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4. Realização da Prática Profissional

4.1 Área 1 – Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem

4.1.4. Avaliação

A avaliação é a consciência do próprio sistema educativo (Albuquerque, Aranha, Gonçalves, Eds Ismai S/D). É uma forma de podermos verificar se tudo o que planeamos e realizamos alcançaram os objetivos propostos. Segundo os mesmos autores, o processo avaliativo só é eficaz se realizado de uma forma estruturada, consciente e fundamentada.

A avaliação é um processo bem mais complexo do que se possa imaginar e, por isso mesmo, é considerada por muitos professores como a tarefa mais difícil a realizar. É um processo que necessita ser bem pensado e definir claramente aquilo que queremos avaliar. Segundo Aranha (2004) e Hadji (1994), a avaliação deve responder a cinco questões:

- A quem? (objeto de avaliação);

- O quê? (parâmetros de avaliação);

- Como? (critérios de avaliação);

- Porquê? (Validade da avaliação);

- Para quê? (Sucesso ou insucesso).

Com o crescente estatuto da Educação Física nos currículos escolares, esta começou a contar para a média final dos alunos. A avaliação desta disciplina tornou-se assim uma componente que exige um maior rigor e sentido de responsabilidade por parte do professor. Este deve definir bem os critérios e parâmetros de avaliação e ser o mais justo possível na atribuição das classificações. Uma dificuldade minha residiu ao nível da elaboração das

avaliações diagnósticas. Segundo Rosado e Colaço (2002), é através destas

33 para poderem iniciar novas aprendizagens. Acrescentam ainda que, é aqui que os problemas podem ser identificados pois esta será a base, o ponto de partida para a atividade. Como no ano transato, ao nível das didáticas específicas trabalhamos em grupos, foi-nos possível realizar esta avaliação observando os alunos individualmente. Este ano, após várias reflexões sobre esta matéria com os meus colegas e professor cooperante, cheguei à conclusão que tal método era impossível. Um professor só não consegue observar se todos os alunos cumprem os vários critérios definidos ou não. Para tal, era necessário que a aula fosse filmada e analisar o vídeo de seguida, ou então dedicar duas ou três aulas para a avaliação diagnóstica o que não faria muito sentido com unidades didáticas tão curtas. Decidi então definir 3 critérios para cada conteúdo, classificando o nível de habilidade dos alunos consoante a observação desses mesmos critérios. Assim, defini bem o que realmente pretendia detetar nos alunos e, apesar de não os conseguir observar a todos de forma pormenorizada, foi-me possível ter uma perceção do nível geral da turma e destacar aqueles que sobressaiam quer pela positiva quer pela negativa.

Desde o início do ano que transmiti aos alunos que a avaliação era um processo contínuo e para não se preocuparem apenas no momento formal da avaliação. Com isto, pretendi retirar-lhes alguma pressão destes momentos mais formais e incentivar-lhes a darem o máximo de si em todas as aulas. Esta

avaliação formativa, realizada em todas as aulas, deve ser dominada pelos

professores, pois é esta que deve acompanhar todo o processo ensino- aprendizagem (Ribeiro e Ribeiro, 1990). Fornecem ao professor dados importantíssimos acerca da evolução ou não dos alunos assim como se os seus métodos de ensino estão a ser bem sucedidos ou não. Assim, com a informação que conseguia recolher ao longo das aulas, foi-me permitido ajustar a minha intervenção pedagógica a cada aluno em particular, otimizando desta forma a sua aprendizagem. O domínio do conhecimento das várias modalidades é algo que o professor deve dominar para assim poder avaliar e agir com competência. Confesso que, em algumas modalidades como Dança e Bitoque/Rugby, ainda não me sentia preparado para tal. Então, o que procurei fazer em relação a estas disciplinas, foi ler vários artigos sobre as modalidades

34 e conversar com o professor cooperante na tentativa de retirar várias dúvidas. Deste modo, a avaliação que realizei destas já fazia sentido, pois sabia o que devia avaliar e como avaliar.

Ao longo de todo este processo, há um momento de avaliação muito importante que nos permite avaliar o nível cognitivo dos alunos – teste teórico. Este ano realizei três testes, um em cada período. A sua estrutura foi baseada, predominantemente, em questões de escolha múltipla e verdadeiros e falso. Em menor escala foram também efetuadas perguntas de resposta curta. Antes de elaborar estas questões procedi, juntamente com os meus colegas, à construção de um documento que contivesse informação relevante sobre cada modalidade. Assim, o teste seria projetado com base nesta matéria (fornecida aos alunos) e nas informações transmitidas ao longo das aulas. Sendo esta uma disciplina, essencialmente, prática considero que não faria sentido realizar um teste de complexidade acrescida. Quanto à escolha das questões, esta foi uma tarefa que me deu um gosto particular em realizá-lo e sem ter um grande nível de dificuldade. Digo isto porque, ainda no decorrer deste ano letivo tive que realizar testes na faculdade como aluno e, aqui na ESFH, fi-los como professor. Foi um facto bastante curioso.

Finalizada a unidade didática é então o momento de realizarmos a

avaliação sumativa. De acordo com Ribeiro (1999), a avaliação sumativa

corresponde a um balanço final que nos permite ter uma visão do conjunto que foi o processo ensino-aprendizagem. Segundo Aranha (2004), é a avaliação sumativa que permite comparar os resultados iniciais com os finais. Neste sentido, os critérios que utilizei na avaliação diagnóstica foram os mesmos que usei nesta avaliação. Considero que apesar de esta ser uma aula de carácter mais formal, deve ser vista como mais um momento de aprendizagem para os alunos. Defendo muito a ideia que se deve “avaliar ensinando e ensinar avaliando”, (Albuquerque, Aranha, Gonçalves, Eds Ismai).

Por fim, chega o momento da autoavaliação onde os alunos refletem acerca da sua prestação ao longo do período/ano e sobre a sua classificação

35 final. Elaborei uma ficha para eles preencherem que continha os vários parâmetros de avaliação e respetivas percentagens.

Uma capacidade que o professor deve desenvolver para melhorar a sua capacidade de avaliar e que já falei nela várias vezes ao longo deste texto é a observação. Observar “qualquer coisa” não consiste apenas em olhar à nossa volta mas sim em atribuir significado ao que vemos (Sarmento 2004). Este foi, sem dúvida, um aspeto que desenvolvi ao longo deste ano. Não no que se refere a detetar eventuais erros no desempenho dos alunos mas sim relativamente ao controlo da turma enquanto efetuava essa mesma observação. Numa fase inicial, senti que quando observava um aluno dispersava um pouco a minha atenção sobre o resto da turma. Após ter recebido o devido feedback por parte do professor orientador e me ter consciencializado sobre esta situação, fui corrigindo-a progressivamente. De fato é importante que o professor consiga ter o controlo da turma toda em todos os momentos da aula. Aprendi, também, que uma tendência natural do professor é cingir a atenção especialmente nos alunos que se encontram mais próximos. Esta tendência deve ser alterada sendo fundamental que o professor observe também os alunos mais distantes, até para estes perceberem que o professor está atento a tudo que o rodeia. Neste sentido, a emissão de feedback´s e/ou reforços positivos, para alunos que se encontravam relativamente longe, foram estratégias que fui adotando.

Quanto às avaliações diagnóstica e sumativa, é importante referir que apesar de estas serem aulas que tenham de respeitar uma certa formalidade, não deixam de ser uma aula. Quero com isto dizer que aspetos como o tempo potencial de aprendizagem, o envolvimento dos alunos nas tarefas e a transição entre exercícios, por exemplo, não devem ser esquecidos.

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No documento Relatório Final de Estágio Profissional (páginas 46-50)

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