• Nenhum resultado encontrado

CAPITULO II METODOLOGIA EMPIRICA

1. CARATERIZAÇÃO DOS SUJEITOS DE ESTUDO

A amostra foi selecionada de acordo com o contexto educativo e características dos sujeitos. Tal como partilha Fortin (1999) “a amostra é um sub-conjunto de uma população ou de um grupo de sujeitos que fazem parte de uma mesma população.” (p.202). Neste âmbito enquadra-se numa amostra não probabilística, de conveniência, exploratória porque os critérios de seleção dos sujeitos foi uma escolha intencional.

Para que a amostra fosse exequível estiveram presentes os seguintes critérios: i) Identificação das crianças que apresentam dificuldades de linguagem, sem défices sensoriais, e cognitivos sendo o seu despiste feito através dos instrumentos de avaliação como o teste de avaliação do desenvolvimento Schedule of Growing skills II e Prova de Avaliação de Capacidades Articulatórias, ii) educadoras de infância que no seu contexto educacional contactam no dia-a-dia com crianças que apresentam dificuldades de linguagem.

A amostra em estudo, são três crianças (n1=3) com quatro e cinco anos em contexto pré-escolar. Duas do sexo feminino e uma do sexo masculino. Frequentam a mesma sala dos quatro/cinco anos, pertencente ao C.I.C.C. O percurso natural da linguagem destas crianças tem sofrido alterações quanto ao seu desenvolvimento nomeadamente ao nível da consciência fonológica. Apresentam dificuldades na articulação de alguns fonemas como /r/,/t/, /k/, /v/,/l/,e /s/ que já deveriam estar praticamente adquiridos na faixa etária em que se encontram.1 Um das crianças está a ter acompanhamento do SNIPI (Sistema Nacional de Intervenção Precoce Infantil) uma vez por semana, durante o período da manhã no C. I C. C.

Foram também convidadas a participar quatro educadoras de infância, (n2=4) da área de Educação infantil, para a realização da entrevista. Sendo uma educadora de infância submetida a duas entrevistas. Uma entrevista antes do Plano de Intervenção e a outra entrevista apos a implementação do plano de intervenção aos sujeitos inquiridos. Duas educadoras de infância têm formação inicial em Licenciatura de Educador de Infância, sendo que uma dessas, possui também especialização em Deficiências Mentais e Motoras e Mestrado em Estudos Didáticos, Culturais, Linguísticos e Literários. Outro entrevistado possui formação em Bacharelato em Educação Pré-Escolar e complemento de formação em Educação de Infância (licenciatura) e a quarta pessoa detém a graduação em Bacharelato em Educação de Infância, possuindo formações complementares em Bacharelato em Sociologia Aplicada, Formação Pedagógica de

Formadores, Licenciatura e Sociologia, Mestrado em Estudos Culturais Didáticos Linguísticos e Literários.

Todos os participantes (n2=4) exercem funções de Educador de Infância no C.I.C.C, exceto uma que exerce as funções de Direção, como Diretora do C.I.C.C. Um dos participantes, além de exercer a função de educador, participa há doze anos no Projeto de Intervenção e atualmente no SNIPI (Sistema Nacional de Intervenção Precoce na Infância).

Um dos participantes, além de exercer a função de educador, participa há doze anos no Projeto de Intervenção e atualmente no SNIPI (Sistema Nacional de Intervenção Precoce na Infância).

Por outro lado o C.I.C.C é uma instituição tutelada pelo Ministério do trabalho e da Solidariedade Social, dependendo orgânica e funcionalmente do Instituto da Solidariedade e Segurança Social mais concretamente do Centro Distrital de Castelo Branco. Funciona num edifício com mais de 30 anos, situado na zona limite entre C. e R. O Espaço do edifício comporta dois pisos e um espaço exterior que possibilita às crianças usufruir. O piso é composto pela valência da Creche, albergando duas salas e um salão amplo. Igualmente se encontra a cozinha, a copa o refeitório o gabinete da diretora a sala dos computadores e quatro casas de banho.

O segundo piso comporta a valência do pré-escolar, composto por três salas sendo uma delas destinada à componente não letiva. Duas casas de banho e uma sala de arrumos.

A instituição tem capacidade para receber 125 crianças. Neste momento estes números estão desfasados da realidade, uma vez que o universo de crianças existentes na comunidade reduziu substancialmente, tendo para isso contribuído vários fatores. Destaca-se o declínio da indústria de lanifícios e consequente encerramento de fábricas, aquele que mais impacto causou. A procura de trabalho noutras localidades levou a que muitas famílias se fixassem também noutras terras, o que diminui significativamente a população existente e a procura dos serviços oferecidos pela instituição.

Tabela 1- Frequência do C.I.C.C

Os grupos de crianças são heterogéneos quanto à idade, dado que não existem crianças com a mesma idade em número suficiente para constituir uma sala. Esta é uma instituição que pretende dar uma resposta educativa às crianças, ao mesmo tempo que procura dar resposta às necessidades de apoio social à família, quer na disponibilização das refeições (almoço e lanche), quer no prolongamento de horário. Assim a instituição:

N.º Crianças

Creche 10

33

 Proporciona atividades e experiências intencionalmente educativas que promovem o desenvolvimento psicomotor, intelectual, afetivo e social das crianças.

 Proporciona experiências de integração social e estimulação interpessoal fora do contexto familiar nuclear, de modo a garantir a inserção sociocultural da criança nos valores e normas sociais.

 Prepara os requisitos pré-académicos necessários para a entrada na escolaridade básica obrigatória.

 Proporciona às famílias serviços socioeducativos que facilitam o trabalho dos pais fora de casa, com vista à melhoria das suas condições sociais e culturais.

O C.I.C.C tem um horário de funcionamento ininterrupto desde as 7h30m até às 18h30m, encerrando para férias das crianças e do pessoal durante o mês de agosto, anualmente é estabelecido um calendário escolar que prevê outras interrupções de atividades letivas, tendo-se em conta as necessidades das crianças e das famílias.

Quanto aos recursos humanos, abrange uma diretora, três educadoras de infância, uma educadora de infância do SNIPI (uma vez por semana à instituição), 4, assistentes operadoras, uma cozinheira e auxiliar dos serviços gerais. Existe três atividades extracurriculares como a educação física e a música, Hop-Hip.

Quanto aos recursos financeiros, as verbas são estipuladas pelo Instituto da Segurança Social a cada Centro Infantil.

Em relação aos recursos materiais, é uma instituição que apresenta alguma diversidade de materiais lúdicos ou didáticos.

De modo a otimizar o papel da instituição na formação e desenvolvimento da criança, o seu Projeto Educativo “Era uma Vez…” assenta num conjunto de atividades de ação que tem como principais características a flexibilidade do currículo e adequação de estratégias de modo a proporcionar a aquisição de competências.

Fundamenta-se pela preocupação sentida de uma realidade que predomina a existência de algumas dificuldades que as crianças revelam ao nível da linguagem: má articulação, dificuldades de compreensão, vocabulário reduzido e pobre, má construção frásica e reduzida capacidade de expressão oral. Todo o trabalho tem sido orientado em estratégias na estimulação e desenvolvimento das competências linguísticas das crianças que frequentam a instituição. Incumbindo na prática educativa das educadoras de infância a dinamização de estratégias para colmatar essas dificuldades.