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1. Prática Supervisionada em Educação Pré-Escolar

1.1. Contextualização

1.1.3. Caraterização do grupo de crianças

O grupo de crianças com o qual tivemos a oportunidade de trabalhar e realizar a PSEPE era dirigido pela educadora Célia Santos e pertencia à Sala dos Coelhinhos, mais concretamente à faixa etária dos 5 anos.

De seguida, caracterizamos um pouco melhor o grupo em causa, referindo as características gerais do mesmo, as condições sócioeconómicas, o perfil do grupo, a caracterização dos pais, entre outros. É importante referir que a informação que se segue foi recolhida através da observação diária que efetuámos ao longo do estágio, simultaneamente com a recolha de dados junto da educadora cooperante.

Relativamente ao número de crianças, sexo e idade, pudemos averiguar que se tratava de um grupo heterogéneo, na medida em que estávamos perante um grupo misto, constituído por 24 crianças, abrangendo no total 13 rapazes e 11 raparigas. No início do ano letivo frequentavam a sala 25 crianças, porém no final do mês de fevereiro dois meninos abandonaram a instituição devido ao facto de encontrarem ou terem possibilidade de ingressar num Jardim-de-Infância mais perto da sua zona de residência. No entanto, no final do mês de abril, entrou uma nova criança para frequentar a sala, sendo que esta se tratava de um rapaz. Devido ao facto de ter entrado nessa altura do ano letivo, não nos foi possível recolher informações relativamente à criança e aos seus pais. Desta forma, todos os dados que se seguem dizem apenas respeito às 23 crianças, na medida em que até à data apenas recolhemos informações acerca das mesmas.

No que diz respeito à data de nascimento, pudemos averiguar que 20 crianças nasceram no ano de 2008 e as restantes três crianças nasceram em 2009. Tal facto ocorreu devido a uma questão de organização da própria instituição, sendo que de forma a equilibrar melhor o número de crianças em cada sala, consideraram pertinente colocar três crianças na Sala dos Coelhinhos, ou seja, estas irão frequentar a sala dos 5 anos duas vezes consecutivas. Apesar das três meninas em causa serem mais novas que o restante grupo, não foi notória uma diferença, na medida em que

atividades propostas. Desta forma, pudemos concluir que relativamente à faixa etária, grande parte das crianças tinha 5 anos de idade, sendo que algumas já tinham completado os 6 anos.

Tendo em conta o caráter socioeconómico, pudemos constatar que grande parte das crianças pertencia a um nível socioeconómico e cultural médio/baixo, uma vez que os pais possuíam algumas dificuldades financeiras.

Relativamente ao número de irmãos averiguámos que 9 crianças não tinham irmãos; 9 crianças tinham um irmão; quatro crianças tinham dois irmãos; e por último, uma criança tinha quatro irmãos.

No que diz respeito aos pais, estes diferiam bastante relativamente às habilitações académicas e à profissão que exerciam. De forma a sintetizar melhor toda esta informação, apresentar-se-á de seguida duas tabelas com os dados relativos aos mesmos. Da análise da tabela 1 sobressai que a maioria dos pais tinha como habilitação o 12.º ano, sendo muito poucos os detentores de formação superior. No que respeita às atividades profissionais, estas são muito diversificadas (tabela 2) mas destaca-se claramente o exercício de atividades do setor terciário.

Tabela 1 - Habilitações académicas dos pais

Pais Mães 6º ano 0 2 9º ano 7 5 10º ano 1 1 12º ano 8 12 Licenciatura 2 3 Desconhecido 5 0

Tabela 2 - Profissões dos pais

Pais Mães

Empresário 1 Cabeleireira 1

Eletricista 1 Estudante 2

Gerente 1 Formadora 1

Pintor 2 Empregada de café 3

Contabilista 1 Empregada de limpeza 3

Operador fabril 3 Operadora de caixa 1

Polícia 1 Operadora fabril 1

Empregado de loja 1 Enfermeira 1

Subdiretor de uma escola 1 Encarregada de cozinha 1 Técnico de elevadores 1 Auxiliar de ação médica 1

Técnico de serviços 1 Cozinheira 1

Desempregado 3 Consultora 1

Desconhecido 6 Desempregada 4

Quanto ao desenvolvimento das crianças, pelo que nos foi possível compreender, todas apresentavam padrões de desenvolvimento normal para a sua idade. Porém, a nível comportamental e afetivo/social detetámos algumas falhas, provavelmente devido ao meio familiar em que estavam inseridas. Na nossa opinião, tal situação surgiu por nem sempre lhes ser incutidas em casa as normas de convivência social. Esta realidade tornava bastante complicado conseguir lidar e controlar o comportamento das mesmas dentro da sala, refletindo-se na própria relação que estabeleciam com os restantes colegas e adultos. Ao longo do estágio, foi-nos possível observar que existiam essencialmente quatro crianças com este problema, sendo que muitas das vezes adotavam comportamentos desadequados, eram verbalmente mal- educadas e por momentos mal tratavam fisicamente os colegas, tornando-se agressivas.

Um aspeto importante salientar é que a instituição disponibilizava apoio psicológico às crianças, sendo que naquele momento cinco estavam a ser acompanhadas, embora por motivos distintos. Em alguns casos era devido ao comportamento, como já foi referido anteriormente e, noutras situações por problemas dentro do próprio seio familiar.

Tendo em conta as atividades extracurriculares que a instituição dispunha, estas ficavam ao critério dos encarregados de educação inscreverem ou não o seu educando, pois eram atividades pagas, ou seja, não financiadas pelo Jardim-de- Infância. Deste modo, as atividades disponíveis eram ginástica, natação e música. Naquele momento, 7 crianças não tinham ginástica, 12 não tinham natação e 10 não tinham música, provavelmente devido a carências económicas e impossibilidade de pagar as mesmas.

1.2. Organização da Prática Supervisionada em Educação Pré-