• Nenhum resultado encontrado

3. A investigação: Explorações geométricas na cidade – uma experiência no

3.7. Perspetiva da professora titular de turma

Tal como foi referido anteriormente, foi realizada uma entrevista semiestruturada à professora titular de turma.

A entrevista realizou-se numa sala de apoio do pavilhão do 1º Ciclo da EBI João Roiz, no final do tempo letivo e após a implementação das atividades de investigação. No momento da entrevista optou-se por fazer a gravação áudio, sendo posteriormente transcrita na íntegra (anexo C). Por fim, foi feita a análise das várias respostas dadas pela professora titular de turma, em conformidade com as categorias de análise definidas e apresentadas anteriormente (tabela 22)

Assim, quando questionada acerca do projeto de investigação, esta diz tê-lo encarado de forma positiva, pois “… pareceu um desafio interessante fazer explorações geométricas na cidade”. Quanto à sua articulação com a Prática Supervisionada, afirma ter sido feita uma perfeita articulação, realçando que “… foi desenvolvido na altura adequada à introdução dos conteúdos aos quais era destinado, que era as figuras geométricas e os ângulos”.

Relativamente à unidade didática, além de considerar que a mesma estava adequada, referiu ainda que “… ia de encontro a conteúdos trabalhados e a trabalhar no programa da disciplina de Matemática, bem como na área de Português e Expressões”.

Sobre os diferentes momentos do estudo, quando questionada sobre a relevância das atividades realizadas pelos alunos, antes da visita de estudo, a professora titular de turma considerou que “todas as atividades foram pertinentes pois a sua diversidade conseguiu prender a atenção dos alunos sempre que direcionadas para o mesmo objetivo, sem estes se aperceberem diretamente”. Salientou ainda que na sua opinião “as atividades apresentadas foram todas bem-sucedidas”.

Uma vez que recorremos ao Português, nomeadamente à literatura infantil para dar início aos conteúdos matemáticos a trabalhar, a professora titular de turma afirmou que “… a escolha da poesia foi adequada porque para além de focar o tema a

desenvolver, foi de encontro aos diversos tipos de textos que os alunos têm de saber identificar”, acrescentou ainda “o engraçado é que os alunos gostam sempre quando se consegue fazer uma ligação das atividades que lhes propomos e isso foi feito, partindo deste livro… houve interdisciplinaridade”.

No que diz respeito ao uso do Tangram, a professora referiu que na sua opinião é importante para os alunos manusearem este tipo de puzzles, pois permite uma melhor compreensão e aprendizagem. Explicou ainda que “… é um puzzle que permite explorar vários aspetos ao nível da Geometria e Medida”.

Relativamente à articulação entre as atividades pré-visita e a visita de estudo, a professora afirmou que estas estavam ajustadas às atividades desenvolvidas posteriormente na visita de estudo, complementando que foram úteis para um melhor desempenho e perceção por parte dos alunos, pois “… ficaram bem mais despertos para os aspetos que deveriam ser melhor observados e registados”.

No que diz respeito à visita de estudo ao CCCCB, após ter sido questionada relativamente à adequação das atividades e do espaço aos alunos, esta referiu que “… os grupos tinham um número adequado de crianças e o espaço exterior não apresentou condicionantes … as atividades decorreram de forma positiva, havendo uma boa movimentação de todos os que estavam envolvidos.” Na sua opinião, todas as atividades estavam devidamente articuladas entre si. Quanto à relevância das mesmas, mencionou que “… todas foram interessantes, pois foram todas bem exploradas de acordo com o pretendido”, justificando ainda que “…primeiro porque só pelo facto de realizarem uma atividade fora da sala de aula já é bom. Segundo, tiveram também oportunidade de conhecer o interior e exterior do Centro Cultural, bem como a sua função. E terceiro, porque fizeram uma ótima ligação entre os conhecimentos adquiridos na sala de aula e a realidade envolvente”. Ainda relacionado com a visita de estudo, salienta que esta contribuiu para desenvolver nos alunos um conjunto de competências, quer ao nível social como curricular.

Quanto à pertinência e adequação do guião do professor entregue na visita de estudo, a professora diz ter-se sentido mais tranquila, uma vez que tinha consigo todas as informações e tudo o que era necessário para a correta concretização da mesma.

Relativamente ao momento pós-visita, quando questionada acerca da importância das atividades desenvolvidas, explica que “… se as atividades de preparação de uma visita são importantes, mais o são as que se realizam após a mesma, pois só assim se pode aferir os conhecimentos”. De todas as atividades implementadas, destacou o jogo com o Tangram como a mais relevante, sendo também, o que na sua opinião mais despertou o interesse dos alunos.

Tendo em conta os vários recursos didáticos desenvolvidos e utilizados ao longo deste estudo, a professora afirmou que todos estavam adequados ao grupo e

Por último, relativamente aos espaços formais e não-formais de ensino, a professora refere que houve sempre a preocupação, em ambos os contextos, de fazer a ligação entre as diversas áreas curriculares, sendo que, no caso particular da Matemática, foco do estudo, “… as atividades desenvolvidas também foram sempre muito bem conseguidas, dentro e fora da sala de aula”.

Quanto ao contributo destas experiências para o desenvolvimento de atitudes positivas nos alunos, considerou que “… a interação entre eles é sempre de valorizar e como tal, acho que é uma situação em que se valoriza bastante a interação entre eles dentro do grande e pequeno grupo”. Para terminar, focando novamente a atenção na área da Matemática e, tendo a preocupação de despertar nos alunos um maior interesse e gosto pela mesma, a professora afirmou que na sua opinião as aprendizagens em contextos não-formais favorecem ambos os aspetos, uma vez que “… tudo o que é aprendido sem o intuito de obrigatoriedade é sempre melhor conseguido, sendo mais motivador”.

De um modo geral, a entrevista à professora titular de turma permitiu concluir que a mesma considera que as atividades propostas antes, durante e após a visita estiveram devidamente adequadas e articuladas entre si, bem como aos espaços escolhidos ao grupo de alunos. As atividades implementadas permitiram estimular a motivação e interesse dos alunos para as aprendizagens, nomeadamente na área da Matemática. O trabalho desenvolvido em contextos não-formais torna ainda as aprendizagens mais enriquecedoras e significativas, sendo um complemento fundamental ao trabalho desenvolvido em sala de aula.