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Bacia hidrográfica do Ave

xxiv Lista de símbolos

A 12 de Maio de 1972, entrou em serviço o aproveitamento hidroeléctrico de Vilarinho das Furnas, que recebeu o nome da aldeia comunitária que se encontra, actualmente,

3. Actualidade da hidroelectricidade

3.1. Bacias hidrográficas e respectivos aproveitamentos hidroeléctricos

3.1.11. Bacia hidrográfica do Ave

A bacia hidrográfica do rio Ave – BH Ave – ocupa uma área de 1 391 km2, dos quais

cerca de 247 km2 e 340 km2 correspondem, respectivamente às áreas das bacias dos seus

dois afluentes mais importantes: os rios Este e Vizela. Esta região confronta a Norte com a bacia hidrográfica do rio Cávado, a Oriente com a bacia hidrográfica do rio Douro e a Sul com a bacia hidrográfica do rio Leça (ver figura 3.42) [65].

Figura 3. 56 – Bacia Hidrográfica do rio Ave, sua posição relativa com as bacias a Norte de Portugal; rio Ave e os seus dois afluentes principais: Este e Vizela.

O rio Ave, com cerca de 100 km de extensão, nasce no cimo da Serra da Cabreira, na sua vertente Noroeste, a cerca de 1260 m de altitude e desagua em Vila do Conde, gerando uma bacia hidrográfica vasta e complexa. Desde a nascente até à proximidade da albufeira do Ermal, no concelho de Vieira do Minho, o rio é em geral estreito e serrano. Depois passa a ser progressivamente mais largo, correndo tranquilo e traçando de forma geral um vale muito aberto, de margens planas e bastante espraiadas. Em todo o seu percurso, caracteriza-se por ser um rio muito sinuoso. [65].

A análise geomorfológica revela que altitude da área abrangida pelo plano de bacia hidrográfica varia entre o nível do mar e os 1 260 m, situando-se a média em 268 m. Cerca de 66 % da área do plano de bacia apresenta declives inferiores a 10%. Os declives mais acentuados ocupam áreas pouco extensas: apenas cerca de 16% da área tem um declive superiores a 15%, localizando-se, sobretudo, nas regiões mais altas da cabeceira da bacia. O perfil longitudinal do rio Ave, mostra que os 82 km a montante da foz são efectuados sem variações acentuadas de relevo, desenvolvendo-se em zonas com declives pouco acentuados e relativamente constantes. A partir desse ponto os declives acentuam-se e o troço correspondente aos últimos 8 km de percurso do rio efectua-se em zonas de relevo acidentado apresentando uma variação de cotas desde os 400 m até aos 1198 m de altitude [65].

As disponibilidades hídricas na bacia hidrográfica do rio Ave, em regime natural, estão essencialmente dependentes da forma como a precipitação se distribui espacial e temporalmente. Isto deve-se essencialmente ao facto de os aquíferos terem uma reduzida capacidade de armazenamento, o que implica uma resposta relativamente rápida do escoamento à ocorrência da precipitação e, praticamente, a não realização de regularização

interanual subterrânea. O escoamento anual médio, na foz do rio Ave, é de 1 200 hm3.

Os principais tributários do rio Ave são, na sua margem esquerda, o rio Vizela, que drena

uma área de 340 km2 e, na margem direita, o rio Este que drena uma área de 247 km2 [65].

O rio Vizela nasce nas alturas de Fafe, é quase tão importante quanto o Ave, originando uma bacia hidrográfica de área muito vasta e de individualidade própria. Após cerca de 50 km de extensão, este afluente, desagua na margem esquerda, em Caniços, a uma altitude de 48 m, um pouco a montante de Santo Tirso. Os primeiros 26 km de percurso do rio, efectuam-se sem variações acentuadas da cotas, seguindo-se um troço, com uma extensão de 2 km, com uma inclinação elevada. O percurso do rio prossegue com um troço de 10 km relativamente plano, sendo os últimos 6 km de percurso, até à foz bastante íngremes, variando a cota neste

último troço de 288 m até 472 m. O escoamento médio anual do rio Vizela é de 356 hm3 [65].

O rio Este nasce na serra do Carvalho, a Nordeste de Braga, tem cerca de 45 km de extensão e desagua em Touguinha, a cerca de 4 km de Vila do Conde. O vale do rio Este acompanha o padrão dos rios Ave e Vizela, ou seja de perfil transversal em “U” muito aberto e margens muito largas e planas, sendo também bastante sinuoso, embora apre sente dois troços canalizados a céu aberto: um na zona de Minhotães/Nine/Arnoso, com cerca de 4,5 km de extensão e outro no atravessamento da cidade de Braga. Desde o ponto de confluência

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com o rio Ave, até cerca de 52 km mais a montante verifica-se um aumento progressivo das cotas do rio, não se registando inclinações acentuadas. Os últimos 3 km apresentam uma inclinação bastante acentuada (de 220 m até 458 m na nascente). O balanço hidrológico na

bacia do rio Este indica que o escoamento anual total na foz deste rio é de 152 hm3 [65].

O sistema hidroeléctrico do rio Ave é constituído por, de montante para jusante:

• Barragem e central “pé-de-barragem” de Guilhofrei (4 MW);

Aproveitamento hidroeléctrico do Ermal (11,2 MW);

• Aproveitamento hidroeléctrico Ponte de Esperança (2,8 MW);

• Barragem das Andorinhas e Central da Senhora do Porto (8,8 MW);

O único aproveitamento com potência instalada ligeiramente superior a 10 MW é o de Ermal (ver características detalhadas no Anexo X).

O aproveitamento hidroeléctrico do Ermal, localiza-se no concelho da Póvoa de Lanhoso, e é a central mais importante do sistema hidroeléctrico em cascata do Ave, pertencente ao grupo EDP. A central original que antecedeu a actual central do Ermal, remonta ao ano de 1932 e possuía três grupos geradores, com uma potência total instalada de 1,84 MW.

Posteriormente, e ao abrigo de um novo projecto energético do Ave, entrou ao serviço em 1937, por iniciativa da empresa concessionária Companhia Electro - Hidráulica de Portugal, a

nova central do Ermal, com uma potência instalada de 4,96 MW.

Após obras de reforço de potência e de modernização, a central do Ermal tem actualmente uma potência instalada 11,2 MW, e uma produtibilidade média anual de 30 GWh.

Esta, aproveita os caudais turbinados pela barragem de Guilhofrei, transportados através

de um canal de adução com uma capacidade de vazão de 17,3 m3/s e cerca de 1,5 km de

comprimento, para duas condutas forçadas que alimentam os dois grupos geradores da central do Ermal, sob uma queda de 82 m. A barragem de Guilhofrei é do tipo gravidade de construção mista em alvenaria e betão, com uma altura de 49 m, e um comprimento de 190 m

no coroamento. Cria uma albufeira com uma capacidade total de 21,2 hm3, com o NPA de