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5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

5.2 Padrões de uso da Internet

5.2.5 Barreiras ao uso

Tudo que pode inibir, dificultar ou desestimular o uso da Internet no meio acadêmico, foi considerado como barreira ao uso. Nesse contexto, a análise das barreiras foi feita para cinco estratificações diferentes: por gerência educacional à qual o docente está lotado, por área de formação acadêmica, por titulação, por sexo e por faixa etária.

A primeira análise mostra que os professores da GEFOR são os que encontram as maiores barreiras ao uso da Internet, com média igual a 2,85, para um máximo de 5,00. Em contrapartida, os docentes da GEINF são os que percebem as barreiras com menor intensidade (média = 2,14). Os professores das demais gerências educacionais apresentam respostas parecidas com relação às barreiras ao uso da Internet, com médias próximas de 2,50.

Quando a área de formação acadêmica do docente é o parâmetro balizador da análise, observa-se que os professores com formação nas áreas das ciências exatas ou engenharias são os que sentem com menor intensidade as barreiras ao uso das tecnologias Internet (média = 2,43). Neste caso, as maiores barreiras são percebidas pelos professores com formação na área de biociências, com média igual a 3,23. Os docentes com formação acadêmica nas áreas das ciências sociais ou humanas também identificaram as variáveis utilizadas como barreiras ao uso de forma positiva, obtendo uma média igual a 2,87 o que indica um alto índice de afirmação quanto às barreiras encontradas.

Com relação à titulação, a pesquisa revelou que os doutores são os que enfrentam as menores barreiras quando se trata do uso das tecnologias Internet. Em segundo lugar vem os professores com mestrado, seguidos pelos graduados e, por fim, pelos especialistas. Estes últimos são os que enfrentam as maiores barreiras ao uso da Internet. Para todos os professores (graduados, especialistas mestres ou doutores), a maior barreira ao uso foi a

sensação de que a Internet tem muito “lixo”. A falta de microcomputadores disponíveis no CEFET-RN para acessar à Internet, a falta de um acesso mais próximo e a percepção de que sem treinamento é difícil usar a Internet também foram fortemente apontadas por todos os professores, independentemente da titulação, como barreiras ao uso.

Quando a estratificação tem como base o sexo, os dados revelam que os homens identificam menos barreiras ao uso da Internet que as mulheres. No entanto, ambos os sexos identificam o “lixo” existente na Internet, a lentidão das conexões, a falta de um acesso mais próximo e a falta e treinamento como as maiores barreiras à utilização dessas tecnologias.

As barreiras também foram estudadas levando em consideração a faixa etária dos docentes. A pesquisa constatou que os professores com menos de 40 anos encontram menos barreiras do que seus colegas que estão numa faixa etária superior a esta, ou seja, mais de 40 anos de idade. Neste caso, a diferença entre as duas faixas estudadas não foi muito significante, pois para a primeira faixa etária a média para as barreiras foi igual a 2,53 e para a segunda faixa etária a média foi igual a 2,68. A maior diferença foi para a variável “TREINAM”(Sem treinamento é difícil usar a Internet) que, entre os professores com menos de 40 anos obteve média igual a 2,89 e entre os que têm mais de 40 anos obteve média igual a

3,21. Isso mostra que os professores mais jovens sentem menos a necessidade de treinamento que os mais idosos o que, certamente, tem relação com uma maior aceitação da tecnologia pelos mais jovens.

5.2.6 Intensidade de uso

Considerando as horas de uso semanal da Internet em casa e no CEFET-RN, a pesquisa mostra que os professores da GETIN apresentaram a maior média, com 11,88 horas semanais de acesso, sendo 14,04 horas semanais em casa e 9,72 horas semanais na Instituição. Este resultado é, provavelmente, decorrente do fato de pertencerem a esta gerência educacional, proporcionalmente, o maior número de docentes realizando mestrado ou doutorado, o que intensifica o uso da Internet como fonte de pesquisa para seus trabalhos. Em segundo lugar estão os professores da GERN com média de uso semanal igual a 9,03 horas, sendo 9,40 horas semanais em casa e 8,67 horas semanais no local de trabalho. Com a menor média de uso (7,99 horas semanais) ficaram os professores da GEFOR. Nesta gerência a média semanal de acesso em casa foi de 9,7 horas e no CEFET-RN essa média foi de 6,26 horas semanais. Estes dados são justificados porque esta é a gerência educacional com maior número de docentes e que, proporcionalmente, apresenta a menor quantidade de terminas disponíveis para acesso. A formação acadêmica e o sexo dos docentes dessa gerência (a maioria tem formação nas áreas das ciências sociais ou humanas e é do sexo feminino), pelas análises mostradas anteriormente, também contribuem para a menor média de utilização dos recursos da Internet.

Quando analisamos a intensidade de uso observando a área de formação acadêmica do professor, percebemos que os que têm formação nas áreas das ciências humanas ou sociais lideram o tempo de uso semanal da Internet, tanto em casa (média de 11,39 horas semanais) quanto no local de trabalho (média de 6,96 horas por semana), dando uma média global de utilização da Internet igual a 9,18 horas/semana. Em segundo lugar, vem os professores com formação nas áreas das ciências exatas ou das engenharias, com média global (casa + CEFET) igual a 7,20 horas/semana. Um dado que requer um estudo especial é a média de uso da Internet no CEFET por este grupo de professores, pois o valor de 3,75 horas/semana está muito abaixo da média, quando a análise é feita levando em consideração outras variáveis. O grupo de professores com formação na área de biociências é composto por apenas três

professores o que torna seus dados não muito representativos nesta análise, considerando o tamanho da amostra.

Usando a titulação como referência para a análise da intensidade de uso, conclui-se que os professores com mestrado são os que mais usam a Internet, tanto em casa quanto no ambiente de trabalho, com média de uso semanal igual a 9,31 horas. Na segunda posição estão os docentes com graduação com média igual a 8,50 horas por semana. Os doutores, com média de 6,51 horas e os especialistas, com média igual a 5,62 horas, foram os que apresentaram as menores intensidades de uso, levando em consideração o tempo de acesso em casa e no CEFET durante a semana.

A pesquisa também comprovou que os homens acessam a Internet por mais tempo, tanto em casa como na Instituição Acadêmica, quando comparados com as mulheres. A média de uso semanal masculina foi de 10,88 horas em casa e 9 horas no CEFET enquanto as mulheres apresentaram médias semanais de 10,55 horas em casa e 4,85 horas no CEFET.

Quando a análise é feita considerando a faixa etária na qual o docente se encontra, os dados revelam que os professores que têm até 40 anos apresentam uma média de acesso semanal à Internet de mais de 9,0 horas enquanto os seus pares com mais de 40 anos têm uma média de acesso semanal de 5,99 horas, bem inferior, portanto, aos da primeira faixa de idade. A fig. 5.2-1 mostra a relação entre as variáveis Gerência Educacional, Área de Formação Acadêmica, Titulação, Sexo e Faixa Etária quanto à exposição ao computador, à percepção da utilidade e à percepção da facilidade de uso, como fatores que influenciam no uso da Internet, além da influência que as barreiras percebidas exercem sobre a Intensidade e a regularidade de uso dessa TI.

Gerência Formação

Docentes

Titulação Sexo Faixa

Etária

Intensidade de uso Regularidade de uso Uso da Internet

Exposição ao

Computador Percepção da Utilidade

Percepção da Facilidade de Uso

Barreiras ao Uso da Internet