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C ONCEITUAÇÃO DE PLANEJAMENTO

No documento Livro Planejamento Estratégico.pdf (páginas 30-33)

Conceitos de planejamento e de sistema

1.2 C ONCEITUAÇÃO DE PLANEJAMENTO

Existe certa dificuldade, quando da conceituação da função do planeja­ m ento nas em presas, de estabelecer sua real am plitude e abrangência.

Para tanto, Steiner (1969, p. 12) estabelece as cinco dim ensões do plane­ jam ento, cujos aspectos básicos são apresentados a seguir.

A prim eira dim ensão do planejam ento corresponde ao assunto abordado, que pode ser produção, pesquisa, novos produtos, finanças, m arketing, insta­ lações, recursos hum anos etc.

O utra dim ensão corresponde aos elem entos do planejam ento, entre os quais podem ser citados propósitos, objetivos, estratégias, políticas, progra­ mas, orçam entos, norm as e procedim entos, entre outros.

Uma terceira dim ensão corresponde à dim ensão de tem po do planeja­ m ento, que pode ser, por exemplo, de longo, m édio ou curto prazo.

O utra dim ensão corresponde às unidades organizacionais onde o plane­ jam ento é elaborado, e, nesse caso, pode-se ter planej am ento corporativo, de unidades estratégicas de negócios, de subsidiárias, de grupos funcionais, de divisões, de departam entos, de produtos etc.

Uma quinta dim ensão corresponde às características do planejam ento que podem ser representadas por com plexidade ou simplicidade, qualidade ou quantidade; planejam ento estratégico ou tático, confidencial ou público, formal ou inform al, econômico ou caro.

Steiner (1969, p. 14) salienta que esses aspectos das dimensões não são m utuam ente exclusivos e nem apresentam linhas dem arcatórias m uito claras.

Entretanto, as cinco dim ensões apresentadas perm item visualizar a am ­ plitude do assunto planejam ento.

Como conseqüência, o planejam ento pode ser conceituado como um processo, considerando os aspectos abordados pelas cinco dim ensões an te­ riorm ente apresentadas, desenvolvido para o alcance de um a situação futura desejada de um m odo mais eficiente, eficaz e efetivo, com a m elhor concen­ tra ção de esforços e recursos pela em presa.

O planejam ento não deve ser confundido com previsão, projeção, predi- ção, resolução de problem as ou plano, pois:

• P r e v isã o : corresponde ao esforço para verificar quais serão os even­

tos que poderão ocorrer, com base no registro de um a série de pro­ babilidades.

• Proj e ç ã o : corresponde à situação em que o futuro tende a ser igual

ao passado, em sua estrutu ra básica.

• P r e d iç ã o : corresponde à situação em que o futuro tende a ser di­

ferente do passado, mas a em presa não tem nenhum controle sobre seu processo e desenvolvimento.

• R e s o lu ç ã o d e p r o b le mas: corresponde a aspectos im ediatos que

procuram tão-som ente a correção de certas descontinuidades e desa­ justes entre a em presa e as forças externas que lhe sejam potencial­

m ente relevantes.

• P la n o : corresponde a um docum ento form al que se constitui na con­

solidação das inform ações e atividades desenvolvidas no processo de planejam ento; é o limite da form alização do planejam ento, um a visão estática do planejam ento, um a decisão em que a relação custos

versus benefícios deve ser observada.

Além disso, o planejam ento estratégico corresponde ao estabelecim ento de um conjunto de providências a serem tom adas pelo executivo para a situa­ ção em que o futuro tende a ser diferente do passado; entretanto, a em presa tem condições e meios de agir sobre as variáveis e fatores, de modo que possa exercer algum a influência; o planejam ento é, ainda, um processo contínuo, um exercício m ental que é executado pela em presa independentem ente de vontade específica de seus executivos.

O planejam ento estratégico tam bém pressupõe a necessidade de um pro­ cesso decisório que ocorrerá antes, d u rante e depois de sua elaboração e im ­ plem entação na em presa.

Esse processo de tom ada de decisões n a em presa deve conter, ao mesmo tem po, os com ponentes individuais e organizacionais, bem como a ação nes­ ses dois níveis deve ser orientada de tal m aneira que garanta certa confluência de interesses dos diversos fatores alocados no am biente da em presa.

Conceitos de p lan ejam en to e de sistem a 5

O processo de planejar envolve, portanto, um modo de pensar, e um sa­ lutar m odo de pensar envolve indagações; e indagações envolvem questio­ nam entos sobre o que fazer, como, quando, quanto, para quem , por que, por quem e onde.

Toda atividade de planejam ento nas em presas, por sua natureza, deverá resultar de decisões presentes, tom adas a partir do exam e do im pacto das mesmas no futuro, o que lhe proporciona um a dim ensão tem poral de alto significado.

O propósito do planejam ento pode ser definido como o desenvolvim ento de processos, técnicas e atitudes adm inistrativas, as quais proporcionam um a situação viável de avaliar as implicações futuras de decisões presentes em fun­ ção dos objetivos em presariais que facilitarão a tom ada de decisão no futuro, de m odo mais rápido, coerente, eficiente e eficaz. D entro deste raciocínio, pode-se afirm ar que o exercício sistem ático do planejam ento tende a reduzir a incerteza envolvida no processo decisório e, conseqüentem ente, provocar o aum ento da probabilidade de alcance dos objetivos, desafios e m etas estabe­ lecidos para a em presa.

Além disso, o fato de o planejam ento ser um processo de estabelecim ento de um estado futuro desejado e um delineam ento dos meios efetivos de torná- lo realidade justifica que ele anteceda à decisão e à ação.

O utro aspecto a destacar, inerente ao processo decisório, é o grande n ú ­ m ero de condicionantes organizacionais que afetam sua operacionalização, com a interveniência de inúm eras restrições de ordem prática, contribuindo para reforçar a idéia de com plexidade que lhe é característica.

A atividade de planejam ento é com plexa em decorrência de sua própria natureza, qual seja, a de um processo contínuo de pensam ento sobre o futu ­ ro, desenvolvido m ediante a determ inação de estados futuros desejados e a avaliação de cursos de ação alternativos a serem seguidos para que tais esta­ dos sejam alcançados. E tudo isso implica um processo decisório perm anente, acionado dentro de um contexto am biental interdependente e mutável.

Esse processo contínuo, com posto de várias etapas, funciona de forma não linear em decorrência de haver variabilidade nas em presas. Essa varia­ bilidade é devida às pressões am bientais que a em presa tem de suportar e que são resultantes de forças externas, continuam ente em alteração com d i­ ferentes níveis de intensidade de influência, bem como das pressões internas, resultantes dos vários fatores integrantes da em presa.

Sem a preocupação de estabelecer todas as características básicas da fun­ ção planejam ento como um processo contínuo, apresentam -se, a seguir, al­ guns dos principais aspectos:

a) O planejam ento não diz respeito a decisões futuras, mas às im plica­ ções futuras de decisões presentes (Drucker, 1962:131). Portanto, aparece como um processo sistem ático e constante de tom ada de decisões, cujos efeitos e conseqüências deverão ocorrer em futuros períodos de tem po.

b) O planejam ento não é um ato isolado. Portanto, deve ser visualizado como um processo composto de ações inter-relacionadas e interde­ pendentes que visam ao alcance de objetivos previam ente estabele­ cidos. Deve-se, tam bém , considerar a necessidade de os objetivos se­ rem viáveis com base na validade das hipóteses em que se baseiam. c) O processo de planejam ento é m uito mais im portante que seu re­

sultado final. O resultado final do processo de planejam ento, n o r­ m alm ente, é o plano, sendo que este deve ser desenvolvido “pela” em presa e não “p ara” a em presa. Se não for respeitado esse aspecto, têm-se planos inadequados para a em presa, bem como um a resis­ tência e descrédito efetivos para sua im plantação.

No documento Livro Planejamento Estratégico.pdf (páginas 30-33)