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cassiaa Mahado

No documento Revista Múltipla (páginas 46-52)

Harakiri: rital de siídio eetado ado a hora do samrai o da família fosse mahada

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indivíduos; é o caso dos homens-bombas, que se matam em nome de um ideal.

Por fim, Durkheim classificou o suicí- dio anômico. O termo “anomia” significa ausência de lei; assim, o suicídio anômi- co ocorre quando há pouca regulação so- cial. Nesse caso, a pessoa decide se matar porque as normas e leis daquela sociedade não correspondem às suas expectativas. A taxa deste tipo de suicídio é maior em tem- pos de crises financeiras ou sociais, quan- do a situação foge ao controle do governo. Aquele indivíduo que se vê abandonado ou à margem da sociedade, como mendi- gos, sem terras e desempregados, também podem acabar cometendo o suicídio do tipo anômico.

Harakiri e o oriente Harakiri e o oriente

Não é por acaso que a sociedade japone- sa é regularmente associada ao suicídio. Historicamente, essa saga teve início com os guerreiros samurais, que se matavam ao ter a honra pessoal ferida ou o nome da família desonrado. É o ritual do Sep- puku, popularmente conhecido como ha-

rakiri, que significa “cortar a barriga” (ou o estômago). Quando um samurai estava prestes a ser capturado ou se falhasse em proteger seu senhor em uma batalha e este acabasse sendo morto, ele deveria se matar através desse ritual.

Apesar de ser extremamente doloroso, ao cometer o harakiri o samurai não pode- ria expressar nenhum tipo de dor ou medo, como previa o Bushido, código de honra destes guerreiros. Para realizar o harakiri o guerreiro deveria banhar-se para purificar o corpo e a alma, vestir uma roupa branca específica para o ritual, tomar uma xícara de saquê em dois goles, escrever um ou dois poemas de despedida, ajoelhar-se e, então, enfiar uma espada ou punhal no lado es- querdo da barriga, depois puxar para o di- reito e para cima, fazendo assim o desenho de uma cruz.

Não muito distante dos samurais estão os kamikazes, soldados da esquadra aérea japonesa que se atiravam junto com suas aeronaves contra os aviões de seus inimi- gos durante a Segunda Guerra Mundial. Japoneses comuns, normalmente plebeus,

A morte de Marat , de Davi Jaes-Lois, pitado em1793, retrata o siídio

cometem outro tipo de suicídio, con- hecido como o Shinjyuu. No país existe ainda um termo específico para designar o suicídio de mãe e filho, o boshi-shinjyu. Outro tipo de suicídio, o ikka-shinjyu, diz respeito à morte voluntária de toda uma família.

Já a China, de acordo com a OMS, re- gistra cerca de 280 mil suicídios por ano, o maior índice de todo mundo. É a quinta maior causa de morte do país, porém a primeira em falecimento não natural. Mesmo assim, estes números são não atu- alizados, uma vez que não é um indicador que se tenha orgulho em alcançar. A Or- ganização, porém, declara que em 50 anos o índice de casos de morte voluntária au- mentou em 60% em todos os continentes, principalmente nos países em desenvolvi- mento.

Prevenir

Prevenir, não , não remediarremediar

Entender o que se passa na cabeça de um suicida só é possível através de muito estudo e ajuda profissional. Porém, alguns fatores como a depressão, o uso de drogas, e as três categorias explicadas por Dur-

kheim, podem ajudar a identificar pessoas com tendência ao suicídio ou momentos em que o governo deve estar mais atento ao comportamento de seus cidadãos. So- mente o próprio indivíduo, no entanto, pode se ajudar, e o sucesso no tratamento e na recuperação depende diretamente da autonomia na decisão de comprometer-se ativamente no processo. No caso do uso de drogas, quando a segurança da família e da sociedade em geral também está em perigo, Cassiana aconselha que pode ser requerido, judicialmente, a internação compulsória para tratamento médico e psicológico do sujeito.

O amor e apoio da família em casos de tendências suicidas são fundamentais para a recuperação do indivíduo. Assim, os familiares devem estar atentos à pos- síveis mudanças de comportamento, como irritabilidade, distúrbios alimentares e de imagem corporal, isolamento social e sín- drome amotivacional. Mas é importante não se esquecer de que cada um possui seu direito constitucional de ir e vir – livre arbítrio. Afinal, quem foi que disse que viver é fácil?

Segdo a Orgaizao Mdial de Sade, até o ao de 2020 era de 15 milhões de pessoas vo tirar a prpria vida

Segdo espeialistas, a depresso e otros distrbios psiolgios levam ao síidio, mesmo sem o so de drogas

C O m p O R T A m E N T O

Marilyn Monroe

Marilyn Monroe– A atriz orte-ame- riaa falee eato dormia, em

sua casa na Califórnia. A versão ocial

é de e a atriz sofre overdose pela i- gesto de barbitrios.

Vincent van Gogh

Vincent van Gogh– mato-se o dia 27 de jlho de 1890 om m tiro o peito. O pitor, e j apresetava m estado depressivo, pioro aps semaas de itesa atividade ria- tiva.

Elvis Presley

Elvis Presley – o ator foi eotrado iosiete o baheiro de se arto e levado para o hospital em Memphis em 16 de agosto de 1977. na oasio, os

médicos armaram que a morte ocor- re por atae ardíao idzido por barbitrios.

Jim Morrison

Jim Morrison – o voalista da bada The Doors foi eotrado morto a baheira de sa asa em Paris, aps sofrer ma parada ardíaa idzida por heroía em eesso, em 3 de jlho de 1971. De acordo com a Associação Mundial

de Saúde, em 2005 a taxa de suícidios no Brasil, por 100.000 habitantes era: 7,5 para homens e 1,9 para mulheres.

Carta de suicídio do músico Kurt Coubain

Kurt Cobain

Kurt Cobain– em 5 de Abril de 1994 o líder da badaNirvanase mato om m tiro, a sa asa em Lake Washig- to. Foram eotrados heroía e valim o orpo o ator, segdo o relatrio legista. Dados da OMS (Organização Mundial

da Saúde) mostram que ocorre um su- icídio em alguma parte do planeta a

cada 40 segundos. Estima-se que de 10 a 20 milhões de pessoas tentem suicídio a cada ano. C O m p O R T A m E N T O múltipla múltipla 4949

e D U C A ç ã o

bullying

bullyingo é briadeira

Psilogos, pais e edadores esto mais atetos ao

omportameto das riaas para e atos de violêia

otra os peeos o se torem oms

Teto de Gabriela Tioo, Jlio Vieira, Poliaa Abre e Viviae Arajo; Fotos de Aderso nape

e D U C A ç ã o múltipla múltipla 5151

Jayme Borges, jornalista, foi gordinho dos 5 aos 15 anos de idade. Nesse período, era constantemente chamado de “baleia” e “rolha de poço” pelos colegas da escola, do inglês e da natação. Esse pode ser um caso típico de bullying, palavra oriunda da língua inglesa, do substantivo “bully”, que significa, literalmente, valentão. En- tretanto, no meio acadêmico bullying quer dizer “todo o tipo de atitudes agressivas, verbais ou físicas, praticadas repetidamente por um ou mais estudantes contra outro aluno”, segundo a psicopedagoga Maria da Consolação Oliveira. Na época em que Jayme sofria com a violência psicológica, essas piadinhas e comentários podiam ser consideradas meras “brincadeiras” de cri- ança. “Os professores muitas vezes me re- criminaram especialmente os de educação física e os diretores e os inspetores não faziam nada, apartavam apenas quando estritamente necessário”, conta Jayme. Outra vítima de bullying foi o analista de sistemas André Coura. Além de gordi- nho, André era muito alto. A soma desses fatores fez com que ele se tornasse motivo de chacota para as demais crianças. Com a constante hostilização, André se tornou agressivo. Na escola, foi orientado pela direção a tentar dialogar antes de tomar qualquer providência contra os agressores. Mesmo contando com o apoio de seus pais, ele optou pelo isolamento e começou a evi- tar os locais nos quais era perseguido, além

de ter passado a frequentar ambientes nos quais a sua altura e peso eram diferenciais, e não problemas. Segundo André, a dificul- dade foi grande no início, mas, com o tempo, o problema foi reduzido. Hoje com 1,86m de altura e pesando 105kg, o analista de sistemas acredita que está perto do seu peso ideal. Dados

Dados

Fato é que, recentemente, esses atos ob- tiveram destaque e passaram a ser encara- dos como forma de violência escolar, con- siderada extremamente prejudicial para o desenvolvimento psicológico e pedagógico de crianças e adolescentes. No Brasil, de acordo com pesquisa divulgada em abril desse ano pela organização não-governa- mental Plan Brasil, quase um terço dos es- tudantes brasileiros cursando entre a 5ª e a 8ª série do primeiro grau já sofreu maus- tratos. Ainda de acordo com a pesquisa, 28% dos 5.168 estudantes entrevistados fo- ram agredidos em 2009. O mesmo estudo constatou, ainda, que a forma mais comum de bullying no Brasil é a cibernética, isto é, aquela cometida a partir do envio de e- mails ofensivos e difamatórios em sites de relacionamento como Orkut.

Já de acordo com a psicóloga Kelly Azevedo, existem algumas pistas que po- dem ajudar a identificar tanto o agressor quanto a vítima do bullying. Ela afirma, por exemplo, que o agressor geralmente perde a noção de respeito, se torna sarcástico e passa

criaas e adolesetes so as priipais vítimas do bllyig, pratiado pelos prprios olegas

e D U C A ç ã

o a não demonstrar nenhuma preocupação

com o outro, enquanto a vítima se isola do convívio social ou se torna agressiva. Para a pedagoga e mestre em psicologia Maria da Consolação, o perfil do adoles- cente praticante coincide, normalmente, com o valentão que tenta constranger o outro, usando, para isso, relações de po- der. Por outro lado, as vítimas são cri- anças que sofrem de baixa auto-estima, ou seja, pessoas que podem estar frágeis. Em seu consultório, a profissional atende adolescentes que começam a ser “zoados”, por meio de críticas ou frases depreciati- vas, devido a diversos motivos, como, por exemplo, ganho excessivo de peso, cabelo crespo, cor da pele, nível social, entre ou- tros. Isto é, são aqueles que, geralmente, estão fora dos padrões culturalmente formatados e seguidos pela sociedade. Segundo a psicopedagoga Maria da Con- solação, costuma ser difícil, para os profes- sores, distinguir uma brincadeira inocente de um caso de bullying. Isso ocorre, prin- cipalmente, porque as vítimas têm muito medo de denunciar seus agressores. Já os pais apresentam dificuldade em aceitar que seus filhos sejam as vítimas ou agressores. A orientadora da Escola Municipal Frei Edgard Groot em Betim, no estado de Mi- nas Gerais, Sandra Aníbal, conta um caso ocorrido na escola e que demonstra todas as dificuldades enfrentadas pelos profes- sores: “Havia um grupo de meninas já for- mado e bastante popular na escola. A líder impôs como desafio para outras meninas que quisessem participar do grupo, que elas andassem no período do intervalo com uma placa escrito ‘Chute-me’”. Os pais das meninas foram convocados para discutir a questão e propor soluções. No entanto, a mãe da líder argumentou que a filha não havia feito nada de errado. Causas

Causas

O excesso de cobranças e responsa- bilidades impostas às crianças e adoles- centes é, segundo a psicopedagoga, Maria da Consolação, um dos fatores que mais contribuem para a baixa auto-estima das crianças e adolescentes, tornando-os po- tenciais vítimas ou praticantes de bully- ing. Quem o pratica adota uma posição agressiva como forma de se sobressair, de sobreviver, enquanto quem o sofre são aqueles indivíduos mais frágeis, que não conseguiram criar instrumentos de defesa. A psicóloga Sônia Flores esclarece quais seriam os tipos mais comuns de atos praticados pelos bullys isto é, aqueles que praticam a ação , para ajudar pais e profes-

sores a reconhecerem o problema: “Nor- malmente o agressor insulta a vítima com frequência e sem qualquer motivo, dan- ifica sua propriedade, espalha rumores falsos, coloca a vítima em situação deli- cada frente a superiores, faz comentários depreciativos sobre a família da vítima, a isola socialmente, usa de chantagens

ou ameaças, cria páginas falsas sobre a vítima em sites de relacionamento”. Sandra Prado afirma que para prevenir os casos de violência na escola são organi- zadas palestras com os pais. Porém, o mais eficaz tem sido orientar os próprios alunos e envolvê-los em projetos de cidadania, mostrando e discutindo seus direitos e de- veres no convívio social. Quando é consta- tado um caso como o relatado acima, a es- cola deve pedir aos pais que providenciem acompanhamento especializado para os filhos, pois infelizmente grande parte das escolas municipais não têm como oferecer tratamento psicológico para seus alunos.

“Havia m grpo de meias j

formado e bastate poplar a esola.

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