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Capacidade estática de armazenamento

No documento Anais... (páginas 33-37)

ARMAZENAMENTO E ESCOAMENTO DE GRÃOS NO BRASIL (1)

1. Capacidade estática de armazenamento

A capacidade estática das estruturas armazenadoras existentes no Brasil, registrada em setembro de 2.007 é de 123,4 milhões de toneladas, distribuídas em 16.561 unidades cadastradas.

A expansão da capacidade nacional não se fez de forma uniforme e o déficit de armazenagem pode ser observado em praticamente todas as regiões. Os dados indicam que no Sul, Centro-Oeste, Norte e Nordeste o volume de armazéns não é suficiente para a colheita, enquanto no Sudeste registra-se superávit.

Também não se pode deixar de levar em consideração, que nem sempre a modalidade de armazenamento disponível em determinado local é compatível com a sua necessidade. A expansão da capacidade estática deve contemplar modalidades específicas de armazenamento para cada tipo de produto e região.

Entre os anos 2.000 a 2.005 a capacidade estática instalada no Brasil vinha crescendo numa média de 3,7 milhões de toneladas ano, conforme detalhado na Tabela 1. Um acréscimo significativo foi observado em 2.006, sendo que a explicação para tal fenômeno será fornecida nos parágrafos que virão a seguir.

Ano Capacidade Evolução

2000 87.833 - 2001 89.227 1.394,0 2002 89.734 507,2 2003 93.358 3.624,4 2004 100.056 6.697,4 2005 106.538 6.482,7 2006 121.987 15.449,0 2007 123.401 1.414,0 Fonte: Conab

Tabela 1. Evolução da capacidade estática no Brasil, em mil toneladas - posição set/ 2007.

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Ed. Conab - CEP 70390-010 Brasília - DF. E-mail: denise.deckers@conab.gov.br

Conab – Companhia Nacional de Abastecimento. SGAS Quadra 901 Conjunto A Lote 69

O Decreto n.º 3.385, de 03 de julho de 2.001, que regulamentou a Lei n.º 9.973, de 29 de maio de 2.000, estabelece em seu artigo 9º que as empresas jurídicas que prestam serviços para terceiros são obrigadas a

prestarem informações relativas à identificação das unidades armazenadoras, que serão utilizadas para a constituição do Cadastro Nacional de Unidades Armazenadoras de Produtos Agrícolas.

Também, a partir do ano de 2.006, a Conab institucionalizou a obrigatoriedade do produto agrícola que estiver amparado por quaisquer dos instrumentos de comercialização do governo federal estar depositado em armazéns cadastrados no Sistema Nacional de Unidades Armazenadoras, mesmo nos casos de subvenção econômica, como por exemplo, o Pepro - Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural e/ou sua Cooperativa, Pesoja - Prêmio para Equalização do Valor de Referência da Soja em Grãos, Prop - Prêmio de Risco para Aquisição de Produto Agropecuário oriundo de Contrato Privado de Opção de Venda e PEP - Prêmio para o Escoamento de Produto.

Essa medida trouxe reflexo direto na capacidade estática instalada no Brasil, com o surpreendente crescimento da capacidade estática no cadastro da Conab em mais de 15 milhões de toneladas no ano de 2.006, correspondendo a um incremento de 14,5%. No entanto, este incremento na capacidade em relação ao ano anterior não pode ser atribuído somente aos novos investimentos ocorridos em 2.006, mas principalmente em razão dos fatores registrados anteriormente.

O crescimento observado no Mato Grosso, no qual, os produtores de soja foram beneficiados com grandes volumes de recursos para as operações de Pepro, Prop e Pesoja, não decorreu de novos investimentos e sim da obrigatoriedade dos armazéns estarem cadastrados na Conab.

De acordo com os dados da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos - Abimaq, em 2.006 os investimentos para construção de armazéns apresentaram redução em torno de 50% em relação aos anos anteriores, principalmente devido à crise dos últimos dois anos do setor agrícola.

A capacidade estática instalada está distribuída nas modalidades de armazéns convencionais, com 26,9 milhões de toneladas e de armazéns graneleiros, com 96,4 milhões de toneladas, representando respectivamente 22,0% e 78,0% da capacidade total cadastrada no País, conforme se verifica na Figura 1.

Esses percentuais demonstram uma modificação do perfil da armazenagem brasileira, com aprimoramento tecnológico do setor, visto que em 1.995 verificava-se equilíbrio entre as modalidades de armazenamento existente. O crescimento dos investimentos e a tendência atual para a maior utilização de graneleiros encontra justificativa no próprio mercado, pois mais de 85% da produção nacional é estocada a granel. Além disso, a operacionalização dessa forma representa custos menores, aumentando a competitividade dos produtos.

Os principais centros de armazenagem estão localizados nas regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste, que juntos concentram 92% da capacidade total cadastrada no País. A baixa representatividade das regiões Norte e Nordeste pode ser creditada ao fato da atividade agrícola empresarial ser relativamente recente naquelas áreas, se comparada

com as demais regiões brasileiras, e que os investimentos em infra- estrutura decorrentes dessa atividade, estarem ocorrendo sempre após o aumento da produção, como sempre acontece nas novas fronteiras agrícolas. Distribuição da Capacidade convencional 22% granel 78%

Figura 1. Distribuição da Capacidade Estática por modalidade de estocagem, Brasil - posição set/2007.

Fonte: Conab.

Verifica-se na Tabela 2 que na região Sul do País está concentrada a maior parte da capacidade estática de armazenamento, ou seja, 41,5%.

A Região Centro-Oeste apresenta uma peculiaridade que se destaca com mais intensidade das demais regiões. Em que pese a elevada capacidade estática desta região, a carência de armazéns em várias microrregiões e a concentração da capacidade estática nas empresas que recebem basicamente soja, geram a falta de espaços localizados para o recebimento de outros produtos. Estes fatores têm se intensificado nos últimos anos em muitos Estados, inclusive de outras regiões.

Conforme observa-se na Figura 2, a capacidade estática está concentrada na zona urbana, com 47% da capacidade total, no entanto, observa-se um crescimento na capacidade de armazenagem na fazenda, com uma fatia de 15% da capacidade total. Em 2000 os armazéns na fazenda representavam apenas 4 % da capacidade total cadastrada.

Esse incremento da capacidade estática nas propriedades rurais pode ser justificado pelo Programa de Incentivo à Irrigação e à Armazenagem (Moderinfra), criado pelo Governo Federal em 2001, que tem como objetivo a construção e modernização das estruturas armazenadoras nas propriedades rurais.

Convencional Granel Total Região Quanti- dade Capaci- dade Quanti- dade Capaci- dade Quanti- dade Capaci- dade Norte 360 1.223 120 1.077 480 2.300 Nordeste 655 2.026 445 4.961 1.100 6.987 Centro-Oeste 1.317 6.072 2.561 36.392 3.878 42.464 Sudeste 1.848 8.518 859 11.932 2.707 20.450 Sul 3.352 9.153 5.044 42.047 8.396 51.200 Total 7.532 26.992 9.029 96.409 16.561 123.401 Fonte: Conab.

Tabela 2. Quantidade e capacidade estática dos armazéns cadastrados no Brasil, em mil toneladas, por região e tipo - posição set/2007.

urbana 47% portuaria 6% rural 32% fazenda 15%

Figura 2. Distribuição da capacidade estática por localização, Brasil - posição set/2007.

Na zona rural, que responde por 32% da capacidade Brasil de armazenagem, o equivalente a 39 milhões de toneladas, a maioria dos armazéns existentes é para produtos a granel, com 85% do total de armazéns nesse tipo de localização.

Do ponto de vista da distribuição dos armazéns por entidade em setembro de 2.007, o cadastro de armazéns da Conab registrava 91.070 mil toneladas do total da capacidade estática pertencem à iniciativa privada, um número que representa 74% da capacidade estática brasileira, conforme Figura 3.

No que diz respeito à distribuição da capacidade estática, 89% está vinculada a pessoas jurídicas, conforme pode ser constatado na Figura 4, o equivalente a 110,2 milhões de toneladas, enquanto as pessoas físicas detêm 11% de participação, com 13,2 milhões de toneladas da capacidade total.

Cooperativas 21% Oficiais 5% Privadas 74% Fonte: Conab. Fonte: Conab.

Figura 3. Distribuição da capacidade estática por entidade, Brasil - posição set/2007.

Figura 4. Distribuição da capacidade estática por tipo de pessoa, Brasil - set/2007.

2. Produção de Grãos x Capacidade de Armazenagem (Figura 5)

No documento Anais... (páginas 33-37)