• Nenhum resultado encontrado

Tarefas desenvolvidas em contexto sala de aula (pré-visita)

3. A investigação: Explorações geométricas na cidade – uma experiência no

3.5. Descrição da implementação da visita de estudo

3.5.2. Tarefas desenvolvidas em contexto sala de aula (pré-visita)

Em seguida iremos apresentar uma descrição das atividades desenvolvidas na pré-visita. Importa referir que no dia que antecedeu à visita de estudo, as atividades propostas tinham também como objetivo motivar os alunos para a mesma, bem como dar início à abordagem de alguns conteúdos matemáticos a trabalhar, nomeadamente, relacionados com os conteúdos “figuras geométricas” e as suas propriedades.

Todas as tarefas propostas na pré-visita foram organizadas sob a forma de guiões de aprendizagem (apêndice 1), sendo estes entregues segundo a mesma ordem de apresentação no corpo do trabalho.

Leitura, análise e compreensão de um poema

A primeira atividade desenvolvida, enquadrada na tipologia de abordagem didática, consistia na leitura, análise e compreensão de um poema presente no livro “Figuras Figuronas” de Maria Alberta Menéres. Este aborda a figura geométrica do quadrado, sendo que através da exploração do mesmo foi possível estabelecer a conexão entre a área da Matemática e do Português.

Inicialmente, solicitou-se aos alunos que observassem e analisassem a ilustração presente na capa do livro, bem como o título do mesmo. Neste momento, foi-lhes também pedido que identificassem e nomeassem algumas figuras geométricas, procurando assim ativar os conhecimentos prévios dos alunos. Para uma melhor perceção do conteúdo do livro, optou-se por ler o prefácio do mesmo (apresentado anteriormente no ponto 3.3.2., integração da Matemática com outras áreas curriculares), debatendo depois, em coletivo, o significado do mesmo.

De seguida, foi-lhes apresentado o poema em questão, explorando novamente com os mesmos a ilustração. O objetivo era que conseguissem antever qual a figura geométrica descrita no poema, ou seja, o quadrado. Para que cada aluno pudesse ler o poema, individualmente e silenciosamente, entregou-se uma cópia do mesmo a cada um. Depois, leu-se em voz alta o texto, pedindo aos alunos que acompanhassem a leitura em silêncio. No fim, cada um teve oportunidade de ler um excerto do mesmo em voz alta, permitindo assim treinar também a leitura.

Deu-se, em particular, maior destaque aos termos e conceitos matemáticos presentes no poema, dialogando com a turma relativamente ao seu significado.

Por último, cada aluno respondeu às questões de interpretação incluídas no guião (apêndice 1, guião do aluno alusivo ao livro “Figuras Figuronas”), sendo este alusivo ao texto trabalhado, tanto ao nível do Português, como da Matemática. A concretização do mesmo decorreu de forma individual, sendo depois recolhido e corrigido oralmente, solicitando a participação dos vários alunos, aleatoriamente.

Construção e exploração do puzzle “Tangram”

Como segunda tarefa, de sistematização didática, propôs-se aos alunos a construção e exploração do puzzle Tangram (apêndice 1, guião do aluno para a construção e exploração do Tangram, tarefa 1, 2 e 3).

Partindo da figura geométrica abordada anteriormente no poema, cada aluno recebeu uma folha de desenho A5, sendo-lhes pedido que a cortassem de modo a obter a forma de um quadrado. Em seguida, recorrendo ao guião e aos vários passos descritos no mesmo, cada aluno, individualmente, construiu um Tangram. À medida que obtinham as várias peças deviam escrever no seu interior o nome de cada uma delas, procurando assim identificá-las. Posteriormente, foi-lhes pedido que tentassem reconstituir o puzzle, ou seja, que obtivessem a forma original do mesmo – o quadrado, colando-o posteriormente no guião.

Por último, cada aluno recebeu um Tangram em material resistente, para que pudessem manuseá-lo e explorá-lo livremente.

Introdução de noções geométricas através de dobragens de papel

No período da tarde, demos início à abordagem lúdica, através de dobragens de papel, de conceitos geométricos.

Relacionando novamente com a atividade anterior, nomeadamente às peças do Tangram, os alunos foram questionados acerca do significado etimológico “triângulo”, explorando assim a sua origem e introduzindo o termo “ângulo”. Após um pequeno diálogo acerca do significado atribuído ao termo ângulo, cada aluno recebeu uma folha de papel de desenho, de forma a dar início através de dobragens de papel e da pintura, à abordagem de conceitos matemáticos, como semiplano, semirreta, vértice e ângulo. Mais concretamente foi pedido aos alunos que dobrassem uma folha de papel e, posteriormente, traçassem a reta representada pelo vinco e colorissem, com uma cor à sua escolha, uma das partes em que ficou dividida a folha. Esta atividade permitiu introduzir a noção de semiplano. De seguida, os alunos fizeram um novo vinco e reproduziram o procedimento anterior. A noção de ângulo convexo foi associada à interseção dos dois semiplanos. Seguidamente, recortaram o ângulo convexo, assinalaram o vértice e os lados.

Posteriormente, os alunos foram convidados a mostrar aos seus colegas os ângulos construídos e levados a observar e concluir que existiam diferenças entre eles, relacionadas com a maior e menor “abertura” dos lados, ou seja, com a amplitude dos ângulos. Assim, foi explicado à turma que existem vários tipos de ângulos convexos. Depois, foi-lhes entregue novamente uma folha de papel e pedido que a dobrassem em quatro partes iguais, obtendo assim a representação de um ângulo reto. Em seguida, desenhou-se no quadro diferentes ângulos convexos e foi- lhes solicitado que por observação, indicassem se algum dos ângulos lhes parecia ser reto e quais os que pareciam ter maior e menor amplitude que o mesmo. Simultaneamente, explicou-se que quando um ângulo tem amplitude menor do que um ângulo reto, o ângulo diz-se agudo, e quando o ângulo tem amplitude maior do que um ângulo reto, o ângulo diz-se obtuso. Terminada a explicação, cada aluno colou no seu caderno diário as várias representações que produziu (ângulo convexo, ângulo reto, ângulo obtuso e ângulo agudo), nomeando-os, trançando as semirretas, colorindo a região entre os lados e assinalando o vértice.

Por fim, foi afixado no quadro a imagem de um metro articulado, sendo o objetivo desta tarefa que os alunos se dirigissem ao quadro e identificassem os ângulos formados pelo mesmo.

Propriedades das peças do Tangram

Esta atividade, de novo de abordagem didática, consistia na conclusão do guião do aluno alusivo ao Tangram (apêndice 1, guião do aluno para a construção e exploração do Tangram), iniciado no período da manhã, nomeadamente a tarefa 4 e 5, nas quais se pretendia que os alunos reconhecessem nas diferentes figuras geométricas que constituem o Tangram, a presença de diferentes tipos de ângulos convexos. Assim sendo, o pretendido era que assinalassem nas várias imagens, os ângulos retos a azul, os ângulos agudos a vermelho e os ângulos obtusos a verde. Em seguida, deviam preencher um quadro, referindo quantos ângulos tinha cada um dos tans, bem como classificá-los.

Leitura, análise e compreensão de uma notícia

No dia seguinte, quarta-feira, durante o período da manhã deu-se seguimento com as atividades. Assim sendo, foi feita a leitura, análise e compreensão da notícia

“Centro de Cultura Contemporânea à conquista de outros espaços”. Tal como indica o

título, a notícia fala acerca do CCCCB, bem como da exposição presente naquele momento. A presente tarefa não só permitiu conhecer melhor o CCCCB, bem como contactar com uma das tipologias textuais a trabalhar no programa de Português para o 4.º ano de escolaridade. Como já referimos anteriormente, houve durante todo este

leitura da notícia foi possível trabalhar um pouco melhor este tipo de texto, bem como dar a conhecer aos alunos o local da visita a realizar no período da tarde. Uma vez que no texto era feita referência ao Sistema Solar, um dos temas da exposição, falou-se ainda com a turma relativamente a este conteúdo, procurando ativar os seus conhecimentos e dar a conhecer mais alguns aspetos fundamentais para a compreensão da visita.

A leitura da notícia foi feita numa primeira fase oralmente e em voz alta pela professora estagiária, sendo que posteriormente os alunos tiverem acesso a uma cópia da notícia, lendo a mesma em silêncio e depois em voz alta para o grupo. Terminada a leitura do texto, foi feita uma análise em coletivo, realizando algumas questões de interpretação, de forma a explorar melhor o conteúdo da notícia, aprofundar os seus conhecimentos e responder a eventuais dúvidas.

Após a análise e interpretação do texto, cada aluno, individualmente, realizou um guião com questões alusivas à notícia lida (apêndice 1, guião do aluno acerca da notícia “Centro de Cultura Contemporânea à conquista de outros espaços”).

Diálogo acerca do meio local e traçar itinerários

Após a concretização do guião alusivo à notícia, estabeleceu-se um diálogo com os alunos sobre os seus conhecimentos acerca do CCCCB, tal como a sua localização, finalidade, arquitetura e meio envolvente.

Posteriormente, foi-lhes entregue um guião do aluno alusivo ao meio local e aos itinerários (apêndice 1, guião do aluno acerca do meio local e itinerários), composto por duas tarefas. A primeira, referente ao meio local, tinha como objetivo o preenchimento de uma grelha, colocando alguns espaços/edifícios que conheciam no património local, bem como o papel social de cada um deles. A segunda parte era relativa aos itinerários, permitindo assim aos alunos que explorassem um pouco o mapa da cidade de Castelo Branco, localizando espaços e traçando itinerários. Deste modo, foram formados grupos de quatro elementos, sendo-lhes distribuído um mapa da cidade. Em grupo e cooperando com os colegas, o pretendido era que analisassem o mapa e localizassem a EBI João Roiz e o CCCCB, traçando os vários trajetos possíveis com diferentes cores.