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3.2 Amostra

3.5.7 Avaliação

Apenas os Treinadores 1 e 2 citaram na entrevista o processo de avaliação física que costumam fazer em suas equipes sendo que ambos contam com o auxílio de profissionais da EF para isso. O Treinador 1 foi o único que mencionou fazer avaliação mental de seus atletas, porém não foram oferecidas mais informações sobre como ocorre este processo.

[...] no começo do ano a gente faz uma avaliação física e avaliação mental dos jogadores, e aí, no meio do ano, a gente faz outra né? E depois no final do ano a gente faz outra, sempre mostrando para o jogador onde que ele precisa melhorar e o que ele precisa melhorar. […] a gente tem três jogadores hoje que têm a Educação Física, trabalham em academia e passam avaliação de academia para os jogadores [...] (Treinador 1).

[…] a gente fazia um combine de tempos em tempos...para verificar tempo […] que na verdade é a única forma que a gente tem assim...algo palpável né? Que tem número né? “Ah! Melhorou 40 jardas! Melhorou supino!” […] (Treinador 2).

Os quatro treinadores enfatizaram que costumam fazer avaliação dos treinos e

jogos durante a temporada. Esta avaliação é feita principalmente através da análise dos vídeos

que coletam durante o ano competitivo, tanto de treinos quanto de jogos, tendo como objetivo definir os atletas titulares, checar a evolução de cada um dos atletas nas questões técnicas e execução do playbook. O Treinador 3 destacou que costuma pedir aos atletas que realizem autoavaliações por meio de vídeos, disponibilizando planilhas de análise; o Treinador 4 citou o papel essencial da comissão técnica para realizar a análise individual dos atletas, e também a utilização de uma ferramenta de análise utilizada também para repensar e ajustar o planejamento durante a temporada.

[…] a nossa avaliação né? É sempre os jogos […] nesses amistosos fala: “Agora é a sua prova final! Então se você for bem você começa como titular, você vai começar a jogar” […] eles vão ter um momento também para mostrar se aprenderam ou não […] (Treinador 1).

[…] é mais no feeling mesmo: “pô! Esse cara tá melhorando! Esse cara tá piorando!” […] a gente tem muito costume, isso é uma coisa que eu gosto bastante, de filmar praticamente tudo! A gente filma EDD, filma Special Teams, filma drill em conjunto, filma scrimmage, filma jogo [...] E tentar olhar nesses vídeos como os atletas estão se saindo, até para a gente decidir quem vai jogar e quem não vai jogar [...] A

comissão técnica assiste cada um na sua [...] vou anotando [...] olha o Fulano errou tal coisa aqui, pô isso aqui foi bom, anoto [...] o número do vídeo marcado, o nome da pessoa que eu tô fazendo a correção ou que eu tô fazendo o comentário, e do lado o comentário sobre o que é [...] (Treinador 2, grifo nosso).

[...] a avaliação de atletas era muito participativa, eu pedia para os atletas me mandarem vídeos deles mesmos, se criticarem, e me mandarem essa autocritica para eu poder confirmar ou não[...] eu não conseguia pegar vídeo de todo mundo para criticar vídeo de todo mundo, então eu pedia muita ajuda da comissão técnica para isso tá? [...] (Treinador 3).

[...] a primeira análise que a gente faz é análise meio que de treino só, análise meio que de fundamentos por vídeo mesmo né? […] filmamos os treinos, chegamos em casa, analiso um por um […] e a outra forma de análise nossa que a gente faz, aí envolve todos os treinadores é uma escala de...dependendo da fase do ano né? [...] cada treinador de posição é encarregado de analisar as jogadas que foram analisadas em vídeo, se o cara está executando o que a gente pediu assim, então literalmente ele vai dando só um maiszinho só, tipo, carregar, proteção de bola: ok! Cortes: ruim! Corte de inside zone: ruim! Jump cut: ok! Enfim, todos os fundamentos, por jogadas [...] É um Excel, um drive [...] literalmente é o nome do jogador, mais para cada fundamento, e é isso! E a gente, cada dia de treino vai analisando ele, e aí os treinos depois acabam sendo montados em cima disso né? Tais jogadores têm muita deficiência em tal fundamento, a gente viu na análise, então “pô! Amanhã vamos fazer o nosso treino de IND um pouco mais focado nisso então!”, tentar sanar essa parte que a gente vê como problema assim. (Treinador 4).

Todos os treinadores que participaram da pesquisa também afirmaram que costumam dar uma devolutiva aos atletas após as avaliações, tanto individualmente como coletivamente, nos treinos teóricos e nos treinos práticos. Eles destacam também a importância deste processo para o FA, principalmente do feedback individual, e a relevância da análise dos coordenadores em cada um dos setores.

[…] sempre depois dos jogos a gente dá o feedback individual e também o feedback coletivo né? Como ataque, como defesa, e também como time em geral […] então a DL vai para assistir vídeo e aí os Coaches passam o feedback para eles [...] então é muito mais coletivo dentro da sua própria unidade do que individualmente [...] Acontece durante os treinos: “Vem aqui, olha! Precisamos melhorar isso, melhorar aquilo”. (Treinador 1).

[…] e aí eu mando o link do drive: “Olha os vídeos estão aí! Aqui está os comentários sobre as jogadas”, e aí o pessoal olha [...] Se eu trabalhasse com Futebol Americano eu gostaria de ter um escritório, eu chamava cada atleta em um horário só para ver o vídeo do cara...eu acho isso excelente, um feedback excelente! [...] é que o foco normalmente é mais no coletivo, porque é muita gente, se eu for ficar parando para corrigir cara por cara aí fica chato para os outros né? [...] mas quase todo treino [...] eu faço tipo um dossiêzinho já focando em cada um, mando para galera...o ruim é que todo mundo lê a correção do outro! Eu acho que isso eu erro um pouquinho [...] realmente eu pego o cara que se destaca positiva ou negativamente na jogada e faço

um comentário sobre ele, mas assim, eu gostaria de ter tempo de fazer mais personalizado, eu acho que isso ajudaria mais o desenvolvimento dos atletas né? (Treinador 2).

[...] esse é um formato que eu considero hoje, para times que não têm uma pessoa que possa ser dedicada, ideal! Então os atletas interessados pegarem os seus snaps, os seus vídeos de jogo e se criticarem, ver se estão bem, se estão executando o que foi pedido ou não, e aí o treinador vir por cima daquele vídeo, daquela planilha, e aí validar: “tá certo; tá errado; eu acho que você podia ter feito isso melhor!” [...] (Treinador 3).

[…] meio que a gente dá esse feedback para todo mundo geral, não é ninguém específico assim […] durante o treino teórico lá eu vou falando o que tem que fazer, essa é uma forma de análise/feedback para os jogadores assim […] (Treinador 4).

O Treinador 2 destacou ainda que costuma perguntar aos atletas o que estão achando dos treinos, ou seja, há uma avaliação dos próprios atletas sobre o processo de treinamento.

[...] a gente fazia tipo uma fichinha com algumas perguntas: o que está achando? Aí a gente aproveitava para fazer um cadastro dos atletas também...perguntava nome, telefone? Para a gente atualizar o nosso cadastro [...] e aí tinha umas perguntas: o que ele estava achando dos treinos, sugestões [...] e aí no final era se o cara tinha vontade de experimentar alguma outra posição [...] (Treinador 2).

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