Atividade leiteira

Segundo dados do IBGE, no ano de 2009, o município de Doutor Maurício Cardoso apresentava um total de 221 produtores de leite cadastrados, sendo estes com uma média de atuação no ramo de 15 anos de atividade. A média de produção de litros de leite/dia no município era de 20.124 e a média por produtor, de 91,10 litros/dia.

O gráfico 2 mostra o rebanho bovino era de 3.861 cabeças, sendo que para estes são utilizados 1.213 hectares de terra para plantio de pastagens de inverno e 551 hectares para necessidade.

Gráfico 2: Rebanho leiteiro Fonte: IBGE, 2009.

Desse rebanho 46% de vacas que estão em lactação; 18 são terneiras; 13% são vacas secas; 12% são novilhas prenhas e 11% são novilhas não prenhas, conforme o gráfico 3.

Rebanho ; Lactação; 46; 46% Rebanho ; Secas; 13; 13% Rebanho ; Novilhas prenhas; 12; 12% Rebanho ; novilhas não prenhas; 11; 11% Rebanho ; Terneiras; 18; 18% Rebanho Leiteiro Lactação Secas Novilhas prenhas novilhas não prenhas Terneiras

Gráfico 3: Raças Fonte: IBGE, 2009.

As raças de animais predominantes no município com para a finalidade leiteira encontram-se disposta da seguinte forma: 60% dos animais são da raça Jersey; 25% holandesa; e 15% outras. Dessa forma, pode-se identificar que a proporção de duas raças é muito grande atingindo sua totalidade de 85%. Isso se deve ao fato de serem animais que se adaptam facilmente à região.

Outro fator determinante, segundo dados do IBGE e EMATER, refere-se ao nível de capacitação dos produtores de leite do município de Doutor Maurício Cardoso. Dos 221 cadastrados, 109 têm uma produção média de leite/dia de 50 litros, praticamente 50% dos produtores, sendo que destes apenas 65 apresentam alguma capacitação.

As propriedades em que a produção varia de 50 a 100 litros/dia, representam 64 agricultores, ou seja, 262. Desses somente 36 têm alguma capacitação. Já os que mantêm produção de leite de 100 a 150 litros/dia, são 15 produtores, ou 7% do total. Desses, apenas 9 apresentam alguma capacitação. Já aqueles que têm uma produção diária acima de 150 litros compreendem 33 produtores, ou 15% do total. O nível de capacitação destes é um pouco acima dos demais, sendo que 27 tem alguma capacitação.

Raças; Jersey; 60; 60% Raças; Holandesa; 25; 25% Raças; Gir Leiteiro; 0; 0% Raças; SRD; 15; 15%

Raças

Com estes dados, pode-se dizer que a produção leiteira do município está basicamente concentrada em pequenos e médios produtores, e os que apresentam maior produção de leite/dia têm um nível de capacitação maior.

As formas de aperfeiçoamento dos produtores estão basicamente estratificadas em Dias de Campo, Seminários, Cursos, visitas de Técnicos nas propriedades ou o uso de mais de umas das alternativas citadas.

3.3.2.1 Programas de leite em Doutor Maurício Cardoso

Na região de análise do estudo, observou-se que alguns municípios desenvolvem ações de fomento e fortalecimento das atividades agropecuárias, em especial para atividade leiteira. Cada município, através dos foros qualificados, estabelece critérios para realizar as ações que auxiliam os agricultores na condução de suas atividades. Cada ação proposta resulta em diferentes interpretações e adoção por cada produtor.

O estudo observou que existem diferentes apoios desenvolvidos pelo poder público e pelas entidades constituídas no município de Doutor Maurício Cardoso. Atualmente, o poder público desenvolve o “ PROGRAMA LEITE NOTA 10”, que foi constituído no ano de 2006, e que vem sendo adequado, e aperfeiçoado. Atualmente foi instituído o bônus de incentivo à inseminação artificial e o bônus de incentivo à comercialização formal ao litro do leite. Segundo a Lei Municipal n° 1591/2011:

- Um bônus será concedido a cada trimestre, que bonifica o valor de 50,00 para realização da inseminação artificial de rebanho leiteiro, para cada produtor, que no período do trimestre tiver no mínimo 4 vacas em período de ativo de lactação, desde que o mesmo comprove através da efetivação de um cadastro no primeiro mês do trimestre. O bônus de inseminação artificial não poderá ser superior a 200,00 (duzentos reais) considerando os quatros semestres do ano.

- O artigo 4° estabelece o bônus do incentivo à comercialização formal do leite, que foi fixado em 0,006 (seis centésimos de centavos) por litro. Esse valor é auferido no trimestre através da apuração da quantidade de litros de leite comercializado formalmente, multiplicado pelo coeficiente fixado. Para receber o bônus, o produtor de leite deve estar cadastrado no Programa Nota 10, apresentando a cada trimestre o Talão de Notas fiscais de produtor e as

respectivas notas fiscais da empresa compradora de leite. Somente receberá o valor se houver efetiva apresentação em cada trimestre, não havendo possibilidade de acumulação de meses e de notas fiscais.

- A Lei estabelece que o pagamento do bônus será realizado em data fixada após o trimestre em evento, realizado de forma coletiva, momento no qual serão realizadas palestras ou orientações para qualificação dos produtores, via profissionais de diferentes áreas técnicas e comportamentais.

- O pagamento do bônus será efetuado em nome do cônjuge mulher, devendo a mesma estar presente no evento coletivo para receber a bonificação e participar da qualificação na atividade.

- Serão realizadas premiações, através de sorteios, de eletrodomésticos, eletrônicos e utensílios de uso no lar, no final do quarto trimestre, entre os produtores(as) integrantes do programa. O valor da premiação é de 5.000,00 reais.

- O artigo 9º da lei estabelece que os profissionais do quadro profissional da Secretaria da Agricultura e Meio Ambiente e de outras secretarias, com formação específica, como veterinários, agrônomos e técnicos agrícola e outros profissionais, proporcionarão gratuitamente aos integrantes do Programa Nota 10 projetos e serviços vinculados à produção de infraestrutura leiteria.

Ainda:

- Projetos de engenharia civil; - Projetos de custeio pecuário; - Projetos de investimentos; - Projeto topográficos;

- Serviços de demarcação e medição de áreas; - Assistência técnica agronômica e veterinária.

As taxas de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) serão custeadas pelo municípios.

Todos os produtores cadastrados no programa receberão no mínimo, uma visita técnica por ano por um profissional da agronomia, veterinária ou técnico.

Havendo participação em feiras agropecuárias e exposições, os produtores integrantes do programa terão seleção dos animais e transporte, alimentação e outros que serão de responsabilidade do município.

- O artigo 12 estabelece que o produtor de leite terá ainda uma análise de solo anual (física ou química) de forma gratuita, na área destinada ao cultivo de pastagens.

Aos produtores do programa serão oportunizados cursos e treinamentos de capacitação do SENAR e de outras entidades que tenham formação voltada à área de interesse da atividade leiteira.

Paralelo ao PROGRAMA NOTA 10, algumas propriedades do município, no total de 20, escolhidas pelas entidades do município, receberão através do programa de fomentado junto a FUNCAP via programa Balde Cheio, o acompanhamento mensal de atividades para fomentar a melhoria da produção leiteira, através de orientações para formação de pastagens, nutrição animal, manejo sanitário e reprodutivo e controles reprodutivos, controles de custos, planejamento de atividades entre outros. Essas propriedades serão utilizadas como repassadoras das tecnologias, sendo demonstrativas às demais, através de eventos técnicos, como dias de campos e visitas técnicas.