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Capítulo 2 – Estado de Arte 7

2.1. Marcha Livre 7

2.1.5. Testes Clínicos 22

2.1.5.2 Avaliação Quantitativa 27

Os testes aqui apresentados focam-se na avaliação da marcha e da capacidade de mobili- dade tanto em pessoas saudáveis como em pessoas diagnosticadas com certas doenças.

No Teste de Marcha de 10 m (10 m Gait Test), as pessoas têm que percorrer uma distân- cia de 10 m à sua velocidade normal ou superior. De seguida, determina-se o tempo em que a pessoa demora a percorrer a distância estabelecida, conseguindo avaliar a velocidade de mar- cha ao longo do teste. Este teste é executado rapidamente (menos de 5 minutos), sem custo e permite avaliar a mobilidade funcional e a marcha, por comparação com valores de referência. Para maior detalhe do teste, consultar (Ali & Raad 2014a).

O Teste de Marcha durante 6 minutos, tem como finalidade a avaliação da resistência e da capacidade de realização de exercício funcional. O teste consiste em caminhar durante 6 minutos à maior velocidade conseguida pelo participante. Após a realização do teste determi- na-se a distância percorrida durante os 6 minutos e a velocidade de marcha. Quanto aos par- ticipantes, o teste pode ser aplicado tanto a pessoas jovens como idosas, saudáveis ou não, e estes podem utilizar DAs para a realização do teste, deve é ser mantido o mesmo de teste pa- ra teste. Para mais informação sobre o teste consultar (Heinemann 2010).

− Avaliação do equilíbrio e risco de queda

O teste One-leg stance duration consiste na determinação do tempo em que a pessoa consegue aguentar apenas com uma perna em apoio. É considerado o teste mais antigo para avaliação do equilíbrio. As pessoas estão com as braços na cintura, devem estar apenas com uma perna de apoio, sem qualquer tipo de assistência e de olhos abertos. O tempo do teste é contado desde que o pé é fletido e retirado do chão até que toque no chão ou na perna de apoio, ou ainda, se os braços saírem da cintura. Os participantes que não conseguem realizar este teste pelo menos durante 5 s, significa que têm maior risco de queda. Inicialmente este teste era realizado com os olhos fechados, mas mesmo para as pessoas sem nenhum pro- blema de equilíbrio em específico tornava-se um teste clínico com um certo nível de dificulda- de e variabilidade. Tem como vantagem o facto de o desempenho da pessoa ser avaliado pela duração do teste, através de um cronómetro, e por ser um exame de rápida execução (Fregly & Graybiel 1968).

O Teste para Alternar o Passo (Alternate Step Test), tal como nome indica, consiste em co- locar o pé, por inteiro e descalço, sobre um step com 18 cm de altura e 40 m de largura e alternar entre o pé esquerdo e direito, o mais rápido possível. Desta forma, há deslocamento do peso corporal devido ao movimento, conseguindo determinar a estabilidade lateral. A me- dição do teste consiste na determinação do tempo necessário para completar 8 passos, per- mitindo aferir sobre o risco de queda.

Quanto ao teste de sentar e levantar 5 vezes consecutivas (Sit-to-Stand 5 repetitions), ape- sar de não estar diretamente relacionado com a avaliação do risco de queda, é um teste que está incluído em escalas que avaliam. Concretamente, este teste determina a força dos mem- bros superiores. As pessoas têm que se levantar de uma cadeira 5 vezes consecutivas, o mais rápido possível, com os braços no apoio. O parâmetro avaliado é o tempo de realização destas 5 repetições (Tiedemann et al. 2008).

Para finalizar, o Teste de Alcance Funcional (Functional Reach Test) foi desenvolvido para avaliar os limites máximos de estabilidade durante a fase de apoio. Consiste numa avaliação objetiva, onde é medida a máxima distância que a pessoa consegue alcançar para além do comprimento dos braços, inclinando o tronco para a frente enquanto mantém uma base de suporte fixa em pé. O alcance para a frente que é obtido pode indicar o risco de queda (Behrman et al. 2002). Também pode ser adicionado o alcance lateral e para trás e, para além desta versão, também existe uma versão modificada, onde a pessoa está sentada em

vez de estar em pé. Se o alcance atingido para a frente for menor ou igual a 0.15 m indica risco de queda. Este teste é considerado um excelente método para avaliar o risco de queda e de rápida execução (1 min) (Duncan et al. 1990).

− Avaliação no mesmo teste da marcha, equilíbrio e risco de queda

Um dos testes com bastante utilização na prática clínica, devido à sua simplicidade e ra- pidez de realização é o TUG – Timed “Up and Go Test” – o qual permite a avaliação da mobi- lidade, equilíbrio, capacidade de caminhar e risco de queda em idosos (Weiss et al. 2010). Quanto ao procedimento do teste, a pessoa está sentada numa cadeira, levanta-se caminha 3 m, dá a volta, caminha novamente os 3 m e senta-se. O tempo que demora a percorrer este percurso é cronometrado. As pessoas que demoram mais de 13 s para completar o TUG indi- cam maior risco de queda (Mathias et al. 1986). Este teste é considerado bastante confiável, porque a avaliação da pessoa está dependente do tempo obtido pelo cronómetro (Yelnik & Bonan 2008). Para maior detalhe desta implementação consultar (Ali & Raad 2014b).

O último teste selecionado é o percurso de Obstáculos Funcionais (Functional Obstacle Course - FOC), o qual consiste na avaliação de idosos com e sem equilíbrio e com problemas de mobilidade. Para tal, realizam-se 12 simulações de tarefas de mobilidade funcionais ou de obstáculos que se possam encontrar em casa, como por exemplo, objetos, carpetes, rampas, portas, entre outros. Este teste é realizado com a colocação dos obstáculos entre barras para- lelas (Means 1996). Foi desenvolvida uma versão modificada a qual não requer a utilização das barras paralelas, os obstáculos são colocadas próximos das paredes e desta forma, não exige pessoal extra para alterar os obstáculos. Deste modo, esta última versão tem um menor custo e requer menos tempo para a preparação do teste. Em termos de avaliação, para cada simulação é avaliado o desempenho da pessoa com informação quantitativa e qualitativa (Means & O’Sullivan 2000).

Comparativamente com a avaliação qualitativa, com esta análise consegue-se ultrapassar o problema da subjetividade de avaliação do examinador e a consequente introdução de erro no resultado. Mas, de qualquer forma, mantêm-se o problema associado à perda de detalhes do movimento. Apesar de já se avaliarem distâncias, tempos e velocidades, não é o suficiente para quando se pretende uma análise mais detalhada do movimento. O avanço da tecnologia permitiu o desenvolvimento de técnicas de avaliação objetiva e de caráter prático, de modo a

terem interesse no ambiente clínico, tanto para o equilíbrio como para a marcha. Assim, na secção 2.1.6. serão abordadas técnicas para avaliação tanto da marcha, como da postura e equilíbrio do utilizador, por intermédio de sensores inerciais (Mancini & Horak 2010) que tam- bém permitem uma análise quantitativa.