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AUMENTO DO TAMANHO DO CORAÇÃO

No documento Radiologia Básica -2ª Ed (LANGE) (páginas 53-57)

䉴 Equipamentos de monitoração

EXERCÍCIO 3.1 AUMENTO DO TAMANHO DO CORAÇÃO

3.1 O diagnóstico mais provável no Caso 3.1 (Fig. 3.24) é de:

A. insuficiência cardíaca congestiva B. derrame pericárdico

C. shunt intracardíaco D. pouca inspiração no exame E. estenose pulmonar

Fig. 3.21 Radiografia torácica AP em decúbito dorsal de um paciente na UTI com insuficiência conges- tiva, revelando posicionamento muito distal da ponta do cateter de Swan-Ganz no ramo da artéria pulmonar para lobo superior (seta).

Fig. 3.22 BBIA em posição normal distal à ori- gem da artéria subclávia esquerda (seta) revelada pela radiografia AP em decúbito dorsal de um pa- ciente após seis horas de cirurgia de revascularização miocárdica.

3.2 O diagnóstico mais provável do Caso 3.2 (Fig. 3.25) é de:

A. massa mediastinal

B. shunts intracardíacos (defeito de septo

interatrial [DSA] e defeito de septo interventricular [DSV])

C. derrame pericárdico ou miocardiopatia D. doença arterial pulmonar e aórtica

combinada E. aberrações técnicas

3.3 O diagnóstico mais provável do Caso 3.3 (Fig. 3.26) é de:

A. massa mediastinal

B. shunts intracardíacos (DSA e DSV) C. derrame pericárdico ou miocardiopatia D. doença arterial pulmonar e aórtica

combinada E. aberrações técnicas

3.4 O diagnóstico mais provável do Caso 3.4 (Fig. 3.27) é de:

A. anomalia de Ebstein B. massa mediastinal C. shunt intracardíaco D. derrame pericárdico E. estenose aórtica e mitral

3.5 O diagnóstico mais provável do Caso 3.5 (Fig. 3.28) é de:

A. doença cardíaca congênita B. insuficiência cardíaca congestiva C. derrame pericárdico

D. pneumonia aguda E. dissecção aórtica

Achados radiológicos

3.1 Aparentemente, esse caso (Fig. 3.24) re- presenta um “coração aumentado” devi- do à fase expiratória da respiração de um paciente não colaborativo (D é a resposta correta para a Questão 3.1). Observe a redução dos volumes pulmonares e a ele- vação dos hemidiafragmas. O aglomera- do de vasos resultante obscurece grande parte da margem cardíaca. A técnica de radiografia PA em inspiração é preferível para evitar o “diagnóstico” de doenças que o paciente não tem.

3.2 Esse caso (Fig. 3.5) é um exemplo de derra- me pericárdico (pontas de seta) (C é a res- posta correta da Questão 3.2). A então cha- mada configuração globular ou em “botija” do coração constitui os achados da radio- grafia convencional na incidência frontal.

3.3 Esse caso (Fig. 3.26) revela achados radio- gráficos similares aos do Caso 3.2. É o caso de miocardiopatia (C é a resposta correta da Questão 3.3). A B AD SC VD AD VD SC

Fig. 3.23 Incidências PA (A) e em perfil (B) re- velam as localizações mais comuns dos eletrodos de marca-passo: AD, átrio direito; SC, seio coronário; VD, ventrículo direito.

3.4 Esse paciente (Fig. 3.27) apresenta car- diomegalia, aumento da vascularização pulmonar e artérias pulmonares proemi- nentes, achados sugestivos de shunt intra- cardíaco, o qual, nesse caso, consiste em um defeito do septo interatrial (DSA) (C é a resposta correta da Questão 3.4). A ra- diografia lateral (Fig. 3.29) revela artérias pulmonares centrais aumentadas e proe- minência ventricular direita decorrente do fluxo aumentado.

3.5 Esse caso (Fig. 3.28A) ilustra cardiomega- lia, aumento da vascularização pulmonar, redistribuição do fluxo sanguíneo para os lobos superiores e linhas B de Kerley típicas de edema pulmonar (B é a resposta correta da Questão 3.5). Observe a radiografia nor- mal 1 mês antes (Fig. 3.28B).

Discussão

O derrame pericárdico e a miocardiopatia se apresentam de forma similar nas radiografias torácicas PA (Casos 3.2 e 3.3). Muitas vezes, a aparência do coração é referida de forma globular ou em “botija” e, quando isso é observado, a eco- cardiografia constitui o melhor exame de imagem a ser feito para diferenciar essas duas entidades. No entanto, é possível que esse diagnóstico seja sugerido na radiografia lateral pela separação da gordura pericárdica e epicárdica pelo líquido pericárdico, conforme exibido na Figura 3.25B (pontas de seta). Adicionalmente, a presença ou ausência de edema pulmonar pode, algumas ve- zes, ajudar o diagnóstico. Via de regra, os derra-

mes pericárdicos não resultam em edema pulmo- nar e, portanto, a presença de edema favorece a miocardiopatia dilatada. As massas mediastinais podem ocorrer em local ou distribuição que faça o coração parecer maior na radiografia torácica. A TC é o segundo melhor exame a ser realizado para confirmar a suspeita clínica de massa e para avaliar adenopatia mediastinal.

A anomalia de Ebstein, mencionada na Ques- tão 3.4, é um tipo incomum de doença cardíaca

Fig. 3.24 Caso 3.1, homem de 20 anos de idade, não cooperativo, com dor torácica leve.

B A

Fig. 3.25 A e B, caso 3.2, homem de 70 anos de

congênita que também pode produzir a aparência globular do coração na radiografia torácica (Fig. 3.30A). Nesses pacientes, a válvula tricúspide é deslocada para baixo, resultando em regurgitação tricúspide (Fig. 3.30B). Normalmente, há um DSA associado. A insuficiência tricúspide ocasiona grande aumento do átrio direito, e a vasculariza- ção pulmonar, em geral, fica diminuída devido à redução do fluxo pelas artérias pulmonares. Com frequência, esses pacientes apresentam insuficiên- cia congestiva precocemente na vida, havendo ne- cessidade de ecocardiografia, RM ou angiografia cardíaca para se chegar a esse diagnóstico.

O aumento do tamanho do coração é um pro- blema clínico comum que pode ser causado por diversas anormalidades. É possível diagnosticá- -lo quando o índice cardiotorácico é maior do que 60%. Muitas vezes, a incidência em perfil é útil para a confirmação do aumento ventricular esquerdo e atrial esquerdo. A causa mais habitual é a doença aterosclerótica, embora várias outras entidades também possam ser responsabilizadas. Na insuficiência cardíaca congestiva (ICC), as for- ças hidrostáticas resultam em coleção de líquido nos septos interlobulares, aquelas bainhas de te- cido conectivo, nas veias e nos linfáticos ao redor do lóbulo pulmonar secundário (Fig. 3.31, setas). 䉱 Fig. 3.26 Caso 3.3, homem alcoólatra de 60

anos de idade com dispneia.

Fig. 3.27 Caso 3.4, mulher de 28 anos de idade com sopro sistólico forte, sem cianose.

B A

Fig. 3.28 A e B, caso 3.5, A, mulher de 55 anos

de idade com dispneia aguda; B, radiografia torácica da mesma paciente obtida um mês antes.

Conforme as pressões hidrostáticas se elevam, pode haver acúmulo de líquido nos alvéolos, o que fornece padrão alveolar à doença. Shunts intracar- díacos, em especial defeito de septo interventri- cular (DSV), também podem acarretar aumento do coração devido ao fluxo maior decorrente do

shunt interno. O DSV constitui a anomalia congê-

nita cardíaca mais comum, e o shunt intracardíaco precisa ser de, pelo menos, 2 para 1 para que a ra- diografia revele alterações reconhecíveis.

EXERCÍCIO 3.2 ALTERAÇÕES NO

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