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Ângela Noleto da Silva Resumo: Com a intensificação no acesso às vias digitais sobretudo, com a democratização na aquisição dos artefatos tecnológicos móveis por todos os segmentos da sociedade, verificamos que os canais de comunicação em massa, passaram a compor as maneiras do cotidiano contemporâneo, bem como das instituições sociais. O presente artigo, apresenta reflexões oriundas de investigação empírica realizada em um centro médio de ensino público no interior do Estado de Tocantins, delimitando como sujeitos da pesquisa docentes e discentes, objetivando compreender as percepções acerca das Redes Sociais de comunicação enquanto um meio pedagógico auxiliador de estratégias de estudos, na organização do trabalho docente, ampliação das relações entre aluno/ professor e configuração de uma nova forma de aprendizagem coletiva. Adotou-se como procedimentos metodológicos: aplicação de questionários semiestruturados, abordagem quanti-qualitativa dos dados e o tipo de pesquisa exploratório. Enquanto aporte teórico, as discussões realizadas por autores como Santaella ( 2010), Lèvy ( 1999), Castells ( 1999), Virilio (1999), Harvey ( 1999) ,Bohn ( 2009), Prenski ( 2001), Tapscott (2010), Kenski (2012), Kerckhove (2009), entre outros, compuseram a tessitura desse texto. As análises sugerem que as transformações que ocorrem nos tempos- espaços multimodais de formação humana, também sejam observadas no trânsito que realizam nos fazeres individuais e coletivos desempenhados por nativos e imigrantes digitais presentes nas salas de aulas, já que ora convergem e divergem seus olhares quanto as possibilidades do uso pedagógico das vias digitais de comunicação e produção de saberes inovadores no tocante à aprendizagem discente e formação de saberes inovadores docentes para a escola básica.

Palavras-chave: Redes Sociais, Cibercultura, Imigrantes e Nativos digitais na escola.

Introdução:

Inegavelmente testemunhou-se a consolidação de uma sociedade da informação Castells (1999) cujos traços iniciais sobretudo ocorreram expressivamente nas últimas décadas do século XX e início da primeiras década de século XXI, cujos traços

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77 marcantes estão no avanço em pesquisas no campo da nanotecnologia, biotecnologia, globalização de mercados, redimensionamentos geopolíticos, elaboração/ manipulação dos artefatos tecnológicos digitais e a potencialização dos meios midiáticos (TV, celulares, notebooks, tablets, smartphones, Internet, rádio online, plataformas de aprendizagem online, etc) como trilha para a ampliação das diversificadas maneiras de comunicação.

Nessa esteira de mudanças, os diversos segmentos educacionais e, em especial as escolas públicas brasileiras, sentiram a urgência em compreender quem são os sujeitos e fazeres da contemporaneidade, suas novas formas de linguagens, concepções e produção de conhecimentos que vão se forjando nesses novos ambientes de aprendizagens, nos processos de (re) elaboração de linguagens, escrita e organização do trabalho escolar que possuem e adotam, face à sua imersão e adesão a essa nova realidade. Como destaca Rojo (2012, p.99):

A chegada cada vez mais rápida e intensa das tecnologias (com o uso cada vez mais comum de computadores, Ipods, celulares, tablets etc) e de novas práticas sociais de leitura e de escrita (condizentes com os acontecimentos contemporâneos e com os textos multissemióticos circulantes) requerem da escola trabalhos focados nessa realidade.

Assiste-se cotidianamente uma nova configuração nas formas múltiplas e singulares de produção e elaboração de conhecimentos, em que os campos da educação e tecnologia de informação e comunicação (TIC) tem estreitado laços para o desenvolvimento e aprimoramento de metodologias e práticas docentes. Recorrentemente, encontramos de forma mais intensificada a utilização de recurso tecnológicos digitais como forma de ampliação comunicacional, acesso a instrumentos/ uso das ferramentas de interação homem/máquina , homem/homem que auxiliam na troca de informações, dados e socialização entre os jovens, a destacar os nascidos ao final da década de 1990, representantes dos denominados “nativos digitais”, cuja familiaridade tecnológica compõe suas maneiras de ser, conviver e identificar-se com os outros e o mundo.

A par deste cenário, compreende ser de suma importância ao campo acadêmico, investigar, questionar e realizar análises sobre os fenômenos socioculturais que ora se

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78 engendram por meio da digitalização das relações sociais, sua imersão e implicações no

campo educacional tomando como referência a percepção que docentes/discentes possuem acerca do uso das redes sociais, suas contribuições pedagógicas possíveis no sentido de tornar-se elemento integrador ao que propõem a escola frente aos seus objetivos educacionais, às práticas de ensino/aprendizagem e o interesse que estes novos atores, os identificados como “ nativos e/ou imigrantes digitais” sugerem.

A denominação “nativos digitais e imigrantes” foi cunhado por Prenski (2001), para descrever os usuários das tecnologias digitais, sendo o primeiro caracterizado por aqueles que já nasceram em um universo digital, em contato contínuo com a Rede Mundial de Computadores - Internet, encaram com facilidade as frequentes mudanças, novidades do mundo tecnológico e se adaptam com extrema facilidade esta nova realidade. Já os imigrantes digitais são aqueles que sistematicamente introduzem à sua cotidianidade essas novas maneiras de interlocução entre linguagem, comunicação, veiculação de informações e conhecimentos.

Tapscott (2010), destaca que a Geração Net, cresce e convive cercada de um manancial de objetos técnicos e aplicativos capazes de criar redes de conexões com o mundo, levando-se à compreensão que de fazer uso da Rede, pressupõe acessar uns aos outros. Em “status online” diariamente inalterado, esta geração de jovens, distingue-se das anteriores, por moldar suas vontades, prazeres, interesses, consumir incessantemente saberes, produtos de toda ordem e lugar, mas sempre em cadência com o ritmo estabelecido pela produção de informações e, por conseguinte, por demonstrarem capacidade de se posicionar, opinar, tomar decisões. Contudo, sem conseguirem evitar os conflitos inerentes às transformações sociais, econômicas, culturais, políticas e educacionais que molduram a sociedade tecnocapitalista.

O presente artigo, portanto, se propõe a apresentar dados oriundos de pesquisa empírica realizada em instituição de ensino público no Estado de Tocantins, na tentativa de retratar a observância no que se refere ao uso das redes sociais sob o olhar de discentes e docentes de um Centro de Ensino Médio, na perspectiva de que esses canais de comunicação digitais podem contribuir de maneira pedagógica. Adotou-se como procedimentos metodológicos: revisão bibliográfica de autores que discutem as temáticas educação, comunicação e tecnologias digitais; a aplicação de questionários

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79 semiestruturado; consolidação dos dados e elaboração de análise de categorias temáticas

oriundas da tabulação dos questionamentos propostos. Também imprimiu-se ao estudo investigativo uma abordagem qualitativa, considerando que a mesma favorece o reconhecimento e a análise das múltiplas perspectivas dos participantes (FLICK,1999).

Para tanto, o trabalho estrutura-se a partir de seções que conceituam cibercultura, redes sociais no entrelaçamento com as questões educacionais, seguida da apresentação dos sujeitos participantes da pesquisa, o detalhamento dos procedimentos metodológicos e apresentação dos dados coletados. Posteriormente, as análises oriundas resultantes do exercício de elaboração dos dados registrados e a interpretação dos mesmos à guisa da elaboração de considerações acerca da investigação realizada.

Cibercultura, Redes Sociais e Educação

Nos últimos anos que encerram o século XX e inauguram o século XXI, pesquisadores como Levy (1999), Harvey (1999) e Virilio (1999), discutem acerca das maneiras pelas quais a vida na dita sociedade pós-moderna ou das tecnologias da comunicação, moldura suas perspectivas em experiências de mobilidade tecnológica, assentada na instaneidade e circulação das informações, alterando substancialmente o campo da percepção no que tange aos conceitos de tempo e espaço. Um novo ordenamento temporal sacramentado pelas tecnologias de comunicação e informação, consagra-se com expansão da Internet, cuja característica singular encontra-se na substituição em forma de conexão das noções de tempo/duração em tempo/velocidade e no estabelecimento de relações sociais instantâneas

Kerckhove (2009) contribui com a discussão sobre a investigação da nova realidade eletrônica, quando nos chama atenção acerca da existência de uma “consciência global” que hibridiza as noções de espaço público e privado, superando a ideia e imagem de uma “ aldeia global” antes introduzida por Marshall McLuhan, cujos princípios encontravam-se nas identidades e locais determinados, com comunidades vivendo em diferentes velocidades e níveis de experiências sociais destituídas de mediação, embora fôssemos pertencentes e aldeões da mesma Terra. Com a Internet, a pele da cultura passa a constituir-se sob o tecido da implosão das distâncias, o

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80 estreitamento entre espaços, o controle da linguagem torna-se público e oral. Como enfatiza o autor:

Mudou da Idade Média para a Idade da Razão e agora está mudando para a Idade da Mente. Na era do livro, o controle da linguagem foi sempre privado, mas com as mídias eletrônicas o controle da linguagem torna-se público e oral. Com o advento da Internet temos o primeiro meio oral e escrito, privado e público, individual e coletivo ao mesmo tempo. A ligação entre mente púbica e privada é feita através das redes abertas e conectadas do Planeta ( Kerckhove, 2009, p.205).

Levy (1999, p.17), já analisava essas mesmas transformações nas relações humanas quando anuncia a onipresença da chamada cibercultura, traduzida como “um conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de pensamento e de valores que se desenvolvem justamente com o crescimento do ciberespaço”.

A cibercultura é a expressão da aspiração de construção de um laço social, que não seria fundado nem sobre links territoriais, nem sobre relações institucionais, nem sobre relações de poder, mas sobre a reunião de centros de interesses comuns, sobre o jogo, sobre o compartilhamento do saber, sobre a aprendizagem colaborativa, sobre processos abertos de colaboração. (LÉVY, 1999, p. 130).

A cibercultura é a vida construída por meio das redes sociais digitais, em meio aos inúmeros processos interativos e participativos. Através dessas redes construímos subjetividades e sociabilidades, e redesenhamos nossos modos de ser e viver. O ciberespaço também passou a ser chamado simplesmente de “Rede”, um meio de comunicação originário da interconexão mundial dos computadores.

A consolidação das Redes Sociais, que numa perspectiva sociológica, ampara-se nos princípios de reciprocidade, partilha e confiança, estabelecidos entre indivíduos, grupos e seus pares.No entanto, a definição de Redes Sociais, também pode ser compreendida como:

uma estrutura social composta por pessoas ou organizações, conectadas por um ou vários tipos de relações, que partilham valores e objetivos comuns. Uma das características fundamentais na definição das redes é a sua abertura

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81 e porosidade, possibilitando relacionamentos horizontais e não hierárquicos

entre os participantes. Muito embora um dos princípios da rede seja sua abertura e porosidade, por ser uma ligação social, a conexão fundamental entre as pessoas se dá através da identidade. (...) Um ponto em comum dentre os diversos tipos de rede social é o compartilhamento de informações, conhecimentos, interesses e esforços em busca de objetivos comuns. (TORRES,p.2009).

Denota-se assim, que as formas em que as sociedades contemporâneas tem se organizando, confirmam o entrelaçamento em que a Redes Sociais vem silenciosamente tecendo com os quefazeres dos sujeitos e o papel desempenhado nas instituições, as posturas docentes e discentes face a inserção dos dispositivos tecnológicos digitais (notebooks, tablets, ipads, celulares com acesso a Internet, smartphones) na rotina das unidades educacionais.

Nesse sentido, Bohn (2014, p.1) reforça que:

assim como as ferramentas da Web 2.0, as redes sociais oferecem um imenso potencial pedagógico. Elas possibilitam o estudo em grupo, troca de conhecimento e aprendizagem colaborativa. Uma das ferramentas de comunicação existentes em quase todas as redes sociais são os fóruns de discussão. Os membros podem abrir um novo tópico e interagir com outros membros compartilhando ideias (...). Enfim, com tanta tecnologia e ferramentas gratuitas disponibilizadas na Web, cabe ao professor o papel de saber utilizá-las para atrair o interesse dos jovens no uso dessas redes sociais favorecendo a sua própria aprendizagem de forma coletiva e interativa.

Em certa medida, como alerta do citado autor, o uso das ferramentas digitais, expressa não só as maneiras pelas quais o acesso e compartilhamento de conhecimentos por meio da imersão nas Redes Digitais vem se consolidando enquanto extensão do espaço do pedagógico e da atuação escolar, mas também anunciado as maneiras diversificadas em que componentes curriculares e o desenvolvimento de metodologias comunicacionais interativas, emergem em respostas ao que a cultura juvenil contemporânea tem exigido ao exercício do magistério, em especial, no Ensino Médio.

Ainda acerca dessa discussão Kenski (2012), ressalta que no cenário atual, na Educação verifica-se também a presença de um tempo das urgências, volatilidades, da

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82 perturbação na percepção da realidade e do outro em forma fugaz de

aparição/desaparição das coisas nas telas, em que as estratégias metodológicas, práticas e posturas pedagógicas mediadas por tecnologias digitais transitam entre a organização e estrutura analógica da escola e essa nova compreensão das condições objetivas da sociedade, em que esta mesma realidade passa a ser essa inusitada condição em que as relações dos e entre os fenômenos é a imagem de um presente interminável em que cada um promove a sua performance existencial e coletiva .

Tal condição de vida altera significativamente tradicionais perspectivas e receios que faziam, e de certo modo ainda fazem, parte do mundo menos conectado da maioria dos adultos, pais e professores. Umas dessas principais mudanças é que a mídia agora não é mais algo que se consome, mas aquilo que se produz e difunde, ela deixa de ser influenciadora e condicionadora de tendências, para solicitar, exaltar e festejar a participação e a colaboração, instaurando, assim, uma economia da dádiva entre os internautas. Criatividade e generosidade são valores típicos da era das conexões e a cibercultura juvenil não cessa de exaltar esses valores fundamentais. Shirky (2011) defende que a cultura da generosidade mostra os meios que temos para fazer a diferença e melhorar o mundo. A conectividade exige e valoriza esse fazer com o outro.

Diante do que foi exposto anteriormente referente às mudanças ocasionadas sobretudo pelo surgimento da Internet e sua expansão planetária, é que o presente trabalho destaca as visões que discentes e docentes de um Centro de Ensino Médio, da Rede Pública Estadual de ensino tocantinense, registraram quanto às suas percepções acerca das Redes Sociais Digitais.

Múltiplos Olhares: a percepção de discentes e docentes acerca do uso pedagógico das Redes Sociais na escola

A pesquisa se deu em um Centro de Ensino Médio da Rede Estadual de Ensino do Estado do Tocantins, município de Araguaína no primeiro semestre do ano de 2013. Foram aplicados cento e vinte (120) questionários cujos sujeitos investigados foram discentes pertencentes a quatro (04) turmas de 3ªs séries, nos turno matutino / vespertino e docentes ( efetivos ou contratados) ministrantes de aulas nas áreas de conhecimento de Ciências da Natureza (Biologia, Química, Física e Matemática), Linguagens e

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83 Códigos (Língua Portuguesa, Arte, Inglês, Espanhol e Educação Física ) e Ciências Humanas (História, Geografia, Sociologia e Filosofia).

Faz-se necessário informar que a unidade escolar, conta com um (01) laboratório de informática, contendo vinte (20) máquinas oriundas do Programa de Informatização das Escolas Públicas- PROINFO, porém em condições adequadas de uso pela comunidade escolar, apenas doze (12) equipamentos, mesmo possuindo conexão banda larga, este não foi citado como alternativa para o acesso à Internet tanto pelos sujeitos participantes da pesquisa. Também, há para os servidores (equipe gestora, pedagógica, administrativa e docente) rede de acesso à Internet sem fio, não sendo disponibilizada login/senha aos alunos, por recomendação da Diretoria Regional de Ensino, por considerar frágil o sistema de proteção de dados oferecido pelo provedor da Secretaria Estadual da Educação.

Os questionários foram elaborados de maneira semiestruturada, ou seja, composto por questões objetivas e abertas cujo objetivo primeiro estava em mapear as maneiras nas quais o acesso, a familiaridade tecnológica, imersão aos recursos digitais são realizadas pelos sujeitos investigados. Por último, desvelar a partir dos registros colhidos, suas percepções e maneiras que fazem (ou não) do ambiente digital um meio pedagógico auxiliador de estratégias de estudos, na organização do trabalho docente, na ampliação das relações entre aluno/ professor e na construção de uma nova forma de aprendizagem coletiva.

Os dados coletados revelam que quanto aos discentes:

• 100% sabem o que é uma Rede Social;

• Embora estando no período de aulas, mantém o status online, atualizando seus registros a cada 50, 60 minutos, tempo este de duração de cada aula;

• 95% acessam via celular, sendo 50% desses modelos smarthfones ou tablets;

• Permanecem em média conectados até 3h (computador pessoal), mais de 12h ( celular);

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84 • 98% participam da Rede Social Facebook e apenas 2% ainda não possuem perfil, pois residem em assentamento sem acesso à Internet ou aparelho celular que possuem não contém o aplicativo;

• 80% utilizam diariamente seus contatos da Rede Social para: informarem-se acerca de conteúdo aplicado, datas de avaliações, calendário escolar;

• 90% sugeriram a criação de um perfil da escola nas Redes Sociais, pois consideram que estariam bem mais informados quanto as atividades culturais promovidas pela comunidade escolar, mural de avisos, início e retorno do semestre letivo, entrega de notas, orientações acerca de documentação, conteúdos, banco de provas ENEM, horário de funcionamento da escola, quantidade de vagas disponíveis para matrículas, regimento escolar, quadro de professores por disciplina;

• 80% nunca compartilharam em seus perfis vídeo-aulas, slides, links, com seus contatos. No entanto, gostariam que estes conteúdos fossem divulgados pelos seus docentes, durante suas aulas, em especial, os das disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática, Física e Química ou que houvesse uma monitoria online.

• 80% desconhecem a existência de aplicativos (jogos, calendários, eventos, calendário, mural, editor de grupos e textos) presentes dentro da Rede Social por eles eleita como a que mais utilizam.

• 85% destacam que a divulgação de gabaritos e envio de atividades extras por uma parcela mínima de professores que utilizam o email da turma, auxiliam na aprendizagem e os levam a sentirem-se envolvidos com a disciplina.

Já quanto aos docentes:

• 100% compreendem o que é Rede Social, porém 60% possuem perfil; • Os acessos se dão principalmente por meio de notebook, desktop e somente 50% via celular;

• O tempo de permanência online, vigora entre 1 e 2 horas. Com exceção, nos períodos de divulgação de médias bimestrais e registro de diários;

• 20% utilizam as Redes Sociais para publicarem conteúdos já trabalhados em sala de aula ou mesmo disponibilizar atividades complementares, gabaritos, orientações acerca de trabalhos, divulgação de aulas-extras, datas de avaliação;

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85 • 65% são favoráveis a construção de um perfil da escola nas Redes Sociais, contanto que não acarrete mais em exigências funcionais e a alimentação de dados seja realizada pela equipe pedagógica e administrativa;

• A área de conhecimento que recorrentemente fazem uso das Redes Sociais como canal de interação com os educandos são das de Ciências Exatas (Matemática, Biologia e Física). As demais áreas, somente um (01) docente da disciplina de História e um (02) Língua Portuguesa, também adota como prática docente;

• 40% acreditam às Redes Sociais não passa de puro entretenimento e, portanto, exporiam de maneira incontornável suas vidas pessoais.

• 30% tiveram acesso a informações referentes à cursos de aperfeiçoamento profissional, pós-graduação, conteúdos que posteriormente fizeram uso em seus planejamentos e posteriormente em sala de aula.

Diante dos dados apresentados e das análises que emergiram, constata-se primeiramente que a cada dia os processos de formação que ocorrem no interior das salas de aulas, passam pela necessidade em se considerar que os múltiplos espaços- tempos estão vertiginosamente sendo potencializados pelos usos das tecnologias de comunicação digitais (SANTAELLA, 2010), encontrando ancoradouro no uso diário dos dispositivos móveis, via digital em rede por parte significativas de educandos e ainda de maneira tímida pelos docentes.

Por conseguinte, a existência de nativos e imigrantes digitais quando transposta ao âmbito escolar, aponta que educandos e educadores embora convivam no mesmo espaço, em alguns aspectos apresentam olhares divergentes, a citar: no tocante ao trato