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CAPITULO II METODOLOGIA EMPIRICA

6. PLANO DE INTERVENÇÃO (Estrutura e Implementação)

Quando realizamos um Programa de Intervenção devemos ter em conta não só a área ou áreas que precisam ser trabalhadas,mas ter a perceção das características, necessidades e interesses da criança.Acontece por vezes que a sua elaboração não é fácil, Warwick, Johnstone e Janessen (s/d), referenciado por Rodrigues (1997), citado por Moreia (2003,p.13) mencionam que:

“não há respostas simples, não há soluções simples que possam ser aplicadas como receita a cada caso, não há receitas definitivas, não há nenhuma receita que tenha funcionado no problema de uma criança e possa ser aplicada a outra que porventura, apresente um problema idêntico”.

Atualmente muitos autores entre os quais, Rodríguez e Santana (1999), referem que a planificação de estratégias num Plano de Intervenção deve ser estruturado cuidadosamente, tendo em conta a idade cronológica da criança e suas habilidades. Para Morais (2003) requer um conhecimento do objeto que vai ser trabalhado, na tentativa de encontrar as melhores estratégias de funcionamento de modo adequar as respostas pedagógicas, valorizando toda a ação da criança, respeitando o seu próprio ritmo de trabalho.Estudos realizados por Viana (2001) equacionam que a realização de um Plano de Intervenção em contexto pré-escolar incidindo, no domínio fonológico-fonético, as crianças mais pequenas terão mais possibilidades de apresentarem bons resultados nas aprendizagens formais. Enquanto as iniciam o ensino básico com um frágil desenvolvimento da consciência fonológica, apresentam mais insucesso escolar e estão anos mais tarde entre os maus leitores.

Lima (2011), considera que a conquista que se vai realizando ao longo do treino fonológico-fonético, abrirá as “portas” para o enriquecimento e desenvolvimento da produção oral (lexical e semântico).

Neste teor, Bleile (1995) citado por Rodríguez e Santana (1999), reforça a ideia que o êxito da intervenção fonológica depende da evolução que a criança vai vivenciando. Tais fatores podem ser evidentes sobretudo quando perceciona e discrimina a maior parte dos sons, articula os fonemas na sua totalidade, entre a 10% a 50% de vezes em distintos contextos fonéticos, na capacidade de pronunciar e compreender as sílabas em distintos tipos de palavras, na imitação de modelos linguísticos de forma múltipla e variada adequados às situações e evitando uma linguagem infantilizada e empobrecida. Constituem sinais positivos que urge de uma intervenção positiva e de sucesso.

Para Silva (2003), o treino da consciência fonológica subentende numa multiplicidade detarefas que auxiliam uma avaliação e uma reeducação. Já Viana e Teixeira, (2002), mencionam a existência na consciência fonológica de três formatos que devemos ter em mente: a consciência silábica, a consciência de unidades intrassilábicas e a consciência fonémica. Entre elas destacam-se tarefas de discriminação auditiva de palavras, reconstrução, supressão ou substituição de um determinado som (inicial, medial ou final); no reconhecimento e identificação de palavras que rimam; na identificação daposição de um determinado som (inicial, medial ou final);na descodificação da palavra em fonema; e na segmentação silábica; Para Lima (2011), Rodrígez e Santana (1999), este tipo de tarefas na sua diversidade enquadram-se na existência de uma prática educativa e de uma reeducação, ajustando ao tipo de dificuldade linguística que a criança apresenta de modo a desenvolver as competências linguísticas.

Atendendo ao enquadramento da nossa amostra, consideramos pertinente elaborar um Plano de Intervenção que incide sobre a consciência fonológica. Com o objetivo, de sensibilizar as crianças para os elementos constituintes da frase: palavra, sílaba e fonema. Ao mesmo tempo estimular e articular corretamente alguns fonemas /t/; /v/; /k/; /l/ e /r/,que apresentam com dificuldades. De fato a motivação será o motor de arranque na exploração, manipulação e descoberta da linguagem.

Houve atividades que não se enquadram na nossa planificação uma delasremete para a identificação da posição da silaba no meio e final da palavra, que sendo uma das últimas aquisições fonológicas que a criança interioriza (Lima,2011), achamos por bem determinar as que adequassem melhor perfil linguístico da nossa amostra. Tivemos a preocupação de selecionar e propor uma ordem sequencial, em que as dificuldades dos exercícios vão aumentando cognitivamente com um nível de grau de exigência, do mais simples para o mais complexo.

O Plano de Intervenção (anexo 5) é composto por dois módulos: Fonológico e Fonémico. Constituindo na sua totalidade por vinte e um sessões com um ou dois exercícios no máximo. Evidencia-se um objetivo por cada sessão relacionado com o desenvolvimento da consciência fonológica-fonémica. No final de cada sessão existe uma pequena grelha que possibilita avaliar o exercício, que servirá de base para uma análise de dados finais. O desenrolar do processo de intervenção foi realizado nos meses de outubro, novembro e dezembro. O tempo previsto foi mais ou menos de 35 minutos por sessão durante três dias por semana (2ª, 4ª e 6ª feira). O contexto onde se realiza as sessões, foi na sala de atividades das crianças, sendo realizada individualmente. A flexibilidade está presente, podendo um exercício ser ou não alterado de acordo com os interesses e ritmo da criança. Os materiais disponíveis na realização dos exercícios, foram construídos por nós e outros retirados em livros de atividades do pré-escolar.

Analisando o percurso que fomos delineando no antes e após da implementação do Plano de Intervenção, possibilitou de uma certa forma constituir um perfil de características linguísticas que submerge a nossa amostra. A motivação que esteve

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presente foi a principal ferramenta para uma aprendizagem ativa e lúdica. Lentin (1990) considera que quando a criança está motivada, está sensibilizada para a linguagem oral como tal terá mais facilidade em querer comunicar e aprender. Temos consciência que os exercícios propostos suscitaram participação e interesse pelas crianças tal fato se foi constatando ao longo do Plano de Intervenção. A apresentação dos resultados procedeu- se em dois momentos. Em primeiro lugar a realização de uma síntese descritiva da implementação do Plano de Intervenção tendo em conta a avaliação dos registos dos quadros (anexo 3). Em segundo lugar uma sinopse comparativa das duas avaliações realizadas com o instrumento P.A.C.A.