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CAPITULO II METODOLOGIA EMPIRICA

2. TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE RECOLHA DE DADOS

Inicialmente procedeu-se a uma recolha de bibliografia e outra documentação como suporte teórico, possibilitando selecionar os instrumentos a privilegiar no nosso estudo:

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Instrumentos de Caracterização:

2.1.1Anamnese

A Anamnese (anexo 6) constitui uma das técnicas de recolha de informação do nosso estudo para averiguar algumas variáveis que possam comprometer o desenvolvimento da comunicação e linguagem fornecendo pistas relacionadas com os sujeitos da nossa amostra. Segundo Lima (2011) envolve um conjunto de questões de apoio na recolha de dados que marcam o início de um processo avaliativo qualitativo, permitindo neste caso inferir as primeiras hipóteses para um possível despiste. Este indicador é estabelecido através da relação do profissional e da família em relação ao processo ensino /aprendizagem cujo preenchimento é registado através de informações disponibilizadas pela família. O levantamento de dados relaciona-se com as necessidades da criança, competências, potencialidades, contexto e expectativas da família. Este instrumento foi construído por nós para uma maior adaptabilidade referencial ao tema.

A sua estrutura encontra-se dividida em 11 partes: identificação da criança e família; dados da gestação; parto/nascimento; condições da criança ao nascer; evidência de alguma deficiência; história do desenvolvimento; motricidade bucofonoarticulatório; psicomotricidade; manipulações e hábitos; desenvolvimento da comunicação/linguagem e comportamento da criança.

2.1.2Escalas Avaliativas

A avaliação é sem dúvida o ponto de apoio do educador de infância na sua prática educativa que, segundo Valadares e Graça (1998,p.34) constitui uma “necessidade vital do ser humano porque lhe serve para orientar, de forma válida, as decisões individuais e coletivas”. Lima (2011) por sua vez considera “um processo de recolha de dados dirigida à delimitação e caracterização de um quadro patológico reconfigurado nas especificidades do sujeito que o exibe. Enquanto ato concreto, a avaliação desenrola-se como tentativa de resposta a um conjunto básico de questões.” (p.162). A mesma refere ainda a presença de três questões essenciais que ajudam o educador de infância na sua avaliação e no percurso que irá realizar no planeamento e intervenção: A natureza linguística, o desenvolvimento e o procedimento como se vai realizar a intervenção.

No pré-escolar quando um educador de infância perceciona que uma criança tem dificuldades de comunicação, linguagem ou propriamente da fala, a preocupação centra-

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se no tipo de instrumento que o auxiliará na identificação da problemática, na capacidade de criar estratégias futuras para uma reeducação.

Lima (2011) equaciona que a avaliação linguística deve ter em conta dois aspetos: a avaliação do sistema linguístico da criança e uma avaliação relacionados com os aspetos neurológicos, cognitivos psicomotores, comportamentais que influenciam o campo de atuação param uma intervenção mais concisa. Por outro lado o educador de infância deve presenciar o desempenho linguístico da criança, (compreensão e expressão) e os contextos comunicacionais.

Na avaliação também se deve ter em conta o envolvimento da criança e o contexto que a amostra é recolhida.

Na escolha de modelos de avaliação achamos pertinente aplicar um teste que abrangesse todas as competências globais da criança, não incidindo apenas no comportamento verbal.

Como tal, vamos utilizar o Perfil de Desenvolvimento da Criança, correspondente à sua faixa etária, (uma escala adaptada a todos os C. I. da S. S. do Distrito de Castelo Branco), o Teste de Avaliação do Desenvolvimento Schedule of Growing Skills II (Bellman, Lingam & Aukett, 1996) como complemento do anterior e ao nível fonológico e fonémico, a Prova de Avaliação de capacidades Articulatórias (crianças dos três aos seis anos), de (Batista. M, 2009)O Perfil de Desenvolvimento da Criança (anexo 6) e a Escala de Avaliação de competências do Desenvolvimento Infantil Schedule of Growing Skills II de( Bellman, Lingam & Aukett, 1996) (anexo 6), são modelos avaliativos, normativos porque traçam um perfil de desenvolvimento da criança em todos os níveis, comparando com a “norma” padrão. Estabelecem se há ou não atraso ao nível de uma ou várias áreas de desenvolvimento evidenciando as áreas fortes, as áreas emergentes e as áreas fracas da criança. Este tipo de escalas, normalmente servem para detetar precocemente alterações ao nível do comportamento e do desenvolvimento da criança.

O Perfil de Desenvolvimento da Criança é utilizado pelas educadoras de infância a exercer funções nos Centros Infantis da I.S.S.S., do Distrito de Castelo Branco.

Normalmente divide-se em três áreas: área da formação pessoal e social, área da expressão e comunicação e área do conhecimento do mundo. Cada subárea a observar, é constituída por objetivos ou competências que a criança adquiriu, não adquiriu ou está na emergência de adquirir. Cada escala é específica para cada faixa etária em que a criança se encontra.

Para um prognóstico mais plausível e complementando o instrumento anterior, será aplicada a escala de Avaliação de Competências do Desenvolvimento Infantil “Schedule of Growing Shills II (SGSII)”.

É uma escala que compreende a população infantil dos zero aos cinco anos. A sua estrutura produz pontuação padronizada em 10 áreas do desenvolvimento humano: Postura passiva, postura ativa, locomoção, manipulação, visão, audição e linguagem,fala e linguagem, interação social, autonomia pessoal e cognição. Os resultados são apresentados numa escala intervalar de idades desenvolvimentais.

Ambos os modelos podem ser aplicados por diferentes profissionais na área da educação e da saúde. Em ambos os casos o seu procedimento é de fácil preenchimento. Enquanto que o perfil de desenvolvimento da criança remete para a observação direta da criança ao longo da sua rotina, abrangendo as três áreas conteúdo, A escala de Avaliação de Competências do Desenvolvimento Infantil “Schedule of Growing Shills II (SGSII)” realiza-se por uma observação direta e dialogal com a criança na realização de algumas tarefas estipuladas em cada item. Abrange uma pontuação que conflui na idade cronológica a que a criança pertence ao nível do desenvolvimento.

Rodríguez e Santana, (1999) mencionam que existe uma diversidade de técnicas de instrumentos para avaliar a linguagem, nomeadamente a componente fonológica .Lima (2011), é da mesma opinião referindo que para avaliar a linguagem na sua dimensão expressiva e compreensiva deve avaliar-se todas as outras áreas para entender a causa do atraso/perturbação. Porque um só teste linguístico não existe que possa abranger na totalidade o sistema linguístico. Neste âmbito e tendo em conta o panorama da amostra, selecionámos um teste articulatório: Prova de Avaliação de Capacidades Articulatórias, (P.A.C.A ,2009). Este tipo de avaliação permite observar a produção e a manipulação do fonema pela criança, cujo objetivo consiste em averiguar os desvios articulatórios da criança. Aplica-se a crianças do pré-escolar que abrange as idades dos três anos aos seis anos.(anexo 6)

Este teste é constituído por cinquenta e uma imagens que são apuradas de uma forma flexível não apresentando uma ordem sequencial. Com a apresentação dos cartões de imagens a criança é motivada a nomear as palavras isoladas. Na sua análise ostenta duas colunas uma “Produção Induzida”, em que a criança espontaneamente tenta nomear a imagem pronunciando de forma correta ou incorreta os sons da palavra. A segunda coluna “Produção por Repetição”, a criança vai repetir os sons da palavra correspondente à imagem por imitação a um modelo, neste caso o adulto. Em ambas as colunas será registado todo o processo. Podem ser contempladas várias situações como omissões, distorções, formatos silábicos (CV,CCV, CVC, etc.), substituições, etc. Na interpretação da informação retirada da prova será analisada todo o processo fonológico- fonético da criança, coligando qualitativamente os dados num pequeno relatório. Este tipo de prova constituiu, sem dúvida, um instrumento de recolha de dados que permite aceder aos padrões sonoros que a criança produz no contexto da palavra da sua língua materna.

Outro momento de avaliação e numa primeira sessão avaliativa e para que os resultados sejam mais visíveis, avaliamos de uma forma informal, o desempenho linguístico da criança ao nível da compreensão. O recurso utilizado é uma pequena história que será lida à criança. A criança será avaliada tendo em conta certos itens construídos numa grelha de observação, e cujo os resultados são inscrito na mesma.

Dos dados recolhidos nos testes, será realizado um pequeno relatório do perfil intraindividual e perfil linguístico da criança. Do prognóstico efetuado, foi planeado e

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realizado o programa de intervenção de acordo com as dificuldades da criança, aquisições e necessidades respeitando o ritmo de cada uma.