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Foto 28 Exemplo de instalação de banheiro seco na residência de um dos moradores da

5. MATERIAIS E MÉTODOS

5.2 Materiais Cartográficos

5.2.12 Carta da Situação dos Poços e Corpos d’água

Para a elaboração da Carta de Situação dos Poços e Corpos d’água da Comuna da Terra “Irmã Alberta” inicialmente fez-se o levantamento dos poços, anotadas as coordenadas geográficas e discriminada a situação de uso e das condições de manutenção através das informações coletadas por entrevistas com as famílias.

Os parâmetros escolhidos na análise das amostras de água foram selecionados a partir do levantamento da legislação pertinente ao tema. As disposições e encaminhamentos pertinentes a cada Portaria e Resolução estão descritos no Quadro 9, a seguir.

Legislação Disposições e Encaminhamentos

Portaria do Ministério da Saúde 2.914, de 12/12/2011

dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade.

Resolução CONAMA 396 de 03/04/2008

dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento das águas subterrâneas e dá outras providências.

Portaria MS 518, de 25/03/2004

estabelece as responsabilidades por parte de quem produz a água, a quem cabe o exercício do controle de qualidade da água e das autoridades sanitárias, a quem cabe a missão de “vigilância da qualidade da água” para consumo humano; estabelece que a água produzida e distribuída para consumo humano deve ser controlada; estabelece a quantidade mínima e a frequência que as amostras de água devem ser coletadas, bem como os parâmetros e limites permitidos.

Portaria n° 1469 de 29/12/2000 da ANVISA

estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, define os valores máximos permissíveis (VMP) para as características bacteriológicas, organolépticas, físicas e químicas da água potável (Brasil, 2000) e dá outras providências.

Quadro 9 – Disposições e encaminhamentos da legislação referente à contaminação e potabilidade da água para consumo humano

35LEMOS, R. C. de; SANTOS, R. D. dos. Manual de descrição e coleta no campo. 3. ed. Campinas: Sociedade Brasileira

Posteriormente, foram coletadas as amostras conforme metodologia apresentado no Manual Técnico para Coleta de Amostras de Água (MPSC, 2009), que utiliza como referências suplementares as Normas Brasileiras Registradas (NBR) da Associação Brasileira de Normas Tecnicas (ABNT) e do Standard Methods for Water and Wastewater. Os parâmetros levantados obedeceram aos critérios descritos no Quadro10, de acordo com a legislação pertinente ao tema.

Foram avaliados: (1) Padrão Organoléptico de Potabilidade36, em observância à Portaria MS. 2.914, de 12/12/2011 e Resolução CONAMA 396, de 03/04/2008; (2) Padrão de Potabilidade para substâncias químicas que representam risco à saúde, de acordo ao estabelecido pela Portaria MS. 2.914, de 12/12/2011, Portaria MS 518, de 25/03/2004 e Resolução CONAMA 396 de 03/04/2008; (3) Parâmetros que indicam poluição por fertilizantes e despejos domésticos, conforme descritos por Sperling (2005) e discriminados pela Resolução CONAMA 396 de 03/04/2008; (4) Padrão Microbiológico da água para consumo humano, segundo a Portaria n° 1469, de 29/12/2000 da ANVISA, a Portaria MS 518, de 25/03/2004, e a Portaria MS 2.914, de 12/12/2011 – Anexo I.

PARÂMETROS PARA ANÁLISE DE ÁGUA – COMUNA DA TERRA “IRMÃ ALBERTA” Usos Preponderantes da Água

LQP Praticável

Referencial Parâmetros Consumo Humano

Desseden tação de Animais

Irrigação Recreação

μg.L-1

Caracterização dos corpos d’água

(Sperling, 2005)

Temperatura -

Ph >7 proliferação de algas

Alcalinidade Total pH >9,4: hidróxidos e carbonatos; pH entre 8,3 e 9,4: carbonatos e bicarbonatos; pH entre 4,4 e 8,3: apenas bicarbonato (mg/L de CacO3)

Acidez (Gás Carbônico)

pH >8,2: CO2 livre ausente; pH entre 4,5 e 8,2: acidez carbônica; pH < 4,5: acidez por ácidos minerais fortes (caso de despejos industriais)

Padrão Organoléptico de Potabilidade (Portaria MS 2.914, de 12/12/2011 – Anexo X; Resolução CONAMA 396 de 03/04/2008 – Anexo I)

Amônia 1,5 mg/L (Valor Máximo Permitido – VMP)

Cloreto 250.000 (1) 250 mg/L - 100.000 -700.000 400.000 2000

Cor Aparente 15uH (2) Unidade Hazen (mgPt–Co/L).

Dureza Total 500 mg/L - - - -

Ferro 300 (1) (0,3) - 5.000 300 100

Gosto e Odor Intensidade 6 *

Manganês 100 (1) 50 200 100 25

Sólidos Dissolvidos

Totais 1.000.000 (1) - - - 2000

Sulfato 250.000 (1) 1.000.000 400.000 5.000

36Padrão Organoléptico de Potabilidade (POP): conjunto de parâmetros caracterizados por provocar estímulos sensoriais que

afetam a aceitação para consumo humano, mas que não necessariamente implicam risco à saúde (Portaria 2.914, de 12/12/2011 do Ministério da Saúde).

PARÂMETROS PARA ANÁLISE DE ÁGUA – COMUNA DA TERRA “IRMÃ ALBERTA” Usos Preponderantes da Água

LQP Praticável

Referencial Parâmetros Consumo Humano

Desseden tação de Animais

Irrigação Recreação

μg.L-1

Turbidez 5uT (Unidade de Turbidez)

Zinco 5.000 (1) 24.000 2.000 5.000 100

Padrão de Potabilidade para substâncias químicas que representam risco à saúde (Portaria MS 2.914, de 12/12/2011 – Anexo VII e Portaria MS 518, de 25/03/2004* - Tabela 3 e 5; Resolução CONAMA 396 de 03/04/2008 – Anexo I) Nitrato 10.000 90.000 - 10.000 300 Nitrito 1.000 10.000 1.000 1.000 20 Fluoreto * 1.500 2.000 1.000 - 500

Parâmetros que indicam poluição por fertilizantes e

despejos domésticos (Sperling, 2005)

Fósforo P<0,01-0,02mg/L: não eutróficos; P entre 0,01-0,02 e 0,05 mg/L: estágio intermediário; P > 0,05 mg/L: eutrófico

Condutividade - - - - -

Padrão Microbiológico da água para consumo humano (Portaria MS 2.914, de 12/12/2011 – Anexo I e Portaria MS 518, de 25/03/2004* - Tabela 1) Escherichia Coli ou Coliformes Termotolerantes Ausentes em 100ml 200/100 ml - 800/100mL -

Coliformes Totais em 100ml Ausentes 200/100 ml - 1000/100mL - * (3) Intensidade máxima de percepção para qualquer característica de gosto e odor com exceção do cloro livre, nesse caso por ser uma característica desejável em água tratada.

Quadro 10 – Parâmetros para análise da água utilizados na Comuna da Terra “Irmã Alberta”

Os resultados das análises laboratoriais (em Anexo) foram organizados em tabelas e estabelecidos pesos diferenciados de 1 a 4, categorizando os poços em classes quanto à contaminação em BAIXA, MÉDIA, ALTA e MUITO ALTA.

A numeração de 1 a 4, referente aos pesos de cada categoria, foi estabelecida a partir do grau de superação do limite aceitável de potabilidade e/ou contaminação, estabelecido pela legislação. Dessa forma, quando os valores atingiam até 25% acima do aceitável por lei, era adotado peso 01, equivalente à baixa contaminação; >25 a 50% = peso 02 (média contaminação); > 50% a 75% = peso 03 (alta contaminação), e finalmente, > 75% = peso 04 (muito alta contaminação).

Em geral, quando o parâmetro referia-se ao padrão organoléptico, a nomenclatura da classe adotada era PRÓPRIA (OK), no caso de estar em conformidade com os valores estabelecidos pela legislação, ou IMPRÓPRIA (pesos 1, 2, 3 e 4), seguindo a mesma lógica dos graus de superação dos limites, em termos de porcentagem, definidos por lei.

A organização desses dados em tabelas pode ser visualizada na parte de Anexos do trabalho.

Em relação aos 21 (vinte e um) parâmetros estabelecidos para análise da água do assentamento, foram selecionados 12 (doze), mais representativos quanto à contaminação química e microbiológica da água. Isso porque o fato de não atingir o padrão organoléptico aceitável não necessariamente implicaria em risco à saúde humana.

Assim sendo, os parâmetros selecionados abrangeram os níveis de Amônia; Cloreto; Cor; Dureza; Turbidez; Nitrato; Nitrito; Fluoreto; Condutividade Elétrica; Coliformes Fecais; Coliformes Totais e Sólidos Dissolvidos Totais.

Os pesos estabelecidos a cada parâmetro foram somados e em função do Total Máximo de Poluição possível de ser registrado no assentamento, estipularam-se intervalos de valores, seguindo a mesma lógica anterior na definição das respectivas classes do grau de contaminação, já mencionadas anteriormente. Os intervalos dos valores de classificação foram organizados conforme apresentado no Quadro 11, a seguir:

Intervalo de Valores Grau de Contaminação Total Máximo de Poluição (%)

1 a 11 BAIXA < 25%

12 a 24 MÉDIA 25 a 50%

25 a 36 ALTA > 50% a 75%

37 a 48 MUITO ALTA > 75%

Quadro 11 – Intervalos dos valores das classes do grau de contaminação dos poços da Comuna da

Terra "Irmã Alberta", Distrito de Perus/SP, de acordo com o Total Máximo de Poluição registrado no assentamento.

Dessa forma, o grau de contaminação referente aos poços subterrâneos levantados pode ser visualizado no Quadro 24. Posteriormente, essas informações foram transportadas para o mapa topográfico da Comuna da Terra “Irmã Alberta” e organizada uma legenda, contendo essas informações (Mapa 15). A classificação dos corpos d’água superficiais foi inferida em função da qualidade da água apresentada pelos poços adjacentes, ou ainda, pela coleta direta de amostras do córrego correspondente.

5.3 Qualidade dos Solos e das Águas