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Carla da Penha Bernardo, da UFRJ.

negra, além de mais cara, era difícil de ser adquirida no Estado – é isso o que o autor tenta provar em suas 236 páginas manuscritas. Havia, de um lado, a proibição do cativeiro defendida pelo Reino e pelos jesuítas, por isso era preciso não apenas mostrar a necessidade de submeter os Tapuias ou índios, como os europeus os chamavam, mas sobretudo prová-la com fatos. Isso foi motivo de muitos conflitos no Maranhão, o que levaria o povo local a se revoltar, a perseguir e a expulsar os jesuítas. Sequer o padre Antô- nio Vieira escaparia.

A dependência do português em relação ao indígena era to- tal, ‘comendo o branco por sua mão’ e sendo salvo, pelos nativos, das matas desconhecidas onde os europeus morriam por não po- derem encontrar a saída:

Demais que, se há razão para se captivarem pretos, desterrando-os de suas terras, menos escruplo, parece, se podia fazer de pessuir Tapuias captivos, ficando no seu natural senhores de suas plantas e criações os que delas querem tratar, como se não fossem captivos; nem tal captiveiro se po- dia tomar pelo reputado dos teologos na Europa, onde há tal fome e frio, que vestem e comem o que seus senhores lhes dão; e no Brasil vai tanta dife- rença, que, baste saber-se, não há fome, nem frio: comemos por sua mão, e quando eles querem. (p. 176-7).

Nem esse fato, no entanto, foi suficiente para permitir que a maioria dos brancos visse no índio um semelhante. À época, homens simples ou nobres, seculares ou religiosos não viam nos nativos senão um animal, o que já ocorrera com os negros.

Ainda em 1720, Rafael Bluteau, renomado autor do Voca-

bulário latino-português, escreveria, a respeito dos negros, as

seguintes linhas, representantes do pensamento da época: Tem o [salvagem] cara quasy da feyção de homem, com o nariz chato, & revolto, cabeça gros- sa, peyto sem cabello, & as costas cubertas de cabello negro. Tem este animal muyta força, & muyta agilidade. Sabe porse em pé, & quasi sempre anda direyto. Ha salvagem macho & salvagem femea; esta tem peytos, & ventre a modo de mulher /..../. Em Hollanda trouxerão ao Príncipe Frederico

Henrique hua salvagem femea do tamanho de hua rapariga de tres annos, ainda que gorda,& repleta, era muyto agil, bebia & comia com aceyo, & dormia em cama com lençois como gente.

Esse pensamento acerca dos negros e dos índios também se apresenta no Noticiário em vários pontos. Havendo um grupo destes sido levado a Lisboa, diante da repugnância manifestada pelo povo, que “se retirava, ou pelo menos intojava, não lhe saben- do o nome, mais que de ‘papa gente’” (p. 173), J. S. Ferreira conclui como Bluteau: “/..../ os Indios, tão alheios dela [são, i. é: da capacidade], que, de gente, parece, não têm mais que a similhança /..../”. (p. 173).

O mesmo tipo de exposição se daria com seis indígenas leva- dos a Paris, anos antes, onde receberam nomes franceses e se casaram com francesas. Três deles teriam morrido, segundo Malherbe, “pelo ar não lhes ser saudável”.

Séculos passados, parece-nos tristemente risível o exotismo e a exploração desses europeus que tudo nos levavam, desde “pa- pagaios sabendo algumas palavras de francês”, até nossos ho- mens. Portugueses e franceses, portanto, davam o mesmo trata- mento aos maranhões brasilianos. Assim, pode-se delinear uma resposta à pergunta tantas vezes feita sobre os resultados de uma colonização, no Brasil, realizada por povos que não o lusitano.

Pode-se dizer que enquanto os primeiros pretenderam, de certa forma, criar a Nova Lusitânia imaginada por Gândavo, os últimos fundaram sua efêmera França Equinocial. Os próprios brasílicos, com o tempo, puderam percebê-lo. Por isso, diante do armistício entre franceses e portugueses no Maranhão, os índios tomam uma lúcida atitude: “/..../ os índios /..../ manifestavam a intenção de fugir /..../; nas aldeias, espalhara-se o rumor de que, se os brancos haviam chegado a um acordo, era para reduzi-los, todos, ao cativeiro /..../.” (Apud PIANZOLA).

Em pleno século XVI, vivia-se no Brasil um atemporal medievalismo, falando-se em “liberdade sujeita”, em servos, em dis- tribuição desigual de terras, problemas que se estenderiam aos sé- culos seguintes. Não se pode, pois, deixar de admirar a forma mais moderna e humana de colonização adotada pelos religiosos, sobre- tudo os jesuítas, o que levaria os habitantes da Colônia a persegui- rem-nos, fato que se repetiria em outros países. As palavras de alguns religiosos, no entanto, dão conta de sua idéia de conversão, como nos lembra J. G. Merquior: “Anchieta acha os silvícolas ‘sem

engenho’; desenganado, chega a recomendar ‘espada e vara de ferro, que é a melhor pregação”. Quanto a Nóbrega, seu desabafo é franco: ‘São tão bestiais, que não lhes entra no coração coisa de Deus’”. (Apud MERQUIOR, p. 18).

Apesar disso, o tratamento atribuído aos indígenas no Grão- Pará, como indica Souza Ferreira, se podia ser de extrema cruelda- de, também podia ser mais humano, sobretudo quando comparado ao que era dado aos negros. Contudo, nem isso foi suficiente para impedir que os índios fossem tachados de “naturalmente preguiço- sos”, ainda que até suas crianças fossem forçadas ao trabalho.

Esse bom tratamento dado aos índios era uma necessidade, caso contrário, como se indica no Noticiário, eles morriam – natu- ralmente ou por vontade própria – ou se rebelavam, matando os brancos, o que, pouco a pouco, também os seculares perceberam. As crônicas da época mostram que o indígena jamais se sub- meteu espontaneamente. Mesmo os curumins fugiam diante da pri- meira oportunidade. Muitos, incapazes de lutar, preferiam a morte de formas variadas e “desasperadas”, como indica Ferreira, fato que a literatura romântica apresenta com menos idealismo do que hoje se imagina:

/..../ muitos que, desno principio da conquista estavam servindo aos Portugueses por amigos e companheiros; outros que, quando buscavam a paz, que com sinal de cristandade se lhes havia premetido, então se achavam com a liberdade ren- dida, e assim permaneciam, como se expirimentava, matando aos senhores e fugindo; outros comendo terra e morrendo; e as femeas tomando medecina para não gerarem; e se alguas chegavam a ter fructo, lhe faziam, como me succedeo, que, comprando duas Indias com ua cria, se meteram pelo mato, e, daí a tres dias, voltaram fartas, mas sem o filho, ensinando outros a comer carvão, cinza, cascas de pao, terra e outras desasperações, com que uns e outros se malogravam. (pp. 178-9).

Por que teriam os índios ‘escapado’ ao jugo, ao contrário dos negros? Por muitas razões, mas, principalmente, porque, como vimos, os brancos deles dependiam e porque, eles, ao contrário dos negros, escapavam com facilidade pelos matos:

Nem estas terras eram como as do Brasil, onde todos os meses lhes entravam [sic] cantidade de negros, o que não tinha o Estado do Maranhão, por suas deficuldades, e que, se os estilos das ter- ras faziam lei, não eram estas capazes, ainda que em algu tempo tevessem pretos, para se viver só com eles, e sem alguns Indios para guias e pilotos dos mares, por não haver outras estradas de que os pretos nem a si se saberiam livrar, quanto mais aos brancos, e menos entrarem e saírem dos matos com a caça, de que no Estado se vive, pelo menos no Pará /..../. (p. 48).

Apesar desse conhecimento geográfico e do fato de muitos conhecerem a língua túpica ou geral ao lado da sua, os índios sucumbiram. Os negros, por outro lado, resistiram, mas ainda hoje se reflete o tratamento de séculos idos.

A abolição da escravatura só se deu quando esta era já um fato. E os libertos de então, sem meios de subsistência, tinham poucos caminhos: vinganças contra os senhores, assal- tos em estradas, roubos a fazendas ou nova sujeição aos se- nhores. Aptidão para o crime e subserviência, diriam alguns, palavras que são repetidas irrefletidamente, passados mais de cem anos. E esclarece o samba contemporâneo que o negro hoje está “livre do açoite da senzala, preso na miséria da favela” por problemas que refletem os do passado. No Noticiário, contudo, fala-se principalmente da causa índia.

No que diz respeito à religião, Ferreira indica “/..../ assim como não há nenhu [índio] que reze de sua devação [devoção] mais que enquanto os fazem repetir o que se lhes ensina; da mes- ma maneira, é necessário, para fazerem algua cousa, estar-se- lhes sempre apontando com o dedo” (p. 205).

Também os franceses reconhecem que “ensinam” práticas aos índios, inclusive as religiosas e que eles, segundo Yves d’ Évreux, “embora não compreendam nada /..../, avançaram tanto que dir- se-ia que viveram toda a sua vida entre os franceses” (Apud PIANZOLA, p. 159). E, apesar das evidências, o padre Yves d’ Évreux concluiria que a terra estava conquistada “não pela força, mas pelo amor” (id., p. 163).

Diferença foi e continua a ser sinônimo de estigma. Por isso, em relação à língua túpica, acreditaram os portugueses – inclusive João de Souza Ferreira – não possuir o F, o L e o R entre seus

fonemas por se tratar de gente “sem Fé, nem Lei, nem Rei”. Dessa idéia, não escaparia sequer o lúcido e competente Franco Barreto em sua Ortografia da lingua portuguesa.

Mas o preconceito lingüístico não se ateve ao século de Ferreira. Acreditou-se que a pretensa “preguiça natural” dos na- tivos se devesse também ao calor tropical, que atingiria, inclusive, sua pronúncia. Em texto de Caldcleugh, de 1825, transcrito em “A vitória do português no Brasil colonial”, de J. H. Rodrigues, lê-se: O português falado pelos brasileiros /..../ distingue-se facilmente do português de Portu- gal. O modo de falar é muito mais vagaroso, uma particularidade que se nota em todas as colônias, e pode somente ser atribuído ao clima, ao privar seus habitantes da atividade de espírito, da qual não há deficiência na Europa, produzindo de fato considerável lassidão.

Apesar da idéia de lassidão e subserviência que os brancos passaram acerca dos índios, o que se observa nas crônicas antigas é seu desejo de escapar ao jugo de todas as formas, até mesmo asfixiando-se, provocando o aborto e comendo terra. Isso ocorre, por exemplo, com uma índia prestes a ser devorada por uma tribo inimiga, a qual, liberta pelos portugueses, segundo João de Souza Ferreira, “/..../ vendo que a desamarravam, voltou o contentamento em lagrimas, mostrando que queria mais morrer e deixar nome em tão celebrada festa do que ser escrava dos brancos” (p. 209).

Anos antes, no mesmo Maranhão, houve conflitos entre os próprios índios em razão de alguns se renderem aos franceses. Nesse momento, uma índia lhes gritaria: “Não, não /..../, jamais nos rende- remos aos tupinambás, eles são traidores. Eis que nossos principais estão mortos e morreram por essas bocas de fogo [os mosquetes], coisa que nunca vimos. Se for preciso morrer, morreremos /..../.” (Apud PIANZOLA, p. 138).

Há inúmeros casos de violência dos indígenas, apresentados não só no Noticiário maranhense, mas também nas várias crônicas da época. Ao lado dessa, ocorre a violência dos portugueses, narra- da por Souza Ferreira, como o sacrifício público de índios diante da boca do canhão (pp. 37-38). Por vezes, Ferreira critica seus compa- triotas, inclusive os religiosos, de forma extremamente dura, como aqui: “/..../ na verdade, mui odioso era o [titolo] de captivos dos brancos aos Indios, pela falta de justiça”, ou aqui:

/..../ Porém, sendo este o tempo em que se deviam fazer as jornadas de conducções pelo rio das Almazonas, não davam repetidas ambições lugar a esperar monção [estação apropriada] por- que todo o tempo lhe parece pouco [ao coloniza- dor], sendo que no inverno são aquelas jornadas matadoras, assim pelo ruim tempo e pouco sostento que se acha, como pela agoa que então se bebe, turba, das terras que as enchentes vão quebrando e envolvendo, alimpando os lagos e matas que vêm batendo, de que saem nuves de pragas a beberem o sangue da gente: de dia, mui- ta mosca, e, de noite, mosquitos, tantos, e taes, que por melhor que ua pessoa se cubra, tudo pas- sam por chegarem ô couro e carne, que atraves- sam sem darem lugar a que se possa dormir, a que os pobres Indios remeiros fazem descuberta bar- reira, de que, suposto adoecem brancos e negros, destes morrem mais tanto quanto com maior dife- rença lhes custa.

Mas, muito sadio é o Almazonas naquele tempo, quando as agoas apuradas correm, retira- das de toda a praga, e as praias providas de todo bom agasalho, cinco meses de bõa monção; se se subisse pelo natal, e descessem de setembro por diante, serviria de recreação o que servia de ruína, e tudo, assim, aproveitaria, mediante o Creador / ..../. (pp. 214-5).

Pelo que se vê, houve violências e equívocos entre brasílicos, portugueses e franceses no Estado do Maranhão. A antiga colo- nização se mostra como a grande responsável pelas desigualda- des sociais hoje vividas no Brasil. O problema da distribuição de terras, o preconceito racial, o subemprego dos descendentes dos negros, a redução dos grupos indígenas, os apadrinhamentos – tudo isso está contado nas velhas crônicas, inclusive no manus- crito tricentenário de João de Souza Ferreira. O Noticiário

maranhense é um dos documentos que, lido junto aos demais,

serve de subsídio para a História do Maranhão passado e de seus reflexos no Brasil contemporâneo.

Vale a pena lermos textos brasileiros de 300, 400, 500 anos em todos os tempos e não apenas em uma data, sem dúvida memorá- vel, como a que se anuncia. Se, de fato, queremos nos conhecer e aprender com o já ido, que haja cada vez mais espaço para a pesqui-

sa desses textos e dessa língua na Universidade brasileira.

Bibliografia

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Nota

1 As páginas citadas dizem respeito à edição do manuscrito feita por

nós e indicada na bibliografia.

Carla da Penha Bernardo - Mestra em Filologia Românica e doutoranda em Literatura Portuguesa (UFRJ).

1. Apresentação

Ao iniciar o Mestrado na Universidade Federal da Bahia, na área de Lingüística Histórica, no primeiro semestre de 1996, sob a orientação da professora Célia Marques Telles, esco- lheu-se trabalhar com o estudo de alguns aspectos lexicais das receitas encontradas no Livro de cozinha da Infanta D. Ma-

ria, manuscrito português do século XVI, a partir da edição

crítica de Giacinto Manuppella.1

O interesse pelo estudo do vocabulário quinhentista relati- vo à cozinha, surgiu primeiramente da curiosidade despertada ao se entrar em contato com o primeiro livro manuscrito de cozinha portuguesa conhecido até o momento: o Livro de co-

zinha da Infanta D. Maria que provavelmente pertenceu ao

final do século XV e princípios do século XVI2.

Ao deparar-se com tais receitas, reconhecem-se de ime- diato as diferenças em relação às atuais: o vocabulário utiliza- do na época, tanto pode diferir do atual, como pode ser manti- do até os dias de hoje.

Um estudo diacrônico desses vocábulos mostraria a evo- lução de cada um deles, ou a sua permanência na língua resis- tindo às modificações através dos tempos. O presente estudo, entretanto, pretende apenas demonstrar como, apesar de os tempos modernos terem trazido novos utensílios que não exis- tiam na época, grande parte deles permanecem, utilizando ape- nas, algumas vezes, uma nova “roupagem” seja ela na expres- são ou no objeto material.

Os utensílios de cozinha: português