III RESULTADOS
III.4 Avaliação da posição condilar com a TCFC
III.4.1 Espaços articulares da ATM avaliados no plano coronal
A análise dos espaços articulares coronais foi feita com os pacientes da amostra final (N = 79) caraterizada atrás (Tabela III-‐21).
III.4.1.1 Caraterização dos espaços articulares coronais por articulação e por Classe esquelética
Para a caraterização dos espaços articulares coronais apresentam-‐se os diagramas de extremos e quartis para o espaço articular medial (EAM), espaço articular superior (EASc) e espaço articular lateral (EAL).
Na figura III-‐43 observam-‐se a presença de cinco casos de outlier moderado relativos ao EAM. Também no EAL se verifica a presença de um caso de outlier moderado.
Análise Comparativa da Posição Condilar Através da TAC de Feixe Cónico e IPC
Figura III-‐43 Diagramas de extremos e quartis dos espaços articulares medial, superior e lateral.
Espaço articular medial
Na observação dos diagramas das figuras III-‐44, III-‐45 e III-‐46 pode verificar-‐se que as médias para cada medida são muito aproximadas e que, nos casos de Classe II esquelética, a dispersão das medidas é menor em todas as medições analisadas.
Figura III-‐44 Diagramas de extremos e quartis dos espaços articulares mediais, por Classe esquelética.
Espaço articular superior
Figura III-‐45 Diagramas de extremos e quartis dos espaços articulares superiores, por Classe esquelética.
Espaço articular lateral
Figura III-‐46 Diagramas de extremos e quartis dos espaços articulares laterais, por Classe esquelética.
Na Tabela III-‐36 apresentam-‐se as médias e desvios-‐padrão dos espaços articulares coronais medial (EAM), superior (EASc) e lateral (EAL).
Não existem diferenças estatisticamente significativas (p > 0,05) entre as articulações esquerda e direita em nenhum dos espaços articulares, nem na amostra final nem em nenhuma das Classes esqueléticas. Também não existem diferenças significativas (p > 0,05) entre os pacientes das três Classes esqueléticas em nenhum dos espaços articulares, em nenhuma das articulações.
A média dos EAM na amostra final foi de 2,35 mm, na articulação esquerda, e 2,30 mm, na direita. No EASc, as médias foram de 2,43 mm e 2,39 mm nas articulações esquerda e direita, respetivamente. Quanto ao EAL, a média foi igual a 1,70 mm, na articulação esquerda, e 1,67 mm, na direita.
Tabela III-‐36 Caraterização dos espaços articulares medial, superior e lateral na amostra final e por Classe esquelética (média e desvio-‐padrão, em mm).
Espaço
Articular Grupos Articulação Esquerda Articulação Direita Diferença (Esquerda-Direita) p (diferença direita-esquerda)
Medial Global (N = 79) 2,35 (0,99) 2,30 (0,82) 0,05 (0,84) p = 0,603
Classe I (n = 33) 2,39 (1,04) 2,35 (0,93) 0,04 (1,07) p = 0,859
Classe II (n = 28) 2,23 (0,96) 2,20 (0,72) 0,03 (0,66) p = 0,866
Classe III (n = 18) 2,47 (0,97) 2,35 (0,81) 0,12 (0,63) p = 0,424
p (diferenças entre classes) p = 0,686 p = 0,747
Superior Global (N = 79) 2,43 (0,96) 2,39 (0,90) 0,04 (0,84) p = 0,670
Classe I (n = 33) 2,52 (0,92) 2,62 (0,96) -0,10 (0,94) p = 0,546
Classe II (n = 28) 2,27 (0,69) 2,10 (0,69) 0,17 (0,75) p = 0,246
Classe III (n = 18) 2,53 (1,35) 2,43 (1,00) 0,10 (0,79) p = 0,598
p (diferenças entre classes) p = 0,427 p = 0,100
Lateral Global (N = 79) 1,70 (0,68) 1,67 (0,60) 0,03 (0,61) p = 0,699
Classe I (n = 33) 1,77 (0,73) 1,72 (0,59) 0,05 (0,74) p = 0,690
Classe II (n = 28) 1,57 (0,63) 1,64 (0,65) -0,06 (0,51) p = 0,510
Classe III (n = 18) 1,76 (0,67) 1,63 (0,58) 0,12 (0,50) p = 0,314
Análise Comparativa da Posição Condilar Através da TAC de Feixe Cónico e IPC
As médias do EAM da articulação direita e do EAL nas articulações esquerda e direita, neste estudo, são inferiores às médias da meta-‐análise (Tabela III-‐37). Em ambos os casos, os valores médios nesta amostra estão fora dos IC 95% da meta-‐análise, sugerindo a existência de diferenças significativas relativamente aos valores da meta-‐análise.
Relativamente ao EASc, os valores médios, nesta amostra, estão próximos dos da meta-‐análise, estando contidos no IC 95% (Tabela III-‐37).
Tabela III-‐37 Comparação dos valores obtidos neste estudo com os da meta-‐análise dos espaços articulares da ATM avaliados no plano coronal.
Média neste estudo Espaço articular
Esquerda Direita
Média global da meta-análise [IC 95%] Medial 2,35 2,30 2,94 [2,35; 3,53] Superior 2,43 2,39 2,55 [2,28; 2,81] Lateral 1,70 1,67 2,16 [1,75; 2,56]
As diferenças entre as médias das articulações esquerda e direita nos EAM, EASc e EAL estão contidas nos IC 95% da meta-‐análise, mostrando a ausência de diferenças significativas entre os valores deste estudo e os da meta-‐análise (Tabela III-‐38).
Tabela III-‐38 Comparação dos valores obtidos neste estudo para a articulação direita e esquerda com os da meta-‐análise dos espaços articulares da ATM avaliados no plano coronal.
Espaço articular Diferença média esquerda-direita neste estudo
Diferença média esquerda-direita da meta-análise [IC 95%] Medial 0,05 0,11 [-0,23; 0,45] Superior 0,04 0,35 [-0,17; 0,87] Lateral 0,03 -0,06 [-0,41; 0,30]
Na Tabela III-‐39 são apresentados o rácio EAM/EAL e a diferença EAM – EAL, na amostra final e por Classe esquelética.
Tal como nos espaços articulares, também nos rácios e diferenças entre os EAM e EAL não existem diferenças estatisticamente significativas, nem entre as articulações esquerda e direita nem entre os pacientes das diferentes classes ósseas. O rácio EAM/EAL da amostra final é de 1,55 mm, na articulação esquerda, e de 1,53 mm, na direita. Relativamente à diferença entre o EAM-‐EAL, as médias são iguais a 0,65mm, na articulação esquerda, e 0,63 mm, na direita (Tabela III-‐39).
Tabela III-‐39 Caraterização do rácio EAM/EAL e da diferença EAM-‐EAL na amostra final e por Classe esquelética (média e desvio-‐padrão, em mm).
Grupos Articulação Esquerda Articulação Direita (Esquerda-Direita) Diferença direita-esquerda) p (diferença
Global (N = 79) 1,55 (0,74) 1,53 (0,68) 0,02 (0,74) p = 0,807 Classe I (n = 33) 1,52 (0,74) 1,51 (0,70) 0,01 (0,84) p = 0,938 Classe II (n = 28) 1,63 (0,85) 1,52 (0,68) 0,11 (0,73) p = 0,444 Rácio EAM/EAL Classe III (n = 18) 1,48 (0,54) 1,58 (0,68) -0,10 (0,57) p = 0,483
p (diferenças entre classes) p = 0,758 p = 0,938
Global (N = 79) 0,65 (1,11) 0,63 (0,98) 0,02 (1,03) p = 0,844 Classe I (n = 33) 0,62 (1,16) 0,63 (0,97) -0,02 (1,29) p = 0,936 Classe II (n = 28) 0,65 (1,25) 0,57 (1,03) 0,09 (0,84) p = 0,593 Diferença EAM – EAL Classe III (n = 18) 0,72 (0,81) 0,72 (0,98) 0,00 (0,76) p = 1,000
p (diferenças entre classes) p = 0,954 p = 0,884
A tabela III-‐40 mostra que não existem diferenças estatisticamente significativas entre as diferentes Classes esqueléticas no que diz respeito aos rácios EAMesq/EAMdir e EALesq/EALdir.
Tabela III-‐40 Caraterização do rácio EAMesq/EAMdir e do rácio EALesq/EALdir na amostra final e por Classe esquelética (média e desvio-‐padrão, em mm).
Global
(N = 79) Classe I (n = 33) Classe II (n = 28) Classe III (n = 18) entre classes) p (diferenças Rácio
EAMesq/EAMdir 1,07 (0,47) 1,11 (0,58) 1,04 (0,42) 1,07 (0,32) p = 0,681
Rácio
EALesq/EALdir 1,08 (0,50) 1,12 (0,66) 1,01 (0,37) 1,10 (0,31) p = 0,311
III.4.2 Espaços articulares da ATM avaliados no plano sagital
A análise dos espaços articulares sagitais foi feita com os pacientes da amostra final (N = 79) caraterizada atrás (Tabela III-‐21).
III.4.2.1 Caraterização dos espaços articulares sagitais por articulação e por Classe esquelética
Para a caraterização dos espaços articulares sagitais apresentam-‐se os diagramas de extremos e quartis para o espaço articular posterior (EAP), espaço articular superior (EASs) e espaço articular anterior (EAA).
Na figura III-‐47 observam-‐se a presença de cinco casos de outlier moderado relativos ao EAP. Também no EAA se verifica a presença de sete casos de outlier moderado.
Análise Comparativa da Posição Condilar Através da TAC de Feixe Cónico e IPC
Figura III-‐47 Diagramas de extremos e quartis dos espaços articulares posterior, superior e anterior.
Espaço articular posterior