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1.2. Caracterização da escola pesquisada

Os dados aqui apresentados tem o objetivo de caracterizar a escola pesquisada e foram coletados por meio do site oficial da Prefeitura Municipal e também junto aos gestores e funcionários da escola campo, bem como por observações e visitas realizadas pela pesquisadora.

De acordo com dados oficiais no site da prefeitura, a construção da escola pesquisada teve início em 1997 com apenas quatro salas de aula. Somente dois anos mais tarde, em 1999, novas obras foram realizadas e a reinauguração da escola passou a contar com oito salas de aulas, uma sala destinada à futura biblioteca e uma sala para laboratório de informática. A escola fica localizada em zona periférica da cidade, bastante afastada do centro urbano.

A estrutura física da escola conta com um anfiteatro com projetor multimídia, dois laboratórios de informática (um com 18 computadores e outro menor com 9 computadores), uma sala de recursos multifuncionais para atendimento a alunos especiais, um pátio coberto, uma biblioteca, um laboratório de ciências, um refeitório, uma cozinha, uma quadra poliesportiva coberta, duas quadras descobertas menores, uma sala para secretaria, uma sala para direção e coordenação, uma sala para os professores. Esta estrutura é valorizada no site oficial informativo. Veremos, porém, no decorrer das entrevistas, que alguns professores apontam para ausência de espaços abertos e área verde, falta de iluminação natural, bem como outros espaços coletivos para o convívio mais livre dos alunos que não seja o pátio coberto e fechado. Outras questões a respeito da infraestrutura do prédio serão também trazidas nas entrevistas, como a interdição de uma sala de aula que está cedendo em sua estrutura, a acústica inadequada de quadra coberta de esportes, a necessidade de construção de outra quadra coberta, o aumento da demanda de novos alunos versus a quantidade de salas ou turmas insuficientes para atendê-los, entre outros. A seguir, apresentamos o quadro funcional da escola.

Tabela 10 - Quadro Funcional da Escola - Alunos e Servidores (2016)

Categorias Total

Alunos 1º ao 5º ano 446

Alunos 6º ao 9º ano 343

Professores PEB II 23

Inspetores de Alunos 2

Funcionários Serviços Gerais 4

Funcionários Cozinha 4

Funcionários Administrativos 5

Equipe Gestora 2

Fonte: Organizado pela autora, com base em dados fornecidos pela gestão escolar

A escola funciona em três períodos: quatorze turmas no período da manhã e quatorze turmas no período da tarde, e uma sala de EJA a noite. Atende 789 alunos dos 06 aos 14 anos, ou seja, do 1º ao 9º ano. A escola também passou a funcionar a noite na categoria EJA (Educação de Jovens e Adultos) e atende a vinte e dois alunos. A média professor/aluno é de 1/16, que consideramos adequada. O de funcionários da cozinha e serviços gerais, mínimo suficiente. E de inspetores, baixo (2 para 789 alunos).

A equipe gestora é formada pelo diretor e vice-diretor. O cargo de coordenador pedagógico foi exercido, até o ano de 2014, por professores afastados, ou seja, professores efetivos afastados de seu cargo para exercerem função de coordenadores pedagógicos. Todavia, todas as escolas passaram o ano de 2015 sem coordenador pedagógico em função de cortes financeiros realizados pela Prefeitura Municipal e cada coordenador pedagógico voltou para sua sala de aula e função de origem. Atualmente, está em andamento um concurso público para o cargo de coordenador pedagógico e supervisor de ensino. Até o presente momento (fevereiro de 2017), as escolas permanecem sem coordenador pedagógico.

A escola conta com um corpo docente, no ano de 2016, de 49 professores, sendo 34 efetivos (69,38%) e 15 contratados por tempo determinado (30,61%). Na média dos últimos três anos, 45% do contingente dos professores se manteve na unidade escolar. Esse percentil é considerável mediante a rotatividade de professores que observamos ocorrer entre as escolas. Inclusive este foi um fator que nos fez pesquisar esta unidade conforme apontado no item A

pesquisa.

Veremos mais adiante, nos resultados dos questionários que, a maioria dos professores avalia bem as condições de trabalho, as relações, o ambiente, a política de valorização do magistério. Por outro lado, são enfáticos em apontar que o trabalho pode gerar mal-estar, adoecer e ainda, 72% deles informa já ter adoecido em função do trabalho. Certamente, se fôssemos considerar apenas as respostas dos questionários não seríamos capazes de apreender esta contradição, afinal, se tudo vai bem, por que o trabalho adoece? As entrevistas, neste

sentido, foram primordiais do ponto de vista qualitativo, pois permitiram elucidar esta aparente contradição dos dados do questionário.

De início, quando decidimos tomar esta unidade como objeto da nossa pesquisa, alguns professores disseram haver coesão no grupo, relatando que os assuntos eram discutidos coletivamente e que as decisões eram tomadas de forma democrática e acatadas por todos. Ainda, relataram haver um coletivo de professores unidos em suas crenças a respeito da educação. Durante as minhas visitas à escola, presenciei reuniões da gestão com os alunos representantes de sala, intervalo de professores, reuniões do Conselho Escolar e, mesmo havendo conflitos de ideias entre os sujeitos e até discordâncias sobre assuntos em pauta, todos eram ouvidos em seus argumentos e as decisões eram tomadas coletivamente, fazendo prevalecer, ao menos aparentemente, a vontade da maioria. Tudo indicava que este grupo consegue, a despeito de seus conflitos, permanecer relativamente unidos. Tal nos fez levantar a seguinte questão: haverá uma unicidade, ainda que contraditória, e um sentimento de pertencimento, capaz de fazer com que lá o trabalho acontecesse? Indagávamos-nos sobre a existência de um coletivo de trabalho, tal como considerado segundo a Psicodinâmica do Trabalho. Considerávamos que poderia haver a presença da vontade dos sujeitos em trabalhar juntos e superarem coletivamente as contradições que surgem da própria natureza do trabalho e organização. No capítulo 5, com o aprofundamento de nossas sistematizações das entrevistas, buscamos verificar e contrapor os primeiros relatos dos professores sobre o coletivo de trabalho com os posteriores, obtidos por meio das respostas objetivas do questionário e das entrevistas semiestruturadas, respectivamente.

CAPÍTULO 2

REFORMA DO ESTADO, POLÍTICAS EDUCACIONAIS E O MAL-ESTAR