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4.2 ANÁLISE DOS DADOS

4.2.3 Captando o Novo Emergente

Com a produção do meta-texto serão comunicadas as novas compreensões atingidas, pois não existe uma realidade pronta, vai depender do olhar de cada um, onde, nas palavras de Moraes (2007), no ponto final se tem a clareza da interrogação inicial em não apresentar o que já está mencionado nos textos.

O objetivo deste tipo de análise é a produção de meta-textos, a partir de textos do “corpus”, sendo que nessa pesquisa, como já citado, foi efetivada através das entrevistas realizadas com os empreendimentos de Economia Solidária.

A validação das compreensões atingidas dar-se-á por interlocuções teóricas e empíricas, para que se possa ter uma estreita relação entre teoria e prática, ou seja,

para fazer a análise terá que se ter um estudo teórico do assunto. Com isso se chega à teorização, que são formas de interpretação.

A “teorização implica um movimento de afastamento do material empírico, um exercício de abstração em que se procura expressar novas compreensões que a análise possibilitou” (MORAES, 2007, p. 38).

Porém é importante destacar que a pesquisa deverá ter validade, pois, como afirma Moraes (2007), a validade e a confiabilidade de uma análise vão sendo construídas no decorrer de todo o processo, colocando uma inserção crítica dos excertos que são selecionados dos textos originais que se constituem como uma forma de validação do resultado. Ou seja, nesta pesquisa foi seguida a rigor e de forma crítica a análise dos dados, para se ter a viabilidade e a confiabilidade, como destaca o autor acima.

Com a criação do meta-texto, ou a emergência do novo, sempre a partir do caos, indo através de um processo auto-organizado, deve-se sempre estar atento para esse novo emergente, e registrando as impressões que carrega. Sendo assim, será descrita a análise, captando-se o novo emergente. Ainda, segundo Moraes, (2007) os “insights” descritos focalizam o fenômeno de forma global e holística.

E por fim terá que ser comunicada essa análise, o “exercício de explicitação das novas estruturas emergentes da análise”, concretizando-se em meta-textos onde os novos “insights” são expressos em forma de linguagem e em profundidade de detalhes que serão o resultado da análise (MORAES, 2007, p. 43), ou seja, esse resultado, nesta pesquisa é a redação da dissertação.

Os dados desta pesquisa foram mantidos sob sigilo absoluto, como apresentado no termo de consentimento. Após a realização desta pesquisa, os dados elencados e analisados pelo pesquisador, serão apresentados aos pesquisados por meio de seminário. Este seminário será realizado nas dependências de um dos empreendimentos, encontro este, que possibilitará também a troca de experiências e a percepção destas pessoas na grandiosidade do sistema em que estão inseridos.

5 O CAMINHO NA BUSCA DA SUSTENTABILIDADE: UMA ALTERNATIVA REAL AOS SUJEITOS

Neste capítulo será inicialmente apresentado os dados de uma análise documental com informações gerais dos empreendimentos solidários de todo o Brasil, principalmente do Rio Grande do Sul e Porto Alegre, com base nos dados do Sistema Nacional de Informações em Economia Solidária (SIES) bem como, elementos sobre a pobreza que está presente no Brasil, com base principalmente em dados dos Atlas de Exclusão Social (2004) que tem como um de seus principais autores Márcio Pochmann, presidente do IPEA. Em seguida serão apresentados e analisados dados que caracterizam os associados/cooperados e seus respectivos grupos alternativos de geração de renda. Entende-se que para desenvolver a referida análise dos dados coletados junto aos empreendimentos econômicos e solidários, elencando principalmente a potencialidade que está presente nesses grupos alternativos de geração de renda, é de extrema importância caracterizar primeiramente os associados/cooperados que integram os grupos, bem como o empreendimento.

Na sequência será analisado o desenvolvimento das atividades dos empreendimentos de Economia Solidária, verificando os limites, os empecilhos, as barreiras transpostas, mas principalmente todos os pontos fortes que os empreendimentos de Economia Solidária apresentam, tanto no caminho para a viabilidade socioeconômica, para sua sustentabilidade econômica enquanto empreendimento e a contribuição para a Inclusão Social, na redução das desigualdades sociais, através da sua gestão coletiva, entre outras contribuições diretas ou indiretas para com seus associados.

Analisar os grupos coletivos de geração de renda, examinando as suas práticas “[...] de modo a identificar as ações mais significativas e aquilatar seus efeitos e limites” (ASSEBURG, 2007, p. 509), contribui para o entendimento dos processos de sustentabilidade dos mesmos. Como apresentam Laville e Gaiger (2009, p. 167), “A Economia Solidária é mais rica do que a sua face conhecida, o

que torna fundamental ampliar e aprofundar a sua apreensão, para melhor conceituá-la e avaliar suas potencialidades”.

Sendo assim, a referente pesquisa investigou empreendimentos de Economia Solidária que conseguiram certo êxito em suas atividades, que seguem os princípios da Economia Solidária e que contribuem realmente com seus associados não só através da geração de renda, mas através da criação de outras oportunidades de inserção em espaços coletivos, inclusão social, desenvolvimento comunitário, criando redes de trocas solidárias, entre outras possibilidades que se abrem através do trabalho na Economia Solidária.

A grande maioria dos empreendimentos solidários começa como forma de enfrentamento ao desemprego. Sendo assim, serão apresentados alguns dados sobre o desemprego no Brasil, em especial em suas regiões metropolitanas.

5.1 DADOS SOBRE A POBREZA E O DESEMPREGO NO BRASIL E REGIÃO