• Nenhum resultado encontrado

Nas páginas precedentes sugeri que o sistema de governo adoptado em Timor-Leste não deveria ser encarado como um fato pronto-a-vestir importado com a bagagem que a «comunidade internacional», ávida de ajudar o país a «modernizar-se» e adoptar padrões de comportamento político consentâneos com os princípios democráticos que reconhece, teria trazido quando desembarcou em Díli, mas pelo contrário como um trabalho de alfaitaria, preocupado, através de negociações que envolve- ram parte importante da elite nacional, em tomar as devidas medidas ao seu cliente. Aqui chegados, e a despeito de ter defendido que o alfaiate se desempenhou bem das funções que lhe foram confiadas, é tempo de reconhecer que o fato feito à medida de Timor-Leste não está isento de problemas. Se bem que no debate político que se trava nesse país a ques- tão do sistema de governo não apareça à luz do dia, não tendo havido até ao momento nenhuma proposta no sentido de se proceder a qualquer alteração de fundo, no momento em que escrevo Timor-Leste vive uma importante crise política que colocou em confronto aberto o Presidente Taur Matan Ruak e o governo presidido por Rui Maria de Araújo. Esta crise justifica que nos detenhamos sobre ela procurando compreender os seus contornos e a importância que pode revestir para o futuro do se- mipresidencialismo timorense.

Em finais de 2015, Taur Matan Ruak concedeu uma entrevista na qual manifestou vontade de não renovar o seu mandato como presidente da República, admitindo a possibilidade de se vir a candidatar ao cargo de

primeiro-ministro. Essa entrevista surgiu na sequência de fortes rumores que apontavam no sentido de Taur Matan Ruak se vir a envolver na cria- ção de um partido político para disputar as legislativas de 2017, sendo mesmo associado ao novel Partido da Libertação do Povo que conseguiu obter o seu registo antes da promulgação pelo presidente de uma nova e muito mais exigente lei dos partidos políticos. Neste quadro, surgiram duas iniciativas presidenciais em claro choque com a maioria governa- mental que, desde o início de 2015, compreende todos os partidos com assento parlamentar reunidos num «Governo de Inclusão Nacional»: pri- meiro, o veto ao orçamento de Estado para 2016 que havia sido aprovado por unanimidade no parlamento, e que voltou a ser votado por todos os deputados sem alterarem um cêntimo que fosse. O presidente viu-se na obrigação de promulgar o orçamento, remetendo-o de seguida para fis- calização sucessiva de constitucionalidade. As hostilidades estavam aber- tas. Depois, o presidente não só recusou a proposta governamental para reconduzir no cargo o Chefe de Estado Maior General das Forças Arma- das – o que estaria dentro dos seus poderes constitucionais –, como tomou a iniciativa de nomear, sem prévia proposta oriunda do executivo como estipula a CRDTL, um novo nome para esse alto cargo. A acção presidencial foi contestada pelo governo junto das instâncias judiciais, e a disputa mantém-se acesa depois de o presidente ter, pela primeira vez na história constitucional, requerido a convocação de uma sessão especial do Parlamento Nacional para fazer ouvir a sua voz, tendo desferido um violento ataque aos líderes dos dois principais partidos políticos timo- renses (Xanana e Alkatiri).

A ideia de que o presidente se sente desconfortável no seu papel e que encara com normalidade a hipótese de abandonar o cargo para disputar a liderança do governo à frente de um partido por si criado a partir da presidência ecoa o que sucedeu com Xanana, e sugere que possa haver uma espécie de «tentação executiva» alimentada por uma leitura restritiva do que são os poderes do chefe de Estado. Na verdade, perante uma cul- tura popular que admite favoravelmente formas de forte personalização da actividade política, e que também é sensível à emergência de figuras paternais dotadas de poderes significativos, o equilíbrio constitucional timorense pode aparecer como inclinado em demasia em favor do go- verno, não fazendo acompanhar algumas proclamações de princípios atinentes à função presidencial de instrumentos concretos de intervenção que acabam por frustrar os seus titulares, que se sentem na impossibili- dade de responder às expectativas populares sobre o seu desempenho. Daí que o actual equilíbrio possa ter de vir a ser reconsiderado.

Em segundo lugar, num estudo sistemático sobre o semipresidencia- lismo timorense, Lydia Beuman (2013a e b) concluiu que a questão da defesa e da segurança nacionais constitui o seu calcanhar-de-aquiles. Essa leitura baseia-se numa leitura da crise de 2006, na qual o confronto entre o presidente e o primeiro-ministro se acentuou em torno precisamente do entendimento a dar aos poderes presidenciais enquanto Supremo Co- mandante das Forças de Defesa. Por maioria de razão se deve recuperar este problema depois de se assistir a um novo confronto em torno do mesmo tipo de questões. Se é certo que os constitucionalistas podem ar- gumentar, em ambos os casos, que haveria sempre uma leitura juridica- mente correcta dos poderes presidenciais, a verdade é que, em termos políticos, não parece ter havido um consenso suficientemente forte para dissipar leituras concorrentes que, por sua vez, propiciam comportamen- tos potencialmente conflituantes. Num sistema de governo cuja principal característica é a partilha de poderes que deriva da existência de uma dua- lidade de legitimidades eleitorais, a subordinação do poder militar ao poder civil não deveria ser apanágio de um ramo específico do Estado, antes resultar de uma acção conjugada das várias instituições que detêm poder civil. Talvez seja oportuno ter em consideração que este problema já por duas vezes perturbou o normal funcionamento das instituições e que, portanto, não se deveria excluir que o debate que deverá anteceder as próximas eleições, em 2017, ganharia em contemplar a eventualidade de se proceder a uma revisão constitucional, não no sentido de reformu- lar radicalmente um sistema que tem respondido positivamente, mas antes de proporcionar uma afinação do seu equilíbrio. Tal seria mais um teste à maturidade da democracia timorense.

Anexo

Quadro 6.2 – Poderes presidenciais segundo as escalas de Metcalf e de Shugart e Carey

Poderes legislativos Poder de veto de pacote

4-Sem possibilidade de ser ultrapassado.

3-Ultrapassável por maioria extraordinária dos deputados. 2-Ultrapassável por maioria absoluta dos deputados em funções. 1-Ultrapassável por maioria simples do quorum dos deputados. 0-Sem veto de pacote.

Poder de veto parcial

4-Sem possibilidade de ser ultrapassado.

3-Ultrapassável por maioria extraordinária dos deputados. 2-Ultrapassável por maioria absoluta dos deputados em funções. 1-Ultrapassável por maioria simples do quorum dos deputados. 0-Sem veto parcial.

Poderes de decreto

4-Poderes reservados sem limites.

2-Poderes temporários de decreto com poucas restrições. 1-A autoridade para passar decretos é limitada.

0-Sem poderes de decreto. Introdução exclusiva de legislação 4-Sem poder de alteração pelo parlamento. 2-O parlamento tem poderes limitados de alteração. 1-O parlamento tem poderes ilimitados de alteração. 0-Sem poderes de introdução exclusiva de legislação. Competências orçamentais

4-O presidente prepara o orçamento sem poder de alteração pelo parlamento. 3-O parlamento pode reduzir, mas não aumentar, os gastos orçamentais. 2-0 presidente determina o valor máximo do orçamento e os deputados alteram

dentro desses valores.

1-O parlamento pode aumentar as despesas se aumentar as receitas. 0-O parlamento prepara e/ou altera o orçamento livremente. Poder de proposta de referendo

4-Sem restrições. 2-Com restrições.

1-Assinatura do ministro necessária. 0-Sem poderes de proposta de referendo.

Poderes de verificação da constitucionalidade 4-Apenas o presidente pode enviar diplomas ao TC.

2-O presidente, o governo ou uma maioria de deputados podem enviar diplomas ao TC.

1-O presidente, o governo ou urna minoria de deputados podem enviar diplomas ao TC.

0-Sem poderes de verificação de constitucionalidade. Poderes não legislativos

Poderes de formação do governo

4-O presidente nomeia o governo sem necessidade da aprovação pelo parlamento. 3-O presidente nomeia o governo com o consentimento do parlamento.

2-O presidente nomeia o governo sujeito à confirmação ou investidura pelo parlamento.

1-O presidente nomeia o primeiro-ministro, que tem de ter a confiança do parlamento. O primeiro-ministro nomeia os restantes ministros com a confiança do presidente.

0-O presidente não nomeia o governo sem a recomendação do parlamento. Poderes de demissão do governo

4-O presidente demite o governo livremente.

3-O presidente demite o governo com o consentimento do parlamento. 2-O presidente demite o governo apenas em circunstâncias específicas. 1-O presidente demite os ministros sob proposta do primeiro-ministro. 0-O governo só pode ser removido pelo parlamento através de urna moção

de censura. Censura

4-O parlamento não pode censurar ou remover o governo.

2-O parlamento pode censurar o governo, mas o presidente pode responder, dissolvendo o parlamento.

1-Voto construtivo de censura.

0-Voto de censura sem constrangimentos. Poder de dissolução da assembleia 4-Sem restrições.

3-Com restrições temporais ou de frequência. 2-Requer nova eleição presidencial.

1-Apenas em circunstâncias específicas. 0-O presidente não pode dissolver a assembleia. Fontes: Reprodução do quadro (Lobo e Neto, 2009, 264 e 265).

Referências bibliográficas

Alkatiri, Mari. 2014. «A exclusão política cria conflitos». In O Semipresidencialismo Timo-

rense. História, Politica e Desenho Institucional. Depoimentos e Análises. Coimbra: Alme-

dina/CES, 89-105.

Araújo, António de. 2003. «El presidente de la república en la evolución del sistema po- lítico de Portugal». In Portugal – Democracia y Sistema Político, orgs. António Barreto, Braulio Gomez Fortes e Pedro Magalhães. Madrid: Siglo XXI, 83-112.

Beuman, Lydia. 2013a. «Semi-presidentialism in a new post conflict democracy: the case of Timor-Leste», dissertação de doutoramento, Dublin City University.

Beuman, Lydia. 2013b. «Cohabitation in new post-conflict democracies: the case of Timor-Leste». Parliamentary Affairs, 68 (3): 453-475.

Beuman, Lydia. 2014. «O perigo do semipresidencialismo para a estabilidade democrá- tica». In O Semipresidencialismo Timorense. História, Política e Desenho Institucional. De-

poimentos e Análises. Coimbra: Almedina/CES, 191-202.

Beauvais, Joel C. 2001. «Benevolent despotism: a critique of UN state-building in East Timor». International Law and Politics, 33: 1101-1178.

Bovensiepen, Judith. 2016. «Diferentes perspectivas sobre o passado: os portugueses e a destruição e vitória de Funar». In Timor-Leste: Colonialismo, Descolonização, Lusutopia. Coimbra: Almedina/CES, 73-92.

Brinks, Daniel, e Michael Coppedge. 2006. «Diffusion is no illusion: Neighbor emulation in the third wave democracy». Comparative Political Studies 39 (4): 463-489. Brown, Anne. 2013. Timor-Leste Report: Project: Addressing Legitimacy Issues in Post-Conflict

Situations to Advance Conflict Transformation and Peacebuilding. Brisbane: The University

of Queensland.

Carey, Peter. 2016. «O Conselho de Segurança das Nações Unidas e a guerra: O caso de Timor-Leste (1975-1999)». In Timor-Leste: Colonialismo, Descolonização, Lusutopia. Porto: Afrontamento, 373-396.

Charlesworth, Hilary. 2003. «The Constitution of East Timor, May 20, 2002». International

Journal of Constitutional Law, 1 (2): 325-344.

Cheibub, José Antonio, Michael Alavarez, Fernando Limongi, e Adam Przeworski. 1996. «Classifying political regimes». Studies in Comparative International Development, 31 (2): 3-36.

Chesterman, Simon. 2001. East Timor in Transition: From Conflict Prevention to State Buil-

ding. Nova Iorque: International Peace Academy.

Chesterman, Simon. 2004. «Building democracy through benevolent autocracy». In The

UN Role in Promoting Democracy, orgs. Edward Newman e Roland Rich. Tóquio: Uni-

ted Nations University Press, 86-112.

Chopra, Jarat. 2000. «The UN kingdom of East Timor». Survival, 42 (3): 27-39. Chopra, Jarat. 2002. «Building state failure in East Timor». Development and Change, 33

(5): 979-1000.

Cranenburgh, Oda van. 2012. «Democracy promotion in Africa: the institutional con- text». Democratization 18 (2): 443-461.

Cruz, Manuel Braga da. 1994. «O presidente da República na génese e evolução do sis- tema de governo português». Análise Social, 125-126: 237-265.

Dahl, Robert. 1971. Polyarchy: Participation and Opposition. New Haven: Yale University Press.

Duverger, Maurice. 1978. Échec au roi. Paris: Albin Michel. Tradução portuguesa com um prefácio especial: Xeque-mate. Lisboa: Rolim, 1980.

Duverger, Maurice. 1980. «A new political system model: semi-presidential government».

European Journal of Political Research, 8 (2): 165-187.

Duverger, Maurice. 1996. Le système politique français. Droit constitutionnel et science politique. Paris: Presses Universitaires de France.

Eco, Umberto. 2004. Mouse or Rat? Translation as Negotiation. Londres: Weidenfeld & Ni- colson.

Economist Intelligence Unit. 2012. Democracy Index. Disponível em www.economist. com/.../economist-democracy-unit.

Elgie, Robert. 2011. Semi-Presidentialism: Sub-Types and Democratic Performance. Basing stoke: Palgrave Macmillan.

Elgie, Robert. The Semi-Presidential One. Disponível em www.semipresidentialism.com. Elgie, Robert, e Sophia Moestrup, orgs. 2007. Semi-Presidentialism Outside Europe. Londres:

Routledge.

Elgie, Robert, Sophia Moestrup, e Yu-Shan Wu, orgs. 2011. Semi-Presidentialism and De-

mocracy. Basingstoke: Palgrave Macmillan.

Elkins, Zachary, Tom Ginsburg, e James Melton. 2009. The Endurance of National Consti-

tutions. Cambridge: Cambridge University Press.

Feijó, Rui Graça. 2006. Timor-Leste: Paisagem Tropical com Gente Dentro. Lisboa: Campo da Comunicação.

Feijó, Rui Graça. 2007. «Timor-Leste: O sobressalto democrático». Comunicação apre- sentada ao IV Congresso da Associação Portuguesa de Ciência Política, Lisboa, 6-7 de Março.

Feijó, Rui Graça. 2010. «Weaving new institutions, translating political grammars: a critical view of Timorese political institutions and the «Portuguese legacy»». In Translation,

Society and Politics in Timor-Leste, org. Paulo Castro Seixas. Porto: Universidade Fer-

nando Pessoa, 157-172.

Feijó, Rui Graça. 2013a. «Semi-presidentialism and the consolidation of democracy». In

The Politics of Timor-Leste. Democratic Consolidation after Intervention, orgs. Michael Leach

e Damien Kingsbury. Ithaca: Cornell Southeast Asia Programme, 45-68.

Feijó, Rui Graça. 2013b. «Independence, democracy, institutional choices». Ellipsis, 11: 211-245.

Feijó, Rui Graça. 2014a. «Semipresidentialism, moderating power and inclusive gover- nance: the experience of Timor-Leste in consolidating democracy». Democratization, 21 (2): 268-288.

Feijó, Rui Graça, org. 2014b. O Semipresidencialismo Timorense. História, Política e Desenho

Institucional. Depoimentos e Análises. Coimbra: Almedina/CES.

Feijó, Rui Graça. 2016a. Dynamics of Democracy in Timor-Leste. The Birth of a Democratic

Nation, 1999-2012. Amesterdão: Amsterdam University Press.

Feijó, Rui Graça, org. 2016b. Timor-Leste: Colonialismo, Descolonização, Lusutopia. Porto: Afrontamento.

Feijó, Rui Graça. 2016c. «Gusmão, José Alexandre / Kay Rala / Xanana». In Dicionário de

História de Portugal – O 25 de Abril, orgs. António Reis, Inácia Rezola e Paula Santos.

Porto: Figueirinhas.

Freedom House. 2015. «East Timor: freedom in the world 2015». Disponível em https:/ /freedomhouse.org/report/freedomworld/2015/east-timor.

Gouveia, Jorge Bacelar. 2005. As Constituições dos Estados de Língua Portuguesa. 2.ª ed. Coimbra: Almedina.

Grimm, Sonja, e Julia Leininger. 2012. «Do all good things go together? Conflicting ob- jectives in democracy promotion». Democratization, 19 (3): 391-414.

Guedes, Armando Marques. 2014. «De novo o repertório político performativo e as águas revoltas do semipresidencialismo timorense». In O Semipresidencialismo Timorense. His-

tória, Politica e Desenho Institucional. Depoimentos e Análises. Coimbra: Almedina/ CES,

203-224.

Gusmão, Kay Rala Xanana. 2014. «O semipresidencialismo é uma boa experiência que tem de continuar a ser reforçada em termos institucionais e políticos». In O Semipre-

sidencialismo Timorense. História, Política e Desenho Institucional. Depoimentos e Análises.

Coimbra: Almedina/CES, 25-55.

Hagerdal, Hans. 2006. «Servião and Belu: Colonial conceptions and the geographical partition of Timor». Studies on Asia, 3 (3): 49-64.

Hirschman, Albert O. 1963. Journeys toward Progress: Studies of Economic Policy-Making in

Latin America. Nova Iorque: Twentieth Century Fund.

Hohe, Tanja. 2002. «The clash of paradigms: International administration and local po- litical legitimacy in East Timor». Contemporary Southeast Asia, 24 (3): 569-589. Hohe, Tanja. 2004. Clash of Paradigms in East Timor: Introducing Anthropology In State-Buil-

ding. Dissertação de doutoramento. Frankfurt: Johann-Wolfgang-Goethe-Universi-

tät.

Jalali, Carlos. 2011. «The president is not a passenger: portuguese evolving semi-presi- dentialism». In Semi-Presidentialism and Democracy. Basingstoke: Palgrave Macmillan, 156-173.

Kingsbury, Damien. 2000. «The new Timor: A Xanana republic?» Jakarta Post, 16 de De- zembro.

Kingsbury, Damien. 2009. East Timor: The Price of Liberty. Basingstoke: Palgrave Macmillan. Kingsbury, Damien. 2013. «Timor-Leste’s Constitution: Clarity without convention». In

The Politics of Timor-Leste: Democratic Consolidation after Intervention. Ithaca: Cornell

University Press, 69-84.

Kingsbury, Damien. 2014. «O sistema político de Timor-Leste: Semipresidencialismo ou república parlamentar». In O Semipresidencialismo Timorense. História, Política e Desenho

Institucional. Depoimentos e Análises. Coimbra: Almedina/CES, 143-160.

Kingsbury, Damien, e Michael Leach, orgs, 2007. East Timor: Beyond Independence. Mel- bourne: Monash University Press.

Lemay-Hébert, Nicolas. 2011. «The ‘empty-shell’ approach: The setup process of inter- national administration in Timor-Leste and Kosovo: Its consequences and lessons».

International Studies Perspectives, 12: 190-211.

Lemay-Hébert, Nicolas. 2014. «Semantics of contemporary state-building: Kosovo, Timor-Leste and the ‘empty shell’ approach». In Semantics of State-building: Language,

Meaning and Sovereignty, orgs. Nicolas Lemay-Hébert, Nicolas Onuf, Vojin Rakic e

Peter Bojanic. Londres e Nova Iorque: Routledge, 135-149.

Lemay-Hébert, Nicolas. 2015. «State-building, neocolonialism and neotrusteeships». In

Handbook of International Security and Development, org. Paul Jackson. Cheltenham e

Northampton, MA: Edward Elgar, 95-108.

Lijphart, Arend. 2004. «Constitutional design for divided societies». Journal of Democracy, 15 (2): 96-109.

Lijphart, Arend. 2012 [1999]. Patterns of Democracy. Government Forms and Performance in

Thirty Six Countries. New Haven, CT: Yale University Press (a edição de 2012 contém

importantes novidades).

Linz, Juan J. 1997. «Democracy today: an agenda for students of democracy». Scandina-

vian Political Studies, 20 (2): 115-134.

Linz, Juan J., e Alfred Stepan. 1996. Problems of Democratic Transition and Consolidation:

Southern Europe, South America and Post-Communist Europe. Baltimore: Johns Hopkins

University Press.

Lipset, Seymour Martin. 1960. Political Man. Nova Iorque: Doubleday.

Lobo, Marina Costa, e Octávio Amorim Neto, orgs. 2009. O Semipresidencialismo nos Países

de Língua Portuguesa. Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais.

Mackie, J. A. C. 2001. «Future political structures and institutions». In East Timor: Deve-

lopment challenges for the World’s newest nation, orgs. Hal Hill e João M. Saldanha. Ba-

singstoke: Palgrave Macmillan, 193-208.

Mattoso, José. 2005. A Dignidade: Konis Santana e a Resistência Timorense. Lisboa: Temas e Debates.

Miranda, Jorge. 1978. Fontes e Trabalhos Preparatórios da Constituição. Lisboa: INCM. Miranda, Jorge. 1997. «A experiência portuguesa de sistema semipresidencial». Direito e

Cidadania, 1: 9-25.

Moestrup, Sophia. 2007. «Semi-presidentialism in young democracies: help or hin- drance?». In Semi-Presidentialism Outside Europe. Londres: Routledge, 182-206. Neto, Octávio Amorim, e Marina Costa Lobo. 2014. «Semi-presidentialism in Lusophone

countries: diffusion and operation». Democratization, 21 (3): 434-457.

Nevins, Joseph. 2002. «The making of ‘ground zero’ in East Timor: An analysis in inter- national complicity in Indonesia’s crimes». Asian Survey, 42 (2): 623-641.

Niner, Sara. 2011. Xanana Gusmão: Uma Biografia Política. Lisboa: Dom Quixote. Pasquino, Gianfranco. 2007. «The advantages and disadvantages of semi-presidentialism».

In Semi-Presidentialism Outside Europe. Londres: Routledge, 14-29.

Poguntke, Thomas, e Paul Webb, orgs. 2005. The Presidentialization of Politics. A Compara-

tive Study of Modern Democracies. Oxford: Oxford University Press.

Polity IV Project. 2010. Country Reports. Disponível em www.systemicpeace.org/polity/ polity4.htm.

Popper, Sir Karl. 1990. A World of Propensities. Bristol: Thoemes.

Powell, Samantha. 2008. Chasing the Flame: Sergio Vieira de Mello and the Fight to Save the

World. Londres: Allen Lane.

Queirós, Cristina. 2007. O Sistema de Governo Semipresidencial. Coimbra: Coimbra Editora. Queirós, Cristina. 2013. Os Poderes do Presidente da República. Coimbra: Coimbra Editora. Ramos-Horta, José. 2014. «O modelo semipresidencial diluído que temos é adequado à realidade timorense». In O Semipresidencialismo Timorense. História, Política e Desenho

Institucional. Depoimentos e Análises. Coimbra: Almedina/CES, 57-58.

Reilly, Benjamin. 2014. «Semipresidencialismo e desenvolvimento democrático na Ásia Oriental». In O Semipresidencialismo Timorense. História, Política e Desenho Institucional.

Depoimentos e Análises. Coimbra: Almedina/CES, 123-142.

República Democrática de Timor-Leste, Assembleia Constituinte. 2002. Constituição da

República Democrática de Timor-Leste. Díli.

Roque, Ricardo. 2016. «O governo da linguagem cerimonial: Costume e etiqueta em Timor-Leste colonial». In Timor-Leste: Colonialismo, Descolonização, Lusutopia. Porto: Afrontamento, 51-72.

Rustow, Dankwart. 1970. «Transitions to democracy. Toward a dynamic model». Compa-

rative Politics, 2 (3): 337-363.

Sahlins, Marshall. 1963. «Poor man, rich man, big man, chief: political types in Melanesia and Polynesia». Comparative Studies in Society and History, 5 (3): 285-303.

Samuels, David, e Matthew Soberg Shugart. 2010. Presidents, Parties, Prime Ministers:

A Framework for Analysis. Cambridge: Cambridge University Press.

Sardica, José Miguel. 2012. «A Carta Constitucional Portuguesa de 1826». História Cons-

titucional, 13: 527-561.

Sartori, Giovanni. 1997. Comparative Constitutional Engineering. An Inquiry into Structures,

Incentives and Outcomes [1994]. Nova Iorque: New York University Press.

Schmitter, Philippe, e J. Santiso. 1998. «Three temporal dimensions of the consolidation of democracy». International Political Science Review, 19 (1): 69-92.

Schmitter, Philippe, e Terry Lynn Karl. 1991. «What democracy is... and is not». Journal

of Democracy, 2 (3): 67-73.

Shoesmith, Dennis. 2003. «Divided leadership in a semi-presidential state», Asian Survey, 14 (2): 231-252.

Shoesmith, Dennis. 2007. «Timor-Leste: semi-presidentialism and the democratic transition in a new, small state». In Semi-Presidentialism Outside Europe. Londres: Routledge, 219-236. Shoesmith, Dennis. 2008. «Legislative-executive relations in Timor-Leste: The case for building a stronger parliament». In Democratic Governance in Timor-Leste, org. David Mearns. Darwin: Charles Darwin University Press, 71-84.

Shoesmith, Dennis. 2013. «Political parties». In The Politics of Timor-Leste: Democratic Con-