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DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM ÁREAS CILIARES DO RIO TAPACURÁ NO MUNICÍPIO DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO - PE

No documento Resíduos sólidos (páginas 100-110)

PRODUZIDOS PELA ATIVIDADE TURÍSTICA NA PRAIA DO MORRO DE SÃO PAULO-BA

2.3. DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM ÁREAS CILIARES DO RIO TAPACURÁ NO MUNICÍPIO DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO - PE

AZEVEDO, David dos Santos

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE) davidsazevedo@yahoo.com.br

SILVA, Hernande Pereira da

Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) hernandepereira@yahoo.com.br

FABISAK, Marialua Mello

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco mfabisak@hotmail.com

CALDAS, Karina Francine Romão

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE) karina.francine@hotmail.com

RESUMO

O presente trabalho objetivou identificar a disposição de resíduos sólidos em áreas ciliares do principal rio da hidrografia do município de Vitória de Santo Antão, Pernambuco, o rio Tapacurá. Para tanto, foi realizado um trabalho em campo, no qual quatro comunidades urbanas foram visitadas no período de janeiro a abril do corrente ano. Foram feitos registros fotográficos e registros observacionais descritivos a fim de evidenciar a indevida disposição dos resíduos naquelas comunidades. Frente a este diagnóstico, evidenciaram-se os seguintes problemas ambientais: uso e ocupação impróprios das margens do rio, disposição de resíduos sólidos de todas as naturezas nas margens e no corpo hídrico, poluição e contaminação indiscriminada do rio e degradação de matas ciliares. Diante do exposto, pode-se concluir que existe uma urgência no desenvolvimento de projetos de educação e recuperação ambiental, bem como de planos de gerenciamento de resíduos sólidos.

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1. INTRODUÇÃO

Entendem-se por resíduos sólidos todo o material, bem, substância ou objeto descartado, resultante de atividades humanas em sociedade (CARNEIRO, 2013). Frequentemente associado ao termo “lixo”, estes resíduos podem estar nos estados sólido ou semi-sólido, compreendendo inclusive gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d'água (ART. 3º, XVI, LEI N° 12.305/2010). A ABNT NBR/10.004 de 2004, complementa a definição quanto à origem dos resíduos: industrial, domiciliar, hospitalar (resíduo de serviço de saúde), radioativo, comercial, agrícola, de serviços e de varrição.

O enfrentamento dos problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos, apesar de retórico, tem sido pouco efetivado nos municípios brasileiros. Segundo o último censo realizado, a região Nordeste possui 19 milhões de pessoas sem serviços ou tratamentos adequados de coleta (IBGE, 2011), o que significa um grande impulso à destinação final incorreta, seja na queima ou enterra, na disposição sobre terrenos baldios e logradouros e até mesmo na disposição em corpos hídricos e ambientes associados.

O rio Tapacurá, principal rio que abastece o município de Vitória de Santo Antão, se insere neste contexto. Em todo seu percurso, o rio sofre grandes impactos, principalmente decorrentes da ocupação indevida de suas margens. Ao longo das comunidades rurais do município, tal ocupação se dá com fins a agricultura, seja de subsistência ou não. Já nas áreas urbanas, são as moradias, geralmente precárias, que ocupam a margem do rio.

Especificamente nas comunidades urbanas, os fatores ocupação indevida das margens do rio e falta de um sistema de gerenciamento de resíduos sólidos e saneamento eficazes, proporcionam o fortalecimento da cultura de jogar lixo e conduzir esgotos domésticos diretos ao rio, o que gera poluição e contaminação indiscriminada do corpo hídrico e, então, comprometimento dos ecossistemas locais aquáticos e terrestres. Dantas et al. (2010), em seu estudo, confirma que o rio Tapacurá é poluído por descargas de esgotos domésticos, industriais e agrícolas, o que leva ao comprometimento da qualidade de sua água.

Associado a isto, outro evidente impacto ambiental decorrente da ocupação indevida é a destruição de grandes áreas de mata ciliar. Estas matas constituem faixas de vegetação adjacentes aos corpos hídricos, ao longo dos quais podem ocupar dezenas de metros a partir das margens e apresentar variações na composição florística e na estrutura da comunidade biótica, dependendo das interações que se estabelecem entre o ecossistema aquático e sua vizinhança (OLIVEIRA-FILHO, 1994). Apesar de serem de grande importância ecológica, sua degradação naquela região é evidente.

Diante do exposto, o presente trabalho objetivou identificar a atual disposição de resíduos sólidos em áreas ciliares do rio Tapacurá no município de Vitória de Santo Antão, Pernambuco, associando discussões dos impactos ambientais causados.

2. METODOLOGIA

A área em estudo compreende o município de Vitória de Santo Antão (Figura 1), localizado na mesorregião da Mata e na Microrregião Vitória de Santo Antão do Estado de Pernambuco. Limita-se a norte com Glória do Goitá e Chã de Alegria, a sul com Primavera e Escada, a leste com Moreno, Cabo e São Lourenço da Mata e a oeste com Pombos. A área municipal ocupa 371,796 km² e representa 0.35 % do Estado de Pernambuco e tem população de 129.974 habitantes, sendo 113.429 na zona urbana e

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16.545 na zona rural. A sede do município tem uma altitude aproximada de 156 metros e coordenadas geográficas de 08º 07’ 05’’ de latitude sul e 35º 17’ 29’’ de longitude oeste, distando 45,1 km da capital, cujo acesso é feito pela BR-232 (IBGE, 2010).

Figura 1. Mapa de localização do município de Vitória de Santo Antão, Pernambuco.

O rio Tapacurá é o principal rio que abastece tanto as comunidades rurais quanto as urbanas do município de Vitória de Santo Antão. Com nascente no município de Gravatá, se estende por 72,6 km e sua área de drenagem é de 470,5 km², atravessando outros seis municípios. Junto a seus afluentes, este rio constitui a sub-bacia hidrográfica de mesmo nome. Além disso, é o mais destacado afluente do rio Capibaribe e abastece a maior barragem da Região Metropolitana do Recife, gerando 25% da água consumida na Região Metropolitana do Recife (BRAGA, 2001; ÁLVARES ET. AL, 2010).

Para a aquisição de dados, foi realizada pesquisa bibliográfica e trabalho de campo, com visitas recorrentes a quatro comunidades do centro urbano do município no período de janeiro a abril de 2014. Estas comunidades foram escolhidas a partir de uma visualização prévia das áreas urbanas e curso do rio no município de Vitória de Santo Antão. Para isso, foram utilizadas técnicas de sensoriamento remoto e geoprocessamento. A partir desta etapa foram selecionados pontos de observação sobre os quais se realizaram registros fotográficos e descritivos que possibilitaram visualizar e discorrer sobre a disposição dos resíduos sólidos pela comunidade no rio Tapacurá. De posse destes, foi possível identificar a destinação atual dos resíduos sólidos nas áreas estudadas e levantar discussões sobre os impactos ambientais causados.

3. RESULTADOS

As comunidades visitadas neste trabalho correspondem às mais centrais dentro da localidade urbana do município de Vitória, todas interagem com o rio direta ou indiretamente. Foram elas: Cajá, Maranhão, Nossa Senhora do Amparo e Jardim Ipiranga. Ao serem observadas através do sensoriamento remoto, escolheram-se quatro pontos de observação (P1, P2, P3 e P4), um para cada comunidade, georreferenciados (Quadro 1 e Figuras 2 e 3).

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Quadro 1. Pontos de observação das comunidades visitadas em campo e respectivas coordenadas geográficas.

Ponto de observação/ Comunidade Coordenada geográfica

P1/Cajá 8°06’51’’ S, 35º16’59’’ O

P2/Maranhão 8°07’12’’ S, 35º17’28’’ O

P3/Nossa Senhora do Amparo 8°07’22’’ S, 35º17’61’’ O P4/Jardim Ipiranga 8°07’31’’ S, 35º17’45’’ O

A comunidade do Cajá, segundo o último censo do IBGE, tem população residente de 7644 moradores distribuídos em aproximadamente 2340 domicílios particulares permanentes e assim como as demais é completamente urbana. A partir de seu ponto de observação (P1), pode-se notar outras comunidades tais como Redenção e Matadouro, que também mantém contato direto com o rio. Durante a visita a campo, os registros fotográficos evidenciaram resquícios de mata ciliar muito degradada, decorrente da invasão das margens, de um lado por uma grande concessionária de veículos automotivos e de outro pelas camadas pobres da população cujos esgotos domésticos tem despejo diretamente no rio. A Figura 4 evidencia o descaso com a disposição final correta para os resíduos utilizados pela própria população local. São exemplos de resíduos aqui, bolsas plásticas contendo materiais diversos em seu interior, caixas de papelão, material compensado e até calotas de pneus de automóvel.

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Figura 3. Localização dos pontos de observação P3e P4 na área urbana do Município de Vitória de Santo Antão – PE. A segunda comunidade visitada foi a do Maranhão. Sabe-se que dentre os seus 566 habitantes e 154 domicílios particulares permanentes levantados no censo do IBGE, muitos tem sofrido com cheias em épocas chuvosas no município. Na última grande enchente, as “casas ciliares”, moradias que ocupam indevidamente as áreas ciliares da margem, foram danificadas severamente, provocando inclusive alguns óbitos. A partir de ponto de observação nesta comunidade (P2), pode-se identificar o acúmulo direto do lixo de um lado das margens, servindo como ponto de coleta para o serviço público. Vale ressaltar que não havia nenhuma separação entre orgânico e reciclável, nem tampouco entre plástico, vidro, papel e metal. Pode-se constatar ainda, esgotos domésticos desembocando diretamente no rio e resíduos de todas as naturezas dentro do corpo hídrico, provocando sua contaminação indiscriminada. A Figura 5 evidencia a disposição de lixo orgânico (cocos), materiais plásticos (garrafas, bolsas, copos descartáveis), bem como pneus automotivos em grande quantidade.

Figura 4. Disposição de resíduos sólidos nas margens do rio próximo ao P1. Comunidade do Cajá.

A comunidade de Nossa Senhora do Amparo, com seus 4171 moradores e 1271 casas também já sofreu em épocas de enchentes, principalmente com o isolamento do centro urbano tendo em vista a inutilização das pontes de acesso. Mais uma vez a ocupação desordenada das margens do rio chama à

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atenção, pois nesta comunidade as casas se projetam para dentro do rio, fazendo com que em um dos lados já não exista margem livre. Esgotos domésticos e sacolas de lixo sendo lançados diretamente no rio, destruição da mata ciliar para improvisação de campos de futebol, desembocadura de óleos e detergentes provenientes de alguns lava-jatos beira-rio, muitos chiqueiros e estábulos para criação de animais ocupando indevidamente a margem do rio, e a presença de alguns animais soltos vagando pela margem do rio foram algumas das evidentes causas de poluição e contaminação hídrica observados a partir do ponto de observação P3. A Figura 6 representa um retrato da atual situação daquela comunidade: resíduos de diferentes naturezas dentro do rio, animais vagueando as margens e chiqueiros improvisados para criação destes animais, geralmente para abastecer a própria família.

Figura 5. Disposição de resíduos sólidos no leito do rio observados a partir do P2. Comunidade do Maranhão.

Figura 6. Disposição de resíduos sólidos no leito do rio próximo ao P3. Observa-se também a presença de animais e chiqueiros nas margens. Comunidade de Nossa Senhora do Amparo.

Em todo o município, talvez esta última comunidade visitada, a de Jardim Ipiranga tenha a mais evidente disposição indevida de resíduos sólidos em áreas ciliares, o que impressiona porque esta é a mais próxima da Prefeitura municipal e também da Secretaria e Agência de Meio Ambiente locais. O IBGE, em seu último censo contabilizou 5777 moradores em 1796 moradias particulares permanentes. No ponto de observação escolhido (P4) tornou-se possível evidenciar tal disposição imprópria, constituindo um dos mais pobres locais da região, a “Favela do papelão” (Figura 7). Como o próprio nome diz,

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ajuntaram-se ali catadores de materiais recicláveis, cuja sobrevivência depende da venda para recicladoras e também de programas federais de transferência direta de renda, como o Bolsa Família e outros programas municipais, como o Mais Renda. As últimas enchentes do rio afetaram diretamente seus moradores tendo em vista que estas pessoas moram praticamente no mesmo nível do rio.

Figura 7. Observação da “Favela do papelão” a partir do P4, evidenciando a disposição de resíduos sólidos na margem do rio. Comunidade de Jardim Ipiranga.

Apesar de beneficiados com o Programa Federal Minha Casa Minha Vida em 2010, a maioria voltou ao seu lugar de origem, porque as casas do programa distavam muito do centro urbano, no qual os catadores travam o material para venda e sustento. São papelões, sofás, fogões, lonas, plásticos, madeira, ferro e diversos outros materiais dispostos a menos de 10 metros do rio. Além disso, a outra margem evidencia despejo de esgoto de bares, lojas e casas, além da presença de animais (cavalos, porcos e galinhas) vagueando e também poluindo o rio.

De uma maneira geral, os principais impactos ambientais observados neste estudo foram o uso e ocupação impróprios das margens do rio, a disposição de resíduos sólidos de todas as naturezas nas margens e no corpo hídrico, a poluição e contaminação indiscriminada do rio e a degradação de matas ciliares.

No presente estudo, o uso e ocupação indevidos do solo nas planícies de inundação natural do rio podem ser explicados pelo fato de as comunidades escolhidas fazerem parte do centro urbano da cidade, onde o comércio da cidade se desenvolve e cada pedaço de terra representa uma área de alto valor na especulação imobiliária. Pode-se afirmar também, que este fator ocasiona outros impactos, tais como a canalização de esgotos domésticos, disposição de lixo direto no rio e presença de chiqueiros nas margens, isto é poluição e contaminação hídrica de diversas formas.

Em seu estudo, na Região Metropolitana de Fortaleza, Loureiro e Meireles (2010) afirmam que a apropriação desordenada do solo urbano faz com que os indicadores de qualidade ambiental agravem-se localmente, principalmente devido à contaminação por esgotos domésticos. Para o município em estudo, Melo (2012) já havia identificado, através de análises de qualidade de água no período seco e chuvoso, a situação crítica de poluição e comprometimento do recurso hídrico oriundo do rio Tapacurá. Melo (2012) associou tal situação à poluição por esgotos domésticos, como evidenciado neste trabalho. Além disso,

Dantas et al. (2010), confirma que o rio Tapacurá é poluído por descargas de esgotos domésticos,

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Sobre a incorreta disposição de resíduos sólidos no ambiente, explicitada neste trabalho, Mucelin e Belline (2008) trazem que a produção exacerbada de lixo e a forma com que esses resíduos são tratados ou dispostos no ambiente geram intensas agressões tanto no contexto urbano quanto no não urbano. Segundo os mesmos autores, o desenvolvimento tecnológico contemporâneo e as culturas das comunidades têm contribuído para que essas alterações antropológicas ocorram com maior frequência. Além disso, afirmam que a geração de lixo nas cidades é inevitável, devido à cultura do consumo, porém os serviços de coleta continuam ineficientes, não prevendo sequer a segregação dos resíduos na fonte (MUCELIN; BELLINE, 2008). Esta ineficiência do sistema de coleta foi fotografada na região em estudo, o que evidencia a falta de planejamento no gerenciamento dos resíduos e o pouco investimento local em projetos de educação ambiental.

Ao ocupar as margens e provocar a destruição das matas ciliares, os danos ao ecossistema local são potencializados, tendo em vista suas importantes funções ecológicas tais como a manutenção da qualidade da água, além da conservação da quantidade de animais e plantas nativas da região, tanto terrestres como aquáticos; a regulação do regime hídrico; a estabilização de margens do rio; a redução do assoreamento da calha do rio; a interligação dos fragmentos florestais na região facilitando o trânsito de diversas espécies de animais, pólens e sementes, favorecendo o crescimento das populações de espécies nativas; as trocas gênicas e, consequentemente, a reprodução e a sobrevivência dessas espécies (MACEDO et al, 1993; PRIMACK; RODRIGUES, 2001; METZGER, 2003).

Vale aqui, fazer a ressalva de que ações isoladas de conscientização ambiental vem sendo desenvolvidas no município de Vitória de Santo Antão. A pesquisa bibliográfica realizada revelou que em 2006, um estudo pontual da então Escola Agrotécnica Federal, através de oficinas, palestras e exposições, buscou conscientizar a população de duas das comunidades urbanas abordadas neste trabalho, a de Nossa Senhora do Amparo e a de Jardim Ipiranga. O trabalho tratou da relação estreita da comunidade com o rio e da importância de sua preservação.

Em 2013, Moura et. al.(2013) fizeram um trabalho parecido em outra comunidade aqui abordada,

a do Cajá, com teoria e prática de reflorestamento de mata ciliar. Além disso, está em pleno andamento um grande projeto, aprovado no ano passado, fruto de uma cooperação entre o campus local do IFPE e a Secretaria de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, que prevê a recuperação de matas ciliares e ambientes associados em 25 comunidades rurais, engenhos e assentamentos na cidade. Através destes trabalhos, torna-se clara a falta de parceria e investimento público local nas questões ambientais, de modo que esta lacuna tem sido preenchida por pesquisas e extensões universitárias financiadas ou não por órgãos de fomento.

4. CONCLUSÕES

Os registros fotográficos e observacionais deste trabalho evidenciaram que o rio Tapacurá sofre impactos das mais diversas ordens ao adentrar o centro urbano do município de Vitória de Santo Antão. Assim como em todo o Brasil, os problemas ambientais destacados neste trabalho são recorrentes e na maioria das vezes encontram-se entrelaçados numa relação de causa e consequência, em que o agente determinante é sempre o homem e o determinado é sempre o ambiente. Nas comunidades do centro urbano da área em estudo, os fatores degradação de mata ciliar para a ocupação indevida das margens do rio, somam-se a tradição cultural do consumo desenfreado de bens que ficam obsoletos com muita rapidez e a falta de um sistema de gerenciamento de resíduos sólidos e saneamento eficazes, proporcionando a poluição e contaminação indiscriminada do corpo hídrico e, então, comprometimento total dos ecossistemas aquáticos e terrestres em escala local e global.

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Desta forma, pode-se afirmar que há uma carência e urgência no desenvolvimento e investimento em projetos de educação ambiental, tendo em vista que os estudos realizados anteriormente pouco influenciaram nas práticas cotidianas das comunidades, já que não foram disseminados. Além disso, urge também o desenvolvimento de projetos e planos coadunados à legislação pertinente no que diz respeito a resíduos sólidos (plano de gerenciamento de resíduos sólidos), recursos hídricos (monitoramento da qualidade de água) e matas ciliares (proteção da área de preservação permanente).

REFERÊNCIAS

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