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Casa de Pasto e Estalagem

No documento queleningridlopes (páginas 174-181)

Propriedades urbanas: características e vinculações com o cotidiano social e econômico.

2.3 Caracterização dos bens urbanos: estruturas, funções e interações mercantis

2.3.7 Casa de Pasto e Estalagem

Nos anos imediatos aos descobertos auríferos no Sertão da Capitania de São Paulo era necessário enfrentar grandes distâncias numa jornada penosa e dificultada pela pouca presença de habitações, roças e ranchos pelos caminhos.

Tendo como objetivo o apresamento de indígenas, embora oficialmente buscassem riquezas minerais e pedras preciosas, os paulistas fizeram incursões ao sertão da Capitania de São Paulo pelas quais abriram caminhos por dentre as matas. Após os descobertos auríferos, nos anos iniciais da exploração, eram duas rotas para se chegar às áreas mineradoras: o chamado Caminho da Bahia ou dos Currais, que tinha como ponto de partida a cidade de Salvador, e o Caminho Velho que partia de Parati tomava o curso de São Paulo para então adentrar em Minas Gerais.373 O Caminho dos Currais foi logo proibido (1702) devido a grande margem de descaminho de ouro que ele proporcionava. De todo modo, o percurso feito pela rota do Caminho Velho foi o preferido durante as primeiras três décadas, ainda que o Caminho Novo tenha tido parte dele inaugurado já em 1702. Tomando o Caminho Velho como rota o viandante ou as tropas encontrariam muitas dificuldades, especialmente no trecho da Mantiqueira, e um trajeto demorado pela frente (74 dias). A orientação feita por meio das referências naturais não significava um percurso estático dentro da rota, numa trilha específica. Segundo André Rezende Guimarães as variações de trilhas ou caminhos dentro da rota eram suficiente para que se evitasse ou não ―barrancos, vegetações, brejos ou outros obstáculos mais imediatos difíceis de serem cruzados‖.374

Não menos ardiloso era o Caminho Novo que, como dito, já em parte aberto 1702 era rota pouco utilizada até por volta de 1717, somente finalizado em 1725 pelo

373 SCARATO, Luciane Cristina. Caminhos e descaminhos do outro nas Minas Gerais: administração,

territorialidade e cotidiano (1733-1783). Dissertação (Mestrado em História) Campinas: UNICAMP, 2009. Segundo Luciane Scarato o Caminho Velho possuía três rotas que, diferindo os pontos de partida e trajetos específicos, se ligavam ou coincidiam em locais ou referências naturais: ―O primeiro, o Caminho

Geral do Sertão, aberto por bandeirantes, ligava São Paulo ao nordeste. Este caminho seguia o percurso

do rio Paraíba, através da Serra da Mantiqueira para o norte do rio Grande, onde se dividia para o rio das Velhas e o rio Doce. Segundo, o Caminho de Fernão Dias, que hoje dá nome a uma rodovia com traçado semelhante, passando por Atibaia, Bragança Paulista e Camanducaia, já em território minerador, atravessando os rios Sapucaí e Grande, onde se encontrava com o Caminho Velho. Este terceiro caminho, vindo de Parati e ligando-se ao Caminho Geral do Sertão, salvo quando especificado, será aquele ao qual nos referiremos sempre que mencionarmos o Caminho Velho de São Paulo para as Minas‖. Ibidem. p. 45.

374 A partir de mapas coevos, analisa a cartografia do Caminho Velho, apontando para as estradas que se

ligavam ao principal caminho. Pontua os arraiais e paragens por onde a rota passava. Aponta para a interseção dos Caminhos Velho e Novo nas proximidades de Vila Rica. GUIMARÃES, André Rezende. ―O Caminho velho das minas: a descrição de Antonil, os mapas coevos e a cartografia moderna‖. Anais

do III Simpósio Luso-Brasileiro de Cartografia Histórica. Ouro Preto: Arquivo do Museu de História

empenho de Garcia Rodrigues Paes. Este caminho era bem mais rápido, encurtando a viagem do Rio de Janeiro às Minas Gerais em até três semanas. Esse encurtamento de percurso e tempo aumentava o ritmo de saída dos quintos reais de Minas Gerais em direção ao Porto do Rio de Janeiro e agilizava o comércio com as Minas.

Ranchos de passageiros eram muito comuns nas rotas que ligavam Minas Gerais às capitanias vizinhas. Luciane Cristina Scarato observou que 15,79% dos inventários pertencentes a localidades situadas no Caminho Velho indicavam a presença dos ranchos de passageiros dentro das propriedades de raiz. No Caminho Novo o percentual foi o dobro, 33,33%, o que era de se esperar pela ligação com a ―agricultura e o comércio‖ que os proprietários mantinham nessa região.375

Os moradores dos caminhos de Minas Gerais tinham por incumbência cuidar das estradas para que essas se mantivessem transitáveis para os viandantes e tropas, mas também assistiam a eles com pouso e com o necessário de alimentos para a continuidade da jornada até o destino final. A partir do momento que o Caminho Novo foi utilizado mais regularmente e o seu fluxo suplantou o de outros trajetos é compreensível que muitos dos que se instalaram nas cercanias do caminho tenham se apercebido dos proveitos que a assistência aos que passavam por ele poderia oferecer. Scarato aponta exatamente para isso quando observa a formação de grupos familiares que investiram na obtenção de terras, nas quais a produção de alimentos e de pequeno rebanho de porcos e gado vacum que, conciliado com a assistência aos viajantes, proporcionou a formação de uma elite local enriquecida também pelos negócios no Caminho Novo.

Este é um aspecto específico de uma região de percurso onde a assistência aos viajantes era realmente muito necessária, lembrando que o tempo da viagem poderia levar semanas até ser finalizado. Mas e a assistência aos viandantes, caixeiros, tropas e comboieiros quando da sua chegada aos principais núcleos mineradores?

Ao chegarem às paragens, arraiais e vilas muitos dos que se dirigiam as áreas auríferas- por comércio, negócios ou visando se fixar- encontravam abrigos com alguma qualidade nas estalagens e hospedarias. Algumas destas, também ofereciam serviços de uma venda nelas instaladas e outras ainda proporcionavam aos que viajavam com animais de carga (ou para abate) pastos fechados onde o gado vacum e cavalar restabelecia sua condição física. Estes estabelecimentos eram denominados por ―Casa

de Pasto‖, denominação que remetia o tratamento especial dado aos animais. Assim, o essencial apoio logístico oferecido pelos moradores dos caminhos para a continuidade da viagem também era encontrado nas estradas próximas ou dentro dos núcleos urbanos de Minas Gerais já no território onde a exploração aurífera era atividade nuclear.

Através do mercado de bens urbanos de Mariana flagramos algumas destas propriedades que tinham por função principal a assistência aos viajantes. De modo geral, este tipo de bem urbano era estabelecido no arrabalde ou limites da vila/cidade de Mariana e na entrada ou dentro dos arraiais, como se vê pela Tabela 5, como também estavam presentes nas áreas de exploração aurífera como o Morro de Santana e Monsus.

Tabela 5

Localização das estalagens e casas de pasto presentes nas transações de bens urbanos de Mariana. (1711-1779)

Local N. Absolutos

Arrabaldes da Vila - Cachoeira 6

Entrada do Arraial de Camargos 1

Arraial da Passagem 1

Arraial do Sumidouro 1

Vila do Carmo (Não especificado) 2

Monsus 3

Proximidades da Igreja Matriz (V. do Carmo) 2

Morro do Santana 1

Total 17

Fonte: AHCSM, 1o e 2o Ofícios, Livro de Notas, escrituras de compra e venda (1711-1779)

As moradas de casas que serviam de estalagem nas áreas urbanas tinham uma estrutura simples, porém funcional: cobertas de telhas, com os móveis indispensáveis ao pouso, roupas de cama e banho, talheres e pratos de prata ou latão e estanho tudo ―da servidão‖ da estalagem. A assistência aos viajantes em algumas das hospedarias era ainda mais completa: além do local de pouso ou estadia, ofereciam alimentos, bebidas e possivelmente artigos de necessidade mais urgente encontrados na sua venda, outras possuíam uma área cercada onde os animais podiam ser guardados e pastavam (no caso das Casas de Pasto, especialmente).

Não há como dizer sem alguma dúvida que o objetivo da construção destas moradas de casas tenha sido desde o início o funcionamento de uma hospedaria em seus cômodos, no entanto, alguns indícios apontam que essas construções podem ter sido adotadas como local de hospedagem num dado momento. As moradas de casas eram versáteis, como já foi dito, servindo em dado momento como residência em outros podendo vir a abrigar, no todo ou em algum cômodo, uma venda ou uma oficina de artífice, por exemplo. Algumas escrituras trazem a informação de que eram vendidas moradas de casas ―que servem de estalagem‖. É importante perceber esse detalhe, pois ele aponta para o quanto a realidade desses indivíduos e também dos seus bens não era estática, ou seja, as propriedades urbanas também possuíam uma dinâmica que lhes auferia em dado momento sentido ou funcionalidade diferenciada dependendo da oportunidade econômica que se lhes apresentava.

As hospedarias enquanto tipo de bem urbano se relacionavam diretamente com o fluxo comercial direcionado às minas em virtude dos serviços que prestavam aos indivíduos que para a região levavam e negociavam suas mercadorias. Estarem localizadas nas estradas, entradas, arrabaldes e dentro das áreas urbanas facilitava aos que, levando seus carregamentos ou conduzindo animais, buscavam um local próximo para se estabelecerem no período em que efetivariam seus negócios.

Tal qual a hospedagem nos ranchos, as vendas e propriedades rurais dos Caminhos que levavam às minas, as hospedagens nos centros urbanos da região mineradora também eram importantes. Tiago Gil nos informa que havia pouca especialização dos mercadores na condução de tropas dentro da América Portuguesa.376 Esta pouca recorrência na participação do comércio das tropas diminuía as chances de um tropeiro estabelecer laços para além do comércio nas áreas de destino de suas mercadorias, ou mesmo estabelecer um rancho fixo ou uma moradia onde pudesse se abrigar no período em que estivesse nessas áreas.

Casa de estalagem, rancho ou casa de passageiros eram benfeitorias pouco comuns dentro das propriedades rurais. Em apenas nove escrituras de bens rurais encontramos algum dos tipos de hospedaria mencionados, sendo que em uma das escrituras a casa de estalagem estava situada fora dos limites da propriedade. A

376 Tiago Gil indica que 74% dos indivíduos engajados no caminho das tropas do Viamão à Sorocaba,

entre 1780-1810, participaram apenas uma vez da atividade, e com isso movimentaram 50% do valor total circulado pela rota mercantil. O autor ainda indica que o ato de montar e conduzir uma tropa era relativamente fácil e acessível. Cf: GIL, Tiago Luís. Coisas do caminho: Tropeiros e seus negócios do Viamão à Sorocaba, (1780-1810). Tese (Doutorado em História). Rio de Janeiro: UFRJ/PPGHIS. 2009. p. 53-54.

localização dessas propriedades rurais reforça a característica de proximidade com áreas urbanas das estalagens ou estabelecimentos afins. Das nove propriedades rurais negociadas com estalagem ou rancho de passageiros somente duas eram situadas em áreas mais afastadas da Vila do Carmo: uma no Ribeirão da Perapetinga (Freguesia de Piranga) e outra na Freguesia das Catas Altas.377

A ausência de casa de venda nas propriedades rurais que mantinham um local de hospedagem ou pouso para passageiros/viajantes indica que não havia por parte dos proprietários a intenção de tornar a assistência aos viajantes um serviço regular. Já os proprietários de casas de estalagem- negociadas isoladamente e identificadas como um dos tipos de bens urbanos aqui analisados- investiam claramente na sua função comercial. Através delas assumiam um tipo de negócio que visava lucro pelo atrelamento da sua função ao fluxo de viandantes, recém-chegados sem contatos e também aos tropeiros encarregados de parte do abastecimento das regiões auríferas. Esse quadro funcional fica ainda mais claro para as casas de pasto.

Era abril de 1739 quando João Ferreira Almada vendeu duas partes do seu sítio com uma casa de estalagem para João Ferreira de Azevedo e Francisco Vieira Machado, todos eram moradores na paragem da Cachoeira, arrabaldes da vila do Carmo, local onde se localizava o sítio com estalagem. Através dessa negociação todos se tornavam sócios, cabendo a cada um deles um terço da propriedade, na qual também foram negociados 4 escravos. Em suas terras havia plantação, bananais, hortas, gado vacum, porcos e também ―terras de capoeiras‖.378 Aproximadamente um ano depois, o mesmo João Ferreira Almada vendia novamente a mesma propriedade, mas agora a intitulava por ―casa de pasto‖. João Ferreira de Azevedo aparece novamente como comprador e no lugar de Francisco Vieira Machado surge Manoel Gonçalves da Cunha. É possível que a primeira negociação tenha sido desfeita amigavelmente e logo em seguida Manoel Gonçalves da Cunha tenha se interessado na sociedade que se formava. De todo modo, esta escritura de compra e venda vem apenas validar a negociação que já havia sido feita ―há tempos‖, segundo o vendedor João Ferreira Almada. Todos os bens incluídos na primeira negociação, animais, bananais, escravos, constavam da mesma maneira nessa venda, entretanto, as terras de capoeiras não foram incluídas.379

377 AHCSM, 1o Ofício, Livro de Nota 45, datado de 08/07/1735 e Livro de Nota 33, datado de

23/07/1729. Respectivamente.

378 AHCSM, 1o Ofício, Livro de Nota 49, datado de 21/04/1739. 379 AHCSM, 1o Ofício, Livro de Nota 51, datado de 13/02/1740.

É possível que João Ferreira Almada tivesse reservado as capoeiras para si, entretanto, quando se fazia reserva de benfeitorias, plantios ou parcelas da propriedade isso era dito na negociação (o que não ocorreu nesta). Se houvesse vendido as mesmas a outra pessoa teríamos acesso a essa escritura (muito embora, é sempre possível que a documentação tenha se perdido). Todavia, é mais provável que as terras de capoeiras tenham sido transformadas nos pastos que agora existiam na propriedade. Esse detalhe é muito importante, pois ele explica o redirecionamento da lógica do empreendimento dos sócios.

A transformação das capoeiras em pastos, por si só, não significaria muita coisa, afinal, poderia indicar apenas que na propriedade a criação de gado passou a ter maior destaque no universo de escolhas econômicas dos sócios. Exatamente por isso dois outros fatores devem ser destacados para compreendermos a intenção dos sócios. A presença da estalagem já apontava desde a primeira negociação que naquela propriedade havia uma exploração comercial para atender os viajantes que ali procuravam pouso ou estadia. O segundo fator liga-se a estalagem e a transformação da área de plantio em pasto. O abastecimento de carne dos principais núcleos mineradores de Minas Gerais se deu, em grande parte, pelo provimento externo. Desde o início do povoamento coube a outras regiões, como o Vale do Rio São Francisco, o envio de gado para o consumo das áreas mineradoras. É justo pensar que ao longo da jornada houvesse um desgaste físico no gado que seria abatido para o consumo dos moradores de Mariana. Isso pode ter chamado a atenção de alguns proprietários de estalagens que perceberam aí uma possibilidade de investimento. Seria conveniente oferecer aos condutores de gado um espaço para restabelecimento das suas condições, ainda que brevemente, antes do seu próximo destino. Este é um viés possível para se compreender o sentido da junção entre uma estalagem e um pasto. Este último teve uma função comercial muito clara, senão por qual motivo a propriedade seria denominada como ―casa de pasto‖? Mariana era um dos destinos de tropeiros e comboieiros que viajavam com seus muares levando as carregações de produtos importados. Independentemente do tamanho da tropa, um local para pouso que oferecesse também pasto adequado para os animais se refazerem das longas jornadas seria muito bem vindo.

Como qualquer empreendimento comercial, os donos das casas de pasto e das estalagens visavam auferir lucros dos seus investimentos comerciais, participando da partilha do ouro que se extraía em Minas Gerais. O exemplo do investimento numa casa

de pasto, que foi o foco de uma sociedade firmada por meio de uma escritura de compra e venda, deixará isso mais claro.

Morador da vila do Carmo, João de Souza Rodrigues vendeu a Pedro de Carvalho Almeida metade de quatro moradas de casas380 na Ponte Grande da vila do Carmo, com ―quintal, serventias e mais pertenças‖. Entre os bens negociados conjuntamente com as moradas de casas, havia uma escrava e diversos outros itens entre móveis, ornato e utensílios domésticos. A quantidade de alguns desses itens é superior ao de costume encontrado numa casa comum381 de moradia. Entre os bens descritos estavam: 15 catres382, 11 camas, 7 cobertores de paia, 6 colchas, 18 lençóis, 16 travesseiros, 24 colheres de metal 24 garfos de metal, 39 pratos de estanho rasos, 12 pratos de estanho de cozinha, 5 mesas grandes, 5 bancos de encosto, 16 tamboretes, 6 candeias, 2 candeeiros de metal. Muitos outros bens móveis ficaram de fora dessa descrição, mas especificamente os que citamos informam que nestas casas havia um grande trânsito de pessoas, ou ao menos que nelas era possível abrigar e servir um número de pessoas superior ao de um núcleo familiar. Havia ainda medidas e balança de folha com seus pesos, uma balança de pesar ouro, objetos ―de uma venda‖ que funcionava dentro das casas. Nestes bens, vendedor e comprador faziam sociedade ―de casa de pasto‖, embora não seja referido pasto algum na negociação é possível que os sócios já o tivessem ou o fossem adquirir.383

Pelos bens e pelas disposições da sociedade fica claro que havia o objetivo de explorar comercialmente o conjunto da casa de pasto, moradas de casas e seus bens. Para o aumento da sociedade contribuiriam ambos, da mesma maneira dela se sustentariam ―exceto de vestuário‖, que seria ―à custa de cada um‖. A sociedade tomaria um caixeiro que teria um livro onde se faria ―carregação de tudo quanto para a dita casa‖ se comprasse, onde também se lançariam todos os dias assentos dos lucros e das despesas. Em livro diferente fariam assento de tudo que se comprasse de ―fiado‖. O investimento nessa casa de pasto não foi de súbito nem impensado, houve preparo: aquisição de mobília, roupagem e utensílios em grande número para atender toda sorte de pessoas que precisassem de pouso ou estadia.

380 O sentido da expressão ―quatro moradas de casas‖ deve ser pensado a partir de uma continuidade entre

elas, se não física, ao menos de interação ou interligação a partir do uso que delas é feito.

381 Em relação a isso nos baseamos nos dados que obtivemos em outras escrituras de compra e venda de

diferentes tipos de propriedades, sejam urbanas ou rurais.

382 Pequeno leito. Leito pequeno, com pilares, não totalmente levantados. BLUTEAU, D. Raphael. Vocabulario Portuguez e Latino. Vol. II. Rio de Janeiro, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 1712.

p. 203.

Como dito, a ausência do pasto na descrição não significa que não o houvesse ou não o fossem adquirir. A sociedade começava a partir desse dia e ter um pasto cercado devia estar nos planos imediatos dos sócios, o que fica claro especialmente pela forma como denominaram a sociedade. De todo modo, pelo que observamos nos documentos analisados a única diferença notada entre a casa de pasto e a estalagem era, fundamentalmente, a presença ―do pasto‖ em si.

No documento queleningridlopes (páginas 174-181)