Obje t ivos e desafios empresariais
5.6 HIERARQUIA DOS OBJETIVOS E DESAFIOS
É bastante interessante que os objetivos e desafios das em presas sejam estabelecidos, num a etapa inicial, de m aneira bem espontânea, como ocorre em um a situação de brainstorming. Mas à m edida que se chegam às idéias básicas através de debates, torna-se im portante a hierarquização dos objetivos e desafios dentro de determ inadas classificações.
Nesse processo, podem -se visualizar quatro níveis, conforme ap resenta dos na Figura 5.1:
O bjetivos e desafios em presariais 1 4 7 Missão da empresa Propósitos Postura estratégica
t
Objetivos da empresat
Objetivos funcionais
Marketing Produção Finanças Recursos
humanos
t
t
♦ t
Desafios Desafios Desafios Desafios
F igura 5.1 Hierarquia dos objetivos e desafios da empresa.
Nível 1: Missão da em presa
Missão é a razão de ser da em presa. Esse assunto, incluindo seus com po nentes, foi analisado com mais detalhes na seção 4.2.
Nível 2: Objetivos da em presa
Neste nível, trabalha-se de m aneira mais ordenada os aspectos não quan- tífícáveis, através da identificação e qualificação das expectativas dos setores de atuação estabelecidas no nível anterior. Não existe, nesse nível, a preocu pação de quantificar os resultados esperados, nem de estabelecer o período de tem po p ara sua realização, mas inicia-se a análise da disponibilidade dos recursos e as atribuições das áreas envolvidas no processo.
Nível 3: Objetivos funcionais
Neste nível correlacionam -se os objetivos da em presa a suas várias áreas funcionais. No exem plo da Figura 5.1 existem quatro grandes áreas funcionais
representadas por m arketing, produção, finanças e recursos hum anos. Mas, na realidade, cada em presa deverá estabelecer as suas áreas funcionais.
Podem-se ter vários níveis de objetivos funcionais, de acordo com as n e cessidades de m aior e m elhor detalham ento do processo. Esses objetivos po dem fazer parte dos planejam entos táticos da em presa, conforme apresentado na seção 1.6.
Nível 4: Desafios
Neste nível são estabelecidas a situação atual e a situação futura desejada, perfeitam ente quantificáveis, bem como o período de tem po para sua reali zação. É m uito im portante, tam bém , que todo esse processo represente real situação de esforço extra para sua concretização.
Salienta-se que este processo de quantificação pode ser iniciado no nível 2 o que, em várias situações, pode facilitar o processo decisório estratégico.
5.6.1 I n te ra ç õ e s v e r tic a is e h o r iz o n ta is n o tr a ta m e n to d o s o b je tiv o s e d e sa fio s d a e m p r e s a
Conforme verificado anteriorm ente, podem -se estabelecer os vários obje tivos e desafios da em presa a partir de um objetivo global. Portanto, dentro de um esquem a piram idal, podem -se estabelecer os vários objetivos p ara as diversas unidades organizacionais em diferentes níveis da em presa.
Essa análise pode ser baseada nos estudos de Mesarovic e outros (1970, p. 34), que consideraram os relacionam entos verticais e horizontais nas inte rações entre os objetivos da em presa.
A. Relacionamentos verticais
Nesse caso, a unidade organizacional superior e as unidades organizacio nais inferiores m antêm relações de tal form a que a ação - sucesso - de um a depende da ação de outra. E, d entro dessa situação, o problem a de decisão da unidade inferior depende da ação da unidade superior, tida como p a râ m etro; inversam ente, o problem a de decisão da unidade superior depende da ação - resposta - da unidade inferior.
Devem-se considerar dois m om entos principais de intervenção da u n id a de organizacional superior para a tom ada de decisão das unidades organiza cionais inferiores:
Objetivos e desafios em presariais 1 4 9
• intervenção pré-decisória, em que a unidade organizacional superior intervém na fase anterior à tom ada de decisões. Nessa intervenção, o superior estabelece:
- prioridade de ação, de acordo com critérios e parâm etros anterior m ente estabelecidos;
- previsão de com portam ento de toda a equipe de profissionais alo cada na em presa e em seu am biente; e
- as funções de desem penho.
• intervenção pós-decisória, que ocorre n a fase final de tom ada de d e cisão das unidades organizacionais inferiores.
Nessa intervenção, a unidade organizacional superior deve fazer os ajus tes e correções necessários.
O aspecto básico das intervenções é to rn ar as decisões das unidades orga nizacionais inferiores compatíveis com os objetivos da em presa.
Através deste processo de interação das unidades organizacionais supe riores, devem se rateados os objetivos pelas unidades organizacionais inferio res. Esta situação pode ser visualizada na Figura 5.2:
B. Relacionamentos horizontais
Neste caso, são estabelecidos os relacionam entos entre unidades organi zacionais de mesm o nível hierárquico por suas ações e reações como influên cias recíprocas cham adas entradas de interface.
Para tanto, existem cinco alternativas que a unidade organizacional supe rior pode considerar como entradas de interface:
• coordenação com interação prevista: neste caso, a unidade superior especifica as entradas de interface, enquanto as unidades inferiores procedem à solução dos problem as locais de decisão sob a hipótese de que as entradas de interface, colocadas pela unidade superior, sejam exatam ente verdadeiras;
• coordenação com interação estim ada: neste caso, a unidade superior especifica um a faixa de valores de entradas de interface, e as u nida des inferiores tratam tais entradas como distúrbios que podem ser assum idos como valores dentro de determ inada faixa;
• coordenação com a interação desconectada: neste caso, as unidades inferiores tratam as entradas de interface como um a variável adicio nal de decisão e resolvem seus problem as de decisão, como se o valor de en trada pudesse ser escolhido à vontade;
• coordenação com a interação simples: neste caso, as unidades de um nível reconhecem a existência de outras unidades de decisão de mesmo nível, e a unidade superior determ ina um modelo de rela cionam ento de ação de um a com as respostas de outras do sistema; e • coordenação com coalizão: neste caso, as unidades inferiores reco
nhecem a existência de outras unidades de decisão no mesm o nível, e a unidade superior especifica que tipo de com unicação deve ocor rer entre as inferiores e orienta para um a coalizão ou para o relacio nam ento com petitivo entre as unidades inferiores.
A partir das cinco alternativas de como a unidade organizacional superior pode coordenar o processo decisório das unidades organizacionais inferiores, Mesarovic e outros (1970, p. 51) estabeleceram as seguintes premissas:
• a últim a hipótese é a mais sofisticada e mais identificada com a atual situação das em presas. Entretanto, é mais com plicada e canaliza p ro blem as complexos de decisão p ara as unidades organizacionais infe riores. No caso extrem o, cada unidade organizacional inferior tem de solucionar os problem as de decisão das dem ais unidades organi
O bjetivos e desafios em presariais 1 5 1
zacionais do mesm o nível do sistema. Neste caso, a eficiência de tal procedim ento é extrem am ente baixa; e
• as três prim eiras hipóteses, aparentem ente, apresentam vantagem de simplicidade sobre as duas últim as, se houver a prem issa segun do a qual a simplificação e consolidação do sistem a de vários níveis consiste no encam inham ento dos problem as simplificados para as unidades organizacionais superiores e inferiores.