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O Programa Tecnova surgiu de iniciativa do Governo Federal no ano de 2012, por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) tendo como finalidade conceder apoio financeiro e operacional a um conjunto de microempresas e empresas de pequeno porte que desenvolvam projetos de inovação tecnológica em áreas estratégicas definidas pelo governo (FINEP, 2013a; FINEP, 2013b).

O apoio financeiro às empresas se deu por meio de recursos de subvenção econômica não reembolsáveis. Esse recurso foi destinado ao desenvolvimento de processos inovadores e/ou produtos/serviços novos ou significativamente aprimorados (pelo menos para o mercado nacional) que envolvam significativo risco tecnológico, associado a oportunidades de mercado (FINEP, 2013b).

O apoio às empresas e operacionalização do programa deu-se por meio de parceiros descentralizados em cada estado. Os governos estaduais tiveram a responsabilidade da indicação e submissão de apenas uma proposta. O programa previu o repasse dos recursos pela Finep aos parceiros estaduais que aderissem ao programa, para capacitação desses agentes com vistas a dar continuidade ao processo de seleção das empresas e acompanhamento do programa.

Com isso, o Tecnova pretendia atender às seguintes estratégias, segundo o manual operacional e de orientação ao parceiro (FINEP, 2013a):

Avançar na descentralização operacional da FINEP, especialmente no que tange às operações de menor porte, contribuindo para o estabelecimento de parcerias e cooperações que fortaleçam o Sistema Nacional e os Sistemas Estaduais de Inovação e para o aumento da capilaridade da atuação da empresa; possibilitar a maior racionalidade operacional da FINEP, otimizando e integrando os programas e instrumentos de apoio da FINEP às micro empresas e empresas de pequeno porte. Com isso será possível implementar num único programa os principais objetivos atualmente obtidos através da execução de cinco diferentes programas, a saber: PRIME, PAPPE SUBVENÇÂO e PAPPE INTEGRAÇÂO, PNI Incubadoras e SUBVENÇÂO NACIONAL para este segmento de empresas.; Construir um esquema de parcerias com as instituições atuantes no âmbito estadual para

apoio à área de inovação, valendo-se do conhecimento da realidade local, proximidade da demanda e do aporte de recursos estaduais; Focar o apoio da FINEP no financiamento às atividades de pesquisa e desenvolvimento e inovação em empresas de micro e pequeno porte e articular parcerias para o apoio complementar no campo da gestão empresarial, por meio de ação conjunta com o Sistema SEBRAE (FINEP, 2013a, p.63)

A estrutura do programa constituía-se basicamente em duas grandes Etapas, conforme mostra a Figura 7:

 1ª Etapa: Ação Transversal destinada a selecionar, estruturar, organizar e capacitar parceiros nos estado para operacionalizar o programa;

 2ª Etapa: Subvenção Econômica para empresas micro e de pequeno porte, a ser operada de forma descentralizada pelos parceiros selecionados.

Figura 7 – Macro visão do programa Tecnova

Fonte: Adaptado de FINEP (2013a).

Na primeira etapa, para a seleção dos parceiros estaduais, foi realizado um chamamento público de âmbito nacional, em que as instituições candidatas foram indicadas pelos respectivos governos estaduais. Então, em 2012 a FINEP lançou a carta-convite 01/2012 para seleção de parceiros de nível estadual para conduzir o programa.

Por meio de Carta Convite, pretende-se selecionar instituições, no nível estadual, da concessão de recursos de Subvenção Econômica para apoio às micro-empresas e empresas de pequeno porte, com base legal no Decreto nº5.563/05, art. 20, § 7º e na Lei Complementar nº123/2006, de 14/12/2006. Objetiva-se alcançar e reforçar a estruturação e a consolidação dos Sistemas Estaduais de Inovação em consonância com as estratégias do Sistema Nacional de Inovação. Além disso, possibilitar a otimização, integração e descentralização, aumentando a capilaridade dos programas de concessão de subvenção às microempresas e empresas de pequeno porte, conforme previsto no Decreto nº5.563/05, art.20, § 7º(FINEP, 2012, p.2).

Os parceiros estaduais tiveram delegação da FINEP para realizar todas as atividades operacionais inerentes ao processo, incluindo fomento, análise e seleção das propostas, contratação, liberação dos recursos, acompanhamento físico e financeiro com a prestação de contas, assegurando o foco nos projetos de inovação e desenvolvimento tecnológico. A ação foi implementada por meio do estabelecimento de convênios firmados entre a FINEP e os parceiros selecionados, buscando atender a demanda por recursos financeiros e atividades de suporte às microempresas e empresas de pequeno porte em todas as regiões do país (FINEP, 2013a).

Foi observado que as principais atividades do programa (prospecção, captação, divulgação do programa, suporte às empresas, acompanhamento de projetos e prestação de contas) possuíam grau elevado de complexidade. Por isso, o programa possibilitou a participação de mais do que uma entidade em cada estado. Na carta convite para seleção de parceiros previa-se a possibilidade de participação de parceiros na qualidade de instituição proponente, instituição executora (principal), instituição executora (outras), instituição interveniente, instituição interveniente cofinanciadora e instituição interveniente técnica (FINEP, 2013a).

Para a capacitação dos parceiros estaduais, foram comprometidos recursos não reembolsáveis para custear despesas relacionadas à operacionalização do programa. Após contratação, os parceiros descentralizados selecionados foram delegados pela FINEP para realizar todas as atividades operacionais inerentes ao processo, incluindo fomento, análise e seleção das propostas, contratação, liberação dos recursos, acompanhamento físico e financeiro com a prestação de contas (FINEP, 2012; FINEP, 2013a).

A FINEP (2012) evidenciava a necessidade de se buscar parceiros que desempenhassem todas as atividades dos processos, reforçando a necessidade de interação e cooperação entre os diversos agentes. Essa possibilidade de participação em diversas qualidades incentivava a união de diversas instituições estaduais especializadas em cada etapa do processo, aumentando a capilaridade, cooperação e efetividade do programa. A estruturação do programa mostra o desejo da construção de uma rede capacitada para fornecer apoio operacional aos atores. Portanto, o programa tinha como diretriz aumentar capilaridade e estrutura do

Sistema Nacional de Inovação Brasileiro por meio de parcerias para o apoio às empresas beneficiadas.