CAPÍTULO II – MATERIAIS E MÉTODOS Análise Comparativa da Posição Condilar através
‐ MATERIAIS E MÉTODOS
II.3 Metodologia da análise comparativa da posição condilar avaliada com o IPC e com a TCFC
II.3.2 Metodologia utilizada no registo e medição da posição condilar com o IPC
II.3.2.3 Registo da relação cêntrica com a técnica de power centric de Roth
irreversível em moldeiras padronizadas não perfuradas do tipo “rim-‐lock”. Utilizou-‐se, quando necessário, cera do tipo utility1 para individualização das moldeiras. Os negativos obtidos foram vazados a gesso extra duro tipo
IV2 nos 10 minutos após a moldagem.
II.3.2.2 Cera de intercuspidação máxima
Para a cera de registo de IM foi utilizada uma cera rosa Moyco3, referência 10X, dobrada ao meio cuidadosamente, de modo a evitar incluir ar entre as porções justapostas. A cera foi aquecida ligeiramente em água quente e posicionada por oclusal do modelo maxilar superior, aplicando uma leve pressão para que as indentações ficassem marcadas na cera sem a perfurar. A cera foi então recortada pelas indentações de forma a permitir que o operador segurasse a cera com os dedos polegar e indicador justapostos à face vestibular dos dentes da arcada maxilar, mas sem permitir distorção por pressão lateral. Aqueceu-‐se a cera e, em seguida, adaptou-‐se aos dentes superiores do paciente, retraindo a bochecha para não a deformar. Pediu-‐se, então, ao paciente que fechasse firmemente a mandíbula na sua posição habitual e sem pressionar a cera com a língua. A assistente arrefeceu a cera com a seringa de ar e, seguidamente, a mesma foi removida da boca e colocada em água gelada. Depois de arrefecida, a cera foi de novo colocada na boca do paciente, confirmando-‐se a sua perfeita adaptação à posição de IM sem qualquer evidência de distorção.
II.3.2.3 Registo da relação cêntrica com a técnica de power centric de Roth
Aqueceu-‐se parcialmente uma porção de cera Delar® num banho de aquecimento a temperatura controlada a 57°C, de modo a se conseguir cortá-‐la em porções apropriadas para os registos dos dentes anteriores e posteriores. A porção anterior foi dobrada em quatro espessuras (em casos com mordida aberta, esta espessura foi aumentada até seis camadas). Já a cera posterior foi dobrada em duas espessuras. Recorrendo ao modelo da arcada maxilar, a cera anterior foi cortada de maneira a que a cúspide dos caninos maxilares fosse incluída e a medida anteroposterior variou consoante a sobremordida horizontal do paciente (de forma a incluir os dentes anteriores mandibulares). Procurou-‐se ter em consideração que o tamanho da cera evitasse a pressão deformadora dos lábios sobre a cera, mas que, por outro lado, tivesse uma dimensão que permitisse ao operador segurá-‐la no lugar com os dedos indicador e polegar da mão esquerda. A cera posterior foi também cortada em relação ao modelo maxilar de modo a que a sua largura abrangesse o segundo pré-‐molar e o primeiro molar maxilar. O excesso lateral da cera foi cortado, mantendo-‐se uma pequena porção, permitindo ao operador segurar na cera tal como acontece com o registo anterior.
Posição do paciente e do operador
1 Coltène whaledent® Cuyahoga Falls, EUA
Análise Comparativa da Posição Condilar Através da TAC de Feixe Cónico e IPC
A cadeira foi reclinada a 45° e o apoio da cabeça foi colocado numa posição mais posterior para permitir a sua extensão.[38]
A altura da cadeira foi definida de forma a que a cabeça do paciente estivesse à altura do cotovelo do operador.
Manipulação da mandíbula
A técnica de manipulação mandibular utilizada foi a “three-‐finger technique”.[75, 176] O polegar é dobrado e colocado na parte superior do pogonion cutâneo e os dedos indicador e médio posicionados ao longo dos ângulos gónicos direito e esquerdo, respetivamente. Esta técnica de manipulação consiste em acompanhar os movimentos de abertura e fecho da mandíbula impedindo que esta faça um movimento protrusivo (com ligeira pressão do polegar no pogonion cutâneo) até que se obtenha um arco de fecho mandibular reprodutível e consistente.
Registo da cera anterior
Previamente, ao registo da cera anterior, foi realizada a desprogramação neuromuscular com dois rolos de algodão interpostos entre os dentes anteriores durante 10 minutos. A cera anterior foi aquecida parcialmente (não atingindo os 57°C de modo a manter a integridade e consistência) e, depois de colocada nos dentes anteriores maxilares incluindo os caninos, foi centrada na arcada e pressionada sobre os dentes maxilares anteriores. Pediu-‐se ao paciente que apoiasse os dentes mandibulares na cera, usando a técnica de manipulação supracitada para guiar o movimento, verificando desoclusão posterior. O paciente foi, então, instruído para fechar lentamente até que a desoclusão entre os dentes posteriores fosse cerca de 2 a 3 mm, enquanto o operador aplicava pressão no mento com o polegar para impedir a protrusão mandibular. Obtido o registo pretendido, a assistente arrefeceu a cera com a seringa de ar enquanto o operador mantinha a posição mandibular estabilizada. A cera foi removida cuidadosamente da boca do paciente e arrefecida em água gelada para evitar deformação.
Registo da cera posterior
A cera posterior foi imersa em água a 57°C e aquecida até perder quase completamente a sua rigidez sendo posteriormente colocada na face oclusal dos 2º pré-‐molar e 1º molar maxilares bilateralmente. Enquanto segurava a cera com os dedos polegar e indicador da mão esquerda, o operador adaptou-‐a aos dentes. A cera anterior, já arrefecida, foi colocada na boca e segura com a mão esquerda do operador enquanto mantinha também a posição da cera posterior. Pediu-‐se ao paciente que fechasse novamente, guiando a mandíbula para as indentações da cera anterior com a mesma técnica. Ao verificar a reprodução do arco de fecho mandibular, indicou-‐se ao paciente que fechasse firmemente a mandíbula exercendo pressão na zona dos molares. A assistente arrefeceu a cera posterior com a seringa de ar enquanto o operador mantinha a posição mandibular e as ceras na sua posição. A cera foi removida cuidadosamente da boca do paciente e foi arrefecida em água gelada.
II.3.2.4 Transferência da posição maxilar com arco facial anatómico de valores médios
Foram colocados discos de godiva vermelha4 na forquilha do arco facial, um na região dos incisivos e dois na região dos molares maxilares, simetricamente, em relação à linha média. Aqueceu-‐se a superfície da godiva com um maçarico para a moldar em forma de cone arrefecendo-‐a, de seguida, em água corrente. A forma de cone é ideal para evitar o contacto das cúspides dos caninos e pré-‐molares com a superfície metálica da forquilha. A superfície da godiva foi novamente aquecida com o maçarico para permitir o registo das indentações maxilares. Para tal, as bochechas foram retraídas com a mão esquerda do operador e a posição da forqueta foi verificada (disco de godiva anterior nos incisivos maxilares e cada um dos posteriores nos primeiros molares maxilares e centrada pela linha média de referência da forquilha). O operador verificou a posição da forquilha centrada pela linha média facial do paciente observando por cima da cabeça do paciente (avalia a rotação da forquilha) enquanto que a assistente fez a mesma verificação numa vista frontal (avalia o nivelamento da forquilha). O registo foi arrefecido em água corrente.
Procedeu-‐se, então, ao registo do arco facial. As olivas foram colocadas nos meatos acústicos externos do paciente e o apoio do nasion ajustado ao nasion cutâneo. Seguidamente apertou-‐se o parafuso de fixação central do arco facial. Reposicionou-‐se a forquilha na boca do paciente fixando-‐a em três pontos (dois posteriores e um anterior). O acoplamento de transferência foi ligado à forquilha e ao arco facial, apertando os respetivos parafusos de fixação.
Para retirar o arco facial, desapertou-‐se o parafuso central, as olivas foram cuidadosamente removidas dos ouvidos do paciente e a forquilha cuidadosamente removida da boca. Seguidamente, o registo foi observado para confirmar a sua respetiva qualidade e, posteriormente, foi enviado para o laboratório.
II.3.2.5 Procedimento de montagem em articulador semi-ajustável
Montagem do modelo maxilar
Os modelos foram montados num articulador semi-‐ajustável Panadent ® modelo PSH5 com análogos padronizados de movimento lateral de Bennett de 1,5 mm e compatível com o indicador de posição condilar da mesma marca. Nesta montagem usaram-‐se valores médios.
Foi colocada uma platina de montagem no braço superior do articulador e foram retificados os valores do indicador da inclinação da vertente da eminência condilar até coincidirem com a posição 6, ou seja 45°, dos dois lados bloquearam-‐se os respetivos parafusos. Em seguida, travou-‐se o parafuso de bloqueio da RC, girando-‐o em sentido horário, e a mola de proteção foi fechada. Colocou-‐se o pino incisal com o lado arredondado no braço superior do articulador, ao nível da marca central (valor 0) para tornar os ramos superior e inferior do articulador paralelos entre si. Abriu-‐se o articulador e soltou-‐se o suporte (ou pino