• Nenhum resultado encontrado

4. Realização da Prática Profissional

4.5. Projeto de estudo de um problema decorrente do processo de

4.5.3. Objetivos

4.5.3.1. Objetivo Geral

Comparar o TGFU e o MED relativamente à evolução da performance global no jogo de Basquetebol, de alunos de nível idêntico.

4.5.3.2. Objetivos Específicos

Para a concretização deste propósito procuramos atingir os seguintes objetivos específicos:

 Analisar e comparar a evolução dos alunos das duas turmas na tomada de decisão, execução da habilidade e ações de apoio, em situação de jogo.

 Comparar a evolução dos alunos (intra-turma e inter-turma) relativamente ao género.

 Calcular e comparar o envolvimento dos alunos em situação de jogo.

4.5.4. Metodologia

4.5.4.1 Caracterização da Amostra

A amostra foi constituída por 16 alunos, sendo 8 da minha turma (11º CT6) e 8 da turma do professor Bruno Dias (11º CT2). Destes 8 de cada turma, 4 são do género feminino e 4 do género masculino.

Modelo/Turma Sexo

Nº Masculino Feminino Nível de Execução

TGFU (11º CT6) 8 4 4 Baixo

MED (11º CT2) 8 4 4 Baixo

67 Os alunos do 11º CT6 foram selecionados após terem sido sujeitos a uma avaliação inicial baseada no Instrumento de Avaliação da Performance no Jogo (GPAI) (Anexo 2). Esta análise foi efetuada, detalhadamente, através da observação do vídeo da aula. Posteriormente, foi elaborada a Unidade Didática (Anexo 3) baseada nos princípios do TGFU.

Os alunos do 11º CT2 foram selecionados após o mesmo procedimento, no entanto a sua época desportiva foi elaborada com base nos fundamentos do MED (Anexo 4).

4.5.4.2 Tarefas de Instrução

Em ambas as turmas, o ensino do jogo de basquetebol não foi ensinado através da sua situação formal, mas sim utilizando as formas básicas de jogo

(FBJ). Segundo Rosado e Mesquita (2009), estas são versões modificadas do

jogo formal, apropriadas ao nível de jogo dos alunos, e que permitem que eles exercitem as suas competências motoras, cognitivas e sociais. Os mesmos autores acrescentam ainda que é importante que as FBJ sejam reconhecidas como “jogos autênticos”, preservando as relações problemáticas de cooperação/oposição e o fluxo normal do jogo, com convertibilidade natural do ataque em defesa e vice-versa.

De facto, esta é uma estratégia bastante boa que, sem desvirtualizar aquilo que é o jogo formal de basquetebol, permite um maior envolvimento dos alunos no jogo; uma maior probabilidade de obter sucesso; estabelecer mais interações entre os colegas; identificar mais facilmente os erros cometidos pelos alunos e potenciar o tempo potencial de aprendizagem.

“Todas as FBJ e o jogo formal possuem o mesmo tipo de estrutura global, composta por três estruturas parciais e o mesmo objetivo (Quadro 2)”, Rosado e Mesquita (2009).

68

Estrutura Global Estruturas

Parciais Ações de Ataque Ações de defesa

F/NF Finalizar (F) Impedir a finalização (NF)

OF/NOF Criar oportunidades de

finalização (OF)

Impedir a criação de oportunidades de finalização (NOF)

AO/NOA Organizar o ataque (OA) Impedir a organização do

ataque (NOA) Quadro 2 – Estrutura dos jogos de invasão

A FBJ que foi apresentada nas duas turmas foi a FBJ 2. De facto, os alunos revelaram que já tinham ultrapassado vários problemas da FBJ 1, como por exemplo não agir precipitadamente; realizar o passe e a receção com as duas mãos; ocupar racionalmente o espaço de acordo com os três spots e criar linhas de passe. No entanto, apesar de todos os problemas não estarem completamente consolidados, consideramos que devíamos introduzir a FBJ 2 até porque esta visa dar continuidade aos conteúdos da FBJ 1, procurando melhorar o desempenho em jogo e o controlo corporal. “De modo a facilitar o controlo corporal, o jogo continua a ser jogado em meio campo. O enriquecimento dos processos de jogo implica um avanço nas capacidades de tomada de decisão e o aumento do repertório de habilidades técnicas necessárias para resolver os novos problemas impostos pela nova forma de jogo. Ainda que não se retire completamente as medidas de posse de bola protegida, vai agora pretender-se que os jogadores adquiram noções e habilidades de proteção da posse de bola em presença do defensor. Assim merecerão atenção a posição de proteção e respetiva pega de bola, o drible de proteção e a reposição do dispositivo do ataque através do drible. Pretende-se também aumentar o espaço de iniciativa individual do jogador com bola, estimulando a entrada para o cesto e o lançamento na passada após drible, sem com isso deixar de lado o jogo de equipa, as ações concertadas entre dois

69 jogadores, nomeadamente o passe e corte. Na FBJ 2, será pedido aos defensores que se coloquem entre o jogador que defendem e o cesto”, Graça et. Al. (In Fernando Tavares Ed., 2006). Segundo Rosado e Mesquita (2009), a utilização das FBJ por si só não fornece aos alunos oportunidades suficientes para melhorarem a sua competência nos jogos de invasão. Justificam-se

situações mais simplificadas que, preservando a relação de

cooperação/oposição e o objetivo do jogo, consigam evidenciar e facilitar, sem descontextualizar e descaracterizar, determinadas partes do jogo. Estas situações são apelidadas de formas parciais de jogo (FPJ). Assim o ensino da FBJ será desenvolvido, também, com base nestas FPJ e nas tarefas

baseadas no jogo (TBJ). Estas últimas, segundo os mesmos autores, visam o

desenvolvimento dos meios necessários para dar resposta às soluções dos problemas do jogo. São situações de menor complexidade que permitem desenvolver habilidades com o intuito de melhorar o nível de jogo.

Quadro 3 – Definições dos problemas e objetivos de aprendizagem para a FBJ 2

70

4.5.4.3 Avaliação

Os alunos das duas turmas, que foram alvo de comparação, foram observados em dois momentos: avaliação diagnóstica e avaliação sumativa, em jogos com 10 minutos de duração. Esta observação foi efetuada através do visionamento do vídeo da aula.

De seguida, os alunos foram submetidos a dois modelos de ensino diferentes: TGFU e o MED. A unidade de ensino foi composta por dez blocos de aula de 90 minutos, já incluindo os momentos de avaliação.

A avaliação dos alunos, relativa à performance global no jogo, foi efetuada de acordo com o GPAI. Segundo Rosado e Mesquita (2009) este é um sistema de observação multidimensional concebido para medir os comportamentos de performance no jogo que demonstrem a compreensão tática, bem como a capacidade do aluno de selecionar e aplicar as habilidades técnicas. As três componentes observadas no jogo de basquetebol foram relativas à tomada de decisão, onde se procurou verificar as intenções táticas ofensivas com bola; à execução da habilidade, onde se avaliou a eficácia das principais habilidades técnicas; às ações de apoio onde se procurou analisar as intenções táticas ofensivas sem bola.

Cada item destas três componentes foram avaliados segundo os critérios que se podem observar no Quadro 4. Posteriormente, foi calculado o envolvimento que os alunos tiveram no jogo (Quadro 5), assim como, para cada componente, o índice de ações de forma a contabilizar a performance global no jogo, como mostra o Quadro 6.

Componente Critérios Apropriado Inapropriado

Tomada de Decisão

Jogador tenta lançar quando tem o cesto ao alcance

- Lança em apoio quando não encontra oposição e se encontra, relativamente, perto do cesto.

- Realiza lançamento na passada quando não tem oposição e se encontra longe do cesto.

- Lança em apoio quando este se encontra pressionado.

- Lança em apoio, sem oposição, a uma distância superior à sua distância individual apropriada.

- Não lança ao cesto quando se encontra numa posição favorável para o fazer.

71

- Não executa lançamento na passada quando tem o caminho livre para o fazer.

- Realiza lançamento na passada quando tem um opositor pela frente.

Jogador tenta passar a um colega desmarcado

- Passa a um colega em melhor posição. - Passa a bola ao jogador que corta para o cesto.

- Passa a bola para o jogador que corta nas costas.

- Passa a um jogador coberto pela defesa.

- Não passa a um colega melhor posicionado.

- Passe para um colega mal posicionado.

Jogador tenta driblar para avançar em direção ao cesto ou levar a bola para uma posição de ataque

mais favorável

- Dribla para o cesto quando tem o caminho livre.

- Dribla quando os colegas não conseguem criar linhas de passe.

- Dribla para uma posição mais favorável, fugindo aos cantos do terreno.

- Dribla em direção aos cantos. - Não dribla para o cesto quando tem caminho livre.

- Dribla sem motivo e a sua ação é inconsequente.

Componente Critérios Eficaz Ineficaz

Execução da Habilidade

Lançamento é convertido ou a bola toca no bordo superior do aro

- O lançamento é convertido.

- A bola bate no bordo superior do cesto, mas não entra.

- A bola bate no bordo inferior do cesto. - A bola bate na tabela ou no cesto com demasiada força.

- A bola não bate na tabela nem no aro do cesto.

Passe chega ao recetor (com a força apropriada)

- Passe bem dirigido e rececionado pelo colega.

- Passe mal direcionado e a equipa perdeu a posse de bola.

- Passe com pouca ou muita força e a equipa perdeu a posse de bola. - Passe intercetado pela defesa. Recetor capta e mantém a posse

de bola

- Recebe eficazmente a bola, mantendo a posse de bola.

- Jogador perde a posse de bola devido a uma receção deficiente.

No final do drible o jogador fica em situação de passar, lançar ou

manter a posse de bola

- No final do drible o jogador mantém a posse de bola.

- No final do drible o jogador perdeu a posse de bola.

Componente Critérios Apropriado Inapropriado

Acão de Apoio

Jogador corta para o cesto após passe

- Após passar a bola o jogador realiza um corte na direção do cesto.

- Após passar a bola o jogador não realiza um corte na direção do cesto. - Após passe, realiza corte em direção ao cesto mas não com a profundidade devida.

72

Jogador sem bola desloca-se para abrir uma linha de passe de apoio

a uma distância apropriada

- O jogador, sem se movimentar, mantém uma linha de passe aberta.

- O jogador movimenta-se de forma a criar uma linha de passe, a uma distância apropriada.

- O jogador desmarca-se para uma zona muito próxima do portador da bola.

- Quando o jogador realiza movimentos inconsequentes para se desmarcar.

Jogador sem bola corta para tentar receber a bola perto do

cesto

- Jogador cria uma linha de passe próxima do cesto.

- Quando o jogador insiste em movimentos curtos muito próximo do cesto perturbando as iniciativas dos companheiros.

O jogador não se desmarca em direção ao cesto quando tem espaço para isso.

Quadro 4 – Ficha de Observação GPAI

Quadro 5 – Envolvimento no Jogo

Quadro 6 – Medidas de Performance no Jogo de Basquetebol Número de decisões apropriadas

Número de decisões inapropriadas

Número de execuções eficientes das habilidades Número de execuções ineficientes das habilidades Número de ações de apoio apropriadas

+ __________________________________________ Envolvimento no Jogo (ENV)

Medidas de Performance no Jogo de Basquetebol

Índice de Tomada de Decisão Com Bola (ITDCB) = nº tomadas de decisão apropriadas / nº de tomadas de decisão inapropriadas + apropriadas

Índice Execução de Habilidades (EH) = nº execuções de habilidades eficientes / nº execuções de habilidades ineficientes + eficientes

Índice de Ação de Apoio (AA) = nº movimentos de apoio apropriados/ nº movimentos de apoio inapropriados + apropriadas

73

No documento Relatório Final de Estágio Profissional (páginas 80-87)

Documentos relacionados