FORTALEZA- CE
Marta Lidia de Sousa Silveira
Este trabalho aborda a temática da minha pesquisa de monografia que ainda está sendo concluída. É crescente o número de criança em situação de rua, isso viola a dignidade humana e confronta a legislação vigente não só em território brasileiro, mas também nas mais diversas convenções internacionais que luta pela defesa dos direitos.
De acordo com a Constituição Federal Brasileira (1988), Art. 227
É a família, a sociedade e o Estado as que devem assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade, e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Dessa forma, é desumano criança viver em situação de rua, estes sujeitos de direitos, sendo dever do estado assegurar que tenham uma vida digna e protegê-los. Conforme a Primeira Censitária Nacional sobre Criança em Situação de Rua, publicada em março de 2011, foram identificadas 23.973 crianças e adolescentes em situação de rua no Brasil. Afirma que o Ceará é o quinto Estado no Brasil e o segundo no Nordeste com crianças e adolescentes em situação de rua, com a totalidade de mil e quinhentos e setenta e cinco (1.575) vivendo nas ruas (6,6%) no Ceará.
Está posto na Constituição Federal Brasileira (1988) e reforçado pela Política Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito das Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária- PNCFC (2004), que a Criança e Adolescente são sujeitos de direitos à sobrevivência e ao desenvolvimento.
Desse modo, é alarmante o número de Crianças que vivem em situação de pobreza no Ceará, donde no que preconiza a Constituição assim como PNCFC, se encontra distante da realidade, na qual impõem a precária sobrevivência dessas crianças e adolescentes.
O Estatuto da Criança e Adolescente (ECA)preconiza que garantir os direitos de todas as crianças e adolescentes deve ser prioridade absoluta da família, da comunidade,
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da sociedade e do poder público. Ainda está posto no ECA como direito da criança à saúde, ao abrigo, à alimentação e à educação. Ele também dispõe sobe os direitos de ser criança, de ter liberdade de opinião, expressão, crença e culto religioso, brincar, praticar esportes, divertir-se, participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação, e buscar refúgio, auxílio e orientação (BRASIL, 1990).
Entretanto, observa-se que, de acordo com o que preconiza o ECA, o direito a essas crianças em situação de rua está sendo violado, pois estão expostas ao risco e à vulnerabilidade social, vítimas de violência e discriminação, sem acesso à educação, à saúde, a uma boa alimentação e até mesmo sem o vínculo familiar.
Está posto no Art. 7º do ECA que a criança e o adolescente têm direito à proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.
Diante disso, o Programa Ponte de Encontro,
Oferta serviço de forma continuada e programada, com a finalidade de assegurar trabalho social de abordagem e busca ativa que identifique, nos territórios, a incidência de trabalho infantil, exploração sexual de crianças e adolescentes, situação de rua, dentre outras. O Programa busca a resolução de necessidades imediatas e promove a inserção na rede de serviços socioassistenciais e das demais políticas públicas na perspectiva da garantia dos direitos. Para ser atendido pelo Programa, é necessário ter de 0 (zero) a 18 (dezoito) anos incompletos estar em situação de rua. Os educadores sociais realizam abordagens sociais em locais onde há presença de crianças e adolescentes em situação de rua. Durante a abordagem, são respeitadas as seguintes etapas: identificação, aproximação, construção dos vínculos e encaminhamento à rede socioassistencial.
Por mais que o Estado ofereça políticas que enfrentem essa expressão da questão social – o crescente número de crianças em situação de rua – percebe-se ainda que essas políticas não sejam suficientes para que deixe de ser tão perceptível essa questão.
Então, se existem políticas presentes em instituições, no caso, como as políticas presentes no Programa Ponte de Encontro na busca da resolução de necessidades imediatas e promover a inserção na rede de serviços socioassistenciais e das demais políticas públicas na perspectiva da garantia dos direitos – saúde, educação, previdência social, trabalho e renda, moradia, cultura, esporte, lazer e segurança alimentar e nutricional, visando à construção de novas trajetórias de vida – indagou-me a analisar em que consiste o trabalho do Programa Ponte de Encontro junto às crianças em situação de rua no município de Fortaleza- CE.
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consiste o trabalho e serviços sociais de abordagem junto às crianças em situação de rua captadas pelo Programa Ponte de Encontro? Para compreendermos de forma mais sucinta a temática apresentada, elegemos duas categorias, que foram as seguintes: Criança em Situação de Rua e Políticas Públicas.
Para realizar esta pesquisa, é de suma importância percorremos métodos científicos capazes de viabilizar os objetivos desejados. Desse modo elegemos a seguir um conjunto de escolhas e procedimentos metodológicos para o alcance dos objetivos, na busca do saber e do conhecimento da problemática.
Criança em situação de rua é uma temática que instiga o pesquisador a encontrar respostas as suas indagações para contribuir na construção do conhecimento a partir de várias fontes, analisadas sob diferentes aspectos, tanto para aprender como para ampliar o conhecimento ou desmistificar falácias construídas pela sociedade.
Desse modo como pesquisadores/estudiosos, buscaremos respostas concretas e científicas que tragam explicações a essa questão que nos inquieta e leva a realizar esta pesquisa precisa, tanto para o conhecimento do pesquisador como para a sociedade, a partir da pesquisa de campo (e estudos teóricos), realizada no Programa Ponte de Encontro, localizado na Rua Guilherme Rocha, 1503, Jacarecanga, no Município de Fortaleza-CE.
REFERÊNCIAS
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988.
BRASIL. [Estatuto da criança e do adolescente (1990)]. Lei federal nº 8069, de 13 de julho de
1990. Rio de Janeiro: Imprensa Oficial, 2002.
CONSELHO NACIONAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. Plano
Nacional de Promoção, Proteção e defesa do Direito de crianças e adolescentes à convivência familiar e comunitária. 2004. Disponível em:
https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Cadernos/Plano_Defesa_Cr iancasAdolescentes%20.pdf. Acesso em: 25 abr. 2019.
META INSTITUTO DE PESQUISA DE OPINIÃO. Primeira pesquisa censitária nacional
sobre crianças e adolescentes em situação de rua. Disponível em:
http://www.teleios.com.br/wp-content/uploads/2011/03/Pesquisa-Censitaria-Nacional-sobre- Criancas-e-Adolescentes-em-Situacao-de-Rua-Mar-2011.pdf. Acesso em: 3 maio 2019.
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GRUPO DE TRABALHO 03:
ADOLESCENTE EM CONFLITO COM A LEI E INSTITUCIONALIZAÇÃO
* Autor (es): Título do trabalho: Pág.:
01 Letícia Queiroz Nascimento O processo de apuração do ato infracional, a natureza jurídica da medida socioeducativa e suas espécies 171 02 Alexandre Soares Melo
Virna Araújo Viana
O limiar da delinquência infanto-juvenil no bojo da
carência de amparo estatal 172
03 Nathália Esthéfanie Florêncio Freire Para quem serve oitivas informais? Será um direito para adolescentes em conflito com a lei? 174 04 Adriana Cristina Nobre de Oliveira Controle sociopenal e a garantia da liberdade como direito humano: uma abordagem da medida
socioeducativa de internação 176
05 Dayane Martins Sales Lima O sistema socioeducativo de Fortaleza e a ineficiência para garantir a cidadania 178 06 Aline Gomes de Oliveira Estudo da violência à luz das emoções e motivações 179 07 Maria Messianne de Sousa Vieira A atuação do(a) assistente social nas medidas socioeducativas 180 08 Maria Talita de Sousa Lima
Adolescentes em conflito com a lei e a liberdade assistida: uma análise junto aos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa no CREAS
Rodolfo Teófilo em Fortaleza – CE
182
09 Priscila Verena Caetano Jairo Rocha Ximenes de Lima
Pensando o plano individual de atendimento num contexto de interferência de facções criminosas no
sistema socioeducativo 184
10 Jully Cristianne Galdino da Silva adolescentes: uma análise da realidade do CEDUC – Medidas socioeducativas e a ressocialização de
Mossoró/RN 188
AVALIADORA: - Marwil Gomes Praciano
EMENTA
O funcionamento do Sistema Socioeducativo do Ceará em face da Constituição Federal de 1988 e da legislação infraconstitucional vigente, tais como, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase), que regulamenta a
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Desta Maneira, este GT tem o objetivo de promover e defender os direitos destes, abrindo espaços para discussões mais aprofundadas sobre a temática as quais evidenciam o grave contexto de crise que se reflete nos últimos anos em inúmeras violações de direitos humanos, como denúncias de tortura, agressões, superlotação e falta generalizada de insumos básicos, para uma discussão capaz de gerar maior conscientização e criticidade a respeito do sistema socioeducativo. Almejamos trazer para a discussão temática, por exemplo:
- Adolescente em conflito com a Lei e Responsabilização; - Adolescente sujeito de Direito;
- Conjuntura, cultura menorista e influência da mídia; - Desigualdade social, criminalização e rivalidade; -O Estado, o ato infracional e a privação de liberdade.
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