Avaliação do Programa GESTAR II de Matemática

A avaliação se constitui em preocupações sérias para o sistema educativo, não só na educação como em toda a atividade humana. Os professores, em geral, apresentam sérias dificuldades em avaliar os seus alunos. A complexidade do ser humano ultrapassa em muito a barreira da sala de aula. Almouloud (2007, p. 21) assegura que “o social constitui a fonte do desenvolvimento conceitual da criança e caracteriza a organização da atividade comum e da aprendizagem do aluno”.

A forma proposta para o desenvolvimento da criança emerge de resultados por meio da cultura com a incorporação do ambiente à sua vida por intermédio das ações no espaço escolar com as atividades do Programa. A atividade de aprendizagem na escola consiste em aprender a aprender. O cunho pedagógico do processo consiste, então, em dar formas ao mundo teórico para a conquista da autonomia na resolução de problemas.

A resolução de problemas estabelece premissas na consolidação do ensino- aprendizagem. O professor, como elemento articulador e organizador do ensino- aprendizagem, deve proporcionar, por meio das situações propostas, a desestabilização inicial até a reequilibração final, após a consolidação final da situação.

A concepção dos professores em torno da avaliação corresponde a uma visão, em geral, míope. A compreensão acerca do tema varia de professor para professor. Perrenoud (2000, p. 14) afirma que

O ofício não é imutável. Suas transformações passam principalmente pela emergência de novas competências (ligadas, por exemplo, ao trabalho com outros profissionais ou à evolução didática) ou pela acentuação de competências reconhecidas, por exemplo, para enfrentar a crescente heterogeneidade dos efetivos escolares e a evolução dos programas. Todo referencial tende a se desatualizar pela mudança das práticas e, também, porque a maneira de concebê-las se transforma.

O novo olhar sobre o papel do professor consiste na evolução do processo de avaliação. As formações continuadas ou permanentes, as reformas da formação inicial buscaram a renovação da escola, que consiste em trabalhar com competências na organização e na direção das situações de aprendizagem que, por meio delas, o processo avaliativo se desenvolve paralelamente.

A SEDUC - TO apresentou vários aspectos relevantes em relação à avaliação. O primeiro destacado pela professora Tuane corresponde ao processo de avaliação por meio das habilidades e das competências. Ela (Entrevista, 16/4/2009) apontou que

Estão trabalhando tanto as habilidades do GESTAR como as habilidades do Referencial Curricular, nossa referência de matriz no Estado. Acompanhamos o desenvolvimento destas habilidades bimestralmente. Até então não tinha este acompanhamento, o professor, ao desenvolver as habilidades, ao avaliar o aluno no fazer das atividades, tinha essa relação. Que habilidade eu vou desenvolver no meu aluno diante dessas atividades que eu quero trabalhar? Se eu quero essa habilidade, eu vou buscar atividades dentro dos AAAs do GESTAR ou no livro didático, ou seja, onde for para desenvolver essa habilidade. Então, esses questionamentos todos de avaliação, quanto às habilidades, nós elaboramos fichas para estar acompanhando direitinho se realmente estão sendo trabalhados em sala de aula.

Tuane reforça a importância do planejamento para o trabalho com as habilidades, necessárias à inserção social. Apontou ainda que o Programa GESTAR II de Matemática apresenta uma metodologia de avaliação de todo o Programa.

Conforme o Guia Geral (2008, p. 17), “os alunos envolvidos no programa serão avaliados processualmente. Serão realizadas duas avaliações de caráter externo, ambas diagnósticas, sendo uma no início (entrada) e outra ao final do programa (saída)”.

O Guia Geral (2008, p. 17) destaca que

A avaliação do professor visa ao mapeamento do seu desenvolvimento profissional e contínuo durante o Programa Gestar. Possui caráter dinâmico, ou seja, procura detectar os avanços e as necessidades de intervenção, para a correção dos percursos no processo de desenvolvimento e aprendizagem na formação dos professores, Portanto, é um processo formativo, com foco na perspectiva qualitativa, permanente e contínua da avaliação.

Nas sessões presenciais coletivas, o professor será avaliado em função do material que produz, no desempenho em sala de aula e por avaliação de conteúdos. As avaliações processuais ocorrerão por meio dos trabalhos de casa ou das transposições didáticas – atividades didáticas. O professor cursista, ainda, deverá realizar a autoavaliação.

Em relação à avaliação institucional, o Guia Geral (2008, p. 18) informa que “Todos os autores do Programa participarão de uma autoavaliação e de uma avaliação dos demais agentes, fornecendo dados processuais de execução do Programa, os seus pontos positivos e os pontos a melhorar”. A avaliação é fundamental para o êxito do Programa. As melhorias são necessárias. Os saberes se tornam obsoletos rapidamente em função da dinâmica da evolução tecnológica e social.

A professora Tuane em entrevista salientou que a mudança de hábito gradativo para o estudo dos professores faz parte da evolução na atividade docente e da mudança de comportamento profissional. Sabe-se que as mudanças não ocorrem rapidamente. Existe

um tempo para reflexão, depois um tempo para a readequação e ajustes de forma a adquirir consciência plena das necessidades de estudar e pesquisar.

A melhoria dos alunos acerca da produção textual contribui para a melhoria da educação. A produção textual, a leitura gráfica, a interpretação e a análise das situações- problema fazem parte da composição do Programa Gestar II de Matemática.

A avaliação consolida uma ação, um trabalho, ou qualquer atividade humana. Por meio dela, pode-se evoluir. O Programa GESTAR II de Matemática apresenta a proposta de avaliação nos diferentes níveis envolvidos no processo. Avalia-se a escola, a direção, a coordenação, os professores e os alunos. Como mensurar os benefícios que o Programa está proporcionando, se não por meio das avaliações? Evidentemente, os procedimentos de avaliação compõem uma análise para o crescimento profissional dos docentes e dos alunos. Assim as formas de avaliações que intimidam e amedrontam os alunos, com o GESTAR, deixam de existir.

As atividades, mostradas nas figuras 13 e 14, reportam-se a avaliações aplicadas nas turmas pesquisadas. A avaliação, na figura 13, foi aplicada no primeiro bimestre, no dia 27/3/2009. A avaliação da figura 14 corresponde a uma avaliação trabalhada no segundo bimestre no dia 2/6/2009. Observa-se que o formato corresponde à resolução de problemas em uma forma diferenciada dos processos e dos mecanismos de repetição dos conceitos do ensino da matemática.

Figura 13 - Atividade de avaliação

A atividade proposta, na figura 14, desenvolve habilidades em torno da geometria com o processo de ampliação e redução de figuras.

Figura 14 - Atividade de avaliação

São dois exemplos de avaliações aplicados nas turmas do 6º ano do ensino fundamental na escola CAIC. Na primeira avaliação, aparecem problemas com temas pertinentes à navegação, à saúde e às finanças. São problemas pertinentes ao dia a dia dos

alunos. Os problemas compõem a proposta do Programa GESTAR II de Matemática, além de alguns temas presentes no material.

A atividade da figura 14 corresponde a uma atividade proposta no TP 1 – matemática na alimentação e nos impostos, unidade 1, atividade 1, p. 18, que propõe atividades de escala para a ampliação de uma tartaruga. A atividade mostrada está no AAA 3 – matemática nas formas geométricas e na ecologia, versão do professor na unidade 10, aula 1, voltando a falar sobre o universo das formas. O processo de redução e ampliação manual mobiliza vários conceitos e elementos de geometria e desenvolve a coordenação motora e habilidades pertinentes ao desenvolvimento das artes e outras.