogado nomeado pela Seção ou Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil, pelo Juiz de Direito ou pelo Serviço de Assistência Judiciária, para patrocinar a causa do necessitado, depois de deferido o pedido em juízo;

b) defensor dativo, o advogado nomeado pelo Juiz de Direito para promover a defesa, em processo criminal do acusado ausente, foragido, ou sem meios para constituir defensor.

§ 2º - A pessoa que fizer jus ao benefício indicará o assistente judiciário ou defensor dativo de sua preferência com a respectiva declaração de aceitação do encargo. (Diário Oficial do Estado de Goiás, em 11 de outubro de 1985)

PAJ

ÁREA

CÍVEL

ÁREA

CRIMINAL

FÓRUM DE

GOIÂNIA

JUIZADOS

ESPECIAIS

De acordo com a Lei Complementar nº 58, de 04 de julho de 2006, estabelece que compete a PGE, entre outras atribuições: ³prestar assistência jurídica aos QHFHVVLWDGRV´

Visando à efetivação desta determinação legal, buscamos o artigo 17 da Lei Complementar nº 24, de 08 de junho de 1988, que diz:

Da procuradoria de assistência judiciária

Art. 17 - Compete à Procuradoria de Assistência Judiciária prestar assistência aos legalmente necessitados.

§ 1º - A assistência judiciária compreende as instâncias cível, criminal, trabalhista e administrativa, no âmbito da justiça Estadual e ou Federal. § 2º - A Procuradoria de Assistência Judiciária, será integrada por DGYRJDGRV RUJDQL]DGRV HP 4XDGUR GH 3HVVRDO D VHU LQVWLWXtGR SRU OHL´ (Diário Oficial do Estado de Goiás, de 12 de junho de 1998)

Com base na legislação citada, notamos que o modelo de assistência jurídica adotado pelo Estado de Goiás é o judicare, que consiste na prestação do serviço por advogados particulares, devidamente remunerados pelo Estado, ao proporcionar aos carentes de recursos a mesma assistência dos financeiramente capacitados, uma vez que não faz distinção entre os advogados, ou seja, mesmo uma pessoa desprovida de recursos pode ser atendida pelo melhor advogado de sua cidade.

Importante frisar que esse sistema é encontrado no direito brasileiro, somente nos Estados em que não foi implantado o serviço da Defensoria Pública, o que ocorre atualmente nos Estados de Goiás e Santa Catarina.

Pelo exposto, a legislação goiana, visando dar efetividade do acesso à justiça as pessoas hipossuficientes, criou duas formas de prestação de assistência jurídica: os Advogados Dativos e os Advogados Integrantes da Procuradoria de Assistência Judiciária. O quadro abaixo apresenta as principais características dessas duas classes de profissionais:

ADVOGADOS DATIVOS ADVOGADOS INTEGRANTES DA

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