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Como as pesquisas se referem aos mais diversos objetos e perseguem objetivos diferentes, existe uma tendência natural em classificá-las (GIL, 2010). Segundo o autor, as classificações permitem uma melhor organização dos fatos e conferem maior racionalidade às etapas, facilitando o seu entendimento. O autor ainda afirma que para que as classificações sejam coerentes, é necessário adotar critérios, como, por exemplo, finalidade, objetivos e abordagens.

Quanto à finalidade da pesquisa, Gil (2010) a classifica em quatro tipos: pesquisa básica pura, pesquisa básica estratégica, pesquisa aplicada e experimental. A pesquisa básica pura difere da básica estratégica pelo fato de que a primeira busca novos conhecimentos sem a preocupação em solucionar problemas. A pesquisa aplicada busca aquisição de conhecimentos com vista a uma situação prática específica. Por fim, a pesquisa experimental tem por finalidade a criação de novos materiais, produtos, serviços, equipamentos e até mesmo a possibilidade de fazer experimentos comportamentais. Portanto, pode-se afirmar que a presente pesquisa classifica-se como aplicada, já que é direcionada a uma situação prática específica que envolve a relação entre os atores da rede do programa Tecnova Paraná.

Quanto aos seus objetivos, uma pesquisa pode ser descritiva, exploratória, e/ou explicativa. Cervo, Bervian e Da Silva (2007) definem a pesquisa descritiva como aquela que observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos sem

manipulá-los. Ela procura descobrir a frequência de um fenômeno, suas características, natureza e conexões. “Busca conhecer as diversas situações e relações que ocorrem na vida social, política, econômica e demais aspectos do comportamento humano, tanto do indivíduo tomado isoladamente como de grupos e comunidades mais complexas” (CERVO; BERVIAN; DA SILVA, 2007, p. 61). Já com relação à pesquisa exploratória, os autores entendem que são aquelas que são direcionadas a fatos pouco conhecidos que precisam de aprofundamentos. Nesses casos, a pesquisa tem por objetivo familiarizar-se com o fenômeno para se obter uma nova percepção. A pesquisa exploratória restringe-se a buscar mais informações sobre um determinado assunto, não sendo objetivo elaborar hipóteses a serem testadas (CERVO; BERVIAN; DA SILVA, 2007). Por fim, a pesquisa explicativa é definida por Severino (2007) como aquela que busca registrar, analisar fenômenos e também suas causas, seja por meio de métodos qualitativos, experimentais e/ou matemáticos. A pesquisa explicativa é aquela que explica os motivos da ocorrência de um fenômeno e então busca correlacionar variáveis (SAMPIERI, COLLADO; LUCIO, 2006). Segundo Gil (2010), a pesquisa explicativa é a mais profunda entre as três, pois tem a finalidade de explicar as razões que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Com isso, esta pesquisa classifica-se como descritiva, já que observa, registra, analisa e correlaciona fatos a cerca das relações entre organizações sem manipulá-los.

Com relação às abordagens, Creswell (2007) expõe três hipóteses: pesquisas qualitativas, quantitativas e mistas. Segundo o autor, as qualitativas buscam entender os significados que os indivíduos ou grupos atribuem a um problema social ou humano. O autor afirma que esse tipo de pesquisa é destinada a fenômenos dinâmicos e complexos, e que as variáveis relevantes não são facilmente identificadas. Elas envolvem a coleta de dados da realidade subjetiva. A relevância da pesquisa qualitativa para o estudo das relações sociais deve-se ao fato de que a mudança social acelerada acarreta em novos contextos e perspectivas sociais (FLICK, 2008). A autor afirma que essa abordagem explora um fenômeno social.

Já a pesquisa quantitativa busca testar teorias objetivas examinando a relação entre variáveis (CRESWELL, 2007). Nesse tipo de pesquisa, os fenômenos observados são medidos e classificados de acordo com sua frequência e distribuição com o intuito de relacionar a causa à consequência de forma mais objetiva possível (FLICK, 2008). Quanto à abordagem mista, Creswell (2007) define

como sendo aquela que une dados qualitativos e quantitativos para estudar um fenômeno. O autor afirma que esse tipo de pesquisa geralmente é usado em ciências sociais e da saúde por causa da complexidade dessas áreas. Para esta pesquisa, definiu-se como sendo de caráter misto. Essa abordagem se deu pelo fato de a pesquisa examinar um fenômeno social complexo que depende do ambiente e do contexto, além de usar dados quantitativos para representar graficamente a estrutura da rede.

Como método de pesquisa, Yin (2015) afirma que a pesquisa na área de ciências sociais pode ser experimentos, levantamentos, histórias, análise de arquivos, modelagens estatísticas e estudo de caso. O método tratado aqui será o estudo de caso. Gil (2010) define o estudo de caso como um método profundo de um ou poucos objetos, que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto real. O estudo de caso analisa uma unidade básica de pesquisa, como por exemplo, uma pessoa, um departamento, uma comunidade ou município, ou seja pessoas ou entes que estão no mesmo contexto e são agrupados por alguma característica em comum (SAMPIERI; COLLADO; LÚCIO, 2006). “O estudo de caso deve concentrar seu estudo em um caso particular que seja representativo dentro de um conjunto de casos análogos, por ele significativamente representativo” (SEVERINO, 2007, p.121).

Seja qual for o campo de interesse, a necessidade diferenciada da pesquisa de estudo de caso surge do desejo de entender fenômenos sociais complexos. Em resumo, um estudo de caso permite que os investigadores foquem um “caso” e retenham uma perspectiva holística do mundo real - como no estudo dos ciclos individuais da vida, o comportamento dos pequenos grupos, os processos organizacionais e administrativos, a mudança de vizinhança, o desempenho escolar, as relações internacionais e a maturação das indústrias. (YIN, 2015, p.4).

Yin (2015) aponta ainda que o estudo de caso é uma investigação empírica profunda de um fenômeno do mundo real atual em que os limites entre os fenômenos estudados e o contexto não estão claramente definidos. É necessária a compreensão do contexto para que seja compreendida a influência deste sobre os casos analisados (CRESWELL, 2007). No estudo de caso, existe a necessidade de explorar diversas fontes de evidência (YIN, 2015). Ainda para o autor, a pesquisa precisa ser guiada por proposições teóricas previamente desenvolvidas para a

condução da coleta de dados. No caso desta pesquisa, as fontes de evidência serão com base em documentos secundários relativos a relatórios do programa e dados primários com base em questionários.