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Custo de oportunidade compreende uma avaliação de risco no uso do capital, avaliando-o segundo um indicador de remuneração opcional escolhido pelo produtor (SEBRAE, 2006). É utilizado como um parâmetro de custo para análise do melhor uso alternativo do capital. O investimento em máquinas, benfeitorias, equipamentos e animais tem um custo de oportunidade que precisa ser considerado como parte do seu custo total. Como o valor do capital investido diminui com o passar do tempo, e a depreciação está também sendo considerada, a média entre o valor inicial e o final é considerada para determinar o custo de oportunidade, uma aproximação do montante total que ficou empatado durante a vida útil do bem. Esse valor, multiplicado por uma taxa de juros alternativa (geralmente se utiliza a remuneração da caderneta de poupança), dá uma estimativa de quanto o agricultor deixou de receber, em média, por ano, ao empregar seus recursos na empresa.

O custo de oportunidade do capital investido em máquinas, benfeitorias, equipamentos e animais é calculado utilizando-se a seguinte equação:

J = Vi + Vf x i/2 em que:

J = Custo de oportunidade anual; Vi = valor inicial ou novo; Vf = valor final ou residual; i = Taxa de juros alternativa.

As despesas desembolsadas pelo produtor devem ser calculadas considerando-se a época do uso do insumo. É, portanto, proporcional ao tempo em que o capital ficou empatado em relação à obtenção do produto. Apesar de não ser a forma mais correta por utilizar o valor médio do gasto com desembolso, optou-se por calcular o custo de oportunidade do capital circulante com a seguinte equação:

J = desembolso x i /2

Quando a terra utilizada no processo produtivo de dado produto é alugada ou arrendada, não se tem dificuldade na determinação do custo, pois este é equivalente ao

desembolso feito pela empresa para sua exploração. Todavia, se a terra é própria, a determinação do custo deve considerar o seu custo de oportunidade.

Dois critérios são, normalmente, utilizados para determinar este custo:

a) valor do arrendamento; b) valor de mercado.

O valor de arrendamento (aluguel) é o critério mais utilizado. O valor de mercado é outro critério que pode ser utilizado e consiste em determinar, com base no mercado, o valor de venda da terra. Multiplica-se esse valor por uma taxa de juro alternativa. O resultado da operação dará uma estimativa de quanto o produtor deixou de receber, em determinado período de tempo, ao explorar sua terra, em vez de vendê-la e aplicar o dinheiro em outra atividade que rendesse juro.

O único custo atribuível ao uso da terra é o próprio custo de oportunidade. Embora possa ser questionável, parte-se do pressuposto de que a terra, se for adequadamente utilizada, manterá estável sua capacidade produtiva, não havendo, por conseguinte, depreciação.

c) Análise de rentabilidade

Renda Bruta Total (RBT)

A renda bruta total, relativa a determinado exercício, compreende o valor de todos os produtos obtidos como resultado do processo de produção da empresa durante um ciclo produtivo (VALE, 2000).

O valor da produção é determinado pelo preço dos produtos no mercado, multiplicado pela respectiva quantidade vendida, consumida ou estocada.

RBT = PiQi, i=1

em que

Pi= preço do produto i; Qi = quantidade produzida i.

De outra forma, pode-se dizer que a RBT compreende a soma dos valores dos seguintes itens:

a) produtos animais e vegetais vendidos durante o ciclo produtivo;

b) produtos produzidos e consumidos na propriedade, armazenados ou utilizados para efetuar pagamentos em espécie, avaliados pelos preços de mercado ou outro critério escolhido;

c) receitas provenientes de arrendamento de terra, aluguel de máquinas etc.; d) aumento do valor dos rebanhos provenientes do crescimento e engorda.

A análise da RBT, isoladamente, é pouco conclusiva, pois nem sempre as linhas de exploração que apresentam maior renda bruta são as melhores do ponto de vista econômico. Torna-se necessário comparar a RBT com custo de produção para definir a rentabilidade da atividade.

Margem bruta (MB)

A margem bruta é o resultado do valor da produção obtida na exploração considerada, menos o custo operacional efetivo (COE).

MB = RBT – COE

Utilizando-se o conceito de margem bruta, pode-se tirar algumas conclusões sobre o desempenho da atividade produtiva:

a) Margem bruta positiva (MB>0) significa que a receita bruta é superior ao COE. Ou seja, a atividade produtiva sobreviverá pelo menos no curto prazo. Para a conclusão de longo prazo, é necessário incluir o custo operacional total (COT).

b) Margem bruta negativa (MB<0) significa que a receita bruta é inferior ao COE, o que torna a exploração antieconômica. No curto prazo, o produtor, se abandonar essa

exploração, estará minimizando seus prejuízos, pois ficará sujeito apenas aos custos fixos que continuarão a existir.

Alguns cuidados deverão ser observados antes da decisão de sair da atividade. É importante verificar a composição dos custos e os índices tecnológicos, bem como observar se há possibilidade de melhorar o remanejamento dos fatores de produção e técnicas que poderão minimizar custos ou aumentar a produtividade.

Margem líquida (ML)

Margem líquida é definida como sendo a diferença entre a renda bruta total e o custo operacional total (COT).

ML = RBT – COT

Utilizando o conceito de margem líquida, pode-se tirar, também, algumas conclusões, tais como:

a) Margem líquida positiva (ML>0) significa que a receita bruta é superior ao COT. Ou seja, a atividade produtiva sobreviverá no longo prazo à medida que a RBT é suficiente para pagar os custos de desembolsos, remunerar o produtor e cobrir os custos com depreciação.

b) Margem líquida negativa (ML<0) significa que a receita bruta é inferior ao COT. Neste caso, a atividade pode não remunerar adequadamente o produtor, em parte ou totalmente os custos com depreciação, causando, com o passar dos anos, o “sucateamento/descapitalização” da propriedade.

Lucro (L)

O Lucro representa a diferença entre a renda bruta total e o custo total. L = RBT – CT

Como no custo total foram incorporados os custos de oportunidade, o lucro positivo (L>0) significa que a opção do produtor em alocar seus recursos na atividade agropecuária proporciona maior lucro que o uso alternativo (caderneta de poupança, por exemplo).

Da mesma forma, o lucro negativo (L<0) implica que o produtor, no mínimo, deixou de ganhar ao optar pelo emprego dos recursos produtivos na atividade agropecuária, pois obteria melhor resultado no uso alternativo.

Finalmente, o lucro nulo (L=0) significa que o retorno do capital investido na empresa proporcionou o mesmo retorno que seria obtido se o produtor tivesse optado pelo uso alternativo.

3 INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE A AGRICULTURA NA REGIÃO DE TRÊS DE

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