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3.2 Amostra

3.5.6 Aplicação

3.5.6.1 Estrutura dos treinos

As sessões de treino são divididas em quatro momentos, conforme foi possível notar nas respostas dos participantes, variando de acordo com as diferentes etapas do planejamento da equipe. O primeiro momento é o aquecimento, descrito pelos treinadores dessa forma:

[…] normalmente a gente tem o aquecimento, a gente faz o aquecimento de 15 a 20 minutos certo? (Treinador 1).

[…] A gente faz alongamento, dá umas voltinhas no campo, dá uma esquentadinha, faz o alongamento, faz uns educativos […] a gente tem assim, caras que eram de muitos esportes com muito mais experiência que eu né? […] E aí eu ouço esses caras, porque para mim esses caras sabem muito mais que eu! [...] eles chamam de educativo né? Faz skip, faz os movimentos lá...que veio do atletismo né? Que é ensinando como correr certo, etc., etc. [...] (Treinador 2).

[…] começo com aquecimento e alongamento, e uma atividade para subir a energia do grupo […] Geralmente vai ter uma parte de uma caminhada ali, uma chegada, todo mundo vai se colocar em colunas né? [...] E a gente vai fazer um aquecimento dinâmico ali, vai ser andando, fazendo alongamento enquanto coordenadamente bate palmas, e alguma coisa desse tipo. (Treinador 3).

[…] a gente começa com uma reunião de 20 a 30 minutos [...] a gente começa ativação das articulações mesmo do corpo assim […] dura mais ou menos uns 10 minutos, mas nós treinadores não estamos fazendo nada assim com eles, eles estão fazendo por eles mesmo, a gente tá montando os drills que vão acontecer depois. Depois tem o aquecimento mesmo [...] São educativos de atletismo! Estão incluso nisso também, não só isso! [...] E aí eles fazem tudo em conjunto [...] (Treinador 4).

O segundo momento do treino é o trabalho com os fundamentos, as técnicas.

EDD que é o Every Day Drill, que deveria ser todo dia mas como a gente tem uma certa limitação de horário é o Every Week Drill […] que normalmente é a primeira hora do treino depois do aquecimento […] que é fundamento […] (Treinador 2).

[…] depois entra no fundamento […] são...dependendo da fase, 20 minutos, 30 minutos, se for na fase de fundamentos é um pouquinho maior […] (Treinador 4).

Segundo os treinadores, o terceiro momento do treino varia de acordo com a fase da temporada: o Treinador 1 cita o trabalho de condicionamento físico; os Treinadores 2 e 3 costumam trabalhar com situações de jogo com o intuito de desenvolver as técnicas do FA; o Treinador 4 comenta que nessa parte do treino eles podem executar situações de jogo (chamado de small games por ele), jogos situacionais (pela definição do treinador, jogo formal 11x11 simulando situações que podem acontecer nos jogos), o game plan (executar o playbook nos treinos de acordo com o planejamento e análises que foram feitas do próximo time que vão enfrentar).

[…] e aí volta para uma parte mais intensa de condicionamento junto com a técnica né? (Treinador 1).

[...] aí a gente tem esse que a gente chama de drill em conjunto né? Que é as posições com as suas contrapartes, então o Linebacker treinando contra Running Back, OL contra o DL, o Corner treinando contra Wide, e assim por diante...e a gente faz isso, no caso, simulações de espaços menores [...] (Treinador 2).

[…] A gente vai fazer pequenas simulações de situação de jogo controlado em um espaço menor onde você vai usar aquela técnica em uma situação simulada de jogo, e depois a gente coloca você na situação de jogo, você vai fazendo isso de passo em passo. (Treinador 3).

[…] e aí entra na parte da fase do ano, ou é só os small games, ou é só situacional, ou é só 11x11, ou é só Game Plan […] (Treinador 4).

O quarto momento é definido pelo jogo formal, o chamado coletivo, ou scrimmage (jogo formal em que o ataque e a defesa se enfrentam, geralmente com foco no aprendizado do

playbook e ajustes por parte dos treinadores); além disso há também o encerramento do treino.

O Treinador 2 destaca que durante o campeonato o jogo formal é marcado por menos contato e muitas vezes adição da regra do “touch”, em que a jogada termina assim que o jogador da defesa encosta no atleta do ataque, ou seja, sem tackles.

[…] e aí volta para fazer um coletivão [...] Então a gente faz duas partes no coletivo né? Ataque contra a defesa: primeiro ataque primeira defesa; e depois, segundo ataque primeira defesa; primeira defesa segundo ataque […] (Treinador 1).

[...] e no final, a gente faz o coletivo né? Faz o scrimmage, que ele varia também de acordo com o momento, se é começo de temporada ele é mais pegado, se é durante a temporada ele já não tem tackle no QB, com algumas limitações...e quando é muito perto de jogo assim, a gente faz touch, ou a gente faz só posicionamento, esse tipo de coisa. (Treinador 2).

[…] transferência para a prática passando por times especiais e fechando o treino geralmente com um momento também de autocongratulação, de fechamento ali, resumo do que rolou no treino. (Treinador 3).

Em suma, os treinadores costumam abordar o desenvolvimento dos Special Teams (ST) de maneiras distintas. O Treinador 1 costuma abordá-lo ao final do coletivo; o Treinador 2 cita que costuma abordá-lo após o trabalho com os fundamentos, de maneira geral, costumam

fazer aulas teóricas no campo com movimentações em velocidades reduzidas para designação de responsabilidades em cada unidade dos STs, destacando também a importância da segurança no trabalho com os STs, uma vez que costuma gerar muitas lesões; o Treinador 3 costuma trabalhar esta unidade do FA durante o jogo formal no quarto momento do treino; o Treinador 4 costuma desenvolver os STs sempre entre as transições de cada momento do treino, simulando o que acontece geralmente nas partidas de FA.

[…] e aí no final a gente faz o que a gente chama de Special Teams, que é um momento do time especial para poder estar fazendo essa terceira equipe né? (Treinador 1).

[…] Basicamente é aquecimento; o que a gente chama de EDD, que é fundamento; aí a gente tem os Special Teams […] a parte dos Special Teams, e isso a gente vai do conceito até a parte prática […] tem dia que ele é basicamente teórico, a gente faz tipo um xadrezinho com os próprios atletas né? A gente coloca os atletas na posição e só faz a movimentação […] Special Teams é o momento que mais gera lesão no Futebol Americano né? [...] eu faço bem pouco Special Teams full power como se tivesse valendo no jogo [...] (Treinador 2).

[…] transferência para a prática passando por times especiais e fechando o treino geralmente com um momento também de autocongratulação, de fechamento ali, resumo do que rolou no treino. (Treinador 3).

[...] no meio sempre tem times especiais! Sempre quando tem alguma transição de fases...acabou o aquecimento, times especiais! E aí depois fundamentos, 20 minutos de fundamentos, acabou fundamentos, times especiais! E aí depois vai, situacional, acabou situacional, times especiais! [...] eu gosto disso porque não deixo, tipo, meia hora de special teams assim, e na minha visão, eu trato os special teams da maneira que tem que ser tratado: que é no meio das coisas! Não é no início do treino e aí nunca mais você vê special teams...de repente você vai ter que entrar em campo para chutar um Field Goal, de repente você vai ter que entrar em campo para chutar um punt [...] Eu acho que para mim, na minha cabeça, é o que mais se assemelha com que vai fazer em campo. (Treinador 4).

O Treinador 1 foi o único que descreveu as pausas que costuma dar a cada 10 minutos para hidratação e recuperação dos atletas nas sessões de treino.

A cada 10 minutos a gente para e aí tem 2-3 minutos de água para refrescar, realmente é relaxar a cabeça […] (Treinador 1).

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