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3.2 OPERACIONALIZAÇÃO DA PESQUISA

3.2.3 Coleta dos dados

A coleta de dados ocorre após a revisão bibliográfica e o agrupamento dos dados por categorias (CERVO; BERVIAN; DA SILVA, 2007). Os autores ainda complementam que a coleta de dados envolve diversas etapas, iniciando com a definição da população a ser estudada, seguido pela elaboração do instrumento de coleta, programação da coleta e também o tipo de dados da coleta.

A população, também chamada de universo, é o conjunto total de elementos que possuem características em comum e que serão objeto do estudo (GIL, 2010). Marconi e Lakatos (2003) conceituam população como o conjunto total de seres que possuem pelo menos uma característica em comum. Considerando que esta pesquisa utilizou do método de estudo de caso, a população deste estudo é composta pelas empresas que participaram do programa de inovação Tecnova Paraná. O programa envolveu a participação de 60 empresas. Portanto, este é o número de unidades de análise desta pesquisa.

Quando se trata da elaboração do instrumento de coleta de dados, Cervo, Bervian e Da Silva (2007) destacam os três instrumentos mais utilizados: entrevista, formulário e questionário. “A entrevista é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional” (MARCONI; LAKATOS, 2003, p.195). Segundo Cervo, Bervian e Da Silva (2007), as entrevistas suprem os pesquisadores quando esses necessitam realizar uma investigação social a cerca de fatos, casos ou opiniões. Os autores ainda afirmam que sua principal característica é estar frente a frente com o entrevistado e, portanto, ter a possibilidade de ter acesso a informações como aparência, comportamento e atitudes do entrevistado.

Já o formulário, segundo Cervo, Bervian e Da Silva (2007, p.53), “é uma lista informal, catálogo ou inventário, destinado à coleta de dados resultantes de observações ou de interrogações, e seu preenchimento é feito pelo próprio investigador”. Esse tipo de instrumento é geralmente usado por bancos e instituições públicas para cadastro de clientes e usuários para alimentação de banco de dados.

Por fim, Marconi e Lakatos (2003, p.201) afirmam que “o questionário pode ser definido como o instrumento de coleta de dados constituído por uma série ordenada de perguntas que podem ser enviadas por correio eletrônico e devem ser

respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador”. O questionário possui uma natureza impessoal para assegurar uniformidade na avaliação e mede com mais exatidão o que se deseja (CERVO; BERVIAN; DA SILVA, 2007). Esse instrumento, além atingir um maior número de pessoas e poupar tempo, possibilita maior liberdade nas respostas e menos risco de distorção, em razão da não influência do pesquisador. Porém, o questionário exige um universo bem homogêneo, para que não haja dificuldade de compreensão, desconhecimento de circunstâncias e desinteresse em responder às perguntas (MARCONI; LAKATOS, 2003).

Para a coleta das informações desta pesquisa definiu-se que o questionário seria a melhor opção entre os instrumentos observados. A entrevista e o formulário foram descartados, pois não se adequavam aos objetivos desta pesquisa, já que não seriam relevantes adquirir informações como aparência, comportamento e atitudes do entrevistado, obtidos pelo contato pessoal. Além disso, o preenchimento das questões sem o entrevistador estar junto proporciona a ele mais confiança em descrever os fatos com maior veracidade.

O questionário é composto por 20 questões relacionadas aos seguintes temas: atividades do processo inovativo; proximidades entre os atores; compartilhamento de recursos; comunicação; confiança; governança; conhecimento; e relação entre os atores. As perguntas são do tipo abertas e fechadas. Para Marconi e Lakatos (2003), as perguntas abertas possibilitam respostas livres, ou seja, não há opções de respostas predefinidas, podendo então o respondente responder livremente às perguntas. “Possibilita investigações mais profundas e precisas; entretanto, apresenta alguns inconvenientes: dificulta a resposta ao próprio informante, que deverá redigi-la, o processo de tabulação, o tratamento estatístico e a interpretação” (MARCONI; LAKATOS, 2003, p.204). Já nas perguntas fechadas, as opções de resposta são predefinidas pelo pesquisador. As perguntas fechadas desta pesquisa são do tipo dicotômicas e de múltipla escolha. As dicotômicas são aquelas cujas respostas se opõem, como, por exemplo,“sim” ou “não”. Já as de múltipla escolha são perguntas fechadas, mas que apresentam diversas possibilidades de respostas, abrangendo diversas facetas em uma pergunta. Elas podem ser de resposta simples, em que o respondente assinala apenas uma opção, ou de respostas múltiplas, em que se pode assinalar mais de uma opção. “A técnica da escolha múltipla é facilmente tabulável e proporciona uma exploração em

profundidade quase tão boa quanto a de perguntas abertas” (MARCONI; LAKATOS, 2003, p.207). Ainda assim, para obter maior riqueza nas respostas, houve perguntas mistas em algumas situações, possibilitando ao respondente detalhar ou explicar suas escolhas.

O questionário passou por um pré-teste antes de sua versão definitiva para verificar possíveis falhas existentes até chegar à versão definitiva. A aplicação do questionário ocorreu por meio eletrônico. Foi utilizado o Google Forms como ferramenta para facilitar o envio, recebimento e análise dos resultados. O link para o preenchimento do questionário foi enviado por meio de uma mensagem eletrônica (Apêndice D) aos e-mails das empresas participantes do programa. O questionário completo encontra-se no Apêndice E.

3.2.3.1 População e amostra

O questionário foi enviado às 60 empresas que participaram do programa Tecnova. Desse grupo, houve 47 empresas que responderam ao questionário, perfazendo um total de 78% de respondentes. As empresas contempladas no programa estavam classificadas de acordo com áreas prioritárias determinadas pelos governos federais e estaduais. O Quadro 7 mostra o percentual de respondentes por áreas.

Quadro 7 – Percentual de empresas respondentes de acordo com a área

Áreas Prioritárias Nº total de empresas

N° de empresas respondentes

Percentual

Setores estratégicos do governo federal 25 19 76%

Petróleo e Gás 1 0 0%

Energias alternativas 3 2 67%

Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) 21 17 81% Setores prioritários do governo estadual 35 28 80%

Ciências Biológicas e Biotecnologia 7 6 86%

Ciências e Tecnologias Ambientais 4 2 50%

Ciências e Tecnologias Agrárias e Agronegócio 9 7 78%

Mobilidade 2 1 50%

Metalmecânica (metalurgia, mecânica e

eletroeletrônica) 13 12 92%

Total 60 47 78%

3.2.4 Análise dos dados

No que se refere à análise dos dados, Marconi e Lakatos (2003) consideram que essa fase é composta de três níveis: interpretação, explicação e especificação. Na análise de dados, Gil (2010) sugere que as respostas precisam ser decodificadas e os dados tabulados. Após isso, deve-se realizar a interpretação dos dados por meio da correlação com outros já conhecidos e apresentados no referencial teórico do trabalho. Desse modo, os resultados foram apresentados com base em cada um dos objetivos específicos desta pesquisa.

Para a análise dos dados, foram realizadas abordagens regionais e setoriais. As abordagens regionais consideraram dois grupos de empresas: um grupo composto pelas empresas que estão localizadas na Região Metropolitana de Curitiba (RMC) e o outro pelas demais empresas localizadas fora dessa região. Na análise setorial, foram considerados os setores que apresentaram percentuais de respostas maior ou igual ao percentual total de 78% de respondentes. Os setores analisados são: Metalmecânica (metalurgia, mecânica e eletroeletrônica), Ciências e Tecnologias Agrárias e Agronegócio, Ciências Biológicas e Biotecnologia, Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). Esses setores coincidem também com os setores mais representativos no programa em termos de número de empresas e recursos aplicados.

A quantificação dos resultados obtidos nesta pesquisa permitiu constatações relativas ao universo pesquisado no que se refere aos aspectos abordados. A transformação dos resultados em gráficos e tabelas permite a análise de forma sistematizada, gerando informações de amplo alcance, que poderão ser utilizadas por outras redes de cooperação formadas por programas públicos de fomento à inovação empresarial.