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CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS GERADOS NAS ESTAÇÕES DE METRÔ NA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE

No documento Resíduos sólidos (páginas 70-80)

ANÁLISE DA PROBLEMÁTICA DO BAIRRO ALTIPLANO, JOÃO PESSOA, PARAÍBA

1.7. CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS GERADOS NAS ESTAÇÕES DE METRÔ NA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE

– LINHA SUL

FERREIRA, Elvis Pantaleão

Pós-Graduação em Engenharia Ambiental da Universidade Federal Rural de Pernambuco epf150@hotmail.com

MOURA, Alexandre Serafim

Pós-Graduação em Engenharia Ambiental da Universidade Federal Rural de Pernambuco alexandremoura2001@yahoo.com.br

PANTALEÃO, Fabiana de Souza

Instituto Federal do Espírito Santo, campus Santa Teresa souzapantaleao@hotmail.com

MORAIS, Maria Monize de

Pós-Graduação em Engenharia Ambiental da Universidade Federal Rural de Pernambuco monize_morais12@hotmail.com

RESUMO

O presente estudo visa apresentar uma caracterização dos resíduos sólidos produzidos nas estações de metrô na Região Metropolitana do Recife – Linha Sul, abordando as características estruturais e o comportamento individual e coleto dos usuários do sistema no tocante a disposição correta dos resíduos produzidos. A metodologia constou de estudo exploratório e descritivo de cunho qualitativo, através do contato interativo do pesquisador com a situação objeto de estudo. A pesquisa constatou que embora todas as estações estejam providas de lixeiras, grande parte dos usuários jogam os resíduos sólidos produzidos nas plataformas e na via, gerando problemas de poluição ambiental e atração de vetores. Portanto, a população usuária necessita de programas de educação ambiental utilizando uma linguagem simples, acessível e perfeitamente adequada ao nível do expectador, capazes de promover mudança comportamental na população e o desenvolvimento de uma nova perspectiva cultural para o exercício da cidadania.

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1. INTRODUÇÃO

O crescimento populacional acelerado e sua concentração nos centros urbanos, aliados ao consumo crescente de produtos industrializados, aumento na geração e periculosidade dos resíduos e sua disposição inadequada, tendem a tornar os problemas causados pelos resíduos cada vez mais visíveis e uma ameaça à saúde publica e a qualidade ambiental, havendo a necessidade da realização de eficazes campanhas de educação ambiental e medidas estruturais por parte do poder público (CALIJURI & CUNHA, 2013). Para santos (2009), em nosso país a questão dos resíduos sólidos é tratada exclusivamente do ponto de vista do saneamento básico, por causa das formas de destinação final utilizadas, que geram preocupações com a saúde pública.

Logo, a caracterização ambiental constitui-se uma importante ferramenta para a interpretação da situação de qualidade de um sistema ambiental ou de uma área, a partir do estudo das interações e da dinâmica de seus componentes, quer relacionado aos elementos físicos e biológicos, quer aos fatores sócios culturais. Assim, a caracterização ambiental conforme discutido por Philippi Jr. (2010) é o estudo dos agentes causadores das modificações ou degradação ambiental da área, de seus níveis de poluição, bem como, dos condicionantes agravadores ou redutores dos efeitos provocados no meio ambiente.

No tocante aos Resíduos Sólidos, conforme a Lei 12.305/10 que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, este é definido como material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, incluindo nesta definição os lodos oriundos de sistemas de tratamento de água, cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos de hídricos, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviável em face da melhor tecnologia disponível (BRASIL, 2010).

O desenvolvimento urbano da Região Metropolitana do Recife – RMR composto por um completo urbano formado por 14 municípios passa a se destacar como pólo de atividades econômico financeiras a partir da década de 70, gerando uma grande concentração de empregos, transformando-se em um ponto atrativo para a população promovendo um crescimento populacional acelerado, que passou a sentir a necessidade de um bom sistema de transporte em virtude das distâncias de deslocamento que passaram a enfrentar. Nesse aspecto, o setor de transporte necessitou de intervenções para um adequado atendimento a população (PMR, 2014).

O sistema de transportes de passageiros sobre trilhos da RMR começou a circular com os primeiros trens com passageiros em março de 1985, atualmente o sistema atende diretamente os municípios do Recife, Cabo, Jaboatão dos Guararapes e Camaragibe e, indiretamente, os demais municípios da RMR, através da integração com o transporte sobre ônibus. Por meio do Sistema Estrutural Integrado – SEI, permitindo aos usuários o acesso a toda a RMR mediante o pagamento de uma única passagem (CBTU, 2014).

Para tanto, configura como objetivo deste trabalho apresentar uma caracterização dos resíduos sólidos produzidos nas estações de metrô na Região Metropolitana do Recife – Linha Sul, abordando as características estruturais e o comportamento individual e coleto dos usuários do sistema no tocante a

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disposição correta dos resíduos produzidos, gerando, portanto, informações que subsidiem estratégias para a tomada de decisões.

2. METODOLOGIA

O presente trabalho foi desenvolvido no período de 17 a 26 de junho de 2014, a pesquisa contemplou especificamente a Linha Sul do sistema de Trens Urbanos do Recife. A Linha Sul apresenta um layout que se inicia paralelamente à Linha Centro, com as estações Recife e Joana Bezerra comuns a ambas as linhas, e segue na direção sul até a Estação Cajueiro Seco (figura 1).

Figura 1. Mapa esquemático dos trilhos e estações do Metrô do Recife. Fonte: MetroRec (2014).

O presente trabalho se pauta no levantamento in loco de dados mediante análises exploratórias e qualitativas frente à geração dos resíduos sólidos urbanos nas estações de metrô na Região Metropolitana do Recife – Linhas Sul, bem como das características estruturais, sociais e ambientais da área estudada, onde as situações são observadas e registradas da forma como ocorrem, mediante contato direto e interativo do pesquisador com a situação objeto de estudo, apresentando como característica essencial o enfoque descritivo, onde o pesquisador não pretende intervir sobre a situação, mas dá-la a conhecer tal como ela lhe surge. Paralelamente foram realizadas entrevistas exploratórias, conforme recomendações de Gephart (2004), através do contato interativo por meio de uma conversação guiada, que permita obter dos entrevistados informações detalhadas a utilizar em uma análise qualitativa.

3. RESULTADOS

Atualmente, o sistema de transportes de passageiros sobre trilhos da RMR é composto por 29 estações e 39,5 km de extensão, transportando aproximadamente 315 mil usuários/dia, distribuídas pelas três linhas implantadas as Linhas Centro e Sul, eletrificadas, e a Linha Diesel operando entre a cidade do Cabo e o bairro do Curado, com tração a diesel (CBTU, 2014). O sistema é administrado pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos – CBTU, através da Superintendência de Trens Urbanos do Recife – MetroRec. A pesquisa permitiu constar que as atividades de limpeza das estações, terminais e trens são realizadas por empresas terceirizadas, onde cada estação é composta por equipes que variam de dois a 18

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funcionários, distribuídos conforme o fluxo de usuários em cada estação. Todas as 10 estações visitadas que compõe o layout da ‘Linha Sul’ estão devidamente equipadas com lixeiras da mais variadas formas e tamanhos e programas de controle de pragas e vetores urbanos.

Todavia, observou-se um comportamento ambientalmente e socialmente incorreto de grande parte da população usuário do sistema metroviário, que embora haja as lixeiras jogam os resíduos como papéis de bala, garrafas de água, palitos de churrasco, entre outros no chão da plataforma e na via ‘trilhos’ do metrô. Outro comportamento inadequado relatado pelas equipes de limpeza é o hábito de alguns usuários de cuspir no chão, assim como “chutar” os resíduos sólidos ora varridos ou durante a varrição pela equipe de limpeza.

Acreditasse que o desconforto dos usuários motivado pela grande lotação nos horários de “rush” pico do metrô, possa esta gerando esse comportamento, como forma de insatisfação do sistema. Desse modo, percebe-se que os usuários descumpre o que está previsto na Lei nº 16.243/96 que estabelece a política do meio ambiente da Cidade do Recife, quando menciona do inciso I do Art. 3:

DA RESPONSABILIDADE COLETIVA, que implicará no aprimoramento do caráter coletivo e individual da responsabilidade sobre o equilíbrio do ecossistema recifense, construindo nos citadinos a consciência plena dos direitos individuais e das obrigações coletivas em relação ao seu ambiente (RECIFE, 1996).

Além da Lei nº 16.243/96, a atual constituição da República Federativa do Brasil (CF), faz menção ao dever da sociedade de preservar o meio ambiente, quando em seu Art. 225 prevê:

Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações (BRASIL, 1988).

Conforme relatado pelas equipes de limpeza das estações há uma grande disposição inadequadamente dos resíduos nos horários das 6:00 às 9:00 e 16:00 às 20:00 considerados estes os

horários de pico “rush” do metrô. Uma característica que merece atenção é à disposição de grande

quantidade de resíduos na via “nos trilhos” pelos usuários do metrô “passageiros”.

Apesar da existência de sinalizações (Figura 2a) como “não jogue lixo na via” e da presença de coletores para descarte, adequado dos resíduos sólidos (Figura 2b), constatou-se a presença de muitos resíduos descartados de forma inadequada, sendo esta nos trilhos e no chão, constatando-se assim uma falta de conscientização da população para com o meio ambiente. Conforme levantamento realizado há uma grande geração e disposição inadequada na via de resíduos sólidos como papéis de panfletos, sacos plásticos, papéis diversos, tampas de refrigerante, palitos de madeira, canudos de refrigerantes, embalagens de salgados, pipocas, paçocas, e principalmente de garrafas de água. O Plano Estadual de Resíduos Sólidos do estado de Pernambuco desta que, na Região Metropolitana do Recife corrobora e destaca afirmando que a maior quantidade de resíduos produzidos na Região Metropolitana do Recife é de papel e plástico (PERNAMBUCO, 2012).

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Figura 2. a) sinalizações para o descarte correto dos resíduos sólidos; b) coletores para o lançamento correto dos resíduos sólidos. Fonte: os autores (2014).

Dessa forma, constatou-se que a maioria dos resíduos presentes nos trilhos e no chão da plataforma das estações de metrô foram papéis e plásticos (Figura 3). Como esses resíduos são bem leves, comumente eles são dispersos e transportados pelo vento, poluindo outras localidades, além de causar um desconforto à paisagem local e do entorno. Além disso, esses resíduos podem causar sérios danos a população, pois podem provocar o entupimento das redes de esgoto, causando, em dias de chuva, cheias em que a população pode sofrer danos a sua saúde, bem como causar desastres ambientais.

Figura 3. Demonstrativo do lançamento indevido de resíduos na via pelos usuários. Fonte: os autores (2014). Esses resíduos são classificados como Resíduos Sólidos Urbanos – RSU. Tal afirmação pode ser feita, pois segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS, instituída pela Lei nº 12.305/10, enfatiza que os resíduos sólidos urbanos são tanto os originários de atividades domésticas em residências urbanas e os originários de varrição e limpeza de logradouros e de vias públicas (BRASIL, 2010). Acerca dos RSU, a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza pública e Resíduos Especiais – ABRELPE aponta que no ano de 2012, a quantidade gerada desses resíduos, por uma população pernambucana de 7.159.178 hab, foi de 8.471 t/d (toneladas por dia), sendo coletado apenas 7.118 t/d (ABRELPE, 2012). Nesse mesmo estudo

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a ABRELPE destaca que o valor da geração de RSU no ano de 2012 foi superior ao ano de 2011 (tabela 1). Esse fator também pode ser explicado por causa do aumento da população.

Tabela 1. Quantidade de RSU gerado e coletado no estado de Pernambuco.

População Urbana RSU Coletado RSU

Gerado (t/dia)

(Kg/hab./dia) (t/dia)

2011 2012 2011 2012 2011 2012 2011 2012

7.106.060 7.159.178 0,977 0,994 6.942 7.118 8.336 8.471

Fonte: Pesquisa ABRELPE e IBGE (ABRELPE, 2012).

Outro agravante da disposição na via é que a presença dos resíduos oferecem alimento e abrigo, para o desenvolvimento de várias formas de vida entre elas as pragas e vetores. Nesse sentido, algumas pragas e vetores urbanos podem se desenvolverem nas estações como baratas, moscas, mosquitos (aedes aegypty) e ratos entre outros, assim, como as doenças (dengue, febre amarela, leptospirose, entre outras) causada por seus respectivos vetores, o que trazem ameaça a saúde pública. Portanto, apesar de haver programas de dedetização das vias e estações, torna-se necessário uma efetiva mudança de hábitos dos usuários, não somente por uma questão de conforto e higiene, mas vista como um caso de saúde pública.

Acerca disso, Matos (2010) alerta que disposição inadequada de resíduos em lugares impróprios, é capaz de aumentar a transmissão de doenças, devido ao grande número de insetos, bactérias, protozoários, platelmintos, fungos e outros causadores e transmissores de doenças e que utilizam o solo como suporte na manutenção do ciclo de vida. Outro fator agravante é a falta de saneamento da cidade do Recife, tem gerado um quadro de degradação ao meio ambiente, nesse caso urbano, tornando a gestão de resíduos sólidos um desafio (PERNAMBUCO, 2012).

Como base nisso, pode-se afirmar que é necessário um gerenciamento, de forma integrada, desses resíduos. Para Cempre (2001) apud Lopes (2003) o gerenciamento integrado dos resíduos sólidos “trata-se do conjunto articulado de ações normativas, operacionais, financeiras e de planejamento que uma administração municipal desenvolve (com base em critérios sanitários, ambientais e econômicos) para coletar, tratar e dispor o lixo de sua cidade” (p.30). Para Santos (2009) “o êxito de qualquer política de resíduos sólidos urbanos dependerá da correta deleção do método de tratamento, da configuração local de tratamento e da atividade de controle ambiental” (p. 61). Nesse sentido, Zanta e Ferreira (2003) aponta que:

O gerenciamento de resíduos sólidos urbanos deve ser integrado, ou seja, deve englobar etapas articuladas entre si, desde a não geração até a disposição final, com atividades compatíveis com as dos demais sistemas do saneamento ambiental, sendo essencial a participação ativa e cooperativa do primeiro, segundo e terceiro setor, respectivamente, governo, iniciativa privada e sociedade civil organizada. (ZANTA & FERREIRA, 2003, p. 14).

Este comportamento tem gerado grande preocupação as equipes de limpeza, considerando que a devida limpeza da via somente é permitida a partir das 23:00 horas quando o metrô é fechado ao público, mediante uma autorização prévia junto ao Centro de Comando Operacional – CCO, da Superintendência

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de Trens Urbanos do Recife – MetroRec, haja vista que a via é energizada havendo o perigo de sucumbir vidas da equipe de limpeza (Figura 4).

Figura 4. Limpeza da plataforma. Fonte: os autores (2014).

Acreditasse que o grande volume de resíduos gerados e dispostos incorretamente nas plataformas e via do metrô esteja relacionada à falta de consciência ambiental da população usuária, associado ao salutar aumento do fluxo de usuários que vêm ocorrendo ano a ano a partir do final de década de 90 quando o metrô passou a agregar o Sistema Estrutural Integrado – SEI, caracterizada como uma rede de transporte público da RMR composta de linhas de ônibus e metrô. Todas estas linhas são integradas através de Terminais de Integração – TI possibilitando uma multiplicidade de ligações de origem e destino sem que o usuário na troca de linha pague uma nova tarifa. Dados da CBTU (2014) destacam que somente em 2013 pouco mais de 15 milhões de passageiros ingressaram nas estações e trens do metrô a partir do Sistema Estruturado de Integração – SEI.

Outro fator que tem contribuído para a produção de resíduos sólidos no sistema metroviário da RMR é o comércio ambulante nas estações, terminais e trens principalmente de produtos comestíveis,

como: paçocas, bolachas, picolé, água, doces, entre outros, além de produtos como CD “Compact Disc”,

DVD “Digital Versatile Disc”, porta carteira, panelas, ralador de verduras, fone de ouvidos, chapéus, entre

outros, assim como pedintes, e em pequena quantidade distribuição de panfletos. Todavia, conforme o Decreto estadual nº 14.845, de 28 de fevereiro de 1991, e o Decreto Federal nº 1.832 de 04 de março de

1996, que aprova o regulamento dos transportes ferroviários, mencionar em seu artigo 40 que “É vedada

a negociação ou comercialização de produtos e serviços no interior dos trens, nas estações e instalações, exceto aqueles devidamente autorizados pela Administração Ferroviária”.

Um agravante relacionado ao consumo de produtos alimentícios nas estações, terminais e trens, associado à falta de educação ambiental da população, que jogam os resíduos no chão das plataformas e

principalmente na via é a infestação de pombos doméstico (Columba livia), presentes em algumas

estações. Essas aves vêm causando danos estéticos as estruturas de concreto e metálico das estações pela acidez de seus excrementos, obstrução de calhas, danos a rede elétrica, sujando o piso além dos usuários.

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Parodi (2010) destaca que não há nenhum predador nas grandes cidades para este animal que tem gerado um grave problema ambiental e de saúde pública, já que abrigam alguns parasitas que podem ser nocivos à saúde humana, como dermatites transmitida através do contato da pele com o ácaro (piolho de pombo), alergias ao inalar o ar de ambientes com fezes e ninhos de pombos, clamidiose ao inalar poeira gerada pelas fezes ou secreções de aves doentes, entre outras. Como forma de controle o autor recomenda intervir em suas fontes de alimento e abrigo. Devendo evitar o uso de produtos químicos os quais poderão eliminar não somente espécies indesejáveis, como também espécies benéficas, além de contaminar a água e o solo, que por si só não evitarão novas infestações.

Visando por fim a esta prática indevida de comercialização no sistema metroviário da RMR a Diretoria de Controle Urbano – Dircon vêm intensificando a fiscalização nas estações, terminais e trens, assim como a Superintendência de Trens Urbanos do Recife – MetroRec vêm por meio de notas informativas veiculadas nas estações, terminais e trens por meio do sistema eletrônicos de comunicação, orientandos os passageiros a não adquirir produtos e serviços comercializados pelos vendedores ambulantes, buscando que estes construam uma nova perspectiva cultural participando ativamente no processo de mudança e exercício da cidadania.

Contudo, caberia também inserir ações integradas e continua de educação ambiental em conjunto com o SEI e MetroRec abordando o descarte de resíduos sólidos pelo usuário do Metrô vinculado em programas de rádios, produção e divulgação de vídeo animação sobre os problemas do descarte de resíduos na via, nas plataformas e no vagões do trem, produção e divulgação de vídeo rápidos com médicos sanitaristas alertando a população sobre as doenças transmissíveis pelo descarte de resíduos sólidos em locais impróprios. Nunesmaia (1995) apud Bringheti (2004), destacam que a educação ambiental é um instrumento de grande importância para a gestão de resíduos sólidos.

Utilizar estratégias promoção de ações sensibilizadora intitulada “Eu Faço Meu Metro Melhor

através de artes animadoras próximas e durante épocas festivas sazonais como o Carnaval, Páscoa, São João, Dia das Crianças, e Natal para o usuário manter a metrô limpo, assim como parcerias juntas as escolas e associas de bairros, promovendo a entrega de bolsas recicláveis com o slogan da campanha e panfletos explicativos, sensibilizando-os da importância dos seus atos e direcionando suas mudanças.

Outra estratégia que visa promover uma mudança na população usuária do sistema metroviário para a disposição correta nas lixeiras dos resíduos produzidos é a introdução de campanhas de educação

ambiental, veiculas em rádios, outdoor, TV, nas escolas, entre outros, almejando desenvolver na

população uma consciência ambiental crítica voltada para a melhoria da qualidade de vida e a construção de uma consciência individual e coletiva, que permita o estabelecimento de relações mais justas entre o homem e o meio ambiente.

4. CONCLUSÕES

A pesquisa permitiu constatar que embora todas as estações sejam equipadas com lixeiras, a população usuária do sistema metroviária tem lançados seus resíduos no chão das plataformas e na via, o que tem sido potencializado pelo consumo de produtos comercializados indevidamente nas estações,

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terminais e trens. Portanto, a população usuária necessita de programas de educação ambiental com diversas ações multidisciplinar continua utilizando uma linguagem simples, acessível e perfeitamente

adequada ao nível do expectador, capazes de promover mudança comportamental na população e o

empoderamento de uma nova perspectiva cultural sobre a prática da educação ambiental para o exercício da cidadania.

REFERÊNCIAS

ABRELPE – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais. Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil – 2012. São Paulo, SP – Brasil. 116p. 2012.

BARROS, R. T. V.; CHERNICHARO, C. A. L.; HELLER, L.; VON SPERLLING, M. Manual de saneamento e proteção

No documento Resíduos sólidos (páginas 70-80)