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4 PROJETO METODOLÓGICO: DOS DESAFIOS QUANTO AO MÉTODO E À CONCEPÇÃO DE PROCEDIMENTOS E ESCOLHAS DE

ESCOLA CAIC PROFESSORES DE

MATEMÁTICA GESTAR II DE MATEMÁTICA TURMA 2 - 6o ANO COORDENAÇÃO DIREÇÃO TURMA 1 - 6o ANO

4.3 DESCRIÇÃO DOS PARTICIPANTES

Os profissionais que participaram de forma ativa no desenvolvimento do projeto de pesquisa do Programa GESTAR II de Matemática estão descritos a seguir.

A diretora da Escola CAIC – Centro de Atenção Integral à Criança nasceu em Porto Nacional - TO e atua profissionalmente há aproximadamente 23 anos. A conclusão do curso de Pedagogia aconteceu em 1986. A função profissional, preferencialmente, sempre foi na direção de escolas. Atuou muito pouco como professora, um ano apenas. Atua como diretora da Escola CAIC há dez anos e cinco meses.

A coordenadora responsável pelo Programa GESTAR II de Matemática é licenciada em Geografia e atua na escola CAIC na função de suporte pedagógico. Formou-se há 12 anos. Trabalha na escola CAIC há oito anos. Tem curso de Especialização lato sensu em Gestão Educacional. Atua na rede pública municipal desde 1998. Foi professora nas séries finais do ensino fundamental e hoje atua no projeto de Educação de Jovens e Adultos - EJA. Participa de projetos de formação voltados à aprendizagem de Gestão Escolar, Projeto Liderança e Cooperjovem.

A outra coordenadora da escola é natural de Peixe - TO. É formada em Letras, atua na escola CAIC no suporte pedagógico, tem experiência profissional de aproximadamente 20 anos. Atua na escola CAIC há 11 anos. Já trabalhou como professora nas séries iniciais e finais do ensino fundamental. Exerceu funções de suporte pedagógico e outras como de controle financeiro em escolas da rede pública do Estado.

Atuando na escola CAIC há cinco anos, uma das professoras envolvidas neste trabalho tem como formação inicial em Matemática e pós-graduação lato sensu em Programa Pró-Gestão. Nasceu em Iporá - GO. Apresenta, em seu currículo, 22 anos de experiência profissional como professora.

A outra professora é formada em Ciências – licenciatura plena com habilitação em Matemática. É natural de São Bento - MA. Formada desde 2001, tem em sua história profissional dez anos de atividades. Na escola CAIC, está há dois anos desenvolvendo a função de professora dos anos finais do ensino fundamental.

A representante da SEDUC - TO é natural de Pium - TO, licenciada em Matemática, trabalha na SEDUC - TO como assessora de currículo e formadora dos Programas GESTAR I e GESTAR II. Ao longo de 24 anos vem atuando na educação. Na SEDUC - TO, atua há sete anos. Tem pós-graduação lato sensu em Metodologia do Ensino de Matemática. Trabalhou na elaboração da proposta do Referencial de Matemática de Estado do Tocantins.

4.4 OPERACIONALIZAÇÃO DOS INSTRUMENTOS E VISUALIZAÇÃO DO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA

Para Mazzotti e Gewandsznajder (1998, p. 168), “de um modo geral, as entrevistas qualitativas são muito pouco estruturadas, sem um fraseamento e uma ordem rigidamente estabelecida para as perguntas, assemelhando-se muito a uma conversa”. A entrevista apresentou questões mais ou menos abertas, que serviram como guia para a entrevista e criaram condições ao entrevistado de responder livremente e ponderar acerca de temas relevantes a respeito do objeto da pesquisa, para aumentar a comparabilidade dos dados.

Para aplicar as entrevistas em diferentes níveis dentro do contexto educacional, foram observados detalhes pertinentes àquela instância tentando obter as informações que mais contribuiriam aos propósitos do desenvolvimento da pesquisa. As informações obtidas por meio da primeira entrevista se relacionaram à concepção do Programa GESTAR II de Matemática, os primeiros passos dados, a concepção do grupo que pensou o Programa em sua totalidade, as teorias que suportam o Programa, as dificuldades encontradas, as decisões tomadas em relação aos procedimentos pedagógicos e ao contexto. Além disso, questionaram-se as expectativas em relação ao Programa GESTAR II de Matemática para o futuro da educação do país e à formação dos professores com essa tecnologia pedagógica.

A segunda entrevista realizada foi com a formadora da Secretaria Estadual de Educação de Tocantins, que trabalha com o Programa GESTAR II de Matemática. Por meio dessa entrevista, compreendeu-se um pouco da operacionalização do Programa Gestar II de Matemática em processo de implantação nas escolas, como as coordenações das escolas estão trabalhando o Programa, além das estratégias usadas para consolidar o processo. Outros pontos questionados corresponderam à incorporação da metodologia do Programa pelos professores, a aceitação do Programa pelos alunos e pela comunidade, como os professores estão desenvolvendo a metodologia, quais os aspectos positivos do Programa. Além disso, falou-se das dificuldades para a implantação do Programa e a adaptação em relação à metodologia adotada pelo Programa.

Na entrevista com a Diretora da Escola CAIC, foram obtidas informações sobre o envolvimento da escola no Programa, como a escola está acolhendo o Programa GESTAR II, como está ocorrendo o apoio da SEDUC - TO à escola, como a comunidade está vendo essa nova proposta do Programa e informações a respeito da operacionalização do projeto, como os professores estão recebendo a metodologia do Programa, quais são os aspectos mais e menos relevantes do Programa.

Na entrevista com a coordenadora da escola, questionou-se sobre o desenvolvimento do Programa, a operacionalização do ensino de matemática, como os professores estão reagindo ao Programa, a melhora na prática docente, como os alunos estão vendo e incorporando o Programa GESTAR II de Matemática e quais são os aspectos mais e menos positivos.

Nas entrevistas com as professoras de Matemática das duas turmas do 6º ano do ensino fundamental do período matutino, procurou-se saber como elas operacionalizam o Programa GESTAR II de Matemática, as contribuições do Programa em prol das mudanças na prática profissional, se o Programa propicia mais conforto para elas, se as aulas se tornaram mais interessantes e criativas com as atividades propostas em sala de aula, se elas perceberam mudanças no comportamento dos alunos quanto à aprendizagem, se o desempenho deles melhorou, quais os aspectos negativos e positivos do Programa.

Na análise documental, procuraram-se identificar informações factuais a partir das questões de interesse da pesquisa. No caso desta pesquisa, que trata de um contexto educacional, analisaram-se alguns registros escritos pelos alunos e planejamentos dos professores, que correspondem às fontes de informações para compreender o quadro vivo da situação.

Para realização das observações participantes, deteve-se nos momentos em que uma atividade ou uma nova situação-problema de matemática estava iniciando. Não é de tudo possível que a presença do pesquisador não interfira na situação observada. Primou-se pela tranquilidade e pela discrição para abstrair resultados satisfatórios. A observação participante ocorreu nas duas salas de aula do 6º ano, em turmas, aproximadamente, com 25 alunos.

A vantagem da observação participante, para Flick (2004, p. 152), é “a possibilidade de o pesquisador mergulhar de cabeça no campo, de ele observar a partir de uma perspectiva de membro, também de influenciar o que é observado graças à sua participação”, além da possibilidade de combinar simultaneamente com análise de documentos, entrevistas e outros instrumentos como observações diretas e a introspecção.

Em relação ao uso de diferentes instrumentos, Rey (2002, p. 85) assevera que “cada um dos instrumentos deve conduzir a uma dinâmica própria entre os sujeitos, a qual produz necessidades grupais em relação às necessidades individuais dos participantes e de acordo com os padrões de comunicação do grupo”.

Rey (2002, p. 106) prossegue afirmando que “a construção da informação na pesquisa qualitativa não se apoia na coleta de dados, como se realiza na pesquisa

tradicional; mas segue o curso progressivo e aberto de um processo de construção e interpretação que acompanha todos os momentos da pesquisa”.

Outro instrumento utilizado na pesquisa corresponde ao grupo focal. Uma característica dessa técnica é “o uso explícito da interação do grupo para a produção de dados, insights que seriam menos acessíveis sem a interação encontrada em um grupo” (MORGAN citado por FLICK, 2004, p. 132). O grupo focal é um instrumento usado como método independente ou em combinações com entrevistas individuais e observações.

O grupo focal foi composto pela diretora da escola, pelas duas coordenadoras e as duas professoras de Matemática do 6º ano do ensino fundamental do turno matutino. Esse trabalho teve como objetivo encontrar pontos de concordância ou de discrepância entre as entrevistas individuais dos sujeitos em relação à prática pedagógica docente exercida na disciplina de Matemática nas duas turmas do 6º ano e aos documentos.

Os assuntos abordados corresponderam à prática docente com seus desafios, atividades propostas e fundamentadas pelo Programa GESTAR II de Matemática. Investigou-se, também, a importância dessa metodologia para os alunos em seu cotidiano no processo ensino-aprendizagem.

O grupo focal foi gravado em áudio e vídeo para melhor entender as relações em um contexto, já que a entrevista em grupo se caracteriza em uma forma de comunicação diferente do cotidiano. Nesse instrumento, o grupo refaz e reconstrói conceitos, atitudes e procedimentos individuais e de fato se mostra.

O esquema apresentado no quadro 7 expõe a forma como foi operacionalizada a pesquisa, como também os caminhos e os instrumentos utilizados nas atividades de campo.

Quadro 7 - Operacionalização da pesquisa

4.5 TRABALHO DE CAMPO E ANÁLISE DOS DADOS

O trabalho de campo foi estabelecido por meio da comunicação com o grupo da escola. Esse trabalho pressupõe a participação do pesquisador de forma tranquila para a coleta de dados e para estabelecimento de uma rede de comunicação, a fim de que permita a expressão das ações dos sujeitos envolvidos no cotidiano. Rey (2002, p. 96) salienta que

O trabalho de campo é um processo permanente de estabelecimento de relações e de construções de eixos relevantes de conhecimento dentro do cenário em que pesquisamos o problema. A informação que se produz no PLANEJAMENTOS

TRIANGULAÇÕES, ANÁLISES E