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3.2 Emissoras em foco

3.2.2 TV Brasil

Já o Repórter Brasil Noite, da TV Brasil, tem outra história, tempo de transmissão e existe somente há sete anos. Quando começou tinha um formato diferente: três apresentadores chamavam as matérias, um do Rio de Janeiro, outro de São Paulo e outro de Brasília.

Hoje tem a bancada de acordo com os princípios de equidade de gênero, Katiuscia Neri e Guilherme Menezes apresentam o telejornal. Como editor-chefe Menezes também finaliza a edição. O RBN é transmitido de Brasília de segunda a sexta-feira, em sábados alternados com o Rio de Janeiro, quando Luciana Barreto assume a bancada.

Os 52 minutos de duração do jornal (sem comerciais) são divididos em quatro blocos, e cerca de 40 retrancas, entre VTs, notas secas, estúdios e links. Em média exibem 23 reportagens (VTs). O jornal utiliza ainda os formatos de off vivo, plasma, e

stand up. A paginação depende de quem está fechando o jornal. O editor-chefe

costuma colocar o factual no começo, o internacional todo junto, no segundo ou terceiro bloco e cultura e esporte no fim do jornal, mas tentando interligar os temas. As entrevistas de estúdio ficam, geralmente no terceiro bloco. Já outras pessoas misturam um pouco mais, mas sempre seguem a mesma linha de raciocínio. De qualquer forma, o jornal tende a começar com um tema hard news ou factual e encerrar mais leve.

O telejornal tem a participação de dois comentaristas regulares (de acordo com as necessidades do dia), o Emir Sader, que fala diretamente de São Paulo e Luís Nassif, do Rio. Emir comenta sobre assuntos internacionais e Luiz Nassif política e economia nacional. O Emir Sader participa, praticamente, todos os dias. Já o Nassif participa sob demanda.

O JRBN tem frequente participação de especialistas em entrevistas no estúdio, majoritariamente ao vivo.

Sempre que surge uma questão de difícil compreensão o telejornal explica para os telespectadores, graficamente por meio da arte. O quadro “Repórter Brasil Explica”, detalha, com uma linguagem simples - seja um assunto, um termo, uma lógica econômica, uma técnica ou qualquer outro item, que seja necessário esmiuçar.

O quadro chamado ‘Outro Olhar’ entrou na programação desde o início do telejornal, mas aparecia de forma esporádica, a partir de novembro de 2013 passou a ser exibido mais frequentemente. Ele foi pensado para ser uma um canal de participação da sociedade, já que era para exibir conteúdos produzidos por universidades, associações e grupos independentes. A ideia era disponibilizar um espaço dentro do telejornal (até com um tempo maior de exibição, já que neste quadro as matérias têm de 2’30 a 3 minutos de duração, enquanto as demais tem até 2 minutos, em média) para que a sociedade se visse representada e levassem suas produções ao jornal. Mas ocorre, ao inverso, apenas duas funcionárias ‘buscam’ pela internet vídeos que possam se enquadrar com as temáticas do dia e pedem autorização para exibi-los. Uma inversão da proposta inicial. Este quadro vem sendo utilizado para complementar uma matéria, fornecendo uma visão a mais, diferente do enfoque abordado.

O programa tem passagens de bloco com interatividade, ou seja, para entrar o comercial antes, entram falas sobre determinada questão discutida naquele dia em alguma matéria, ou ainda quando se quer apresentar alguns dados de pesquisa, e mesmo sem o apoio do VT as perguntas são feitas, mas na chamada o apresentador informa algum dado da pesquisa, alguma curiosidade sobre o assunto. O povo fala, (perguntas feitas a pessoas na rua) com perguntas feitas de forma direta e no final entra uma resposta do facebook, onde a pergunta fica exposta de tal hora até tal hora e as melhores respostas são escolhidas e exibidas. Com isso cada dia tem uma pergunta

O jornal conta com a contribuição de matérias de outras praças, como Rio, São Paulo e Maranhão, de contratas e de emissoras que contribuem de forma espontânea.

São 14 contratadas: TV alagoas (TVE); TV Cultura Amazonas; TVE Bahia; TVUFG de Goiânia (que é uma TV universitária); TVE Espírito Santo; TVU Mato Grosso; TV Brasil Pantanal (TVE Mato Grosso do Sul); TVE RS; TV Aperipê de

Sergipe; TVE Tocantis; TVE Paraná; TV Aldeia no Acre (Fundação Cultura e Comunicação), TV Antares (PI), TVU RN.

E diversas que contribuem de forma espontânea, esporádica ou voluntária. Tais como: TV Brasil Central (TV do governo, localizada em Goiânia, que cobre a região central norte do país); TV UESB (de Vitória da Conquista); Rede minas (TVE); EFMG (TV Universitária); TV Cultura do Pará; TV UFPB; TV Itararé (Campina Grande/PB); TV Beltrão do Paraná (cobre a região de Francisco Beltrão); CA TVE (de Cascavel/PR); TV Pernambuco (emissora vinculada a Empresa Pública de Comunicação); TVU Recife (TV universitária); TV Caatinga (cobre a região de Petrolina e Juazeiro/ BA); TV Feevale (Novo Hamburgo/RS); TVU RR; SC TV UFSC; SC Unisul TV (cobre a região de Tubarão); SC TV Brasil Esperança (Localizada em Itajaí); TV Ceará. Através dessa rede e pelo cabo a TV Brasil está presente em 23 estados. Pelo satélite está à disposição de 65 milhões de espectadores e 95% dos assinantes de TV paga têm acesso à TV Brasil.

Apesar da capilaridade da TV Brasil muitas matérias enviadas não são aproveitadas, seja porque as emissoras parceiras, na maior parte das vezes, enviam material de conteúdo localizado, ou porque eles não têm qualidade de imagem e reportagem. Aliás, a qualidade da imagem da TV Brasil é um dos maiores desafios à fidelização da audiência do telejornal.

Apesar da importante participação das praças no telejornal essa diversidade regional apresentada mascara o princípio da descentralização geográfica das notícias, princípio almejado pela emissora.

Contudo as exibições de muitas dessas matérias implica em um desequilíbrio técnico e estético no que se refere às reportagens veiculadas.

Outra pertinência é a de não transformar um jornal nacional num jornal de colagens de matérias regionais. Manter aspectos locais, como o sotaque e o figurino, é interessante para mostrar de alguma maneira a diversidade brasileira, mas compreendendo que nem tudo que interessa no local é de interesse nacional.

Prioritariamente, os conteúdos provenientes de outras partes do Brasil fazem parte das editorias de cultura ou dizem respeito a algum fato que tenha abrangência nacional. Encontra-se no noticiário da TV Brasil matérias que não são comumente vistas em outros telejornais, como manifestações culturais desconhecidas por grande parte da população brasileira.

Além da tentativa de mostrar ‘Brasis’ diferentes, o RBN procura também dar visibilidade a fatos internacionais, que não se restringem à Europa e aos Estados Unidos. Mais um aspecto que se diferencia dos telejornais comerciais. Países que dificilmente seriam destacados em TVs abertas, ganham espaço no noticiário da TV Brasil, apesar da limitação das imagens e, muitas vezes, da informação da agência de notícia internacional Reuters, contratada da EBC.

Todos os dias acontecem três reuniões. Uma às 11h, é chamada de reunião de pauta, que aprova as pautas do dia, exclusivamente, para o RBN, com a participação da diretora de jornalismo da EBC. A das 15h, é a reunião dos editores, e ‘passa o dia’ (atualiza os acontecimentos do dia) com os editores de texto e define tamanho, abordagem, sugestões de edição do VT. A das 17h é uma predefinição dos VTs que vão ser produzidos para todos os jornais da TV Brasil: RBT (Repórter Brasil Tarde), RDF (Repórter Distrito Federal, no caso de Brasília; em São Paulo é o RSP e no Rio de Janeiro o RRJ) e RBN (Repórter Brasil Noite) do dia seguinte.

Entre apresentação, edição de texto, de imagem, produção, reportagem e

switcher, são, aproximadamente, 70 pessoas que trabalham diariamente para o

jornal da noite, nas praças de Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Maranhão.

Todos esses formatos diferenciados e tentativas de ‘dar voz ao cidadão’ preenchem uma hora diária de jornal e pretendem cumprir com a finalidade da empresa de: ”complementar e ampliar a oferta de conteúdos, oferecendo uma programação de natureza informativa, cultural, artística, científica e formadora da cidadania.”41

(EBC, 2010)