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Capítulo 4 – Avaliação da performance de pacientes com Osteartrose do

4.4. Metodologia 85

4.4.3. Parâmetros Analisados 88

No Capítulo 3 foram referidos os algoritmos implementados, como também alguns dos parâmetros calculados relativos à marcha, controlo postural, estabilidade e harmonia da mar- cha. Todos os parâmetros são calculados para todos os testes, para cada dispositivo de mar- cha, para posterior comparação. Nesta subsecção serão mencionados todos os parâmetros determinados e, de um modo geral, de que forma se podem interpretar os resultados obtidos. Também já foi referido na secção 4.4.2, que todos os testes foram gravados por uma câmara de vídeo, permitindo a realização de uma análise observacional da marcha e a extração de

Todos os pontos mencionados serão abordados nas secções seguintes, organizadas de acordo com a localização do sensor, ou seja, os parâmetros espácio-temporais são obtidos pelo sensor do tornozelo, e os parâmetros relativos ao controlo postural, harmonia e estabili- dade da marcha são conseguidos através do sensor localizado no quadril e a avaliação obser- vacional pela câmara de vídeo.

4.4.3.1Parâmetros espácio-temporais da marcha

Na secção 3.5.1., foram apresentados os seguintes parâmetros:

− Tempo da passada ou ciclo de marcha (equação 3.4, secção 3.5.1); − Tempo da fase de balanço (equação 3.5, secção 3.5.1);

− Tempo da fase de apoio (equação 3.6, secção 3.5.1).

Estes parâmetros são obtidos apenas para a perna onde se encontra localizado o sensor, ou seja, do lado do joelho lesado. Para além dos parâmetros referidos, também se calculou a velocidade da marcha, cadência e comprimento do passo, através das seguintes fórmulas,

𝑣   𝑚/𝑠 =𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎  [𝑚] 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜  [𝑠] Equação 4.1 𝐶𝑎𝑑ê𝑛𝑐𝑖𝑎   𝑝𝑎𝑠𝑠𝑜𝑠/𝑚𝑖𝑛 =  𝑛º  𝑑𝑒  𝑝𝑎𝑠𝑠𝑜𝑠 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜  [𝑚𝑖𝑛] Equação 4.2 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜  𝑑𝑜  𝑝𝑎𝑠𝑠𝑜   𝑚 = 𝑣[𝑚/𝑠]×60 𝑐𝑎𝑑ê𝑛𝑐𝑖𝑎  [𝑝𝑎𝑠𝑠𝑜/𝑚𝑖𝑛] Equação 4.3

O comprimento do passo é apenas uma estimativa, uma vez que é obtido de forma indire- ta. Estas equações foram retiradas de (Whittle 2007, cap.2).

Os autores que também se debruçaram sobre pacientes diagnosticados com Osteoartrose no joelho, revelaram que avaliações objetivas, com os parâmetros espácio-temporais, podem ajudar na avaliação da severidade da doença, eficácia do tratamento e no modo como a doen- ça deve ser encaminhada, demonstrando a pertinência destes parâmetros para o estudo (Debi et al. 2009; Debi et al. 2011). Na Tabela 4.2 são apresentados os parâmetros espácio- temporais calculados, as siglas e as unidades utilizadas.

Tabela 4.2 - Apresentação das siglas e unidades dos parâmetros espácio-temporais calculados.

Parâmetros Siglas Unidades Tempo da passada TPassada s Tempo da fase de apoio TApoio s Tempo da fase de balanço TBalanço s Velocidade Velocidade m/s2

Cadência Cadência passos/min Comprimento do passo Cpasso m

4.4.3.2 Parâmetros relativos ao controlo postural, harmonia e estabi-

lidade da marcha

Para a avaliação do controlo postural foram determinados os parâmetros apresentados na secção 3.5.2, pertencentes ao estudo realizado por (Doheny et al. 2012), sendo os parâme- tros,

− Raiz média quadrática da aceleração para as direções AP e ML;

− Gama de deslocamento nas direções AP, ML e horizontal do CM (equação 7, secção 3.5.2).

Apesar do estudo de referência (Doheny et al. 2012) avaliar o equilíbrio estático para a distinção entre idosos com maior ou menor propensão de queda, os autores concluíram que as pessoas que ostentavam os valores mais elevados, para os parâmetros referidos, apresen- tavam um maior risco de queda.

Em termos da avaliação da harmonia e estabilidade da marcha foram implementados os parâmetros mencionados também na secção 3.5.2. Para a estabilidade, determinou-se a ace- leração mínima para cada passo e para cada eixo, onde os valores mais negativos deste pa- râmetro estão associados a uma menor estabilidade de marcha. Relativamente à harmonia da marcha, esta é avaliada através do cálculo do - índice da razão da aceleração mínima - os au- tores do estudo de referência (Iosa et al. 2012), indicaram que uma menor harmonia da mar- cha traduz-se numa redução deste parâmetro. Na Tabela 4.3 são apresentados os parâmetros relativos ao controlo postural, estabilidade e harmonia da marcha calculados, como também as siglas e as unidades utilizadas.

Tabela 4.3 - Apresentação das siglas e unidades dos parâmetros relativos ao controlo postural, estabilidade e harmonia da marcha.

Parâmetros Siglas Unidades

Gama de deslocamento nas direções AP e

ML Gama_AP e Gama_ML m

Raiz média quadrática nas direções AP e

ML RMS_AP e RMS_ML m/s2

Deslocamento horizontal do CM Dhor m Aceleração mínima nas direções AP, ML e

VV Amin_AP, Amin_ML e Amin_VV m/s

2

Índice da razão da aceleração mínima nas

direções AP, ML e VV RA_AP, RA_ML e RA_VV %

4.4.3.3 Avaliação Observacional

A avaliação observacional é conseguida pela realização de uma análise cuidada dos vídeos obtidos para cada paciente. Esta avaliação tem como finalidade a extração de alguns dados sobre a marcha do paciente, como por exemplo,

− Determinação do pé de avanço;

− Classificação da marcha do paciente com DA, considerando a nomenclatura apresen- tada por (Smidt & Mommens 1980) na secção 2.2.2;

− Compensação do paciente ao longo da marcha, caso haja e qual o tipo de compensa- ção;

− Número de tropeções;

− Se o movimento é swing-to/through;

− Demonstração de cansaço ao longo do teste; − Número de paragens;

− Comentários do paciente.

Estes dados vão permitir enriquecer a análise da marcha de cada paciente, acrescentando mais informação às avaliações objetivas realizadas através dos sensores inerciais. Como foi referido, para esta avaliação, a classificação da marcha teve por base a nomenclatura exposta por (Smidt & Mommens 1980). Neste último estudo, não é apresentada nenhuma classifica- ção de marcha com o andarilho de 4 rodas com suporte de antebraços. Como tal, nesta avali- ação observacional procedeu-se à avaliação do pé de avanço e se havia atraso durante a mar- cha, ou seja, se o utilizador parava para mover o andarilho e posteriormente é que avançava. Para este DA não foi sugerida nenhuma classificação do número de pontos, uma vez que o movimento desenvolvido com este DA é, na generalidade, contínuo devido à presença das ro-

das, não permitindo a contabilização do número de pontos. Quanto ao movimento swing- to/through apenas foi utilizado para classificar a marcha com as muletas. Para os outros DAs não faz sentido este tipo de descriminação, uma vez que a pessoa não consegue, fisicamente, ultrapassar o DA.